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Colégios agrícolas do Paraná ganham equipamentos sustentáveis e tecnológicos
Conversores de resíduos, drones e tratores fortalecem ensino prático, educação ambiental e preparo de jovens para o mercado agro.

O Governo do Paraná anunciou nesta sexta-feira (24) a entrega de conversores de resíduos para 13 colégios agrícolas estaduais. O anúncio ocorreu em cerimônia realizada no Centro Estadual de Educação Profissional Agrícola (CEEP) Augusto Ribas, em Ponta Grossa, que ainda recebeu um trator cabinado, um tratorito (máquina agrícola compacta e versátil utilizada em pequenas propriedades para preparar o solo, fazer manutenção de plantações e transportar cargas) e um drone de pulverização para apoio às atividades didático-produtivas.
O investimento total na aquisição dos equipamentos é de aproximadamente R$ 4,3 milhões. Capazes de transformar até 300 quilos de resíduos orgânicos em adubo orgânico, os 13 conversores serão distribuídos aos colégios agrícolas estaduais de Apucarana, Arapoti, Cambará, Cascavel, Clevelândia, Diamante do Norte, Francisco Beltrão, Guarapuava, Irati, Palmeira, Pinhais, Ponta Grossa e Santa Mariana. Ao todo, cerca de 3,5 mil estudantes serão diretamente beneficiados pelo investimento.
Conforme o secretário de Estado da Educação, Roni Miranda, o maquinário deve proporcionar, aos estudantes, experiências pedagógicas alinhadas às tecnologias usadas no setor produtivo. “Esses conversores são mais um exemplo de como tecnologia e sustentabilidade caminham junto com a educação. Nunca se investiu tanto nos colégios agrícolas do Paraná e nós acreditamos que esses investimentos vão contribuir para a formação de jovens profissionais ainda mais qualificados para o Ensino Superior e para o mercado de trabalho”, projetou.
O conversor de resíduos funciona como uma espécie de “composteira automatizada”. O dispositivo é responsável pelo tratamento de cascas, folhas, sementes, grama e demais resíduos para a produção de material orgânico rico em nutrientes, que pode ser usado como adubo.
Os processos de desidratação, compostagem e estabilização dos materiais ocorrem de forma automatizada, o que reduz significativamente o volume de resíduos necessários e incrementa a qualidade do adubo orgânico produzido.
Conforme o coordenador de Colégios Agrícolas da Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR), Renato Hey Gondin, o investimento fortalece ações de educação ambiental nas escolas, cujas hortas são certificadas pelo programa Paraná Mais Orgânico (PMO). “São os primeiros equipamentos desse tipo no Paraná, em nível público e privado. Podemos dizer que é um equipamento revolucionário, por produzir um adubo orgânico sólido e de altíssima qualidade, uma ótima opção para a adubação de base”, explicou.
O processo de conversão de resíduos ainda permite o reaproveitamento de cerca de 60% do volume de água utilizado. Isenta de odor e coloração, a água de reuso pode ser aplicada em hortas pedagógicas, diminuindo o consumo hídrico nas escolas.
Além disso, o método proporciona uma redução de até 90% no volume de resíduos orgânicos que seriam descartados, o que contribui para a diminuição dos custos de coleta, transporte e destinação final dos rejeitos.
Outros equipamentos
Além do conversor de resíduos, o CEEP Augusto Ribas também foi contemplado com um trator cabinado, um drone de pulverização e um tratorito agrícola.
Ao todo, o CEEP Augusto Ribas atende mais de 290 estudantes, da 1ª à 3ª série do Ensino Médio, com oferta de curso técnico em Agropecuária. Localizado dentro do câmpus da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), o colégio é mantido por meio de uma parceria entre a universidade e a Secretaria de Estado da Educação (Seed-PR). “O Colégio Agrícola de Ponta Grossa tem 88 anos de existência e é um símbolo da educação pública no Paraná. A parceria com a Seed inclui o fornecimento dos professores e é também uma parceria de investimentos, como nesse caso dos equipamentos agrícolas, que serão de extrema importância para a educação técnica e ambiental dos estudantes”, destacou o reitor da UEPG, Miguel Sanches Neto.
Com investimento superior a R$ 400 mil, a aquisição dos novos equipamentos agrícolas integra o processo de modernização do colégio e deve ampliar a capacidade de ensino prático e aplicado aos alunos. “É um momento ímpar na história do Colégio Agrícola de Ponta Grossa. Toda essa tecnologia vai estar à disposição dos nossos alunos e professores e, com certeza, vai dar um retorno muito positivo”, celebrou o diretor do CEEP, Alcebíades Baretta. “Nós aprendemos muito na prática, então esses equipamentos vão agregar muito no nosso conhecimento”, acrescentou Emanuelle Vandoski, de 15 anos, estudante da 1ª série do Ensino Médio.
Colégios Agrícolas
Por meio da Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR), o Governo do Estado mantém 29 colégios agrícolas, que atendem mais de 7,5 mil estudantes em diferentes regiões do Paraná. As instituições integram a rede estadual de ensino e ofertam, além da grade curricular comum, uma variedade de cursos técnicos, que vão de agricultura e agropecuária a áreas como saúde, tecnologia e meio ambiente. A proposta visa formar profissionais altamente capacitados para atuar no setor agropecuário, suprindo a carência de mão de obra qualificada.
Presenças
O anúncio das entregas de equipamentos aos colégios agrícolas contou com a presença da chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE) de Ponta Grossa, Luciana Sleutjes, do vice-reitor da UEPG, Ivo Mottin Demiate, e do deputado estadual e líder do governo na Assembleia Legislativa, Hussein Bakri.

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Tornados, ciclones e furacões ganham atenção após eventos extremos no Paraná
Simepar explica diferenças de escala duração e formação dos principais fenômenos atmosféricos que afetam o Sul do Brasil.

Após a passagem de três tornados no início de novembro pelo Paraná, ocasionando mortes e prejuízos em 11 municípios, fenômenos de grande impacto como este despertaram a curiosidade da população. Como diferenciar um tornado, de um ciclone, de um furacão? A explicação vem da equipe de meteorologia do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar).
A principal diferença entre os ciclones e os tornados está no tamanho e no tempo de duração. “Os ciclones são sistemas atmosféricos de baixa pressão, caracterizados por ventos que giram em espiral em torno de um centro. Essa rotação ocorre no sentido horário no Hemisfério Sul, devido à ação da força de Coriolis, que é o efeito da rotação da Terra sobre a movimentação do ar”, conta Júlia Munhoz, meteorologista do Simepar.
Em um ciclone, o ar tende a subir no centro, favorecendo a formação de nuvens e chuva. São fenômenos de grande escala, capazes de alcançar centenas ou até milhares de quilômetros (o tamanho de um estado, por exemplo). Eles podem se formar por diferentes processos: alguns dependem do encontro entre massas de ar quente e frio, enquanto outros surgem em ambientes muito quentes e úmidos, alimentados pela energia liberada durante a formação de nuvens.
“Os ciclones são muito frequentes na América do Sul. Como exemplo, toda frente fria que avança é associada a um ciclone. Eles podem perdurar por vários dias”, ressalta Júlia. Há vários tipos de ciclones, e a classificação depende do comportamento da temperatura com a altitude, e do local de formação.
Extratropicias
Os ciclones extratropicais aparecem principalmente em latitudes médias, onde é comum o encontro entre ar quente e ar frio. “Esse contraste cria frentes frias e quentes, que organizam o ciclone e conferem uma estrutura mais alongada e irregular. Esse tipo de ciclone costuma formar sistemas frontais que provocam mudanças no tempo, com chuva e ventos fortes e posterior queda de temperatura”, explica Júlia. Os ciclones extratropicais se formam com maior frequência sobre o oceano, na altura do litoral uruguaio e gaúcho.
Subtropicias
Já os ciclones subtropicais têm características intermediárias: formam-se sobre o oceano, em áreas de temperatura moderada. “Parte do sistema é mais quente e úmida próxima ao centro, enquanto outra parte recebe influência de ar mais frio em níveis mais altos. O resultado é um ciclone parcialmente simétrico, mas não tão organizado quanto um ciclone tropical”, conta Júlia. Os ciclones subtropicais são pouco frequentes no Sul do Brasil.
Tropicais

Também existem os ciclones tropicais. Eles se desenvolvem sobre águas quentes, que fornecem calor e umidade para alimentar tempestades profundas. “Esses sistemas são mais simétricos, com um centro bem definido e um núcleo quente em altitude. Quando alcançam ventos muito fortes, recebem diferentes nomes conforme a região do planeta: furacão no Atlântico Norte e Pacífico Nordeste, tufão no Pacífico Noroeste e ciclone tropical severo em partes do Índico e Pacífico Sul”, informa a meteorologista.
Apesar das variações de nomenclatura, furacões, tufões e ciclones tropicais intensos são essencialmente o mesmo fenômeno, nomeados de acordo com a bacia oceânica onde ocorrem. Devido à condição de temperaturas não costumam se formar sobre o Atlântico Sul, que tem águas mais frias.
Até hoje, o único furacão nesta região foi o Catarina, em março de 2004, que impactou diretamente o litoral norte do Rio Grande do Sul, o litoral sul de Santa Catarina, e causou ventos de mais de 180km/h em superfície no litoral paranaense, de forma constante, por algumas horas.
Tornados
Já os tornados, são fenômenos muito menores e extremamente concentrados. Eles geralmente se originam de tempestades severas, especialmente supercélulas, que possuem uma região de rotação interna, denominada de mesociclone. “O tornado se forma quando essa rotação se intensifica e se estende até o solo. Embora seus ventos possam superar os de um furacão, os tornados têm dimensões muito reduzidas — normalmente centenas de metros a poucos quilômetros — e duram poucos minutos. Seus impactos são altamente localizados, enquanto os ciclones podem afetar regiões inteiras durante vários dias”, ressalta Júlia.
Os tornados são mais propensos a se formar na região Centro-Sul da América do Sul, especialmente no oeste dos estados do Sul do Brasil, o que representa cerca de 70% das ocorrências de tornados no país. “Essa maior propensão está relacionada, em grande parte, ao papel da Cordilheira dos Andes, que atua como uma barreira topográfica canalizando o escoamento de noroeste em níveis médios da atmosfera (por volta de 1.500 metros). Esse escoamento canalizado transporta grande quantidade de umidade da Amazônia e o para o Centro-Sul do continente, favorecendo um acúmulo de umidade sobre a Região Sul do Brasil”, explica Samuel Braun, meteorologista do Simepar.
Além disso, essa região tem a frequente influência da passagem de sistemas frontais, especialmente frentes frias, que introduzem massas de ar com características muito distintas. O encontro entre ar quente e úmido e ar frio aumenta a instabilidade atmosférica e intensifica o contraste térmico.
“Esse contraste contribui para a aceleração dos ventos com a altura, gerando cisalhamento vertical do vento. Esse mecanismo cria rotação horizontal no escoamento do ar. Quando essa rotação é incorporada a uma corrente ascendente intensa — típica de tempestades severas — o tubo de ar em rotação é inclinado e verticalizado, podendo originar a estrutura rotativa característica de tornados associados a supercélulas”, afirma Samuel.
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Importação de fertilizantes bate recorde e reforça protagonismo logístico do Arco Norte
Volume internalizado até novembro supera 41,7 milhões de toneladas segundo a Conab enquanto a região Norte consolida avanço como rota estratégica para insumos e exportações de soja e milho.

A importação de fertilizantes ocorrida no período de janeiro a novembro deste ano chega a 41,73 milhões de toneladas. O volume registrado alcança um novo recorde e supera o obtido no mesmo período de 2024, quando foram internalizadas 40,84 milhões de toneladas. O dado está na edição de dezembro do Boletim Logístico, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
“Esse maior volume de entrada de fertilizantes já registrado vem da percepção do agricultor brasileiro de um cenário de oportunidades, a partir das negociações tarifárias envolvendo os Estados Unidos e a China. Mudanças regulatórias, sanitárias ou econômicas mostram que há espaço para ampliar a presença dos produtos brasileiros no mercado internacional”, analisa o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.
O porto de Paranaguá, no Paraná, continua sendo o principal eixo de entrada de fertilizantes no país, com a internalização de 10,16 milhões de toneladas do produto. O Arco Norte vem se consolidando como uma importante rota de entrada e saída dos produtos agropecuários. Pelos portos da região norte do país, foram desembarcadas cerca de 7,56 milhões de toneladas de fertilizantes, tornando-se a segunda maior porta de entrada de insumos do país, passando levemente o volume registrado no porto de Santos pela primeira vez. Pelo estado de São Paulo, foram internalizadas cerca de 7,52 milhões de toneladas.
Exportações

Se o estado do Paraná segue como a principal rota de entrada de fertilizantes, o Arco Norte se firma como o eixo preponderante para as exportações de milho e soja em grãos. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), os embarques brasileiros para a oleaginosa acumulados até novembro deste ano atingiram 104,7 milhões de toneladas, volume recorde para o país, ultrapassando as 101,87 milhões de toneladas vendidas ao mercado internacional em todo o ano de 2021. Deste total, foram expedidos em 2025 pelos portos do Arco Norte 36,8% das exportações nacionais, enquanto foram escoados 31,9% por Santos, 13% do montante nacional pelo porto de Paranaguá e 7,9% por Rio Grande.
No caso do milho, as exportações do cereal chegam a 34,8 milhões de toneladas até novembro, como mostram dados do MDIC. Pelo Arco Norte foram escoadas 47,2% das vendas voltadas ao mercado internacional. Já pelo porto de Santos foram registrados 41,6% dos volumes embarcados. Na sequência, aparece o porto de Paranaguá, escoando 12,2%, e o Porto de São Francisco do Sul, por onde foram expedidos 8,2%.
Mercado de frete
O Boletim também traz informações sobre as cotações praticadas em novembro para o transporte de produtos agrícolas. De maneira geral, o mercado de frete para produtos agrícolas segue lento, após a finalização da safra 2024/25 e início da temporada 2025/26. A tendência é que os preços comecem a apresentar variações de preços a partir do início da colheita das culturas de primeira safra.
O Boletim Logístico da Conab é uma publicação mensal que reúne informações de dez estados produtores, apresentando análises sobre logística do setor agropecuário, desempenho das exportações brasileiras, movimentação de cargas e principais rotas de escoamento da safra, além de informações sobre o volume exportado de soja, milho e farelo de soja bem como dados de importação de adubos e fertilizantes. A edição completa do Boletim Logístico – Dezembro/2025 já está disponível no site da Companhia.
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Dia de campo da Coagru reúne produtores e destaca avanços tecnológicos no campo
Evento técnico em Ubiratã aproximou agricultores de inovações em pesquisa e sustentabilidade com participação de parceiros e lideranças do agronegócio regional.

Produtores rurais, técnicos e líderes do agronegócio acabam de participar de mais uma edição do dia de campo Coagru. O evento técnico foi realizado na Unidade Experimental da cooperativa, em Ubiratã. A Coopavel, parceira da Coagru, foi representada pelo agrônomo e coordenador do Show Rural, Rogério Rizzardi, por gerentes e técnicos.
O presidente da Coagru, Cavalini Carvalho, abriu oficialmente o evento destacando a importância de o produtor rural estar atento às novidades e entender os movimentos de um setor dinâmico e fundamental não apenas à economia brasileira, mas mundial. “Eventos como esse contribuem para aproximar inovações, resultado de pesquisas intensas que exigem grandes somas de recursos, do produtor rural, que têm a nobre missão de produzir alimentos”.
Durante a visita aos parceiros da cooperativa, agricultores de várias cidades do entorno de Ubiratã e de regiões vizinhas puderam perceber a evolução das mais diferentes tecnologias desenvolvidas para que o campo produza ainda mais e atento aos critérios da sustentabilidade. “A Coopavel, parceria da Coagru em importantes projetos, fica feliz em prestigiar um evento tão bem organizado e voltado a compartilhar conhecimentos que fazem a diferença no cotidiano das propriedades rurais”, afirma Rogério Rizzardi, que representou o presidente Dilvo Grolli na abertura oficial.
Marco
A Coagru Cooperativa Agroindustrial União, hoje um marco em toda a região do Médio Vale do Rio Piquiri, nasceu em Ubiratã, município do Noroeste do Paraná, no dia 13 de setembro de 1975. A semente foi lançada num encontro de 36 agricultores. A cooperativa é imensa na integração das pessoas que a tornam real, daí ser considerada um grande valor da gente de nossa terra, observa Cavalini Carvalho. “Nela não existe distância entre o corpo forte que produz e a cabeça que assessora. Unir e organizar, desenvolver e progredir e gerar qualidade de vida são a essência da nossa cooperativa”, afirmou o presidente.



