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Com qualidade sanitária reconhecida, carne paranaense está competitiva, afirma secretário

Um ano após obter da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) o reconhecimento de área livre de febre aftosa sem vacinação, o Paraná agora atua na prospecção de novos mercados para a exportação de proteína animal.

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Arquivo/OP Rural

Após 50 anos de construção de um sistema sólido de sanidade agropecuária, que incluiu campanhas regulares de vacinação, muito diálogo com produtores e a criação da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), o Estado finalmente conquistou o status de área livre de febre aftosa sem vacinação. A chancela da Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) completou um ano no último dia de 27 de maio e já traz reflexos na agropecuária do Paraná, o maior produtor de proteína animal do País.

Secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara: “É muito relevante não relaxar na vigilância, no monitoramento e na ação técnica para sustentar o conceito de área livre” – Foto: Ari Dias/AEN

Em entrevista para a Agência Estadual de Notícias (AEN), o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, destaca o que o Estado tem feito atualmente para garantir a abertura de novos mercados para a carne e outros produtos de origem animal oriundos do Paraná. Já refletindo esse reconhecimento, o Estado conta com investimentos bilionários de cooperativas e frigoríficos nos diferentes segmentos pecuários.

“Todo o movimento para obter a certificação foi feito para vender os produtos paranaenses. Temos produção, qualidade e, agora, condição sanitária reconhecida, o que amplia a capacidade competitiva contra nossos concorrentes”, destaca Ortigara.

Para a manutenção desse status, o Governo do Estado atua fortemente na vigilância dos rebanhos, fortalecendo a estrutura de fiscalização da Adapar e promovendo a atualização dos plantéis junto aos produtores rurais. Em meados de maio, foram nomeados os novos profissionais para trabalhar na agência e também foi divulgado um novo edital para a contratação de técnicos agrícolas para reforçar a fiscalização.

“É muito relevante não relaxar na vigilância, no monitoramento e na ação técnica para sustentar o conceito de área livre”, ressalta o secretário. “Foi um esforço feito ao longo de décadas, que ganhou consistência com a articulação institucional que visava essa conquista, voltada justamente para a vender nossa grande produção. O produto que se origina de uma área livre da enfermidade mostra ao mundo uma cara limpa, organizada e sinaliza que o serviço sanitário funciona”.

O que significa para o Estado ter alcançado o reconhecimento sanitário de área livre de febre aftosa sem vacinação?

Há um ano, o Estado conquistou, perante a OIE, o certificado de área livre de febre aftosa e foi reconhecido como uma unidade autônoma livre da peste suína clássica. Foram dois movimentos importantes que sinalizam a oportunidade de crescermos no comércio internacional de venda de produtos animais. Foi um esforço feito ao longo de décadas, que ganhou consistência com a articulação institucional que visava essa conquista, voltada justamente para a vender nossa grande produção.

O Paraná é o maior produtor e exportador nacional de frango. A espécie não é suscetível ao vírus, mas o produto que se origina de uma área livre da enfermidade mostra ao mundo uma cara limpa, organizada e sinaliza que o serviço sanitário funciona. O Estado é também líder na produção de peixe, é o segundo maior produtor de suínos – mercado em que temos espaço para crescer de 50% a 70% com novos investimentos – e de laticínios, que era um espaço que não disputávamos no mercado mundial justamente por causa da vacinação. Com isso, mega empresas estão investindo no Paraná já de olho nesse mercado.

O que avançou na produção e na comercialização dos produtos agropecuários desde então?

O que temos feito agora é exercitar um pouco mais nossa habilidade comercial. Existe uma grande aproximação entre os governos estadual e federal e empresas daqui para prospectar novos negócios em outros países. Queremos construir uma relação comercial duradoura e confiável com parceiros internacionais. Em novembro, iremos em uma missão internacional até o Japão, um grande mercado, para fazer essa prospecção. O mesmo ocorreu no ano passado, em Dubai, para ampliar a relação com o Oriente Médio. O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento também atua nesse sentido, buscando novos negócios com o México e o Canadá. Também há oportunidades no Leste Asiático e na Europa, que queremos conquistar com a nossa produção competitiva, de qualidade e sanitariamente adequada.

A manutenção desse status é fundamental na prospecção de novos mercados. O que tem sido feito atualmente?

É muito relevante não relaxar na vigilância, no monitoramento e na ação técnica para sustentar o conceito de área livre. Estamos reforçando nosso apelo junto a organizações locais e aos conselhos municipais e intermunicipais de sanidade agropecuária, porque é um interesse comum de produtores, agroindústrias e do governo. Estamos fortalecendo a capacidade de intervenção do Estado com a contratação de médicos veterinários e técnicos agrícolas para reforçar a estrutura da Adapar. Está em andamento a requalificação do plano de carreira dos fiscais agropecuários e dos técnicos auxiliares da fiscalização, além de investimentos em tecnologia para o uso de ferramentas mais modernas, como câmeras e drones, para manter a vigilância no campo. Contamos com a parceria das Polícias Rodoviárias Federal e Estadual, principalmente em zonas de fronteira, para coibir contrabando ilícito e fiscalizar o trânsito de animais. Temos, ainda, um fundo de indenização com R$ 84 milhões para uma eventual intervenção. As condições estão estabelecidas para evoluirmos no comércio.

Como é feito o monitoramento junto aos produtores?

Passamos a exigir do produtor, de forma simplificada, a declaração de rebanho, que é feita uma vez por ano e sem custos. Apostamos na confiança de que os agricultores vão cadastrar seus plantéis. É uma ferramenta de planejamento, que permite intervenções eficazes caso tenhamos alguma recaída. Por isso, é necessário declarar todos os animais que existem na propriedade: bois, búfalos, ovinos, caprinos, galinhas, coelhos, suínos, cavalos, mulas, asininos, produção de mel e de peixe. O cadastramento pode ser feito pela internet, nas Unidades Regionais de Sanidade Agropecuária da Adapar ou nos sindicatos credenciados. Há penalidades caso a atualização não seja feita, com a aplicação de multa e a não emissão da Guita de Trânsito Animal (GTA).

Como estão a confiança do setor produtivo e os investimentos dos frigoríficos e agroindústrias no Estado?

Há vários investimentos em andamento nos diferentes segmentos de proteína animal, tanto na expansão de frigoríficos existentes como na implantação de novos empreendimentos. Entre os destaques estão algumas das maiores empresas do setor, como o frigorífico de porcos da Frimesa, em Assis Chateaubriand, que será o maior da América Latina e vai abater até 15 mil suínos por dia quando estiver em pleno funcionamento. Em Rolândia, está em construção a maior fábrica de empanados de frango da América Latina, um investimento de R$ 1,8 bilhão da JBS. Em parceria com o Estado, a Agro Laranjeiras investe R$ 30 milhões para viabilizar a produção de 980 mil leitões por ano, com mais de 30 mil matrizes produzindo. Em São Jorge d’Oeste, a Piracanjuba está implantando a maior fábrica de queijos do Brasil. São pequenos, médio e grandes empreendimentos em todo o Estado.

Fonte: AEN Paraná

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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