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Com produção aquecida, agricultores investem em complexos de armazenagem

Paraná é o terceiro estado com maior capacidade de estocagem, mas, ainda assim, há uma defasagem histórica de potencial de armazenagem no Brasil

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O tão famoso “Custo Brasil”, que inclui a combalida infraestrutura logística, como estradas, ferrovias e portos, também abrange a capacidade estática de armazenamento do país. Nos últimos anos, sem poder armazenar o grão, o produtor rural tem perdido oportunidade de negociação, além de encontrar frete inflacionado e mercado saturado em tempos de safra.

Apesar de não ser uma questão nova, pouco vem sendo feito efetivamente no Brasil para reverter o problema. A Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) recomenda que a capacidade estática ideal de armazenamento de um país deveria ser de 1,2 vez maior que a sua produção anual. Essa é uma situação bem distante da realidade brasileira, que conta com capacidade de 171 milhões de toneladas de armazenagem para acomodar 264,8 milhões de toneladas (safra 2020/21).

“A questão da armazenagem está entre as nossas preocupações. Há anos, a gente pede recursos para ampliar a capacidade do Estado e do país. Sabemos que muitos produtores estão investindo em estruturas próprias. Mas é fundamental o apoio dos governos estadual e federal com ajustes nas ferramentas de crédito para evitar futuros problemas”, destaca o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette.

Recentemente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou, no Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2021/22, a destinação de R$ 4,12 bilhões para o Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA). Apesar do valor robusto, 84% superior ao destinado a esta linha de crédito no ciclo anterior (2020/21), ainda está longe de ser suficiente para anular o déficit histórico de armazenagem no país. Segundo o Mapa, esse aporte é suficiente para um aumento de até 5 milhões de toneladas.

O Paraná é o terceiro Estado mais bem estruturado, com capacidade para armazenar 29,9 milhões de toneladas de grãos, de acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). À sua frente apenas o Mato Grosso, com capacidade de 38,7 milhões, e o Rio Grande do Sul, 30,9 milhões. Mesmo assim a produção paranaense ainda está bastante desprotegida. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab), a produção de grãos da safra 2021/22 no Estado deve chegar a 38,6 milhões de toneladas, o que representaria 8,7 milhões de toneladas (22,5%) sem local para armazenagem.

Campo aquecido

Nos últimos meses, diante deste cenário de incertezas, com a valorização intensa das commodities e, consequentemente, capitalização do produtor rural, a busca por silos nas propriedades aumentou. Segundo um empresário do setor em Rolândia, município da região Norte do Estado, as vendas até maio deste ano já são 50% maiores em relação ao mesmo período do ano passado.

A demanda crescente por silos acontece em um ambiente extremamente adverso, uma vez que a matéria-prima destes equipamentos também subiu de preço. No ano passado, por exemplo, uma chapa de aço galvanizado saía por R$ 4,50. Hoje está na faixa de R$ 14. Mesmo assim, a espera para contratar o serviço pode chegar a cinco meses.

Dono da produção

Depois de avaliar por 15 anos todos os aspectos de viabilidade, o produtor rural e presidente do Sindicato Rural de Goioerê (Noroeste), Sergio Fortis, decidiu iniciar, no ano passado, a construção de uma estrutura para armazenar a própria produção. Quando a obra estiver pronta, ele terá condições de estocar 250 mil sacas, com a possibilidade de ampliar a capacidade conforme a necessidade. Segundo Fortis, a compra foi fechada entre maio e junho de 2020 e o investimento deve se pagar em torno de 10 anos. “Hoje, por conta do preço do aço, seria um balde de água fria. O valor dobrou e demoraria muito mais tempo para se pagar”, calcula.

Dentre as vantagens de ter o próprio silo observadas pelo produtor está a possibilidade de comercializar a produção no momento que julgar mais oportuno. “Conforme a época, tem um diferencial grande entre o produto disponível e o não disponível. Quando você tem o produto na mão, o valor agregado é maior”, aponta. “Essa diferença varia muito. Tem relato de milho vendido por quem tinha em mãos 7% a mais. Na soja recentemente vimos um valor em torno de 5% a mais”, calcula.

No caso do dirigente do Sindicato de Goioerê, o sistema de armazenagem não foi instalado na propriedade, mas em uma área próxima à rodovia para facilitar o escoamento. “Para chegar na propriedade tem muita estrada de chão e às vezes quando vende o cereal tem o dia certo de entregar”, justifica.

Experiência maranhense

O produtor Heitor Martin Richter, de Nova Santa Rosa (Oeste), considera a instalação de um sistema de armazenamento na propriedade como “o melhor investimento que poderia ter feito”. Com 200 hectares no Paraná e 3 mil no Maranhão, Richter avalia que esse tipo de estrutura passa a ser viável a partir de 500 hectares de grãos em produção. Dentre as vantagens apontadas está o diferencial de preço obtido pela venda no momento oportuno e os menores descontos por qualidade. “Quando você leva o seu produto na cerealista, eles tentam descontar o máximo de impurezas”, avalia.

Soma-se a esta impressão o custo inflacionado do transporte no período de pico de safra. “Antes tinha que contratar oito carretas para puxar nossa safra para o silo da cerealista. Quando tem o silo próprio, você reduz o volume de caminhão e de mão de obra”, afirma, referindo-se à possibilidade de remanejar a mão de obra dentro da propriedade para operação da armazenagem.

No caso do produtor, a primeira etapa do projeto contou com financiamento pelo PCA. “As segunda e terceira etapas, os juros estavam maiores e fizemos com recurso próprio”, afirma Richter. Sua estrutura inclui balança, moega, elevador e secadores. “Você vai colocando um silo atrás do outro. Então quando quiser aumentar a capacidade de armazenagem, o investimento é apenas no silo”, explica.

Condomínios de grãos

Os condomínios de grãos são uma das alternativas para quem não conta com um sistema de armazenagem próprio. Essas estruturas construídas por sócios funcionam como uma extensão da propriedade, onde é possível armazenar a produção e aguardar o melhor momento para a comercialização.

Na região de Palotina, no Oeste, já são cinco condomínios e existem outros em fase de construção. Um dos pioneiros nesse tipo de empreendimento na região foi o produtor Adyr Dazzi. O condomínio Agro5000 é composto por 13 sócios, cujas cotas de armazenamento foram definidas conforme a área de plantio de cada um. “Iniciamos com uma capacidade de 9 mil toneladas, ampliamos para 16 mil e atualmente, pela necessidade, estamos com 27 mil. Tudo isso graças ao incremento de produtividade alcançado pelas novas tecnologias no campo. Se houver necessidade, temos planos de ampliar mais”, diz Dazzi.

“Além de agregar algum valor no seu produto, também contribui com a armazenagem da nossa região”, complementa. Além dos silos, o condomínio é equipado com balança, moega, secador, além de um escritório com cinco funcionários para gerenciamento da unidade. O investimento, segundo Dazzi, foi de R$ 2,8 milhões na época da construção, em 2006. “Mais R$ 1,2 milhão na primeira ampliação e R$ 4 milhões na segunda além de mais R$ 3 milhões em outros investimentos”, contabiliza. De acordo com o produtor o investimento já se pagou.

A exemplo do Agro5000 e outros condomínios bem- -sucedidos de Palotina, um grupo de produtores da região uniu esforços para levantar um empreendimento semelhante na vizinha Maripá. O Condomínio São Cristóvão, atualmente em fase de construção, deve começar a operar em janeiro de 2022 com capacidade para estocar 150 mil sacas (9 mil toneladas de grãos).

Segundo o produtor rural e síndico do Condomínio São Cristóvão, Marcio Galli, o empreendimento conta com 11 sócios, agricultores da região que irão alojar na estrutura volume de acordo com a área plantada de cada um.

“A janela de colheita está cada vez mais curta e as empresas recebedoras de grãos não conseguem receber tudo na mesma hora. Tem que ter rapidez na colheita e na entrega do produto. Com o condomínio você consegue colher o teu produto na hora certa e comercializar por um preço um pouco melhor. No nosso caso eliminamos um atravessador”, avalia Galli.

Segundo ele, porém, a viabilidade do empreendimento se firma sobre o valor do produto beneficiado. “Temos que treinar os nossos colaboradores para classificar os grãos, tirar impureza, avaliar grão ardido, fazer mensuração de umidade”, avalia. Nesse sentido, os cursos do SENAR-PR na área de classificação de grãos e armazenistas vão ao encontro das necessidades do empreendimento.

Confira as vantagens em armazenar a própria produção

  • Colheita no momento adequado da maturação dos grãos na lavoura, sem depender da disponibilidade dos armazéns da sua região;
  • Condições favoráveis para a decisão da comercialização, podendo aguardar pelo momento mais oportuno (preço da commodity, preço e disponibilidade de frete, prêmio no porto de embarque, dentre outros);
  • Possibilidade de plantar uma terceira safra em algumas regiões do Paraná (o trigo, após a soja e o milho), pois com a existência do silo na propriedade o risco de perder o prazo do zoneamento agrícola oficial é praticamente inexistente;
  • Garantia de obter o preço disponível pela sua produção, com valor agregado aos produtos pelas operações de beneficiamento (pré-limpeza e secagem) na propriedade;
  • Possibilidade de auferir renda na prestação de serviços de armazenagem e beneficiamento para produção de terceiros;
  • Ter a soberania da decisão sobre a área a ser plantada, momento apropriado da colheita e comercialização são garantidos pela existência da unidade armazenadora na propriedade;
  • Comercializar produtos residuais destinados à ração e auferir renda adicional com isso;
  • Redução de custos, minimizando perdas, economizando no transporte e melhorando a gestão da propriedade.

Armazenagem nas propriedades rurais – Por Nilson Hanke Camargo

É indiscutível a importância de analisar a armazenagem em propriedades rurais. Em visitas a vários produtores que possuem estruturas próprias, testemunhamos o quanto é importante possuir esse investimento, que possibilita diversas vantagens, entre as quais a condição de cultivar uma terceira safra dependendo da região.

Na década de 1980, havia programas específicos de crédito rural, coordenados pelo Banco Central, com amplos recursos e taxas de juros praticamente zeradas para esta finalidade. Foi nessa época que os produtores rurais mais conscientes e necessitados de armazenagem aproveitaram o momento e transformaram o Paraná num dos Estados mais bem servidos com essa característica, embora não tenha acompanhado o crescimento da produção.

Atualmente o déficit de armazenagem nas propriedades rurais é grande e os produtores que pretendem instalar um armazém têm se deparado com algumas dificuldades. Uma delas é a indisponibilidade de recursos do crédito rural com prazos de financiamento mais longos e taxas de juros mais compatíveis com a atividade, pois o retorno desse investimento tem que ser viabilizado sob o ponto de vista econômico-financeiro.

Outra dificuldade para quem procurava financiamento era a ausência de projetos que, em sua maioria, só atendiam grandes produtores, cuja capacidade de armazenagem extrapolava em muito a necessidade de pequenos e médios. Hoje, após pesquisas realizadas junto a diversos fabricantes nacionais, verificamos que existem armazéns modulares, que se adaptam a qualquer volume de produção.

Dessa forma, produtores de pequeno e médio portes que possuam pelo menos duas safras de grãos por ano podem vislumbrar maiores possibilidades de adquirirem sua unidade armazenadora. Basta conferir as condições de crédito disponível para avaliar sua viabilidade.

Fonte: Sistema Faep

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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