Conectado com
VOZ DO COOP

Notícias

Com mudanças climáticas, brusone pode reduzir em 13% a produção mundial do trigo

Causada por um fungo, o Pyricularia oryzae Triticum (Magnaporthe oryzae patótipo Triticum), que ataca folhas e espigas, com danos que podem comprometer até 100% do rendimento no trigo.

Publicado em

em

A brusone tem potencial de afetar 13,5 milhões de hectares e risco de reduzir em 13% a produção mundial de trigo - Foto: Flávio Martins Santana

As mudanças climáticas estão favorecendo o fungo causador da brusone, doença que causa impactos importantes na produção de trigo. Ela tem potencial de afetar 13,5 milhões de hectares e risco de reduzir em 13% a produção mundial de trigo. As projeções são do estudo Production vulnerability to wheat blast disease under climate change (Vulnerabilidade da produção de trigo à brusone sob mudanças do clima) publicado na Nature Climate Change.

A brusone é considerada a doença de importância econômica mais recente identificada em trigo no mundo. Ela é causada por um fungo, o Pyricularia oryzae Triticum (Magnaporthe oryzae patótipo Triticum), que ataca folhas e espigas, com danos que podem comprometer até 100% do rendimento no trigo.

De acordo com o pesquisador da Embrapa Trigo (RS) José Maurício Fernandes, o desenvolvimento do fungo causador da brusone é favorecido por altas temperaturas e umidade, condições presentes em países de clima tropical e subtropical. Segundo ele, o que tem chamado a atenção é a incidência da doença também em condições de clima frio ou mesmo com baixa umidade.

Foto: Divulgação/Embrapa

Nos últimos anos, lavouras com brusone têm sido observadas ao norte de Bangladesh, onde o fungo sobrevive ao clima seco e às baixas temperaturas durante a safra de trigo, especialmente em função de as temperaturas mínimas terem subido nos últimos anos.

As temperaturas mais elevadas no inverno gaúcho também resultaram em surtos localizados de brusone na safra de trigo 2023 no Rio Grande do Sul, principalmente na região noroeste do estado, onde as temperaturas mínimas estiveram acima de 15 ºC ao longo da safra. “Num cenário de mudanças climáticas globais, com aumento de temperaturas e variação do regime de chuvas, o fungo vai encontrar novos ambientes para se instalar”, prevê o pesquisador, lembrando que a dispersão dos esporos do fungo pode ser pelo vento ou pelo comércio internacional por meio de grãos e sementes contaminadas.

Um fungo que ataca cereais

O fungo é um velho conhecido do arroz, já que os primeiros relatos de brusone na cultura datam de 1600 na China. Em trigo, o microrganismo causador da brusone foi identificado pela primeira vez no Brasil, em 1985, em lavouras do estado do Paraná, mas a doença rapidamente disseminou-se para outros estados brasileiros (Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás e Minas Gerais), além de diferentes países da América do Sul. Veja a dispersão da brusone na América do Sul no mapa abaixo:

Conforme informações do Centro Internacional de Melhoramento de Milho e Trigo (CIMMYT), uma epidemia de brusone afetou 3 milhões de hectares com trigo na América do Sul na década de 1990. Em 1996, o primeiro surto de brusone na Bolívia resultou em quase 80% de perdas na produção. No Paraguai, a primeira epidemia ocorreu em 2002, quando foram registradas perdas de produção de mais de 70%. No Brasil, ocorreram perdas por brusone em trigo nos anos de 2009 e de 2012, quando danos acima de 40% comprometeram lavouras na fase de espigamento do trigo no Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Nos anos seguintes, tem crescido a incidência de brusone também nos estados do Sul do Brasil, com registros frequentes no Rio Grande do Sul e no centro-sul do Paraná.

Na Argentina, 10º maior produtor mundial de trigo, a brusone apareceu em 2007, em lavouras ao norte do país, mas foi em 2012, quando ela chegou à província de Buenos Aires, principal polo de triticultura argentina, que a doença acendeu o alerta vermelho para o risco de perdas nas lavouras. Em 2023, o problema foi registrado pela primeira vez no Uruguai.

Em 2016, houve o primeiro registro de brusone em trigo fora da América do Sul, com epidemia da doença em Bangladesh, país ao sul da Ásia, com perdas acima de 30% nas lavouras. No ano de 2018, ela apareceu nas lavouras da Zâmbia, no centro-sul do continente africano.

Modelos de simulação para avaliar impactos da doença

A partir dos cenários do futuro do clima, projetados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), pesquisadores das áreas agronômicas e da ciência da computação utilizaram técnicas de modelagem e simulação para estimar os possíveis impactos da disseminação da brusone nos diversos continentes onde o trigo é cultivado, considerando um ambiente de mudanças climáticas que favorece a doença.

Os pesquisadores utilizaram o modelo DSSAT Nwheat, desenvolvido na Universidade da Flórida com atualização colaborativa por diversos centros de pesquisa no mundo, analisando variáveis como aumento das temperaturas, umidade relativa do ar e elevação do CO2 na atmosfera. Para estimar cenários, foram utilizados registros históricos de dados entre 1980 e 2010, projetando mudanças climáticas para o período de 2040 a 2070.

 

Brusone pode chegar a todos os continentes

Com exceção da Antártida, a brusone do trigo pode se favorecer com as mudanças climáticas e chegar a todos os continentes.

Nos países da América do Sul onde o problema já ocorre, as áreas de trigo vulneráveis à doença passariam de 13% para 30%. As projeções indicam o risco de a doença chegar às lavouras de trigo dos Estados Unidos, México e Uruguai (América); Itália, Espanha e França (Europa); Japão e sul da China (Ásia); Etiópia, Quênia e Congo (África); Nova Zelândia e oeste da Austrália (Oceania).

“Apesar de as condições ambientais do Hemisfério Norte ainda não se mostrarem favoráveis à brusone, em um cenário de aumento das temperaturas e da umidade é provável a incidência da doença nas lavouras de trigo, especialmente em regiões próximas ao mar Mediterrâneo. Da mesma forma, no sul da China, onde o cultivo do trigo tem crescido nos últimos anos”, explica o professor da Universidade da Flórida Willingthon Pavan.

Nas condições atuais, a brusone já representa ameaça a 6,4 milhões de hectares de trigo no mundo. Em um cenário de mudanças climáticas, por volta de 2050, a doença poderia afetar 13,5 milhões de hectares, resultando em redução de 13% na produção mundial de trigo, com perdas que podem chegar a 69 milhões de toneladas de trigo por ano.

“Existem diversas iniciativas no mundo tentando conter a doença, desde o melhoramento de plantas, biotecnologia, estratégias de controle químico e manejo da cultura, mas ainda não conseguimos sucesso total capaz de erradicar o problema da brusone das lavouras de trigo. A resiliência às mudanças climáticas exige o preparo com base em projeções capazes de orientar a tomada de decisão para minimizar as perdas por brusone no trigo e garantir a segurança alimentar do planeta”, conclui Fernandes.

Fonte: Assessoria Embrapa

Notícias

Funcionários de fazendas recebem treinamento para manejo no parto de terneiros

Atividade do grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária reuniu trabalhadores de fazendas da metade Sul gaúcha

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Desenvolve Pecuária

Realizar corretamente o manejo de maternidade em bovinos de corte é fundamental para garantir a saúde dos animais e a consequente produtividade na fazenda. A falta desse cuidado pode resultar em doenças nos bezerros, como a pneumonia e a diarreia neonatal, que registram altos índices de mortalidade e afetam o desenvolvimento dos animais sobreviventes.

Neste sentido, o Grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária realizou neste mês treinamentos de capacitação em “Boas Práticas de Atendimento ao Parto em Bovinos de Corte”. A atividade, em parceria com o Núcleo de Estudos em Sistema de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia (Nespro) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),  ocorreu em duas propriedades nas regiões Sul e Oeste gaúcha.

A diretora executiva e coordenadora do Grupo de Cria do Instituto Desenvolve Pecuária, Elisia Corrêa, ressalta que a demanda por este tipo de treinamento surgiu após uma live do professor Júlio Barcellos, titular do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), onde foram abordados cuidados e técnicas corretas para os partos de terneiros. Elisia destacou que, a  partir disso, surgiu a ideia dos treinamentos. “Pensamos em regiões distantes, no caso São Gabriel e Capão do Leão, para alcançar o maior número de associados, uma vez que já estava muito próximo da época de parição e não conseguiríamos, em tempo hábil, fazer mais treinamentos neste ano”, explicou. Em função da boa receptividade nas duas propriedades, Elisia adiantou que a ideia é, para o ano que vem, repetir o treinamento em outras regiões. “Até mesmo promover outros treinamentos com diferentes contextos que vivenciamos dentro da pecuária, até para qualificar mais a mão de obra do campo”, concluiu.

No dia 13 de setembro, o treinamento foi na Estância Alvorada do Inhatium, em São Gabriel, na fronteira Oeste do Rio Grande do Sul. O proprietário da Fazenda, Taue Nuñez, avaliou o curso como “muito produtivo”. Participaram dois funcionários da Alvorada e cerca de 40 pessoas entre funcionários e proprietários de outras fazendas da região. “Os colaboradores que lá estavam foram muito participativos, interessados e são os que estão na vanguarda do trabalho rural”, ressaltou.

O treinamento foi feito pelo professor Júlio Barcellos e pela médica veterinária formada pela Ufrgs Marcela Kuczynski da Rocha. Barcellos destacou a intensa participação e trocas de experiências por parte dessas equipes que levaram suas vivências prévias de campo, nos cuidados da vaca no momento do parto e como intervir quando houver algum tipo de dificuldade. “Todos estavam muito interessados, filmando, fotografando, conhecendo os equipamentos utilizados nos atendimentos do parto e procurando também opinar a respeito daquilo que eles imaginam que é o mais correto, mas que nem sempre é”, constatou.

No dia 04 de setembro, o treinamento foi na Estância da Gruta, em Capão do Leão, e reuniu cerca de 20 funcionários de fazendas da região, sendo cinco da Gruta. À frente da Estância da Gruta, a pecuarista Anna Luiza Sampaio avaliou o treinamento como “muito bom e esclarecedor”. Anna conta que os professores trouxeram um terneiro em formol para simular a vaca e como manusear o correto trabalho de parto. O treinamento ficou a cargo dos professores da Universidade Federal de Pelotas (UfPel) Márcio Nunes Corrêa e Viviane Rabassa.

Fonte: Assessoria Desenvolve Pecuária
Continue Lendo

Notícias

Calor e clima seco elevam risco de queimadas no Centro-Oeste e Sul do Brasil; chuvas se restabelecem em outubro

Chuva ficou abaixo da média em praticamente todo o país.

Publicado em

em

Foto: Divulgação/Pixabay

Agosto confirmou a tendência de pico da estação seca na região Central do Brasil. A combinação de prolongada falta de chuva, umidade baixa e tempo quente favoreceu o aumento dos focos de queimadas. O calor e a falta de chuva seguiram mostrando como deve ser o clima durante a maior parte do mês de setembro. Os primeiros dias do mês também foram de baixos volumes de chuva.

O oitavo mês do ano foi de escassa precipitação, com baixa umidade do ar e excesso de calor nos estados do Centro-Oeste, com máximas acima de 40°C em alguns municípios. Além disso, o mês marcou extremos de temperatura no Centro-Sul do Brasil, com onda de calor e episódios de temperaturas baixas diante da ocorrência de massas de ar polar. A chuva ficou abaixo da média em praticamente todo o país.

No Cerrado e no Pantanal, houve aumento da quantidade de focos de incêndio em agosto, que costuma ser o mês com a segunda maior média mensal de queimadas do ano. Nos dois biomas, setembro tem a maior média de focos de calor entre todos os meses do ano, algo que vem se confirmando nos primeiros dias do mês.

Durante a semana passada, uma nova onda de calor atuou sobre o país, desde o norte do Paraná, passando pelo Sudeste e Centro-Oeste, com temperaturas até 5°C acima da média, segundo o INMET. Com o forte calor e a baixa umidade do ar, o risco permaneceu alto e contribuiu para a elevação dos focos de incêndio sobre o território nacional.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Todo o país permaneceu sem nenhuma precipitação até a última quarta-feira (11). Porém, na quinta-feira (12), as chuvas começaram a ganhar força sobre a Região Sul e chegaram até partes do Sudeste, com acumulados entre 20 e 50mm no Rio Grande do Sul.

Chuvas devem se estabelecer na segunda quinzena de outubro

A maior parte do mês de setembro será de precipitações escassas no Centro-Oeste e no Sudeste do Brasil, com clima muito seco no Brasil Central. A Região Sul deve apresentar os maiores volumes de chuva ao longo do mês.

Já para o mês de outubro, os modelos europeu e americano (GFS) convergem para o retorno das chuvas com um padrão mais bem distribuído e com maiores volumes. O mês de setembro ocorrerá sem El Niño ou La Niña atuando no Oceano Pacífico, representando um período de neutralidade climática.

A expectativa é de que, a partir da segunda quinzena do mês, o cenário de precipitação gradualmente começará a mudar, com o retorno da chuva para áreas do Sudeste e do Centro-Oeste entre a terceira e a quarta semanas do mês, mas ainda de forma irregular e mal distribuída.

O modelo europeu de projeção (ECMWF), que tem apresentado até o momento maior precisão, sinaliza que, a partir do próximo dia 20, há boa possibilidade de que as frentes frias originadas do Sul comecem a ganhar mais amplitude, se estendendo para as demais regiões, porém ainda de forma bastante irregular.

As precipitações devem ocorrer de forma mais generalizada a partir da segunda metade do mês de outubro. Apesar do atraso nas chuvas, que deve resultar em atraso do plantio de verão, a expectativa é de que, uma vez que as precipitações se estabeleçam, devem ocorrer em bons volumes até pelo menos o mês de janeiro, o que sinaliza um padrão positivo para a safra.

Entretanto, os modelos de projeção confirmam o estabelecimento da La Niña até novembro. A média dos modelos projeta uma La Niña de fraca intensidade, com desvio da temperatura do Pacífico próximo de -0,5°C.

Fonte: Consultoria Agro do Itaú BBA
Continue Lendo

Notícias

Prêmio Queijos do Paraná chega à segunda edição, com expectativa de recordes

Lançamento ocorreu nesta quarta-feira (18), no Mercado Municipal de Curitiba. Iniciativa deve bater recorde de produtores e de queijeiros inscritos.

Publicado em

em

Em solenidade realizada na manhã desta quarta-feira (18), um comitê gestor formado por cinco entidades promoveu o lançamento oficial da segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná. Idealizada com o objetivo de divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado, a iniciativa traz novidades e vem com a expectativa de bater recordes de produtos inscritos e de queijeiros participantes. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro deste ano e a premiação será realizada em 30 de maio de 2025.

Presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette: “Demonstramos ao Brasil e ao mercado internacional que temos queijos de excelente qualidade”

Na cerimônia de lançamento, o comitê gestor – formado por Sistema Faep, Sebrae/PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), Sindileite e Sistema Fecomércio-PR – apresentou o regulamento da segunda edição. Além disso, representantes das entidades também celebraram a importância do evento para o setor lácteo, dando continuidade a uma série de ações e políticas públicas levadas a cabo desde que o prêmio foi criado. “As pessoas que tiveram queijos premiados na primeira edição puderam colocar o selo em seu produto, que, com isso, foi reconhecido pelo mercado como queijo de melhor qualidade. Conseguiram, assim, gerar maior valor agregado. Isso significou mais renda para nossos produtores. Também demonstramos ao Brasil e ao mercado internacional que temos queijos de excelente qualidade. É isso que buscamos: uma cadeia inteira qualificada, da matéria-prima até o produto final”, disse o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Presidente-executivo do Sindileite-PR, Wilson Thiesen: “Esse prêmio vem a ajudar muito toda a cadeia produtiva do leite”

Além de realçar a relevância da primeira edição, o presidente-executivo do Sindileite-PR, Wilson Thiesen, apontou a tradição do Paraná na produção de leite – a primeira indústria de laticínios do Estado acaba de completar 100 anos de fundação – e novos investimentos no setor.

Na avaliação dele, ao colocar os queijos paranaenses em destaque, o prêmio contribui para impulsionar a comercialização dos derivados lácteos, inclusive para outros Estados. “Temos quase 12% da produção brasileira e 6% da população. Imagine como é a comercialização da nossa produção. O desafio é grande e esse prêmio vem a ajudar muito toda a cadeia produtiva do leite”, avaliou Thiesen. “Na primeira edição, jamais imaginávamos a diversidade e o sucesso da iniciativa. Agora, na segunda edição, devemos superar o que foi realizado”, acrescentou.

Presidente do IDR-Paraná, Richard Golba: “Eu me sinto orgulhoso que o queijo familiar, da tradição, saiu da clandestinidade para ganhar um espaço nobre na capital do Paraná”

O presidente do IDR-Paraná, Richard Golba, também ressaltou a tradição do Paraná na produção leiteira, principalmente em pequenas propriedades. Ele lembrou que, no passado, a fabricação de leite se dava de forma artesanal, para consumo próprio das famílias. Todo esse modelo passou por um processo de profissionalização, a ponto de os produtos lácteos conquistarem destaque em âmbito nacional e até internacional. “Eu me sinto orgulhoso que o queijo familiar, da tradição, saiu da clandestinidade para ganhar um espaço nobre na capital do Paraná. Nós, da extensão rural, sempre estivemos na luta para que o leite e os queijos se transformassem nesses alimentos nobres e tradicionais da nossa agricultura familiar”, disse Golba. “Esse trabalho do Prêmio Queijos do Paraná é maravilhoso, porque reflete a nossa essência”, apontou.

A união das entidades do setor produtivo com o poder público também foi destacada pelos integrantes do comitê gestor do Prêmio Queijos do Paraná. O diretor-superintendente do Sebrae/PR, Vitor Roberto Tioqueta, lembrou que a iniciativa não se resume à premiação, mas que “tem um antes, um durante e um depois”, que abrangem dezenas de ações que serão executadas em conjunto com 37 entidades apoiadoras.

Vice-presidente do Sistema Fecomércio-PR, Ari Faria Bittencourt: “Vamos continuar trabalhando para que o Paraná seja referência para o Brasil e para o mundo”

O vice-presidente do Sistema Fecomércio-PR, Ari Faria Bittencourt, também celebrou a atuação conjunta de tantas entidades. “Estamos juntos com grandes parceiros e os produtores rurais paranaenses para valorizar nossa produção, melhorar a gestão das agroindústrias, fortalecer a economia no campo, destacar a cadeia láctea e a qualidade de produtos feitos dentro das conformidades legais”, apontou Tioqueta. “O Paraná é diferente, porque consegue trabalhar em conjunto. Vamos continuar trabalhando para que o Paraná seja referência para o Brasil e para o mundo”, frisou

“Esse evento é muito mais do que uma celebração de um dos produtos mais emblemáticos do nosso Estado. É também um reconhecimento ao trabalho incansável dos nossos produtores que todos os dias contribuem para que o Paraná se torne uma das maiores potências do setor de laticínios do Brasil”, avaliou Bittencourt. “Estamos especialmente entusiasmados. Esperamos superar os números da primeira edição”, disse.

O prêmio
Na ocasião, o idealizador do Prêmio Queijos do Paraná, Ronei Volpi, apresentou o regulamento da segunda edição e contextualizou a importância do setor lácteo para a economia. Todos os 399 municípios do Paraná produzem leite, atingindo uma média de 13 milhões de litros por dia – dos quais 6 milhões são destinados à fabricação de queijos. Isso coloca o Estado em segundo lugar no ranking de produção de leite. Juntos, os estados da região Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – respondem por 40% do leite produzido no país, em apenas 7% do território nacional. “O Sul brasileiro é a ‘Meca’ do leite e dos produtos lácteos. E a cadeia láctea é a mais complexa, mais sensível e pulverizada, o que amplia o nosso desafio e a nossa responsabilidade. Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”, apontou Volpi. “Continuamos com foco na produção, promoção e na qualidade”, ressaltou.

Idealizador do Prêmio Queijos do Paraná, Ronei Volpi: “Nós pretendemos, nesta segunda edição, ampliar a qualidade e o reconhecimento obtidos na primeira edição”

O Prêmio Queijos do Paraná terá 21 categorias, de acordo com o leite utilizado (vaca, cabra ou búfala) e as características do queijo. Para participar, os produtores ou as agroindústrias precisam estar regularizados, com certificado de inspeção municipal, estadual ou federal. Os produtos inscritos serão avaliados de acordo com critérios técnicos, por um júri especializado – treinado a partir de cursos de formação oferecidos pelo prêmio.

A avaliação dos produtos será feita de acordo com as categorias em que eles foram inscritos. Serão três jurados por mesa, que vão atribuir notas aos queijos, de acordo com os quesitos técnicos pré-estabelecidos. Os derivados que obtiverem notas entre 18 e 20 conquistarão a medalha de ouro. Os produtos que forem avaliados com notas entre 16 e 18 levarão a medalha de prata. Os que fizerem de 14 a 16 pontos ficarão com o bronze. Uma segunda fase é destinada exclusivamente aos queijos que conquistarem a medalha de ouro. O júri vai selecionar os dez melhores (super ouro) entre os medalhistas, que participarão de uma nova disputa. Nesta etapa, cada jurado vai defender um dos queijos, apontando suas principais características. Após a argumentação verbal, será escolhido o “Melhor Queijo do Paraná 2025”. Além da medalha, os dez super ouro vão ganhar uma viagem técnica, em local ainda a ser definido.

Excelência em Muçarela
O Prêmio Queijos do Paraná traz, ainda, uma nova iniciativa: o Concurso Excelência em Muçarela – Edição Pizza. “O Paraná é o maior produtor de muçarela do país. Quase 50% do mix de produtos lácteos do Estado corresponde à muçarela”, justificou Volpi. A disputa será voltada à aplicação desse tipo de queijo na gastronomia, mais especificamente como ingrediente de uma pizza.

O concurso contará com duas etapas: uma avaliação técnica, em que o júri observará as características técnico-funcionais do queijo, como derretimento, elasticidade, gordura livre e fatiabilidade; e uma avaliação sensorial, em que os jurados levarão em conta a utilização da muçarela em uma pizza.

Ao término, o Concurso Excelência em Muçarela vai selecionar as cinco melhores muçarelas. Os vencedores ganharão uma viagem técnica. A expectativa é de que 80 queijeiros e/ou indústrias se inscrevam nessa modalidade.

Fatores decisivos

O vice-governador do Paraná, Darci Piana, destacou a importância da parceria entre o governo e a iniciativa privada como fator decisivo para o desenvolvimento do estado. “Quando há união entre o setor privado e o governo, o sucesso é garantido. O Paraná é um exemplo de pujança, investimento e liderança”, afirmou.

Vice-governador do Paraná, Darci Piana: “O Paraná é um exemplo de pujança, investimento e liderança”

Piana ainda reforçou a necessidade de dar continuidade ao trabalho realizado na primeira edição do projeto, com o objetivo de expandir suas ações para outros estados e, futuramente, alcançar também o mercado internacional.

O secretário de Estado da Fazenda, Norberto Ortigara, ressaltou o desafio constante de expandir a distribuição de produtos lácteos do Paraná para o restante do Brasil, destacando a importância da industrialização como estratégia de crescimento. “Nosso objetivo sempre foi levar o leite paranaense para o mercado nacional, e uma maneira eficaz de alcançar isso é por meio da produção de queijos e outros derivados lácteos”, afirmou.

Ele também destacou o impacto positivo de iniciativas como o prêmio, que ajudam o setor a superar obstáculos de curto e médio prazo. “Vemos pequenos produtores que começaram com queijos artesanais e hoje têm suas marcas reconhecidas internacionalmente. Parabenizo as entidades por liderarem esse movimento, que deve ser contínuo em prol de uma cadeia produtiva tão relevante”, salientou.

O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Natalino Avance de Souza, destacou a relevância do queijo para a economia do Paraná, especialmente no contexto da agricultura familiar. “O queijo é um produto essencial para a economia do estado e crucial para a sustentabilidade da agricultura familiar”, afirmou.

Segundo ele, o momento atual representa um grande avanço para o setor, resultado de anos de esforço e dedicação. “O Paraná se diferencia por sua capacidade de unir forças, o que o coloca como o principal estado agrícola do país. Esse trabalho conjunto é o que nos permite produzir o melhor queijo do Brasil”, mencionou.

Fotos: Divulgação/Faep

Livro
Ao longo do evento, o comitê gestor também promoveu o lançamento do livro da primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná. A publicação traz um perfil dos 88 produtores medalhistas, com as características básicas dos queijos premiados e os contatos dos ganhadores. O material serve como um guia de produtores e de derivados lácteos do Estado.

Primeira edição
Lançada em 2023, a primeira edição do Prêmio Queijos do Paraná impulsionou o setor lácteo do Paraná. A iniciativa registrou a inscrição de 450 produtos, dos quais 291 queijos foram efetivamente habilitados a concorrer. Ao todo, 88 queijos foram premiados: 28 com medalha de bronze, 30 com a de prata e 30 com a de ouro. Além disso, entre os 30 medalhistas de ouro, dez conquistaram também a medalha super ouro. Ainda, o prêmio formou 60 jurados, que passaram por um curso técnico que os habilitou a fazer o julgamento dos produtos.

Além do comitê gestor, a primeira edição reuniu 28 entidades apoiadoras, entre universidades, instituições públicas e associações ligadas à cadeia produtiva, que desenvolveram dezenas de ações voltadas ao setor lácteo, com a qualificação de produtores de leite, de queijeiros artesanais e de indústrias lácteas. Houve também eventos promocionais, oficinas, minicursos e conferências online, direcionados ao público consumidor e a empórios e lojas especializadas em queijos.

Fonte: Assessoria Faep
Continue Lendo
IFC

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.