Bovinos / Grãos / Máquinas Em Guarapuava
Com investimento de R$ 20 milhões, Paraná ganha novo laticínio
Unidade terá capacidade para produzir três toneladas de queijo e 400 quilos de manteiga ou nata por dia. Foram gerados 35 postos de trabalho, entre diretos e indiretos.

O vice-governador Darci Piana participou, nesta quarta-feira (11), da inauguração do Laticínio Fortim, da Coamig Agroindustrial Cooperativa, em Guarapuava, no Centro-Sul do Paraná. Com um investimento de R$ 20 milhões, a unidade terá capacidade de produção diária de três toneladas de queijo, além de 400 quilos de manteiga ou nata. Com a nova estrutura, foram gerados 35 empregos, sendo 25 deles diretos e 10 indiretos, principalmente no transporte de leite.

Vice-governador Darci Piana: “Precisamos aproveitar esse volume expressivo e gerar mais valor agregado, como na produção de queijo e outros subprodutos”
Piana destacou a força da cadeia leiteira do Paraná e a importância de que a produção seja aproveitada no desenvolvimento de subprodutos, em busca de novos mercados. “Precisamos aproveitar esse volume expressivo e gerar mais valor agregado, como na produção de queijo e outros subprodutos. É isso que estamos vendo aqui neste laticínio da Coamig, investindo em novas opções de produtos para ampliar o seu alcance junto ao consumidor e o mercado”, afirmou Piana.
O Paraná é o segundo maior produtor de leite do Brasil, com 4,5 bilhões de litros anualmente. O volume gerou um Valor Bruto da Produção (VBP) de R$ 11,4 bilhões em 2023, aumento de 7% em relação ao ano anterior, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab). Somente Guarapuava produziu 22,3 milhões de litros de leite no ano passado, com VBP de R$ 56,8 milhões.
O diretor-presidente da Coamig, Osmar Hauagge, ressaltou que o laticínio irá contribuir para a economia local, fortalecendo a cadeia leiteira de Guarapuava e do Paraná. “Não se trata apenas de uma construção física, mas também um símbolo do compromisso da cooperativa com seus membros e com a comunidade em geral. É através dela que estamos concretizando o ciclo virtuoso da produção de leite, desde a ordenha nas fazendas até a distribuição dos produtos finais”, disse.
Estrutura
As obras do laticínio começaram em 2022, realizando um sonho antigo da cooperativa, buscando transformar o trabalho dos cooperados em produtos com identidade própria, ampliando a base de comercialização para outras cidades e regiões do Paraná.
O laticínio se destaca como o primeiro do setor cooperativista da região a contar com inspeção federal, uma garantia a mais de qualidade e segurança aos produtos oferecidos pela
Coamig aos consumidores.
De acordo com a cooperativa, a expectativa é de que a partir de janeiro de 2025 cerca de 30 tipos de produtos, como muçarela e outros queijos tradicionais, comecem a ser comercializados nas prateleiras das cidades de Guarapuava, Ivaí e Prudentópolis, dentro das lojas da Coamig. A população também poderá adquirir os itens produzidos pelo laticínio nos comércios locais, por meio de representantes comerciais.
Os produtos chegam às prateleiras com a marca “Fortim”, inspirado no Fortim Atalaia. A escolha do nome ocorreu após um concurso com a comunidade, em 1979, com mais de 500 sugestões. Construído no início do século XIX, o Fortim Atalaia representa a força de quem vigiava e protegia a região. Da mesma forma, os produtos e a própria cooperativa representam a proteção e a força dos produtores de leite.
Coamig
Fundada em 1969, a Coamig surgiu com o objetivo de facilitar o desenvolvimento do setor agropecuarista e buscar melhores recursos para a atividade. Desde então vem expandindo suas operações. Em 2016, inaugurou uma loja na cidade de Ivaí, oferecendo produtos para os cooperados.
Já em 2022, inaugurou sua segunda loja, desta vez em Prudentópolis, atendendo cerca de 50 propriedades com suporte exclusivo de uma zootecnista dedicada à região. Com atuação em 20 cidades, a Coamig se consolida como uma das principais cooperativas da indústria leiteira do Paraná.
Presenças
Participaram do evento os secretários estaduais Natalino Avance de Souza (Agricultura e Abastecimento), Norberto Ortigara (Fazenda) e Aldo Bona (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior); o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Otamir César Martins; o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken; o prefeito eleito de Guarapuava, Denilson Baitala; o diretor-secretário da Coamig, Jorge Augusto do Nascimento; e o gerente do Laticínio Fortim, Marcelo Munaretto.

Bovinos / Grãos / Máquinas
Regeneração de pastagens e sistemas integrados ganham protagonismo na pecuária brasileira
Especialistas destacam que eficiência produtiva, solo saudável e adoção de ILPF são caminhos centrais para uma pecuária sustentável e de baixo carbono.

A regeneração de pastagens degradadas e a adoção de sistemas integrados de produção devem ocupar o centro da estratégia da pecuária brasileira para os próximos anos. Essa visão foi defendida por Fábio Dias, líder de Pecuária Sustentável da JBS, durante sua participação no VEJA Fórum de Agronegócio, realizado nesta segunda-feira (24), em São Paulo.
Ao participar do painel “Agricultura Sustentável: como produzir sem desmatar”, o executivo ressaltou que a eficiência produtiva e a sustentabilidade caminham juntas para garantir a perenidade do negócio. Com atuação em 20 países e relacionamento diário com centenas de milhares de produtores, a JBS enxerga a saúde da cadeia de fornecimento como prioridade. “A produção pecuária e agrícola precisa prosperar por muitos anos, não apenas por alguns. Se os produtores não forem bem, toda a cadeia não irá bem”, explicou.
Dias também analisou a mudança de paradigma no setor: se antes o foco estava exclusivamente no volume de produção, hoje a degradação e a queda de produtividade, especialmente em áreas de abertura mais antigas, impulsionaram uma nova mentalidade voltada à longevidade e à qualidade do solo.
Segundo Dias, essa agenda regenerativa é um imperativo de gestão, focada na melhoria contínua do ativo ambiental. “É fundamental garantir que a fazenda seja mantida em condições de produtividade superior a cada ano, demonstrando que a exploração pecuária de longo prazo é totalmente sustentável”, afirmou.
O executivo reforçou a singularidade do modelo brasileiro, capaz de acomodar duas ou três safras na mesma área. Nesse contexto, a Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) surge como ferramenta vital. A presença animal no sistema não apenas diversifica a renda, mas eleva a biologia do solo e sua capacidade de estocagem de carbono. “Colocar animais numa área aumenta a vida do local, eleva a qualidade da terra e mantém o solo coberto durante todo o ano”, explicou Dias. De acordo com o executivo, a eficiência gerada pela ILPF, somada à redução da idade de abate dos animais, resulta em menor pressão por desmatamento e queda nas emissões entéricas, pavimentando o caminho para uma pecuária brasileira de baixo carbono.
Para acelerar a adoção dessas tecnologias e fortalecer a formalização da cadeia, a JBS estruturou um ecossistema robusto de difusão de conhecimento, assistência técnica e gerencial. O objetivo é empoderar o produtor para a tomada de decisões embasadas. “Construímos um ecossistema que difunde conhecimento e apoio aos produtores”, reforçou Dias.
Essa estratégia, operacionalizada por meio do programa Escritórios Verdes, criado em 2021, e que que oferecem assistência técnica, ambiental e gerencial gratuita, tem gerado impacto mensurável: desde então, já foram mais de 20.000 produtores apoiados, reinseridos na cadeia produtiva legal e sustentável.
O líder de Pecuária Sustentável da JBS concluiu que o potencial do Brasil em ter uma pecuária baixa em carbono é evidente, dada a capacidade de armazenagem do solo tropical e a redução da idade de abate dos animais. “Ao aumentar a produção por área, a JBS enxerga um futuro brilhante para a pecuária brasileira, onde a sustentabilidade se torna o novo padrão de eficiência e inclusão produtiva”, pontuou.
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Mercado do leite volta a cair em novembro e mantém pressão sobre o produtor
Demanda mais fraca e custos elevados sustentam pressão negativa sobre o preço ao produtor.

O preço médio nacional do leite ao produtor fechou novembro de 2025 em R$ 2,44 por litro, conforme o boletim Indicadores Leite e Derivados, elaborado pelo Cileite/Embrapa. O valor representa queda de 3,8% na comparação mensal e recuo de 14,8% em 12 meses, consolidando um ano de forte retração para o setor.
A análise regional mostra que todos os estados acompanhados registraram variações negativas, como em São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. As barras do gráfico destacam uma tendência comum de queda, com redução próxima a 4%.
Derivados também caem

Foto: Sistema Faep
Os preços dos lácteos seguiram o mesmo movimento. O boletim indica retração de 1,0% no conjunto de “Leite e Derivados” e queda de 0,2% em outro agrupamento de produtos monitorados. Entre os itens acompanhados individualmente, o leite UHT apresentou variação negativa mais intensa, acompanhado por baixas em queijos, manteiga, creme de leite e leite condensado — todos com índices de redução destacados na coluna “Em 12 meses”.
Consumo interno não reage
O relatório também traz a evolução do ticket de compra de lácteos no varejo, mostrando oscilações ao longo de 2023, 2024 e 2025. A curva referente a 2025 revela leve recuperação no segundo semestre, mas ainda distante dos patamares observados em anos anteriores. Segundo o boletim, o consumo interno não tem acompanhado a oferta, o que contribui para a continuidade da pressão sobre os preços ao produtor.
Cenário segue desfavorável ao produtor
Com custos ainda elevados em várias regiões e baixa capacidade de repasse pela indústria, o momento permanece desafiador para a cadeia produtiva. A retração em praticamente todos os indicadores reforça o ambiente de margens apertadas e de incerteza para o início da temporada 2026.
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Mato Grosso institui Passaporte Verde e eleva padrão socioambiental da pecuária
Nova lei, que entra em vigor em 2026, estabelece critérios socioambientais e rastreabilidade completa do rebanho para atender às exigências dos mercados internacionais.

A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou, em duas votações, na última quarta-feira (19), o projeto de lei que institui o Programa Passaporte Verde, iniciativa que coloca o Estado na vanguarda da pecuária sustentável no Brasil. A nova legislação entra em vigor em janeiro de 2026 e estabelece critérios socioambientais para todo o monitoramento de rebanho bovino e bubalino mato-grossense, com o objetivo de atender às exigências dos mercados internacionais mais competitivos.
O Passaporte Verde, desenvolvido pelo Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) em parceria com o Governo do Estado e o setor produtivo, propõe o monitoramento socioambiental completo da cadeia da carne, desde o nascimento do animal até o abate. O programa prevê etapas de implantação para incluir propriedades de todos os portes, oferecendo suporte técnico e orientação aos produtores.
Entre os objetivos dessa política de sustentabilidade estão o desenvolvimento sustentável, a inclusão e consciência produtiva, o acesso ao mercado global, qualidade e monitoramento, incentivo de parcerias do setor privado com entidades públicas, a valorização de serviços ambientais, além do estímulo do ambiente de concorrência equitativa na cadeia produtiva.
A iniciativa reforça o compromisso de Mato Grosso com a produção responsável, rastreabilidade, transparência e conservação ambiental, critérios cada vez mais valorizados pelos importadores e consumidores globais. Países da Europa e da Ásia, por exemplo, têm adotado políticas que priorizam produtos com comprovação de origem sustentável e desmatamento zero. “Mato Grosso se consolida como pioneiro em sustentabilidade com o Passaporte Verde. Estamos mostrando ao mundo que é possível produzir mais, com responsabilidade ambiental e inclusão social. Esse programa será uma vitrine da pecuária moderna, transparente e comprometida com o futuro do planeta”, comemorou o presidente do Imac, Caio Penido.



