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Começa nesta quarta o maior encontro da pecuária brasileira, em São Paulo

Evento fecha o circuito InterCorte, que percorreu durante o ano os principais polos de produção de carne bovina no país, e reúne diversas iniciativas em prol da pecuária

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De 15 a 17 de novembro, o centro financeiro do país se torna a capital da pecuária nacional, com a realização do mais consistente evento da cadeia produtiva da carne bovina, que encerrará o calendário do ano do setor. Com dois auditórios e um espaço para degustação de carne e eventos gastronômicos, a InterCorte São Paulo reúne no WTC Events Center uma série de iniciativas de diversos grupos que fazem a pecuária do dia a dia e pensam no futuro da atividade. Serão oferecidas mais de 35 horas de conteúdo com uma programação diversificada que envolve todos os elos da cadeia produtiva da carne.

O evento marca o encerramento da edição de 2017 da InterCorte, circuito que percorreu os estados de Mato Grosso, Rondônia, Mato Grosso do Sul e Tocantins com as conclusões a partir do tema principal “Entender para Atender” e a realização de um painel internacional e um brasileiro para discutir os rumos da atividade.

Caminhos da Genética

Uma das novidades dessa edição do evento é o painel “Caminhos da Genética”, um desdobramento do projeto “Caminho do Boi”, iniciativa criada para que os visitantes simulem o trajeto realizado pelo animal de corte, desde a fazenda até o varejo. O Caminho do Boi já foi montado em eventos, como a Feicorte, Agrishow e InterCorte, e conta com diversas estações que mostram cada etapa do processo de produção de uma carne de qualidade, como genética, sustentabilidade, sistemas produtivos, bem-estar animal, infraestrutura e manejo, pesquisa, inovação e conhecimento, gestão, sanidade, indústria, associativismo, mercado e carne. Para que cada desses aspectos seja aprofundado e discutido, cada edição da InterCorte São Paulo terá um dia dedicado a uma estação do Caminho do Boi, começando pela genética.

No dia 15/11, mais de 30 debatedores discutirão os diversos aspectos que influenciam a genética bovina como estratégia para a pecuária. Durante todo o dia, seis palestrantes e 26 debatedores discutirão os diversos aspectos da genética em seis blocos: “Animais na Pista: Beleza Racial ou Beleza Funcional?”, “Aplicações Práticas do Melhoramento Genético: Índices, critérios de seleção, acasalamentos, cruzamentos, compra de touros e sêmen”, “O impacto no uso de animais melhoradores selecionados em Testes de desempenho e Eficiência Alimentar”, “Um passo a mais na tecnologia – O uso da Genômica no campo”, “Produtividade, Lucratividade e Sustentabilidade na utilização de animais melhorados” e “Reprodução, Fertilidade e Precocidade Sexual”.

Congresso APPS

O congresso “Caminhos para a Pecuária Sustentável”, promovido pela Associação dos Profissionais da Pecuária Sustentável (APPS), será realizado na tarde do primeiro dia da InterCorte. A primeira palestra “Boas práticas de manejo de bovinos de corte: implicações no bem-estar da fazenda” será ministrada por Ricardo Baldo (Somma + Consultoria), seguida pela apresentação “Nutrição de bovinos de corte” por João Menezes (CATI/SAA), “Pastagem para a produção pecuária sustentável” por Antony Sewel (Boviplan), “Melhoramento Genético e reprodução de bovinos para uma pecuária sustentável” por Rodrigo Mendonça (Exagro) e “Sanidade na produção pecuária sustentável” por Mario Garcia (Exagro). O mediador do debate final será Alcides Torres, da Scot Consultoria.

10 anos de GTPS

O segundo dia da InterCorte São Paulo será palco do evento em comemoração aos 10 anos do GTPS – Grupo de Trabalho da Pecuária Sustentável. A abertura do evento tratará da importância da articulação das cadeias de valor para o desenvolvimento sustentável, seguida por três painéis: “Desafios da pecuária brasileira e desenvolvimento sustentável”, “Engajamento da cadeia de valor e Desenvolvimento da Pecuária”, “O papel das Mesas Redondas para a evolução contínua das cadeias de valor”. Na conclusão do evento será lançada uma nova plataforma de sustentabilidade.

As redes sociais na pecuária

O painel, que será realizado na manhã do primeiro dia do evento, reunirá alguns líderes de grupos criados para debater e trocar informações de relevância sobre o desenvolvimento da pecuária nacional nas redes sociais. Participam do painel Wagner Pires – Grupo de Pastagem Sustentável, Oswaldo Furlan Junior – GPB (Grupo Pecuária Brasil), Daniel Pagotto – Tratto Consultoria, Luís Felipe Moura Pinto – Pasto On Line, Rodrigo Albuquerque – Beef Radar e Erika Bannwart GPB Rosa e NFA – Núcleo Feminino do Agronegócio.

Ainda no contexto dos grupos de discussão sobre a pecuária, o presidente da Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON), Alberto Pessina ministra na manhã da quinta-feira uma palestra com o tema “Reflexões sobre a Pecuária Brasileira”, que antecede o encontro dos grupos Beef Radar e GPB.

Workshop BeefPoint

A InterCorte também recebe, em seu segundo dia, o Workshop BeefPoint Gestão na Pecuária de Corte, que será realizado no auditório Caminhos do Boi, com renda revertida ao Hospital de Câncer de Barretos. O Workshop reunirá toda a cadeia para debater e promover a troca de informações visando aumentar a rentabilidade nas fazendas, por meio de estudos de casos de sucesso que auxiliem na melhora das métricas nas propriedades. As inscrições podem ser feitas pelo site do evento.

Encerramento InterCorte e Painel Internacional

Desde a sua criação em 2012, a InterCorte já contou com a participação de mais de 27 mil pessoas, a maior parte pecuaristas, em eventos que percorrem algumas das principais regiões pecuárias do País para levar informação, conhecimento e tecnologia. Em 2017, o evento passou por Cuiabá (MT) em março, Ji-Paraná (RO) e Campo Grande (MS) em julho, Araguaína (TO) em outubro e encerra em São Paulo (SP).

Para finalizar o Circuito 2017, o evento na capital paulista conta com um painel dedicado ao encerramento, com uma síntese dos pontos de desafios apresentados nas etapas da InterCorte deste ano e o que é esperado para 2018. Com o nome “Painel Brasil InterCorte – Os caminhos da Pecuária para 2018”, o evento terá a participação do pesquisador Thiago Carvalho, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada – CEPEA-Esalq/USP, do médico veterinário e proprietário da empresa Firmasa de Tecnologia para Pecuária, Luciano Penteado da Silva, do CEO da Fazen, Vasco Oliveira Neto, do presidente da Estância Bahia Leilões, Mauricio Tonhá e do Diretor-Executivo ACRIMAT, Luciano Vacari.

A InterCorte São Paulo também contará com um painel internacional dedicado à análise do mercado global, que apresentará um panorama dos desafios e das oportunidades do mercado mundial de carnes, na tarde do último dia do evento. As apresentações mostrarão os entraves e soluções para a melhoria da competitividade do comércio mundial de carne bovina, além do cenário mundial do consumo de carne nos próximos anos, mercado para os maiores exportadores e desafios comerciais.

O painel será aberto com a palestra “Desafios no comércio global de carne bovina”, que será ministrada por Alberto Bicca, representante da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX). O analista do Rabobank Brasil, Adolfo Fontes fará uma apresentação sobre o consumo mundial de proteína animal, seguida de um debate, moderado pelo consultor Internacional de Governos e Empresas, Francisco Vila, com o tema “Como organizar os mercados para atendimento do comércio mundial de carne bovina?”. Participam do debate Márcio Caparroz, representando a Internacional Beef Alliance (IAB), Bruno de Jesus Andrade, representando a Associação Nacional dos Confinadores (ASSOCON), Dennis Laycraft, em nome da Canadian Cattlemen’s Association – CCA, Francisco Manzi, pela ACRIMAT, Helder Höfing, representando a Sociedade Rural Brasileira e Cristian Lohbauer, doutor em Ciência Política pela USP.

Programação técnica

Além dos painéis, o evento terá palestras técnicas que serão realizadas durante os três dias da InterCorte. “Descrição e resultados de um sistema intensivo de cruzamento” será ministrada por Leonardo Souza, da Qualitas Melhoramento Genético, no dia 15/11 no Espaço #SOMOSDACARNE.

No auditório Integrar para Crescer, o professor da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Uberlândia, Leandro Martins Barbero apresentará o terma “Adubação foliar de pastagens como estratégia de intensificação”, oferecida pela OROAGRI, no dia 16/11.

Ainda no dia 16, o consultor em agronegócios, Ivan Wedeckin, falará sobre os desafios e perspectivas da economia da pecuária de corte, e aproveitará a oportunidade para promover o lançamento seu livro “Economia da Pecuária de Corte – Fundamentos e o ciclo de preços”. “Drones – saiba como melhorar a produtividade na pecuária” será o tema da palestra do Fabrício Hertz, da Horus, seguida pelo consultor Daniel Biluca, com o tema “Os dois lados da genômica aplicados em uma só fazenda”, no Espaço #SOMOSDACARNE.

Na manhã do dia 17/11, o advogado tributarista Dr. Marcos Melo ministrará a palestra “A contribuição para a Seguridade Social Funrural e a posição da pecuária brasileira”, no auditório Integrar para Crescer. No mesmo dia, Paulo Cesar Dancieri, da COIMMA, ministrará o tema “A transformação digital e a pecuária de precisão”, no espaço #SOMOSDACARNE.

Espaço Degustação

Para que os participantes possam apreciar o resultado de todo o trabalho desenvolvido pela cadeia para uma carne de qualidade, a InterCorte terá o Espaço Degustação #SomosdaCarne, com degustações de carnes e a Beef Hour. A degustação de cortes de Bonsmara Beef será realizada no dia 15/11, às 10h30 e 16h30. No segundo dia, os presentes poderão degustar as carnes da BBQ Secrets a partir das 16h30. Já no último dia, as linguiças Guarânia serão servidas durante a degustação, às 10h30 e 16h30.

Fonte: Assessoria

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Ministério da Agricultura realiza simulado de febre aftosa no Acre

Treinamento visa reforçar a cooperação e a capacidade de resposta em uma zona com status de livre de febre aftosa sem vacinação.

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OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa) realizou, entre os dias 12 e 18 de setembro, no município de Cruzeiro do Sul, no Acre, o exercício simulado de febre aftosa com mais de 180 servidores da área de saúde animal, além de servidores de forças de segurança e integrantes do Servicio Nacional de Sanidad Agropecuaria e Inocuidad Alimentaria (SENASAG), da Bolívia, e do Servicio Nacional de Sanidad Agraria (SENASA), do Peru. O exercício foi realizado em conjunto com o Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do Acre (IDAF-AC).

Fotos: Divulgação/Mapa

Exercícios simulados permitem treinar e aferir a capacidade de ação e intervenção do serviço veterinário oficial num momento de crise e a realização desse treinamento é uma das ações previstas no Plano Estratégico do Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (PE-PNEFA), visando a manutenção do status de área livre de febre aftosa sem vacinação e um corpo técnico preparado para atuar de forma imediata.

“O exercício simulado teve como objetivo preparar os servidores para a organização da cadeia de comando e o cumprimento dos protocolos que devem ser adotados em uma situação real de surgimento da doença, até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária” explica o diretor do Departamento de Saúde Animal, Marcelo Mota.

Conforme previsto no Plano de Contingência para Febre Aftosa, durante o treinamento foi instalado um Centro de Operações de Emergência Zoossanitária para que os participantes praticassem a organização e os procedimentos técnicos de biossegurança, vigilância e investigação clínica e epidemiológica, colheita e envio de amostras para diagnóstico laboratorial, eliminação de focos, limpeza e desinfecção de instalações e controle e inspeção do trânsito de veículos na região, assim como o uso de softwares para coleta e processamento de dados e gestão da informação.

As barreiras sanitárias contaram com a presença de equipes do Grupo Especial de Fronteira, da Polícia Militar, do Exército Brasileiro e da Polícia Rodoviária Federal nas principais vias terrestres e fluviais para fiscalização de trânsito na região.

Também foram exercitadas a logística de envio de amostras para análise laboratorial no Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Minas Gerais (LFDA/MG) e a atuação dos serviços de comunicação, assessoria de imprensa e assessoria jurídica frente a uma emergência zoossanitária.

Ainda, segundo o diretor, “o objetivo do treinamento foi a preparação para enfrentar uma eventual ocorrência de febre aftosa, mas as medidas servem para todas as doenças emergenciais, como a peste suína clássica, peste suína africana, influenza aviária, entre outras. Os protocolos sanitários são semelhantes, e o caráter de emergência é o mesmo. Os resultados foram muito bons, permitindo avaliar os procedimentos previstos e subsidiar uma nova versão do plano de contingência, incluindo as sugestões colhidas durante o simulado”.

O simulado também recebeu o apoio do Governo do Estado do Acre e do Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do Acre (FUNDEPEC).

Fonte: Assessoria Mapa
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Impacto da estiagem na produção e nos preços dos alimentos

Alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Os eventos climáticos extremos, como alterações nas temperaturas e mudanças nos padrões de precipitação, tendem a provocar alterações nos sistemas produtivos e colocar em risco o desenvolvimento de algumas culturas podendo, inclusive, no longo prazo, alterar seu zoneamento climático.

Cenários climáticos desfavoráveis podem, no mínimo, elevar os custos de produção, eis que mesmo as culturas que suportam melhor os diferentes tipos de estresse ambiental, podem perder qualidade ou ter a sua produtividade reduzida.

Assim, está claro que as mudanças climáticas podem impactar a disponibilidade da oferta dos alimentos e provocar aumento dos seus preços – os quais, por sua vez, dependem, também e ainda, de múltiplos fatores não apenas relacionados ao clima.

A produção de leite no Brasil tem sido afetada pelas mudanças climáticas de duas maneiras distintas: em algumas regiões, pela estiagem, noutras, pelo excesso de chuvas.

A estiagem prolongada no Brasil tem causado impactos na produção de leite, onde a escassez de água afeta diretamente a disponibilidade e qualidade da pastagem e o bem-estar dos rebanhos, ocasionando a queda na produção do produto.

Durante a estiagem, muitos produtores se veem obrigados a recorrer à suplementação, o que eleva os custos de produção. Em 2024, os preços um pouco mais controlados dos grãos em comparação a anos anteriores mitigam um pouco desse impacto ao produtor.

Entretanto, ainda assim, houve elevação dos custos de produção pela necessidade de suplementação do rebanho com o uso de tecnologias de manejo mais avançadas.

Para os pequenos e médios produtores, tal situação foi de mais difícil enfrentamento, ocasionando o abandono da atividade por parte de muitos produtores. Neste quadro, os agricultores familiares foram ainda os mais atingidos, por disporem de menos estrutura e recursos, culminando na concentração da produção em produtores de maior volume diário.

Além disso, com menos chuvas, a água disponível para o consumo animal e a irrigação das pastagens diminui, afetando a saúde e a produtividade dos rebanhos. Esse cenário intensifica o estresse térmico nos animais, reduzindo ainda mais a produção de leite. A falta de infraestrutura de irrigação adequada em muitas propriedades agrava a situação.

Foto: Gustavo Porpino

Já nas regiões afetadas pelo excesso de chuvas, os efeitos foram mais agudos, em algumas situações levando à perda total ou parcial do rebanho durante enchentes, a elevadas perdas de solo e de fertilidade ou ainda, no mínimo, à necessidade de recomposição das pastagens.

Preços

De modo geral, não há previsão de aumento nos preços de produtos como milho, arroz e trigo em decorrência da estiagem. Destaca-se, ainda, que os preços do trigo e do milho estão em baixa. Sobre leite, carne, arroz, feijão, frango e ovos, o impacto nos preços deve ser mais duradouro durante o período de estiagem, especialmente no Centro-Oeste, Sudeste e Nordeste, onde as condições climáticas são mais severas.

Os preços podem começar a apresentar algum alívio somente após a retomada de chuvas regulares e de melhorias na umidade do solo, o que pode demorar alguns meses dependendo da estação e da região.

Em relação a esses produtos, estima-se que os consumidores percebam esse aumento de preços provavelmente nos próximos meses, ante a intensificação da estiagem e o consequente reflexo nos preços ao consumidor final.

Fonte: Assessoria Superintendência de Gestão da Oferta da Conab
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Oferta do leite não cresce conforme o esperado, e preços voltam a subir

O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro.

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Foto: Semagro

O preço do leite ao produtor voltou a subir devido à oferta, que não cresceu como era esperado. A pesquisa do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, mostra que, em agosto, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,7607/litro, 1,4% acima da do mês anterior e 17,7% maior que a registrada em agosto/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de agosto). Apesar de o preço do leite pago ao produtor acumular avanço real de 32% desde o início de 2024, a média de janeiro a agosto deste ano (de R$ 2,53/litro) é 8,4% inferior à do mesmo período de 2023.

Até o início de agosto, os fundamentos de mercado apontavam reduções no preço do leite ao produtor neste terceiro trimestre. Por um lado, a produção de leite parecia estimulada pelo aumento da margem do produtor neste ano e, por outro, a demanda seguia condicionada aos preços baixos nas gôndolas. Fora isso, as importações, ainda em volumes elevados, pressionavam as cotações ao longo de toda a cadeia produtiva. Porém, a produção não cresceu como era esperado pelos agentes do setor.

Os dados mais recentes da Pesquisa Trimestral do Leite do IBGE, divulgados em meados de agosto, mostram que a captação de leite cru pelas indústrias de laticínios no âmbito nacional caiu 6,2% no segundo trimestre em relação ao primeiro. Comparando com o mesmo período do ano passado, o incremento foi de apenas 0,8%.

De julho para agosto, o Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea avançou 5% na “Média Brasil”, mas o crescimento em Minas Gerais foi de 2,8% e, em Goiás, de apenas 1,5%. Apesar do aumento da margem do produtor nos últimos meses e de certa estabilidade nos custos de produção, o estímulo à atividade foi menor do que o esperado pelos agentes do setor. E o clima extremo não ajudou a atividade.

O excesso de chuvas e enchentes no Rio Grande do Sul em maio fizeram com que a oferta crescesse pouco entre julho e agosto. A entressafra no Sudeste e no Centro-Oeste se intensificou com o calor a partir de agosto. E as queimadas em setembro fizeram esse cenário se agravar em termos nacionais. Além de comprometer o bem-estar animal, os incêndios têm prejudicado a produção de forragens para alimentação animal – o que eleva o custo de produção e limita a oferta.

Outro fator que reforçou a menor disponibilidade de lácteos entre agosto e setembro foi a diminuição das importações. Dados da Secex compilados pelo Cepea mostram que, em agosto, houve queda de 25,2% nas importações de lácteos, totalizando 187,8 milhões de litros em equivalente leite.

Como a oferta não se recuperou conforme o previsto, os estoques de lácteos nas indústrias não foram repostos como esperado. O consumo, por sua vez, tem se mantido firme; e os estoques nos laticínios caíram gradativamente em agosto, até atingirem níveis abaixo do normal em setembro. Esse contexto deve sustentar e intensificar o movimento de alta nas cotações entre setembro e outubro.

Fonte: Assessoria Cepea
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