Suínos
Como elaborar um cronograma de tarefas da suinocultura em 5 passos?
Com essa ferramenta é possível otimizar o tempo, melhorando a fluidez do trabalho. Como consequência, interfere em fatores tangíveis, como a melhoria dos resultados zootécnicos e financeiros, graças a execução dos manejos com qualidade; e em fatores intangíveis.


Foto: Divulgação/Agroceres Multimix
Artigo escrito por Diogo Lima Goulart, consultor de Serviços Técnicos na Agroceres Multimix
A rotina das granjas suinícolas é intensa e dinâmica, sendo necessário a boa administração do tempo. Uma solução simples e acessível a todas as granjas é o cronograma de tarefas. Com essa ferramenta é possível otimizar o tempo, melhorando a fluidez do trabalho. Como consequência, interfere em fatores tangíveis, como a melhoria dos resultados zootécnicos e financeiros, graças a execução dos manejos com qualidade; e em fatores intangíveis, por exemplo o bem-estar dos colaboradores, permitindo muitas vezes, programar horário de descanso ou para um cafezinho. Para que o Cronograma seja eficaz, é importante seguir alguns passos:
- Traçar o objetivo.
- Definir para quem será desenvolvido e em qual período.
- Listar todas as atividades e estipular tempo de execução.
- Determinar prioridades.
- Reavaliar periodicamente.
A partir de agora, os temas acima serão aprofundados.
- Traçar o objetivo
O primeiro passo consiste em traçar o objetivo. O objetivo de cronogramas é otimizar tempo e trazer melhoria nos processos. A proposta é tornar o trabalho mais eficaz, com cadência e constância, projetando, desta forma, melhores resultados zootécnicos.
No caso de construções, reformas de instalações ou qualquer que seja um serviço esporádico, o cronograma tem a função de fazer acompanhamento, garantindo que as obras estejam progredindo como combinado.
Há variados objetivos e modos de confeccionar um cronograma. Será discorrido nos próximos itens fatores a serem levados em conta para obter o cronograma mais adequado para a situação da propriedade.
- Definir para quem será desenvolvido: um colaborador operacional, encarregado, equipe? Qual a função? Qual setor? E para qual período: semana, mês, ano?

Para criar um cronograma eficiente, é essencial levar em conta quem irá utilizá-lo. Isso se faz necessário haja vista que as responsabilidades de cada colaborador ou equipe são distintas, conforme o exemplo a seguir:
O colaborador X tem função operacional, atuando na lavagem de salas de maternidade pós-desmame. Ou seja, 100% da sua jornada de trabalho é “colocando a mão na massa”. O encarregado do setor, por outro lado, necessita de poucos minutos para avaliar o serviço que levou horas para ser executado, além de ter sob sua responsabilidade outras atividades que estão acontecendo simultaneamente.
Por isso, para essas duas diferentes funções tem-se diferentes cronogramas. Para o colaborador com atividade operacional, deve ser fixado o horário; enquanto é possível flexibilizar o período de fiscalização para o encarregado.
Outro ponto importante é definir para qual período será feito o cronograma. Em casos de granjas com sistema de fluxo contínuo, o cronograma de atividades operacionais inevitavelmente deve ser elaborado de forma semanal e em granjas com sistemas em bandas, a depender do programado, é preciso programar de maneira quinzenal ou mensal. Para serviços de manutenções, reformas ou construções, a ideia é de confeccionar um cronograma de acordo com o período previsto para término do serviço.
- Listar todas as atividades e estipular tempo de execução
Para que seja possível organizar o trabalho em um determinado espaço de tempo, é crucial que todas as atividades sejam listadas com o tempo previsto de execução de cada uma delas.
É indicado que essa etapa tenha a participação de todos os colaboradores envolvidos a fim englobar todas as atividades que ocupam tempo, desde pequenas – como ir buscar um material – até a execução propriamente dita do serviço.
Como método para ter a previsão mais ajustada do tempo de tarefas ligadas aos manejos com os animais, propõe-se que o colaborador ou equipe seja assistida em sua tarefa, cronometrando desde o início até a completa execução.
Vale frisar que as pessoas devem ser instruídas a realizar o procedimento de acordo com o que foi determinado no documento de Procedimento Operacional Padrão (POP) e sem pressa, garantindo a correta execução da atividade e com tempo de conclusão ligeiramente superestimado. É importante que seja feito dessa maneira, pois situações atípicas podem ocorrer no dia a dia, atrasando ou desacelerando a operação.
Para potencializar o desempenho da equipe, o encarregado pode utilizar o tempo cronometrado para estabelecer limites, mínimos e máximos, para a execução de uma atividade. Não obstante, pode favorecer suas futuras auditorias, permitindo comparar o tempo real com o planejado e oferecer feedback aos envolvidos. Confira o exemplo a seguir:

- Determinar prioridades
É essencial entender as prioridades das atividades programadas. Diversos conceitos justificam essa necessidade. Para classificar qual o nível de prioridade dos serviços a serem realizados, a seguinte questão pode ser a diretriz: qual a relevância desta ação para os resultados econômicos e no desempenho zootécnico? Propõe-se fazer destaques visuais para a classificação das atividades, podendo, por exemplo, ser numérico ou por cor, conforme abaixo:

- Reavaliar periodicamente
O monitoramento é crucial para avaliação de produtividade. O encarregado do setor tem de estabelecer uma frequência de avaliação para confrontar o que foi planejado com o realizado. Entender se há procedimentos pouco valiosos tendo atenção excessiva ou o inverso, procedimentos essenciais trabalhados com baixa dedicação.
Para orientar a avaliação pode-se fazer alguns questionamentos:
– A equipe está sendo produtiva em relação ao tempo?
– Se sim, é possível otimizar ainda mais o processo?
– Se não, o que está causando a ineficácia?
Caso exista espaço para melhoria na otimização do tempo, alguns pontos podem ser revisados:
- Pessoas: o número de pessoas que estão executando a atividade é ideal?
- POP: os colaboradores estão aptos a executarem o que foi proposto? Estão utilizando o POP como orientação?
- Ferramentas: há alguma ferramenta que possa ser desenvolvida ou comprada para agilizar o processo? Por vezes o investimento em ferramentas torna possível a realocação de um colaborador para outras atividades, ou seja, o que dois colaboradores faziam, passa a ser feito por um único colaborador com uma ferramenta adequada;
- Horário: o horário em que o serviço está sendo feito é o mais adequado?
- Situações circunstanciais: estão acontecendo situações adversas ao procedimento que estão atrapalhando as pessoas na realização da tarefa? Situações aparentemente triviais – como um colaborador chamar o outro para conversar sobre o que farão no final de semana – pode causar dispersão de concentração, por conseguinte, baixo rendimento. Parece simples e inofensivo, mas o somatório dessas pequenas distrações, geram improdutividade;
- Situações urgentes: é fundamental que seja estudado profundamente o quanto esse cenário está prejudicando a rotina de trabalho. Quando as situações são urgentes e importantes, devem ser atendidas com rapidez, pois majoritariamente têm impacto significativo. Contudo, as situações que são urgentes e não importantes, podem atrapalhar o fluxo do trabalho, se enxergadas de forma errônea, sem um nível de prioridade estabelecido; deixando de lado ações planejadas e que resultariam em melhor produtividade.
Checklist
Aproveitando o material elaborado, os colaboradores podem ainda ter mais um bônus: utilizar o cronograma para realizar checklist dos procedimentos e atividades planejadas. Dessa forma garantem que todas as responsabilidades sejam cumpridas. Permite também identificar falhas na programação, comprovando que não há tempo para realizar alguma tarefa; ou, para evidenciar que há sobra de tempo permitindo ajustes na programação (tema descrito no item anterior). Esse proveito serve para os executores e supervisores, tanto para realizar quanto para conferir as atividades. Basta deixar uma lacuna que possa ser preenchida com “Ok”, de acordo com o exemplo abaixo:

Recém-contratados
Somado a todas as vantagens expostas anteriormente, há também o favorecimento na integração de colaboradores recém-contratados. Ao serem incluídos em uma equipe bem planejada, ordenada e ritmada pelo cronograma, o treinamento se torna mais eficaz: a consequência disso é a adequação rápida do novo integrante aos hábitos da equipe onde está sendo inserido. Hábitos referidos desde a parte técnica – procedimentos operacionais – até relacionamentos interpessoais. Em síntese, insere o novo colaborador na cultura da empresa e a fortalece.
Modelos de Cronogramas
Há diversas formas de formatar as informações coletadas, como descrito acima. No entanto, o material precisa ser objetivo e específico. Alguns preferem usar cores para ressaltar informações, enquanto outros preferem números para ordenar as atividades. Abaixo estão dois modelos: um para gerente, que não contém horários para as atividades e destaca prioridades; e outro para colaborador operacional, detalhando o horário de cada atividade.

Conclusão
Não há uma receita de bolo ou um material base para todas as granjas, cada qual deve adaptar à sua realidade, colocar em prática e fazer constantes ajustes. O cronograma deve servir como norte para buscar a otimização do tempo, melhorando a produtividade na execução dos procedimentos, buscando sempre evolução nos resultados zootécnicos e financeiros.
O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui.

Suínos
Preços do suíno vivo seguem estáveis e novembro registra avanço nas principais praças
Indicador Cepea/ESALQ mostra mercado firme com altas moderadas no mês e estabilidade diária em estados líderes da suinocultura.

Os preços do suíno vivo medidos pelo Indicador Cepea/Esalq registraram estabilidade na maioria das praças acompanhadas na terça-feira (18). Apesar do cenário de calmaria diária, o mês ainda apresenta variações positivas, refletindo um mercado que segue firme na demanda e no escoamento da produção.
Em Minas Gerais, o valor médio se manteve em R$ 8,44/kg, sem alteração no dia e com avanço mensal de 2,55%, o maior entre os estados analisados. No Paraná, o preço ficou em R$ 8,45/kg, registrando leve alta diária de 0,24% e acumulando 1,20% no mês.
No Rio Grande do Sul, o indicador permaneceu estável em R$ 8,37/kg, com crescimento mensal de 1,09%. Santa Catarina, tradicional referência na suinocultura, manteve o preço em R$ 8,25/kg, repetindo estabilidade diária e mensal.
Em São Paulo, o valor do suíno vivo ficou em R$ 8,81/kg, sem variação no dia e com leve alta de 0,46% no acumulado de novembro.
Os dados são do Cepea, que monitora diariamente o comportamento do mercado e evidencia, neste momento, um setor de suínos com preços firmes, porém com oscilações moderadas entre as principais regiões produtoras.
Suínos
Produção de suínos avança e exportações seguem perto de recorde
Mercado interno reage bem ao aumento da oferta, enquanto embarques permanecem em níveis históricos e sustentam margens da suinocultura.

A produção de suínos mantém trajetória de crescimento, impulsionada por abates maiores, carcaças mais pesadas e margens favoráveis, de acordo com dados do Itaú BBA Agro. Embora o volume disponibilizado ao mercado interno esteja maior, a demanda doméstica tem respondido positivamente, garantindo firmeza nos preços mesmo diante da ampliação da oferta.
Em outubro, o preço do suíno vivo registrou leve retração, com queda de 4% na média ponderada da Região Sul e de Minas Gerais. Apesar disso, o spread da suinocultura sofreu apenas uma redução marginal e segue em patamar sólido.

Foto: Shutterstock
Dados do IBGE apontam que os abates cresceram 6,1% no terceiro trimestre de 2025 frente ao mesmo período de 2024, após altas de 2,3% e 2,6% nos trimestres anteriores. Com carcaças mais pesadas neste ano, a produção de carne suína avançou ainda mais, chegando a 8,1%, reflexo direto das boas margens, favorecidas por custos de produção controlados.
Do lado da demanda, o mercado externo tem sido um importante aliado na absorção do aumento da oferta. Em outubro, as exportações somaram 125,7 mil toneladas in natura, o segundo maior volume da história, atrás apenas do mês anterior, e 8% acima de outubro de 2024. No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o crescimento chega a 13,5%.
O preço médio em dólares recuou 1,2%, mas o impacto sobre o spread de exportação foi mínimo. O indicador segue próximo de 43%, acima da média histórica de dez anos (40%), impulsionado pela desvalorização cambial, que atenuou a queda em reais.
Mesmo com as exportações caminhando para superar o recorde histórico de 2024, a oferta interna de carne suína está maior em 2025 em função do aumento da produção. Ainda assim, o mercado doméstico tem absorvido bem esse volume adicional, mantendo os preços firmes e reforçando o bom momento do setor.
Colunistas
Comunicação e Marketing como mola propulsora do consumo de carne suína no Brasil
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas.

Artigo escrito por Felipe Ceolin, médico-veterinário, mestre em Ciências Veterinárias, com especialização em Qualidade de Alimentos, em Gestão Comercial e em Marketing, e atual diretor comercial da Agência Comunica Agro.
O mercado da carne suína vive no Brasil um momento transição. A proteína, antes limitada por barreiras culturais e mitos relacionados à saúde, vem conquistando espaço na mesa do consumidor.
Se até pouco tempo o consumo era freado por percepções equivocadas, hoje a comunicação correta, direcionada e baseada em evidências abre caminho para quebrar paradigmas. Estudos recentes revelam que o brasileiro passou a reconhecer características como sabor, valor nutricional e versatilidade da carne suína, demonstrando uma mudança clara no comportamento de compra e consumo. É nesse cenário que o marketing se transforma em importante aliado da cadeia produtiva.

Foto: Shutterstock
Reposicionar para crescer
Para aumentar a participação na mesa das famílias é preciso comunicar aquilo que o consumidor precisava ouvir:
— que é uma carne segura,
— rica em nutrientes,
— competitiva em preço,
— e extremamente versátil na culinária.
Campanhas educativas, conteúdos informativos e a presença mais forte nas mídias sociais têm ajudado a construir essa nova imagem. Quando o consumidor entende o produto, ele compra com mais confiança – e essa confiança só existe quando existe uma comunicação clara e alinhada as suas expectativas.
O marketing não apenas divulga, ele conecta. Ao simplificar informações técnicas, aproximar o produtor do consumidor e mostrar maneiras práticas de preparo, a comunicação se torna um instrumento de transformação cultural.
Apresentar novos cortes, propor receitas, explicar processos de qualidade, destacar certificações e reforçar a rastreabilidade são estratégias que aumentam a percepção de valor e, consequentemente, estimulam o consumo.
Digital: o novo campo do agro
As redes sociais se tornaram o “supermercado digital” do consumidor moderno. Ali ele busca receitas, tira dúvidas, avalia produtos e

Foto: Divulgação/Pexels
compartilha experiências.
Indústrias, cooperativas e associações que investem em presença digital tornam-se mais competitivas e ampliam sua capacidade de influenciar preferências.
Vídeos curtos, reels com receitas simples, influenciadores culinários e campanhas segmentadas têm desempenhado papel fundamental na aproximação com o consumidor urbano, historicamente mais distante da realidade da cadeia produtiva e do campo.
Promoções e estratégias de varejo
Além do ambiente digital, o ponto de venda continua sendo o território decisivo da conversão. Embalagens mais atrativas, materiais explicativos, promoções e ações conjuntas com o varejo aumentam a visibilidade e reduzem a insegurança de quem tomando decisão na frente da gondola.
Marketing como elo da cadeia produtiva
A cadeia de carne suína brasileira é altamente tecnificada, sustentável e reconhecida, mas essa excelência precisa ser comunicada. O marketing tem o papel de unir elos – do campo ao consumidor – e transformar conhecimento técnico em mensagens simples e que engajam.




