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Com investimento de R$ 1 bilhão, JBS inaugura duas novas unidades no Paraná
Ratinho Junior participou da inauguração de duas novas fábricas do grupo – de empanados e salsichas, consideradas as mais modernas do mundo. Atualmente, 4,5 mil pessoas trabalham no complexo industrial. Após a conclusão do investimento, o número de trabalhadores chegará a 6 mil.

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou nesta sexta-feira (27) da inauguração de duas novas fábricas no complexo industrial da JBS em Rolândia, no Norte do Paraná. Fruto de um investimento de cerca de R$ 1 bilhão, as plantas são as mais modernas fábricas de empanados e salsichas do mundo, segundo a empresa. Com isso, a JBS reforça a estratégia de atuar no segmento de produção de alimentos de valor agregado.
“O Paraná tem a vocação para ser o supermercado do mundo. Incentivamos as iniciativas que agregam valor à cadeia de produção de alimentos, transformando produtos agropecuários em alimento de valor agregado”, afirmou o governador. “Este é um dos investimentos feitos no Paraná tendo este ideal em vista”, disse ele.
O vice-presidente da República e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também participou do evento.
O centro fabril ocupa um terreno de 257 mil metros quadrados, com 54 mil metros de área construída. Atualmente, 4,5 mil pessoas trabalham no complexo industrial da JBS em Rolândia, o que, segundo a empresa, representa uma massa salarial de R$ 195 milhões anuais na economia local. Após a conclusão do investimento, com a expansão já planejada para todas as linhas produtivas da unidade no município, 6 mil colaboradores trabalharão no complexo industrial, injetando uma massa salarial anual de R$ 260 milhões.
Contando o centro de distribuição, sedes e outras plantas da empresa no Estado, em 11 cidades, a JBS tem 14 mil colaboradores no Paraná. Em todo o Brasil, são mais de 150 mil trabalhadores.
Segundo o CEO Global da JBS, Gilberto Tomazoni, a planta é uma das mais modernas da empresa. Ele citou que a JBS tem mais de 500 plantas em todo o mundo. “Seguramente, na categoria de salsichas e empanados, é a mais moderna do mundo. Tudo que existe de tecnologia, temos nesta fábrica”, afirmou Tomazoni.
Modernas
As novas plantas da JBS no complexo de Rolândia contam com automatização em vários processos. A unidade terá robôs para as esteiras de produção e de embalagem e está habilitada para o uso de inteligência artificial nos processos industriais. Na produção de salsichas, a planta vai trabalhar o segundo maior forno de cozimento e defumação do mundo, atrás apenas de uma unidade que fica na Romênia.
Com os investimentos, o complexo industrial da JBS em Rolândia ainda pode ser ampliado futuramente. Neste momento, a planta conta com duas linhas de fabricação de empanados e uma linha de produção de salsichas. Futuramente, a unidade pode chegar a sete linhas dedicadas a empanados e três linhas para a fabricação de salsichas.
Inovação e sustentabilidade
Segundo a empresa, as fábricas foram construídas sob os mais modernos sistemas de sustentabilidade e tecnologia, compatíveis com padrões globais de segurança sanitária e de redução de impacto ambiental. As fábricas também nascem com protocolos sustentáveis como coleta de águas pluviais, utilização de veículos elétricos para trânsito interno, geração de energia solar no estacionamento dos veículos e reaproveitamento dos resíduos de celulose do processo industrial para transformação em combustível, compostagem, entre outras soluções.
“Aqui temos um bom exemplo do que chamamos de nova indústria, da nova industrialização, que é inovadora e trabalha com sustentabilidade. Inovação na ponta da tecnologia, da digitalização e, de outro lado, a sustentabilidade. Desde os caminhões elétricos, passando por energia renovável e agregando valor à agroindústria”, afirmou o vice-presidente, Geraldo Alckmin.
Impacto
De acordo com a companhia, um estudo da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) aponta que a cadeia produtiva da JBS movimenta cerca de 1,6% do PIB do Paraná e contribui para a geração de aproximadamente 2% dos empregos no Estado. Além das unidades inauguradas nesta sexta-feira, o parque fabril da JBS em Rolândia conta com uma unidade de processamento de frangos, uma fábrica de co-produtos, uma fábrica de rações e um incubatório.
Presenças
Também estiveram presentes na inauguração os secretários estaduais Norberto Ortigara (Agricultura), Beto Preto (Saúde), Ricardo Barros (Indústria, Comércio e Serviços), Mauro Moraes (Trabalho) e Márcio Nunes (Turismo); os deputados federais Luísa Canziani, Luiz Nishimori, Pedro Lupion, Beto Richa, Zeca Dirceu e Elton Welter; os deputados estaduais Cloara Pinheiro, Alexandre Cury, Cobra Repórter e Tiago Amaral; o prefeito de Rolândia Ailton Maistro; o presidente da Seara Alimentos, João Campos; o CEO da JBS Brasil, Gilberto Xandô; os acionistas do Grupo J&F, Wesley Batista e Joesley Batista.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



