Conectado com

Notícias

Com novas captações em 2023, CRA verde em dólar se torna alternativa de investimento para a produção sustentável do agro brasileiro

Remuneração destes títulos em dólar elimina uma das maiores barreiras a entrada de investimentos estrangeiros no país.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Desde a realização do Fórum de Sustentabilidade empresarial da Rio+20, em 2012, empresas do mundo inteiro passaram a investir em iniciativas voluntárias de sustentabilidade, tendo como base a agenda sustentável de negócios desenvolvida para as próximas décadas. “É perceptível a evolução desse compromisso ao longo desses anos. Contudo, a velocidade e amplitude das medidas encontram-se aquém do que o planeta e seus habitantes necessitam”, explica Renato Barros Frascino.

Segundo ele, no Brasil esse cenário se repete com o desenvolvimento de diversas iniciativas que unem práticas sustentáveis e a atratividade financeira dos projetos, tanto para tomadores como para provedores de recursos. Renato explica que, para solucionar essa equação, uma alternativa de captação de recursos junto a investidores internacionais para produtores do agronegócio comprometidos com determinadas metas de sustentabilidade para seus negócios é o CRA verde em dólar.

Renato explica que os CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são títulos já amplamente utilizados pelas empresas do setor no Brasil, contudo, duas características se destacam do ponto de vista de atratividade para investidores estrangeiros. A primeira diz respeito a compromissos assumidos pelos produtores (os tomadores de recursos) de cumprirem com práticas sustentáveis de produção, preservação de reservas naturais, entre outras ações. “Estes compromissos são monitorados por empresas especializadas e o seu cumprimento é o que garante a captação de recursos a taxas inferiores àquelas comumente praticados no mercado”, esclarece.

A segunda característica é o fato do CRA poder contar com uma remuneração atrelada à variação cambial acrescida de uma taxa de juros. “Esta possibilidade torna-se fundamental para a viabilidade das operações, uma vez que a sua não existência ensejaria a contratação de operações de derivativos para proteção contra o risco cambial, o que elevaria os custos da operação, reduzindo o interesse de ambas as partes”, resume.

Segundo o especialista, em geral, as empresas do agronegócio com práticas sustentáveis na condução dos seus negócios podem buscar esta alternativa de captação de recursos. Entre os exemplos de práticas sustentáveis que poderiam fazer parte deste programa estão iniciativas como a preservação de reservas naturais, compra de áreas degradadas onde serão desenvolvidas atividades sustentáveis de produção, desenvolvimento de atividades agroflorestais, ou até mesmo incentivo a produtores que tenham selos ou certificações como o RTRS (Associação Internacional de Soja Responsável), Rainforest Alliance, dentre outros. Responsável pela emissão do primeiro CRA verde em dólar, de US$ 11 milhões em 2022, a Opea espera ampliar o número para entre US$ 100 milhões e US$ 150 milhões em 2024.

Renato explica que para a emissão de um CRA o ideal é que a empresa tenha um faturamento anual mínimo de R$100 milhões, mas produtores com faturamento menor podem se unir a outros produtores para realizar a captação. “Esse cenário vale para empresas e produtores de soja, milho, algodão, assim como produtores de café, de cacau ou pecuaristas. Todas as culturas estão aptas para a emissão de um CRA Verde em dólar, desde que haja a presença do componente de sustentabilidade em sua atividade”, explica ele.

Os CRA são lastreados em CPR-Fs (Cédula de Produtor Rural Financeira), também referenciadas em dólar, que são emitidas por pessoas físicas ou jurídicas, ou mesmo por cooperativas. Renato ressalta que o número de emissões de CRA no Brasil segue em evolução e deve crescer exponencialmente em 2024, tornando o CRA uma alternativa de captação de recursos cada vez mais importante para o setor.

”O agronegócio brasileiro é muito grande e sua capacidade de atrair investimentos externos está só no início. Com o surgimento de novos veículos internacionais focados em investimentos sustentáveis acreditamos que o desenvolvimento sustentável das atividades do agronegócio brasileiro tomará um impulso considerável nos próximos anos”, finaliza.

Fonte: Assessoria Opea

Notícias

Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

Publicado em

em

Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
Continue Lendo

Notícias

Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

Publicado em

em

Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Notícias

Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

Publicado em

em

Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.