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Com alta de 13% na movimentação em 2021, Ferroeste impulsiona economia do Paraná

O volume de grãos, na maioria soja, cresceu 15%. A circulação de contêineres de proteína animal congelada e in natura teve um incremento de 12% no mesmo período.

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Fotos: José Fernando Ogura/AEN

Reflexo do bom momento vivido pela produção agropecuária do Oeste do Paraná e da confiança dos investidores, a Ferroeste (Estrada de Ferro Paraná S/A) terminou 2021 em alta. O balanço anual da empresa, divulgado na quinta-feira (10), aponta para a movimentação de 1.566.200 toneladas de produtos, um volume 13% maior do que no ano anterior (1.382.600 ton) e 33% maior do que 2019 (1.172.000 ton).

A maior parte desse saldo positivo se deve à circulação de grãos, basicamente soja. Passaram pela Ferroeste 920.339 toneladas dessa commodity, número 15% maior que em 2020 (795 mil/ton), o que ajudou a impulsionar os recordes de movimentação da Portos do Paraná, que administra os terminais de Paranaguá e Antonina, e a balança comercial do Estado, que encerrou 2021 positiva.

Os contêineres com proteína animal também engordaram o volume de escoamento pelo modal ferroviário administrado pelo Estado. Em 2021 foram transportadas 384.230 toneladas de carne de porco e frango in natura e congelada, um aumento de 12% em relação ao mesmo período do ano retrasado (340 mil/ton).

“Melhoramos os indicativos em todas as frentes, no volume de grãos e no número de contêineres, o que se traduziu num resultado financeiro cada vez mais positivo. A Ferroeste passou anos sendo deficitária e desde 2019 conseguimos fechar as operações no azul, honrando os compromissos e facilitando o transporte para os produtores rurais que estão mais distantes do Litoral”, afirma o diretor-presidente da Ferroeste, André Gonçalves.

A produção escoada pelos trilhos da estrada de ferro é oriunda das cooperativas instaladas em Cascavel e municípios da região. Caminhões do Mato Grosso do Sul e de outras regiões descarregam grandes volumes de soja e milho no terminal central da empresa. Desse total, cerca de 40% desembarca em Guarapuava para beneficiamento e 60% segue viagem até o Porto de Paranaguá, de onde a produção embarca para outros continentes, em especial a Ásia.

O lucro operacional da empresa fechou em R$ 5,4 milhões em 2021 (já descontada a depreciação), em crescimento constante desde 2019 (R$ 450 mil) e 2020 (R$ 1,4 milhão).

Bastidores

Para o diretor de produção da Ferroeste, Gerson Almeida, o investimento de R$ 8,1 milhões em infraestrutura, com a troca de dormentes e a correção geométrica dos trilhos nos 248 quilômetros do trecho entre Cascavel e Guarapuava, ajudaram no crescimento gradual do transporte de grãos, granéis e contêineres observado. As adequações também diminuíram pela metade o número de incidências, transformando o escoamento em um dos mais seguros do País. O acordo de passagem com a Rumo, ainda em vigor, é outro fator de sucesso.

“Ganhamos no deslocamento, o que possibilitou uma melhora no tempo de trânsito”, destacou. “Também houve uma reforma completa em seis locomotivas e 50 vagões. Estamos nos adaptando à realidade do mercado porque o volume de transporte de grãos cresceu 145% nos últimos cinco anos. Precisamos estar cada vez mais preparados”.

A relação com os clientes e o controle interno reduziram o custo operacional em 35% em 2021, o que também ajudou a impactar os números. “Essa gestão conseguiu fazer um bom planejamento estratégico e em três anos cumprimos 80% das metas. Esse ano pretendemos concretizar todos os nossos objetivos”, complementou Gonçalves.

Para 2022, segundo ele, estão previstas a compra de equipamentos de tecnologia embarcada, como computadores de bordo e detectores de quedas de barreiras, e a melhora da captação da chamada carga de retorno, que sai do porto em direção ao Interior do Estado. Na lista dos produtos estão cimento ensacado e fertilizantes. Este último representa 8% do total transportado. Com a crescente demanda do agronegócio a empresa vê nesse item uma oportunidade de aprimorar o desempenho.

Futuro

Para aumentar a participação do modal ferroviário no Paraná, justamente nesse movimento ininterrupto de crescimento das empresas e cooperativas do agronegócio, o Governo do Estado trabalha na elaboração e aprovação do projeto da Nova Ferroeste. A Ferroeste funciona desde 1991 e administra 248 quilômetros de trilhos entre Guarapuava e Cascavel. Essa linha será ampliada nos dois sentidos, fazendo a ligação entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul e o Porto de Paranaguá. Está previsto ainda um ramal entre Cascavel e Foz do Iguaçu para captar carga do Paraguai e da Argentina.

“É um sonho que estamos tirando do papel. É uma demanda histórica do setor produtivo, por conta da vocação do Paraná para a produção e a logística. Com a nova estrada de ferro, o objetivo é que o Paraná dê um salto produtivo para se tornar uma referência em comércio internacional”, afirmou o governador Carlos Massa Ratinho Junior.

Dois grandes estudos já avaliaram a viabilidade técnica e econômica e o impacto ambiental da obra. Estima-se que a nova estrada terá capacidade de transportar 38 milhões de toneladas de produtos no primeiro ano de operação plena. O projeto está em análise no Ibama. Depois do aceite do Estudo de Impacto Ambiental, será aberto nos próximos dias o prazo para os 49 municípios do traçado solicitarem a realização das audiências públicas sobre as questões ambientais.

O projeto deve ir a leilão na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) no segundo trimestre de 2022. O investimento de R$ 29,5 bilhões será feito pela empresa ou consórcio vencedor do leilão, que vai construir e explorar a estrada de ferro por 70 anos.

Fonte: AEN Paraná

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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