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Como aproveitar o inverno para produzir pré-secado e silagem de trigo
Mixes de cultivares de trigo aproveitam a planta inteira na produção de alimento conservado com alto valor nutricional

Todo ano o mercado agropecuário coloca à disposição novas tecnologias para ampliar a produtividade, segurança e a eficiência nas propriedades. Na safra 2020 produtores rurais têm à disposição uma importante inovação tecnológica para produção de silagem e pré-secado com o aproveitamento da cultura do trigo. A novidade é um mixes de cultivares de trigo para silagem e pré-secado que tem em comum algumas particularidades: a ausência de aristas – por isso tem alta palatabilidade, elevada digestibilidade e qualidade nutricional – é fonte rica de proteína e de energia, além de fornecer fibra efetiva.
O mix faz parte do projeto de uma empresa de genética de trigos exclusivos para alimentação animal, criado com objetivo de atender a uma demanda comum entre os pecuaristas: a escassez de alimentação durante períodos de baixa oferta, perdas de produtividade ou seca. Segundo o gerente de nutrição animal da empresa, Tiago de Pauli, dentre as estações do ano, o verão é o período em que se faz o maior volume de alimento conservado, especialmente a silagem de milho, mas na maioria das vezes a sua produção não garante a alimentação no restante do ano e é especialmente no outono, onde ocorre a troca das pastagens de verão e entram as de inverno, que as preocupações aumentam porque essa troca se estende por até 3 meses e logo após com o frio intenso, a umidade e as geadas prejudicam o desenvolvimento das pastagens e a produção de alimentos conservados. “O trigo, além de manter o solo produzindo na entressafra das culturas principais, pode substituir parcial ou totalmente o milho na formulação de dietas balanceadas, com a vantagem de fornecer maior concentração de proteína e ainda aumentar o retorno financeiro”, explica.
A razão que motivou a pesquisa para desenvolver uma planta exclusiva para alimentação animal e diferente dos demais trigos de duplo propósito foi facilitar o consumo por parte dos animais. Através das técnicas de melhoramento genético, foram selecionadas linhagens sem aristas que dificultavam o consumo e até provocavam lesões no trato digestivo por serem resistentes e pontiagudas. Outro problema da arista é o seu alto teor de compostos fenólicos (lignina) que o ruminante não consegue digerir. “Ao se alimentar com as os mixes, o trato digestivo do animal não será ferido, como normalmente seria com um trigo comum”, ressalta Tiago.
Em relação às características agronômicas, Tiago explica que as cultivares possuem ciclo precoce (em torno de 90 a 100 dias para ensilar), podendo liberar a área mais cedo para a próxima cultura (milho, soja, feijão), pois o período de semeadura ideal é idêntico ao zoneamento dos trigos comuns. O pré-secado é produzido entre 65 e 75 dias e a silagem entre 90 a 100 dias pós emergência no período do inverno. Luiz comenta ainda que os materiais possuem um bom pacote fitossanitário e manejo fácil. “As cultivares possuem bons níveis de tolerância às principais doenças, ótima sanidade foliar e boa resistência ao acamamento”, complementa.
Alto valor nutritivo
O zootecnista e supervisor de nutrição animal da empresa, Ederson Luiz Henz, explica que os mixes de cultivares de trigo utilizam a planta inteira na produção de silagem e pré-secado, sendo indicados na alimentação de ovinos, gado de corte, confinados, novilhas, vacas em pré e pós-parto e vacas em lactação. “Quando avaliamos o valor nutricional ou qualidade para silagem, (se mantém) a produção e ainda incrementam em proteína e energia, com produção de 25 a 30 T/ha de MV (Massa Verde) de biomassa, engordando os animais em menos tempo. Também obtivemos índices satisfatórios para um bom funcionamento fisiológico do rúmen, bem como para síntese proteica de tecidos e produtos metabolizados, contribuindo em ótima fonte de energia (silagem) para os ruminantes, oriunda de carboidratos estruturais (celulose, hemicelulose e pectina) e não estruturais (os açúcares e polissacarídeos amiláceos) contidos na cultura”.
Vantagens
- Ausência de aristas
- Alta palatabilidade
- Excelente sanidade foliar
- Elevada produção
- Ameniza a sazonalidade da produção de alimento para os animais
- Tolerância às principais doenças
Benefícios
- Aumenta a qualidade nutricional da silagem
- Assegura rendimento de biomassa
- Corte mais rápido devido ao ciclo curto
- Equilibra a qualidade nutricional
- Manejo fitossanitário facilitado
Recomendações
Pré-secado
Excelente opção para vacas de alta produtividade e gado de corte, contribuindo como importantes fontes de proteína e energia, associado a alta digestibilidade, convertendo em leite e/ou carne.
O ponto de corte para pré-secado é no final do emborrachamento (60 a 70* dias após a semeadura) onde a planta encontra-se no “ponto de equilíbrio” entre produção de matéria seca e qualidade nutricional. * Os dias podem variar dependendo do ano e da região.
Silagem
Excelente opção de forrageira para gado de corte, novilhas e vacas em pré-parto, podendo ser substituído em até 100% do volumoso da dieta. Para vacas de alta produção substitui até 60% do volumoso da dieta.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de 2020 ou online.

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Mato Grosso registra maior exportação de carne bovina de sua história
Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas em novembro. No acumulado de janeiro a novembro, o estado atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mato Grosso encerrou novembro com o maior volume de exportação de carne bovina já registrado pelo estado. Foram 112,8 mil toneladas enviadas ao mercado internacional apenas no mês, um recorde histórico. No acumulado de janeiro a novembro, o estado também superou todas as marcas anteriores e atingiu 867,7 mil toneladas embarcadas, crescimento de 23,8% em relação ao mesmo período do ano passado, que já havia sido o melhor desempenho até então.
Em novembro deste ano, o estado ultrapassou a carne bovina exportada durante 2024, quando foram vendidas 759,3 mil toneladas da proteína bovina. Esse avanço reforça a posição de Mato Grosso como o maior exportador brasileiro de carne bovina e um dos principais fornecedores globais.

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“Esses números mostram, mais uma vez, a força da pecuária mato-grossense no cenário internacional. Não se trata apenas de volume: estamos exportando uma carne cada vez mais competitiva, sustentável e alinhada às exigências dos principais mercados do mundo. O desempenho histórico de novembro comprova que o setor está preparado para crescer com responsabilidade, ampliando acesso a novos destinos e fortalecendo a confiança global na carne produzida em Mato Grosso”, afirma o diretor de Projetos do Instituto Mato-grossense da Carne (Imac), Bruno de Jesus Andrade.
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), o resultado foi impulsionado principalmente pelo aumento expressivo dos embarques para a China, que segue como principal destino e responde por 54,8% de toda a carne bovina exportada pelo estado em 2025. O país asiático mantém forte demanda por proteína de alta qualidade, o que favorece a competitividade de Mato Grosso.
Além da China, mercados como Rússia e Chile ampliaram suas compras ao longo do ano. O movimento reflete, em parte, o ganho de competitividade da carne mato-grossense, beneficiada pela eficiência produtiva, rastreabilidade crescente e fortalecimento das práticas socioambientais.

“Quando vemos China, Rússia, Chile e outros mercados ampliando suas compras, isso significa que a carne mato-grossense está ganhando competitividade pela qualidade, pela previsibilidade e pela sustentabilidade do sistema produtivo. É um momento que consolida o estado como protagonista global e abre espaço para avançarmos ainda mais em valorização e diferenciação da nossa proteína”, destaca Bruno Andrade.
Além de impulsionar o setor produtivo, o desempenho histórico reforça a importância econômica da pecuária para Mato Grosso. Em 2025, o estado movimentou mais de US$ 3 bilhões com exportações de carnes, contribuindo para o superávit da balança comercial brasileira e para a geração de renda em toda a cadeia — da pecuária de corte à indústria frigorífica.
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Exportações de carne bovina mantêm ritmo acelerado em 2025
Volume e receita avançam mais de 30% com destaque para China, Estados Unidos e União Europeia, consolidando ano de crescimento histórico para o setor.

As exportações brasileiras de carne bovina registraram novo avanço em novembro, mantendo o ritmo acelerado observado ao longo de 2025. No mês, o Brasil embarcou 356 mil toneladas, crescimento de 36,5% em relação às 261 mil toneladas exportadas em novembro de 2024, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec). Em receita, houve aumento de 51,9%, passando de US$ 1,23 bilhão para US$ 1,87 bilhão. O volume mensal é um dos maiores já contabilizados, com 318 mil toneladas de carne in natura.
A China permaneceu como o principal destino no mês, com 178,8 mil toneladas e US$ 974,6 milhões, mantendo participação superior à metade da receita exportada. Em seguida, destacaram-se a União Europeia, com 15,5 mil toneladas (US$ 131,2 milhões), e a Rússia, que registrou 20,3 mil toneladas e US$ 86,6 milhões. O Chile importou 14,8 mil toneladas (US$ 85,8 milhões), enquanto os Estados Unidos somaram 12,6 mil toneladas (US$ 84,3 milhões), mesmo após as flutuações decorrentes do ambiente tarifário no terceiro trimestre. Também apresentaram resultados relevantes os mercados do México, Filipinas, Indonésia, Emirados Árabes Unidos e Egito.
No acumulado de janeiro a novembro de 2025, o Brasil exportou 3,15 milhões de toneladas de carne bovina, crescimento de 18,3% em relação ao mesmo intervalo de 2024 (2,66 milhões t). A receita alcançou US$ 16,18 bilhões, alta de 37,5% na comparação anual. O desempenho parcial já supera o total exportado em todo o ano de 2024 (2,89 milhões t; US$ 12,8 bilhões), consolidando 2025 como um dos anos de maior expansão na série.
A China também lidera o acumulado do ano, com 1,52 milhão de toneladas e US$ 8,08 bilhões, representando 48,3% do volume e 49,9% do total faturado. Os Estados Unidos aparecem na segunda posição, com 244,5 mil toneladas e US$ 1,46 bilhão, seguidos pela União Europeia, Chile, México, Rússia, Egito, Hong Kong, Filipinas e Arábia Saudita. Diversos mercados ampliaram de forma expressiva suas compras em relação a 2024, com destaque para Indonésia (+579%), Palestina (+66%), Canadá (+96%), Filipinas (+35%), Egito (+56%), México (+105%), China (+43%), Rússia (+306%), Chile (+38%) e União Europeia (+52%).
O desempenho dos embarques para os Estados Unidos ao longo do ano também se manteve positivo, mesmo com oscilações mensais. Entre janeiro e novembro, as exportações para o mercado norte-americano somaram 244,5 mil toneladas, aumento de 109% sobre o mesmo período de 2024 (117 mil t). A receita alcançou US$ 1,464 bilhão, alta de 53,3%. Com isso, o resultado acumulado já se aproxima do total exportado em todo o ano passado (247 mil t; US$ 1,47 bilhão), consolidando a relevância do mercado, mesmo diante de ajustes tarifários transitórios.
De acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), os resultados de novembro demonstram a resiliência do setor frente às variações cambiais, oscilações na oferta global e alterações regulatórias observadas em alguns mercados ao longo do ano. A entidade aponta que o crescimento sustentado decorre de fatores estruturais, como produtividade, condições sanitárias reconhecidas internacionalmente, capacidade de atendimento contínuo e diversificação dos destinos.
A Abiec reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo Brasil e atua na defesa, promoção e ampliação do acesso do produto brasileiro aos mercados internacionais.
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Oscar da Pecuária 2025 premia destaques que impulsionam a evolução da raça Nelore no Brasil
Evento da ACNB homenageia empresas, criadores e personalidades que marcaram o ano com inovação, protagonismo e contribuição decisiva para o fortalecimento da pecuária nacional.

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) entregou o “Oscar da Pecuária”, durante a Nelore Fest 2025, realizada no dia 6 de dezembro, em São Paulo. Foram homenageadas empresas parceiras, criadores, profissionais e personalidades que se destacaram ao longo do ano por sua contribuição ao contínuo fortalecimento da raça Nelore.
“A proposta do Oscar da Pecuária é reconhecer pessoas, empresas e iniciativas que, ao longo do ano, elevaram o padrão do Nelore no Brasil. São contribuições marcadas pelo protagonismo. Cada homenageado representa um pilar do avanço concreto da raça Nelore e da pecuária brasileira”, afirma Victor Paula Silva Miranda, presidente da ACNB.
A Matsuda Sementes e Nutrição Animal recebeu o prêmio de “Excelência no Agronegócio”, enquanto o Banco Bradesco foi reconhecido com o prêmio “Compromisso com o Agronegócio”, em reconhecimento à sua atuação no apoio aos produtores e aos investimentos do setor. Na comunicação, o programa Giro do Boi, do Canal Rural, foi homenageado com o prêmio de “Promotor da Raça”, e Paulo Henrique Arantes Horto – presidente da Programa Leilões – recebeu o prêmio de “Incentivador da Raça”.
A cerimônia também destacou o protagonismo feminino na pecuária, com o prêmio “Mulher de Destaque na raça Nelore”, concedido a Eny de Miranda Heringer, Elizete Assad Garetti e Arlinda Cristina Oliveira Cruvinel Borges.
Foram homenageados, ainda, criadores de excelência que fazem parte da história do Nelore e contribuem para a expansão da pecuária no Brasil, com a entrega do prêmio “Contribuição para a Evolução da Raça”. São eles José Luiz Niemeyer dos Santos, Alberto Laborne Valle Mendes, Carlos Viacava e Jonas Barcellos Corrêa Filho.
“Essa premiação simboliza o compromisso permanente da ACNB com a valorização de quem impulsiona a pecuária nacional. A Nelore Fest vai além da celebração de resultados. É um momento de reconhecer trajetórias, parcerias e entregas consistentes que contam, de forma coletiva, a evolução do Nelore no país. Ao homenagear diferentes elos da cadeia produtiva, reforçamos a importância da união e do trabalho contínuo em favor de uma pecuária cada vez mais forte, eficiente e sustentável”, conclui Victor Miranda.



