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Comissão encaminhará ações para efetivação da rota do milho

Em reunião, lideranças empresariais e políticas avaliaram atuais necessidades para manter a competitividade do Oeste no mercado interno e externo

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Analisar a situação atual da rota do milho e do processo de internacionalização do aeroporto Serafim Enoss Bertaso, de Chapecó, e quais os desafios e esforços precisam ser feitos em prol de melhorias para o fortalecimento do grande Oeste catarinense. Esse foi o objetivo de reunião promovida nesta sexta-feira (07) pelo Fórum de Competitividade e Desenvolvimento para a Região Oeste de SC no SENAI Chapecó, reunindo lideranças da governança do Movimento de Integração e Complementaridade Produtiva de Santa Catarina, Misiones, Itapua e Alto Paraná.

Participaram a vice-governadora Daniela Reinehr, o secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Ricardo de Gouvêa, a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC), Maria Teresa Bustamante, o gerente regional do Sebrae/SC, Enio Alberto Parmeggiani, e demais lideranças políticas e empresariais de SC, Argentina e Paraguai.

A vice-governadora salientou que o Fórum tem sido um espaço aberto para a integração e trabalho em conjunto. “Dentre os temas, a rota do milho tem sido recorrente. Enquanto governo, temos empreendido todos os esforços possíveis para agilizar o pleno funcionamento dessa importante rota para o agronegócio catarinense. O outro tema diz respeito ao aeroporto de Chapecó. Aqueles que me conhecem sabem do meu empenho pessoal em assegurar todos os recursos para que o aeroporto opere de forma plena. Estou ciente da importância das ações defendidas pelo Fórum. O Governo do Estado apoia todas as iniciativas que buscam ampliar a competitividade dos setores produtivos. E como filha do Oeste, sempre estarei a postos para trabalhar pelas demandas dessa grande região”.

Ricardo de Gouvêa destacou que a rota do milho é fundamental para a agroindústria e para manter a competitividade do Estado tanto no mercado nacional como no internacional. “O maior setor exportador de SC depende do milho e uma alternativa para reduzir os custos da agroindústria é trazer o grão do Paraguai, mas encurtando as atuais distâncias que são percorridas. Da mesma maneira, a ampliação do aeroporto é importante para o turismo e para trazer mais tecnologia e inovações”.

Porém, Gouvêa frisou a necessidade de observar e garantir esforços para manter o status sanitário de Santa Catarina, livre de febre aftosa sem vacinação. “O governo está empenhado e contribuindo no que é necessário para a internacionalização e processo de concessão do aeroporto para a iniciativa privada e está disposto a contribuir no que for necessário para a rota do milho. Mas precisamos também pensar na questão da sanidade animal para manter o status diferenciado do Estado”.

A presidente da Câmara de Comércio Exterior da FIESC apresentou um histórico das ações realizadas até agora para a efetivação da rota do milho e um fluxograma de importação do grão. “O Estado importa um volume extraordinário de milho, o que mostra a importância dessa rota. A parte aduaneira não é o principal desafio, mas sim a intervenção do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento”. Os produtos importados pelo Brasil devem seguir os padrões oficiais determinados por legislações específicas, que estão classificados a partir de exigências de mercado ou por determinação do Ministério da Agricultura. “A FIESC está à disposição e aberta para dar suporte técnico e para contribuir no trabalho político que for necessário para dar andamento e atender as necessidades da região”, frisou Maria Teresa.

A FIESC apresentou em abril, em Chapecó, estudo expedito contratado pela entidade evidenciando os investimentos para melhorias no Aeroporto Serafim Enoss Bertaso. Está em construção uma Agenda do Oeste que será divulgada oportunamente. Também encaminhou ofício à ANAC, em maio, reivindicando fiscalização de preço da passagem e atração de novas linhas substitutivas à Avianca no trecho entre Florianópolis e Chapecó.

Encaminhamentos

O presidente do Fórum de Competitividade e Desenvolvimento, Vincenzo Mastrogiacomo, destacou que a reunião foi importante para encaminhar ações necessárias para a viabilização da rota do milho e para dar andamento às discussões para a internacionalização do aeroporto. “O Oeste é um grande celeiro de proteína animal, mas precisa se manter competitivo e isso passa pela alimentação dos animais, frangos e suínos, e o principal produto destinado para isso é o milho. O Estado não produz quantidade suficiente do grão, por isso precisa importar. Atualmente, o milho importado do Paraguai chega a SC por Foz do Iguaçu, no Paraná. Com a vinda pela Argentina, passando pela aduana de Dionísio Cerqueira, conforme propõe a rota do milho, o trajeto seria reduzido, diminuindo o valor do frete e trazendo maior competitividade para a nossa indústria”.

Santa Catarina produz 3 milhões de toneladas de milho por ano, mas o consumo é de 6 milhões de toneladas. O Estado é o 8º produtor, porém o 2º maior consumidor de milho do Brasil. A agroindústria de SC traz cerca de 3,5 milhões de toneladas ao ano de milho.

Quanto ao aeroporto, Mastrogiacomo destacou que é necessária sua internacionalização, tanto para ter contato com países do Mercosul quanto da Europa. “Para nós é evidente a necessidade de internacionalização para passageiros e para cargas, o que beneficiará não apenas a agroindústria, mas vários outros setores que também exportam, como o moveleiro e eletrometalmecânica. Essa visão, inclusive, integra um dos eixos do Programa LIDER, que pensa, discute e propõe ações para o desenvolvimento da região”.

Uma comissão foi formada com o presidente do Fórum, o secretário de Agricultura e demais lideranças de entidades envolvidas no processo para estabelecer um plano de trabalho. A primeira reunião está agendada para a próxima terça-feira (11), na Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC).

Rota do milho

As discussões em torno da Rota do Milho surgiram em 2016, no Núcleo Estadual de Integração da Faixa de Fronteira de Santa Catarina, iniciativa do Governo catarinense, do Sebrae/SC e das entidades ligadas ao agronegócio, com participação do Fórum de Competitividade e Desenvolvimento. Também participam o Bloco dos Prefeitos do Mercosul (Bripam), Associações dos Municípios do Oeste de Santa Catarina, Facisc, FIESC, ACAV, Fecoagro, Assembleia Legislativa, Agências de Desenvolvimento Regional, entre outros parceiros.

O projeto consiste em buscar no Paraguai o milho para abastecer a imensa cadeia produtiva da avicultura e da suinocultura industrial catarinense. Com a implantação da conexão transfronteiriça, o produto seguirá o seguinte roteiro: será adquirido nos Departamentos de Itapua e Alto Paraná (Paraguai), passará pelo porto paraguaio de Carlos Antonio Lopez, atravessará o rio Paraná em balsas, entrará em território argentino pelo porto de Sete de Agosto e seguirá até a divisa com o Brasil, sendo internalizado pelo porto seco de Dionísio Cerqueira.

O Fórum de Competitividade e Desenvolvimento foi criado em 2013 para integrar entidades em prol do desenvolvimento regional. Trata-se de um órgão técnico de articulação, orientação e integração regional na definição de diretrizes voltadas à competitividade e ao desenvolvimento do Oeste.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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