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Com novo equipamento de alta tecnologia, Tecpar moderniza ensaios com alimentos
Um dos novos instrumentos possui tecnologia de ponta para pesquisa e detecção de contaminantes em alimentos, e vai contribuir nas ações do Projeto de Ampliação da Segurança dos Alimentos do Paraná. Para a aquisição foram investidos cerca de R$ 2,6 milhões.

Para oferecer novos serviços e agregar valor às soluções ofertadas à sociedade, o Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai ampliar o portfólio de serviços com ensaios laboratoriais inéditos na área da saúde e do meio ambiente. Esta é uma das metas previstas para o instituto no Plano de Governo, que está em andamento.
Com foco na segurança alimentar, o complexo laboratorial do Tecpar está sendo modernizado com novos equipamentos que trazem mais eficiência, precisão e agilidade para a realização de análises químicas. Um dos novos instrumentos possui tecnologia de ponta para pesquisa e detecção de contaminantes em alimentos, e vai contribuir nas ações do Projeto de Ampliação da Segurança dos Alimentos do Paraná. Para a aquisição foram investidos cerca de R$ 2,6 milhões.
O Tecpar é referência no Estado e ocupa posição de destaque no País em análise de alimentos, cumprindo as mais rigorosas normativas nacionais e internacionais para ensaios relacionados à segurança dos alimentos, equivalente às praticadas pela Comunidade Europeia, que estabelecem padrões de qualidade para commodities alimentares.

Sistema de cromatografia a líquido com espectrômetro de massas de alta resolução – Fotos: Hedeson Alves/Tecpar
O diretor-presidente do Tecpar, Jorge Callado, destaca que o investimento beneficia as empresas e instituições comprometidas com o atendimento dos requisitos legais e normativos e, principalmente, contribui para ampliar a segurança dos alimentos consumidos pelos paranaenses. “O Tecpar oferece uma importante contribuição para a ampliação da segurança dos alimentos convencionais e orgânicos produzidos e consumidos no Paraná e no país, com laboratórios altamente capacitados”, destaca.
Diversas instituições públicas já mantêm parcerias com o Tecpar em ações para a segurança alimentar. No âmbito estadual, estão a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), para análise de resíduos de agrotóxicos em produtos agrícolas, e o Instituto Paranaense de Desenvolvimento Educacional (Fundepar), voltada à avaliação da qualidade da alimentação escolar servida nas escolas estaduais.
Equipamento
O pesquisador do Centro de Tecnologia em Saúde e Meio Ambiente do Tecpar, Natalício Ferreira Leite, explica que a nova aquisição consiste em um sistema de espectrometria de massas de alta resolução denominado “quadrupolo-tempo de voo”, acoplado a cromatografia a líquido, que permite obter resultados com alta confiança e precisão, atendendo os mais rigorosos requisitos internacionais para a análise de contaminantes em alimentos.
Segundo ele, o sistema é capaz de identificar uma ampla gama de resíduos e contaminantes, mesmo se presentes em concentrações muito baixas no material analisado, tarefa que não era possível através das técnicas analíticas anteriores. Além disso, tem a capacidade de medir uma substância, livre da interferência de outras espécies químicas contidas na amostra. “Com a nova tecnologia, o Tecpar poderá atuar na pesquisa de contaminantes emergentes e resíduos de novos agrotóxicos liberados nos últimos anos para uso na agricultura, o que era impossível com os sistemas atuais”, disse o pesquisador.
Ampliação
O novo sistema permitirá ampliar a capacidade de atendimento do laboratório, que a partir de agora poderá ultrapassar a barreira dos 400 agrotóxicos atualmente analisados em cada amostra, aprimorando o atendimento da determinação da Anvisa de monitorar o maior número possível de agrotóxicos em produtos agrícolas.
Com o novo instrumento também será possível a pesquisa de resíduos de medicamentos veterinários em alimentos de origem animal, contaminantes emergentes diversos e toxinas naturais, entre outras substâncias de interesse em produtos como alimentos, águas e ambiente.
A modernização do laboratório qualifica o atendimento às demandas dos setores da indústria, comércio e serviços, constituídos, principalmente, por micro, pequenas e médias empresas paranaenses, além de cooperativas e órgãos públicos.
Também oferece uma importante contribuição para o mercado de exportação do agronegócio paranaense, assegurando o atendimento das exigências do mercado externo e a quebra de barreiras técnicas às exportações.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



