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Como a IATF pode ajudar o produtor a fazer “Pecuária de Precisão”
Uma das tecnologias que mais pode ajudar o pecuarista a ter uma pecuária de precisão é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo, a famosa IATF.

Já faz algum tempo que ouvimos e/ou lemos sobre o termo “Agricultura de Precisão”. Você pode achar estranho um artigo de pecuária começar falando sobre agricultura. Mas esta é nossa inspiração! Hoje em dia, a maioria dos agricultores sabe precisamente todos os processos mais importantes da sua atividade e da cultura com que trabalha. Ele sabe qual cultura se desenvolve melhor na sua região, o melhor período do ano para plantar e colher, calcula o quanto precisa colher para não ter prejuízo. Ou seja, o agricultor faz a gestão do seu negócio e a pecuária está indo para o mesmo caminho, pois os pecuaristas já possuem tecnologia para obter todas essas informações.
Uma das tecnologias que mais pode ajudar o pecuarista a ter uma pecuária de precisão é a Inseminação Artificial em Tempo Fixo, a famosa IATF. Com o correto uso da técnica podemos responder a três perguntas essenciais, principalmente para os pecuaristas que trabalham com a atividade de cria. São elas:
O QUE VOCÊ QUER PRODUZIR?
Este é o ponto de partida. O produtor precisa saber o que quer produzir. Várias raças de touros podem ser encontradas nas diversas centrais de inseminação artificial. Mas, antes de definir a raça é preciso ter em mente qual a melhor e mais adaptada, que potencialmente trará mais lucro. É necessário realizar uma análise de mercado. Feito isso, o pecuarista terá uma gama enorme de touros que podem atender suas necessidades. Por exemplo, o produtor que trabalha somente com Nelore pode escolher touros P.O. ou CEIP bem avaliados e melhoradores com as características mais adequadas ao seu rebanho.
Já os pecuaristas que trabalham com cruzamento industrial contam com diversos touros com ótimas avaliações e desempenho e de diversas raças, como Angus, Hereford, Charolês, Simental, entre outras que estão disponíveis em nosso mercado. Aqueles criadores que decidem reter as fêmeas oriundas do cruzamento industrial, geralmente a F1 Angus x Nelore, podem utilizar raças sintéticas como Brangus e Braford, gerando o bezerro tricross, que mantém um bom grau de sangue zebuíno (mais adaptado ao nosso clima), sem perder o potencial produtivo.
Nada impede também de o pecuarista utilizar duas ou mais raças em sua propriedade. É muito comum hoje em dia, nos primeiros lotes da IATF, a utilização de touros Nelore, principalmente para a produção de novilhas e posterior reposição das matrizes. Nos lotes de vacas que parem mais tarde e lotes de ressincronização, há a utilização de touros Angus para cruzamento industrial.
QUANDO VOCÊ QUER PRODUZIR?
Assim como na agricultura, temos que saber a melhor época de produzir nossos bezerros. Dados da ANCP (Associação Nacional dos Criadores e Pesquisadores) mostram que bezerros nascidos nos meses de agosto, setembro e outubro desmamam mais pesados. São os chamados ‘bezerros do cedo’. Sabendo disso, com o uso da IATF podemos programar o período ideal do início da estação de monta e inseminações. Um fator que não podemos esquecer é que este período de estação de monta pode variar conforme a região, principalmente devido à disponibilidade de forragem e das chuvas. O ideal é que a maioria das fêmeas do rebanho comece a parir antes do início da estação de monta para que uma boa parte delas já seja inseminada no início desse período.
Além do bezerro e da estação do ano, quando falamos em época para produzir temos que dar atenção especial às vacas paridas (multíparas e primíparas). Segundo dados do Prof. Roberto Sartori, da ESALQ/USP, somente 20-25% das multíparas e 15-18% das primíparas estão ciclando com 60 dias após o parto. Isso mostra que uma pecuária que busca um bezerro por ano, desmamado no melhor período e da raça mais apropriada, necessita da IATF, pois somente com essa técnica vacas que estão em anestro podem ser inseminadas no momento predeterminado.
QUANTO VOCÊ QUER PRODUZIR?
Este é o último ponto fundamental. Não adianta produzir o bezerro mais pesado, na idade certa, no melhor momento do ano se sua taxa de desmama é baixa. Atente-se bastante a este índice, pois ele é um bom indicador se seu sistema de produção está dando lucro. Fazendas que apresentam taxa de desmama abaixo de 65% têm grandes chances de estarem no prejuízo, ou seja, a margem bruta por bezerro é negativa. No entanto, fazendas que apresentam taxa de desmama acima de 67,5% geralmente já conseguem uma margem bruta por bezerro positiva e, conforme esta taxa aumenta, maior é a probabilidade de aumentar o lucro por bezerro desmamado. Fazendas com excelência na produção (80% ou mais na taxa de desmama) podem atingir lucro/hectare/ano semelhante ou maior do que atividades agrícolas. Deste modo, procure sempre alta taxa de concepção nos protocolos de IATF e elevada taxa de prenhez final na estação de monta, pois isto dará grandes chances de desmamar mais bezerros.
Estes são os pontos iniciais importantes que devemos sempre pensar para uma pecuária de maior precisão e lucrativa. A IATF pode trazer grandes benefícios à nossa pecuária. E não se esqueça, procure sempre um técnico capacitado para ajudá-lo na tomada das melhores decisões.
A GlobalGen vet science é uma joint venture especializada em reprodução animal, fruto da parceria entre a holding americana de pesquisas ReproGen Animal Health e a empresa brasileira UCBVET Saúde Animal. Traz em sua origem com a ReproGen a experiência no manejo reprodutivo e a competência dos pesquisadores Dr. Milo Wiltbank, PhD e Dr. J. Richard Pursley, PhD, reconhecidos mundialmente pela criação do protocolo OvSynch, que possibilitou o uso da Inseminação Artificial por tempo fixo (IATF) com reconhecimento em escala global.
O know-how técnico foi reforçado pela aliança estratégica com a UCBVET, uma das mais tradicionais e inovadoras indústrias veterinárias do país, tendo em sua estrutura modernos laboratórios e equipamentos com o mais alto nível tecnológico para a produção de medicamentos. Assim nasceu a GlobalGen vet science, uma empresa formada por criadores e técnicos, para técnicos e criadores.

Empresas Discussões sanitárias
American Nutrients reforça a cadeia exportadora da carne suína ao aderir ao programa livre de ractopamina
A empresa oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade

A ractopamina, um agonista β-adrenérgico amplamente utilizado para melhorar ganho de peso e eficiência alimentar em suínos, permanece no centro das discussões sanitárias internacionais. Embora seu uso seja regulamentado no Brasil, diversos mercados estratégicos — como União Europeia, China e Rússia — possuem tolerância zero para resíduos desta substância em produtos de origem suína.
O ponto crítico está na cadeia de alimentação: a inclusão de ractopamina na ração de suínos pode resultar na sua detecção na carne, mesmo quando utilizada dentro das doses permitidas. Essa presença residual é suficiente para inviabilizar exportações e comprometer toda a cadeia produtiva voltada a mercados que adotam exigências mais restritivas.
Com o objetivo de assegurar conformidade sanitária, rastreabilidade e segurança na exportação, o Ministério da Agricultura e Pecuária instituiu o Programa de Produção Livre de Ractopamina. A certificação reconhece empresas que mantêm protocolos rigorosos de controle para garantir ausência parcial ou total da molécula em qualquer etapa da produção de rações para suínos.
A American Nutrients oficializou sua adesão total ao programa como parte de uma estratégia de competitividade e alinhamento às demandas globais. Ao assegurar que suas soluções nutricionais estão completamente isentas de ractopamina, a empresa fortalece a confiança de frigoríficos, integradoras e produtores que dependem de dietas certificadas para acessar mercados premium.
Esta iniciativa reforça o compromisso da American Nutrients com a qualidade, a transparência e a sustentabilidade da cadeia suinícola. Em um cenário de crescente rigor sanitário internacional, a nutrição animal livre de ractopamina é um elemento-chave para manter e expandir a participação brasileira nos mercados mais exigentes do mundo.
Empresas
Inteligência Artificial conta 140 mil ovos por dia com 99,9% de precisão e transforma avicultura
Entre outros indicadores, tecnologia da ALLTIS monitora temperatura, água e volume de grãos nos silos, reduz perdas e aumenta produtividade da Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP)

A Granja São Marcos, de Mogi-Guaçu (SP), alcança um novo patamar de produtividade após a implementação do sistema de inteligência artificial da empresa de tecnologia ALLTIS. Com produção diária de 140 mil ovos, o equivalente a 4,7 milhões por mês, a granja – dona da marca Naturegg – estima ganhos operacionais de até 90% após a integração de um pacote de sensores controlado por IA, que permite controle sanitário, monitoramento ambiental e gestão de recursos com mais segurança, precisão e eficiência. A ALLTIS resolve problemas crônicos da avicultura, transformando as granjas em propriedades 4.0 e contribuindo para o aumento da produtividade e a redução de custos. Recentemente, a ALLTIS firmou sociedade com a MCassab Nutrição e Saúde Animal, empresa do Grupo MCassab, especialista em nutrição e saúde animal há mais de meio século.
Fundada em 1983 pela família Teixeira, a São Marcos deixou de ser fornecedora de frangos vivos para ser uma produtora de ovos orgânicos e caipiras livres de antibióticos, comercializados sob a marca Naturegg. Hoje, tem 170 mil aves em postura e distribuição para seis estados brasileiros – São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná.
A necessidade de incluir a tecnologia e digitalizar os processos em uma atividade historicamente tradicional, decorre do volume de informações exigidas tanto para gestão do negócio quanto pelos órgãos certificadores. Diariamente, a equipe da São Marcos passou a registrar pela IA, entre outros, dados de temperatura, umidade, consumo de água e ração, taxas de mortalidade e indicadores de bem-estar animal.
“Nosso maior desafio sempre foi transformar informação em decisão. Com a operação que temos hoje, isso já não era possível de forma tradicional. A tecnologia traz agilidade, segurança e capacidade de gerir de maneira eficiente e de antecipar problemas. Agora, conseguimos agir antes que o impacto aconteça”, afirma Matheus Teixeira, diretor comercial da Naturegg.
A parceria com a ALLTIS foi importante para os planos da São Marcos. A granja utiliza quatro frentes tecnológicas da startup: monitoramento ambiental (Sense), controle do consumo de água (Aqua), gestão automática dos silos (Domo) e contagem de ovos por inteligência artificial (EggTag) com precisão de 99,9%. “Cito um exemplo: antes de ter o monitoramento das informações por IA, nossos funcionários precisavam subir em 21 silos para verificar o estoque de ração, enfrentando risco de acidentes e imprecisão nos cálculos. Agora, todo o controle é feito pelo celular, com previsões de consumo e alertas programados”, explica Tailisom Silva, gerente da granja.
“Ter dados confiáveis em tempo real é essencial para obter resultados melhores e maior precisão na gestão. O mercado exige rastreabilidade e sustentabilidade, e a tomada de decisão precisa ser rápida e embasada. Nosso papel é transformar dados em informações úteis para o dia a dia e entregar tecnologias que se adaptam às necessidades e realidade do produtor”, afirma André Aquino, sócio e COO da ALLTIS.
“O exemplo da São Marcos mostra o quanto a tecnologia é importante para potencializar a produtividade das granjas de postura. Mas não apenas isso. É essencial monitorar todas as áreas do negócio e, assim, reduzir os gargalos, que são vários. A tecnologia da ALLTIS está disponível para contribuir para vencer esse desafio”, ressalta Mauricio Graziani, diretor executivo da MCassab Nutrição e Saúde Animal, acionista da ALLTIS.
Outros avanços devem vir nos próximos meses, como a automatização da contagem de ovos com identificação por tamanho e coloração. A expectativa é reduzir ainda mais o índice de erros humanos e dispor de dados detalhados para ajustar o manejo à tecnologia e otimizar o rendimento da produção de ovos.
Para Matheus, a digitalização dos processos é um caminho indiscutível. “O maior erro é achar que a tecnologia é algo distante ou complicado. É o contrário. Ela simplifica, reduz perdas e dá clareza para agir. Quem não se permitir evoluir vai ficar para trás”, ressalta o diretor comercial da Naturegg.
Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
