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Com certificação da aftosa, Paraná vai acessar mercados que pagam mais pela carne

Com o selo, Paraná precisa de esforços constantes de vigilância contra o vírus da febre aftosa

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Fotos: O Presente Rural

A conquista da certificação de área livre de febre aftosa sem vacinação pelo Paraná, concedida pela Organização Mundial de Saúde Animal nesta quinta-feira (27), vai alavancar as exportações paranaenses. O selo funciona como um aval sanitário sobre toda a produção agropecuária do Estado, e deve impactar não somente a exportação de carnes e seus derivados, que são diretamente vinculadas à questão, mas também produtos agrícolas, potencializando a economia do Estado como um todo.

Esse é o principal impacto esperado pela certificação, almejada há anos pelo setor produtivo. “Com a vacinação, existe uma desconfiança de que ela é necessária porque os animais podem ter a doença. Quando você para de vacinar, você tem a certeza de que, nessa região, ela está erradicada”, explica Otamir Cesar Martins, diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). “Vamos poder alcançar novos mercados que pagam melhor – como na carne suína, que chega ao dobro do valor em países como Japão e Coreia do Sul”.

Segundo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o Paraná é o segundo maior produtor de carne suína do Brasil, representando 21,1% do total do País. No entanto, quando o foco é a exportação, o Paraná cai para terceiro lugar, com 13,59% do total. A certificação concedida pela OIE potencializa esse percentual, abrindo diálogo com mercados que só compram carnes de produtores com o selo.

“Em cinco anos, provavelmente estaremos nesses mercados com carnes especiais — o que, no timing comercial internacional, é um tempo muito curto”, indica Antônio Poloni, assessor da presidência da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (FAEP). “Mais do que ampliar mercados, esse é um selo de qualidade do Paraná como um produtor de primeiro mundo. É um cartão de visita muito mais forte para o empresário”, endossa.

EXPORTAÇÃO – O novo status do Paraná potencializa diretamente a exportação de seus produtos, já que libera acesso a mercados que só compram de quem é certificado. Rafael Gonçalves Dias, gerente de saúde animal da Adapar, explica que isso acontece porque, como a febre aftosa é difícil de controlar, ela funciona como um termômetro: zonas livres da doença têm bons serviços veterinários e controlam outras zoonoses.

Ele aponta que, a curto prazo, a suinocultura deve ser uma das principais favorecidas, uma vez que ela já tem uma produção robusta e suficiente para abastecer novos mercados, mas atualmente só acessa cerca de um terço dos mercados compradores. “Já exportamos para bons mercados, como Hong Kong, Rússia e China. Agora, queremos conquistar mercados premium: Estados Unidos, União Europeia, Japão e Coreia do Sul, que pagam até o dobro do valor por tonelada”, pontua Dias.

Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento, o Paraná produziu 936 mil toneladas de carne suína em 2020, um aumento de 11,1% comparativamente a 2019 que consolidou o Estado como segundo maior produtor da proteína no País. Com relação à exportação, foram 117,9 mil toneladas em 2019, por exemplo, 16% do total exportado pelo Brasil. No total, naquele ano, a suinocultura gerou um Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) de R$ 6,31 bilhões — valor 28% maior que em 2018.

“O mundo já nos conhece pela qualidade da nossa carne suína. Além de termos uma grande produção por empresas privadas e cooperativas, temos plantas de projetos sendo desenvolvidas com alta tecnologia, como em Assis Chateaubriand, atraindo investimentos para se produzir cortes da forma como se exige nos mercados internacionais”, ratifica Antônio Poloni, da FAEP.

 

MATURIDADE – Pela maturidade do mercado, os especialistas apontam que a suinocultura será a mais diretamente valorizada em curto e médio prazo. No entanto, devem crescer também a produção de outras proteínas – como pecuária de corte e peixes, seus produtos derivados e ainda os indiretamente relacionados, como milho e cereais. “Todos os produtos ligados ao agronegócio crescem, porque esse é um selo agregador de proposições. Ele funciona como um upgrade de modo geral”, pontua Poloni.

Martins, diretor-presidente da Adapar, aposta que a cadeia do leite será totalmente beneficiada. “Nossa produção láctea será muito maior que o nosso consumo, gerando exportação. Poderemos exportar queijos e leite em pó, por exemplo. Nas outras commodities, você tem um ganho indireto por esse novo status sanitário, que coloca nosso Estado em posição de igualdade com os países do primeiro mundo”, explica.

 

O QUE PODE MUDAR – Outra grande mudança pode ser na pecuária de corte. O Paraná ocupa a 10ª posição no ranking nacional com um rebanho de 9,3 milhões de cabeças sendo 6,3 milhões da pecuária de corte e 3 milhões de cabeças de pecuária leiteira.

No caso paranaense a quantidade de área com terras mecanizáveis já está limitada, mas em áreas declivosas subutilizadas há potencial para incorporação de até 4 milhões de cabeças de bovinos de corte. Estas áreas, segundo a Adapar, têm bom potencial produtivo e produção de pastagem para uso na pecuária de corte.

A região do Arenito Cauiá (Noroeste), por exemplo, possui 3,2 milhões de hectares e hospeda apenas 6,5% do rebanho bovino paranaense. Nesta área há aproximadamente 2 milhões de hectares de áreas declivosas e pequenas áreas de pastagens para gado leiteiro em pequenas propriedades, além de áreas planas em litossolos que não servem para a agricultura e áreas de várzeas.

Atualmente existem técnicas para incrementar a produtividade nestas áreas (declivosas), através da melhoria das pastagens, aliada ao uso de genética superior, o que traria aumento da lotação com produtividade agregada.

Também é uma área com imenso potencial para a integração lavoura-pecuária. O sistema de integração é uma estratégia de produção que integra culturas anuais e pecuária, no mesmo espaço, em consórcio, sucessão ou rotação, e busca potencializar a sinergia entre os componentes pecuária e lavoura. O principal objetivo é o cultivo do solo por boa parte do ano – em alguns casos, o ano todo – conseguindo um incremento na produção de grãos e aumento de ganho em carne e leite com custos mais baixos.

“As cooperativas querem investir em Campo Mourão, no Noroeste, na região do Arenito Caiuá. Tem um potencial imenso de levar pecuária para essa região. E também para promover o esquema lavoura-pecuária nas pequenas propriedades, intercalando produção e garantindo rentabilidade o ano inteiro. Teremos investimentos nesse sentido. É um novo mercado que se abre ao Paraná”, acrescenta José Roberto Ricken, diretor-presidente da Ocepar, entidade que representa as cooperativas.

CERTIFICAÇÃO – Os trabalhos do Paraná para conquistar a certificação somam anos de esforços (veja a linha do tempo). Os últimos focos de febre aftosa registrados no Estado em 2006. Em outubro de 2019, após diversas tratativas com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o Paraná deu um passo importante para essa conquista, suspendendo a vacinação de bovinos. Os trabalhos são consolidados com a concessão do selo internacional.

Além do Paraná, também foram reconhecidos pela OIE como área livre de aftosa sem vacinação os Estados do Rio Grande do Sul, Rondônia e Acre, além de 19 municípios do Amazonas e cinco do Mato Grosso. Apenas Santa Catarina obtinha a certificação, concedida em 2007.

Fonte: Agência Estadual de Notícias- PR

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Como o Programa Nacional de Pastagens Degradadas atuará para a conservação do solo

Data criada pelo governo federal em 1989 objetiva trazer a importância do manejo correto do solo.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Há 35 anos o Governo Federal instituía o dia 15 de abril como Dia Nacional de Conservação do Solo por meio da Lei nº 7.876/1989. Este recurso natural é a base para a agricultura sustentável e competitiva, pois é responsável por fornecer os nutrientes, a água e atividade biológica benéfica para a saúde do solo nas lavouras e áreas preservadas no Brasil. Sendo um recurso natural não renovável é de grande importância práticas que conservem e que restaurem solos degradados.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) trabalha para o estímulo de práticas sustentáveis de manejo e de conservação dos solos. Uma dessas ações é o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestas Sustentáveis (PNCPD) que foi lançado em dezembro de 2023 por meio do Decreto nº 11.815.

O programa tem por objetivo promover e coordenar políticas públicas destinadas à conversão de pastagens degradadas em sistemas sustentáveis, visando fomentar boas práticas agropecuárias que levem à captura de carbono. A pretensão do governo é a recuperação e conversão de até 40 milhões de hectares de pastagens em dez anos.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destaca que o solo é fator fundamental para o plantio. “O solo é o bem mais preciso que o produtor tem e por isso deve cuidar dele com bastante atenção”, evidencia.

Fávaro afirma que o programa além de ser uma prática sustentável, prevê a adoção de medidas que contribuam com a segurança alimentar e climática do planeta. “O programa de conversão de pastagens degradadas reflete em investimentos na agricultura brasileira e na diminuição da emissão de gás carbônico (CO2). Vamos mostrar para o mundo que é possível produzir e preservar”, completa ministro.

O fator que mais caracteriza uma área degradada é a cobertura vegetal e a condição física, química e biológica do solo. Dessa forma, PCNCPD recuperará os solos degradados pelo uso inadequado por décadas, para que se torne fértil e ativo biologicamente. Recuperando o solo, o produtor poderá usar suas terras de forma mais competitiva e sustentável.

Quando há transformação de uma área ocupada por pastagem em alto grau de degradação para uma lavoura ou floresta de forma sustentável, ocorre um efeito colateral importante sobre a conservação de solo e da água: uma redução drástica da erosão do solo.

O Brasil perde, por ano, somente por erosão hídrica cerca de 2,5 bilhões de dólares nas áreas agrícolas do país, sobretudo em áreas ocupadas com pastagens degradadas. Esse valor pode ser muito maior, se não tiver a conversão das áreas ocupadas com pastagens degradadas em sistemas agropecuários e florestais sustentáveis.

O coordenador-geral do Comitê Interministerial que cuidará do programa e assessor especial do ministro, Carlos Augustin, afirmou que o objetivo é a produção com certificação, rastreabilidade e sustentabilidade. “O mundo quer alimentos saudáveis, alimentos que sejam produzidos com baixo carbono, com o uso de bioinsumos, enfim, uma série de quesitos de sustentabilidade e o Brasil pode oferecer isso”, ressalta.

O programa poderá ainda causar um impacto na conservação de solos e água que só a introdução do plantio direto nas últimas cinco décadas tem semelhança, e, por isso, vários órgãos públicos, empresários, produtores estão participando deste processo.

Para o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa, o programa de pastagens do Mapa pode demonstrar a outros países múltiplos caminhos para alcançar a sustentabilidade da agricultura, para, no fim, levar segurança alimentar aos países.

“A sinergia entre governo e setor produtivo será fundamental para alcançar esses objetivos, mantendo o Brasil como um fornecedor vital de alimentos para o mundo e um exemplo de desenvolvimento sustentável na agricultura”, destaca o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa, Roberto Perosa.

No Mapa, a Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo (SDI) trabalha para fomentar e promover tecnologia com sistemas sustentáveis de produção, incluindo a conservação do solo.

As tecnologias voltadas para conservação de solo têm a característica de promover práticas sustentáveis de manejo da terra, visando a preservação da fertilidade do solo, a prevenção da erosão e a proteção do meio ambiente.

De acordo com a secretaria da SDI, Renata Miranda, ao instituir o PNCPD, o governo demonstra uma visão proativa em direção a práticas que não apenas aumentam a produtividade, mas também preservam os recursos naturais e mitigam os impactos ambientais. “O programa contribui para a redução da pressão sobre os ecossistemas naturais e para a adaptação e mitigação dos efeitos negativos das mudanças do clima”, diz.

Dentro do Plano de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (ABC+), que consiste em políticas públicas para fomentar uma agropecuária mais sustentável e para o enfretamento à mudança do clima, as tecnologias para a conservação do solo estão presentes em quase todos os sistemas produtivos sustentáveis como os sistemas de plantio direto; de produção integrada; uso de bioinsumos; sistemas irrigados; entre outros.

Fonte: Assessoria Mapa
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Adidos agrícolas contribuem para abertura de mercados no exterior

Em 15 meses, 100 novos mercados foram abertos após intenso trabalho dos auditores agropecuários no Brasil e no exterior.

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Com a abertura de novos mercados para produtos da agropecuária nacional, o Brasil se fortalece no cenário internacional de exportações e importações. Desde janeiro de 2023, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) já abriu 100 novos mercados, sendo a maioria na Ásia e nas Américas, 36 e 35 mercados abertos em cada, respectivamente. Na linha de frente para concretizar essas operações e, ao mesmo tempo, atuando nos bastidores para mantê-las, estão os auditores fiscais federais agropecuários (AFFAs).

“Abertura de mercado é quando dois países chegam a bom termo entre os requisitos sanitários do país importador e as garantias oferecidas pelo país exportador, para um determinado produto. Então, por exemplo, exportar pescados para a Austrália, é um mercado. Exportar carne de aves para El Salvador é outro mercado. Então conta por produto, para aquele país, ou território, ou bloco econômico”, explica Augusto Billi, diretor do Departamento de Negociações Não-Tarifárias e de Sustentabilidade, da Secretaria de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

Para auxiliar na consolidação e manutenção desses mercados, foi criado em 2010 o posto de adido agrícola. Segundo Billi, a posição é majoritariamente ocupada por AFFAs. Atualmente, o Brasil dispõe de 29 adidos agrícolas espalhados por 27 países. “O adido agrícola estuda tudo que aquele país exige; ele está identificando oportunidades. Ele analisa as importações e consumo de determinado produto e verifica se o Brasil teria as condições sanitárias e a competitividade para exportar. Estuda quais barreiras existem para isso e as possibilidades de superá-las. Com o apoio dos AFFA que atuam na Secretaria de Defesa Agropecuária e na Secretaria de Comércio e Relações Internacionais, elabora-se a melhor estratégia de negociação para alcançar o objetivo da abertura do mercado”, completa.

São muitas as barreiras a serem superadas, mas podemos citar as barreiras tarifárias, as barreiras sanitárias e fitossanitárias e, agora, as barreiras de terceira geração, voltadas para causas ambientais, sociais, de bem-estar animal, trabalhistas, dentre outros aspectos.

Billi ressalta que o Brasil tem superado, com excelência, todas essas barreiras. “A gente tem hoje a agricultura mais sustentável do planeta, já não temos dúvida disso”, “nós temos um Código Florestal que exige que todo produtor preserve pelo menos 20% da área de sua propriedade. No bioma Cerrado, este percentual é de 35%, chegando a 80% de preservação no bioma Amazônico”, disse.

Além disso, o planejamento brasileiro para o cumprimento de prazos e respeito a contratos é motivo de orgulho. “O Brasil é um dos mais organizados com isso e, usando agricultura familiar. Grande parte da nossa produção de aves e suínos vem da agricultura familiar, onde as famílias estão envolvidas no processo de integração com as grandes companhias produtoras e exportadoras de produtos cárneos”, acrescenta o diretor.

Ainda assim, nem toda abertura de mercado quer dizer uma venda imediata de produtos. “Abrimos o mercado, automaticamente tem container indo para lá? Não. Há mercados que foram abertos e o setor, de repente, achou que não é conveniente, ou ele não é competitivo no momento”, exemplifica Billi.

Tão importante quanto a abertura é a manutenção dos mercados já alcançados. Os auditores agropecuários que trabalham com saúde animal, sanidade vegetal, inspeção de produtos de origem animal e vegetal, são os profissionais que podem certificar que as garantias

Fonte: Assessoria Anffa Sindical
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Retração produtora eleva cotações do trigo no Brasil

Segundo pesquisadores do Cepea, muitos também se afastam dos negócios porque, diante da proximidade do período de cultivo no Sul do Brasil, passam a se atentar ao campo e ao clima – por enquanto, estimativas indicam menor área no País.

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Foto: Gilson Abreu

As cotações internas do trigo subiram na semana passada, pressionadas pela retração de produtores – os que ainda detêm o cereal de qualidade nesta entressafra preferem esperar para vendê-lo em momentos mais oportunos.

Segundo pesquisadores do Cepea, muitos também se afastam dos negócios porque, diante da proximidade do período de cultivo no Sul do Brasil, passam a se atentar ao campo e ao clima – por enquanto, estimativas indicam menor área no País.

Produtores estão de olho, ainda, no mercado externo, sobretudo nas tensões no Oriente Médio.

Conforme novos dados da Conab, a área nacional está projetada em 3,3 milhões de hectares, 4,7% inferior à da temporada anterior.

A  produtividade, porém, pode aumentar 26,1% no mesmo comparativo.

Assim, a produção está estimada em 9,72 milhões de toneladas, alta de 20,2% frente à finalizada em 2023.

Fonte: Assessoria Cepea
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