Bovinos / Grãos / Máquinas
Como diagnosticar o ponto ideal do milho para produzir a melhor silagem
O ponto ideal para a colheita é quando a planta apresenta entre 32% e 38% de matéria seca (MS), porém, é muito comum negligenciar esse parâmetro devido a falhas na identificação do ponto de corte.
A silagem de milho garante alimento para os animais em período de estiagem, para a manutenção da produtividade no corte e no leite, portanto é preciso ter muita atenção a todas as etapas de produção desse alimento. Além da escolha do híbrido de milho específico para silagem, um dos aspectos extremamente importantes é o ponto correto da colheita do milho.
O ponto ideal para a colheita é quando a planta apresenta entre 32% e 38% de matéria seca (MS), porém, é muito comum negligenciar esse parâmetro devido a falhas na identificação do ponto de corte.
Quando a colheita é antecipada e as plantas encontram-se abaixo de 32% MS, acontece que os teores de fibra (FDN) estarão altos e os teores de energia (NDT) estarão baixos devido à baixa participação do amido. Resultado será a menor produtividade e conversão em leite e carne ou o maior investimento em concentrado para suprir esta necessidade. Outro ponto de atenção para as silagens colhidas com baixo percentual MS são as perdas por meio de efluentes ou chorume, após o fechamento do silo.
Por outro lado, quando há o atraso da colheita, acima de 40% MS ocorre a dificuldade de compactação, ou seja, o efeito colchão. Além disso, pode ocorrer a desuniformidade no corte e no tamanho de partículas, gerando perdas qualitativas de fermentação e maior presença de fungos e micotoxinas.
Em trabalhos realizados por pesquisadores nos municípios de Viçosa e Três Corações (MG), na safra 2021/2022, foram analisados seis híbridos em cinco janelas de corte. Neste trabalho, ficou evidenciado que, independentemente do híbrido, a janela de corte ideal ocorre entre 33-35% de MS.
Uma curiosidade técnica é que quanto maior o percentual de matéria seca, a participação de amido aumenta, devido a planta iniciar o processo de maturação fisiológica, ou seja, a conversão de açúcares em amido é acentuada. O amido é um importante fator energético da silagem, as referências mostram que ele é responsável por cerca de 50% a 75% da energia. Importante salientar que uma boa silagem deve apresentar níveis acima de 25% amido.
Como identificar o momento correto?
De forma prática, o produtor possui duas maneiras para acompanhar a evolução da maturidade de sua lavoura. Como um indicativo, o produtor pode fazer uma avaliação visual através da “linha do leite”, ou seja, acompanhar o avanço no grão da porção amarela (mais vítrea) sobre a branca (farinácea), que deve estar entre 1/2 e 2/3 no grão. Porém, não deve se limitar a esse fator.
É recomendado que faça a análise do percentual de matéria seca, com uso de amostra e secagem no micro-ondas para maior assertividade sobre o momento da colheita. (Consulte seu técnico ou um representante para saber o passo a passo deste método).
Altura do corte impacta no teor energético
Pouco falado, a altura do corte do milho é um detalhe que pode impactar no teor de energia da silagem. Isso ocorre pois com alturas mais elevadas obtém-se um alimento de melhor qualidade, já que há maior participação de grãos na matéria seca e menor teor de fibra.
O emprego da técnica de altura de corte mais elevada é justificável na utilização em dietas para animais em sistemas de alta performance produtiva, pois o custo por tonelada de MS é mais alto quando comparado ao corte mais baixo. Nesse caso do corte mais alto, há de se considerar que existe uma perda de alimento que seria reservado na silagem, por outro lado, deixa-se uma cobertura de palha e resíduos no solo, favorecendo a matéria orgânica e nutrientes.
Na safra 2020/2021, uma pesquisa no município de Três Corações (MG) tinha o objetivo de avaliar a qualidade e a produtividade da silagem em quatro híbridos e quatro alturas de corte (20, 40, 60 e 80 cm) em relação ao nível do solo. Os estudos concluíram que a tendência de aumento na eficiência alimentar (kg leite/t MS) ocorre à medida que aumentamos a altura de corte, porém quando analisaram a produtividade de kg de leite/ha percebeu-se que a altura de 40 cm foi a mais rentável.
Outro ensaio, conduzido no mesmo ano, porém, em São João da Boa Vista (SP), com três híbridos e três alturas de corte (30, 60 e 90 cm) em relação ao nível do solo, certificou-se que quando elevada a altura de corte, há o melhoramento do valor nutritivo da silagem. Contudo o corte na altura de 30 cm foi o mais rentável por produzir mais kg leite/ha.
Todos esses detalhes são importantes, pois o bom manejo agronômico de uma lavoura de milho visa buscar o melhor potencial do híbrido para a produção de grãos ou de silagem. Lembrando que todo híbrido para silagem precisa ter uma boa produtividade de grãos aliada a fibras de qualidade e o que determina esse resultado é a escolha da genética da semente e sua qualidade.
As referências bibliográficas estão com os autores. Contato: imprensa@flatonin.com.br.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran