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Colapso rodoviário afeta agroindústria de Santa Catarina
Bloqueio da BR-470 impede a circulação de pessoas, veículos, insumos (especialmente grãos) e prejudica duramente a exportação.
O agronegócio catarinense em geral – e as agroindústrias em particular – terão pesados prejuízos em razão da imensa cratera que surgiu no quilômetro 143 da rodovia federal BR-470, no município de Rio do Sul, SC. A avaliação preliminar é do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina (Sindicarne). O presidente José Antonio Ribas Júnior havia advertido, no mês passado, que o agravamento das deficiências infraestruturais e logísticas de Santa Catarina estava determinando a fuga de investimentos das indústrias.
O bloqueio da BR-470 impede a circulação de pessoas, veículos, insumos (especialmente grãos) e prejudica duramente a exportação. As cargas destinadas aos porto e os caminhões acima de 40 toneladas estão sendo forçados a fazer uma volta pela BR-282 para chegar aos portos marítimos catarinenses. Essa mudança de rota – em razão de decreto municipal que proíbe a circulação de caminhões na região urbana de Rio do Sul – representa acréscimo de 130 quilômetros no percurso e mais três horas de viagem.
O presidente do Sindicarne avalia que a região mais prejudicada é o grande oeste catarinense, que despacha diariamente centenas de carretas para os portos de Itajaí, Navegantes e Itapoá. Ribas Júnior manifestou preocupação com a deteriorização da infraestrutura. Não há, ainda, cálculo do montante de prejuízos para a economia de Santa Catarina porque isso dependerá do tempo que o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) levará para recuperar a rodovia.
O episódio da BR-470 não é isolado, mas representa uma deficiência logística que está afetando a competitividade do agronegócio barriga-verde, especialmente no que se refere às condições das rodovias, portos, aeroportos e ferrovias. As rodovias catarinenses são muito antigas, não receberam adequada manutenção e podem entrar em colapso.
Ribas defende um sistema multimodal, inclusive com investimentos em ferrovias, porque as deficiências infraestruturais precisam ser atacadas com um grande plano de investimentos, evitando a fuga das agroindústrias. “A logística afeta diretamente o preço pago pelo consumidor final. É importante que as pessoas saibam disto. Rodovias ruins, tráfego de longo percurso com veículos de carga, carência de infraestrutura aeroportuária e praticamente inexistência do modal ferroviário no Brasil aumentam o custo dos produtos e a produtividade das empresas.”
Gigante
Depois de realçar que Santa Catarina é um estado rico com a excelência na produção de proteína de aves e suínos, liderança em exportações, as melhores certificações, os melhores mercados atendidos, lamentou o “absoluto descaso no investimento em estrutura logística. Nossas rodovias estão em péssimas condições de conservação, de trafegabilidade, e continuamos andando de lado, na melhor das hipóteses, em relação a termos uma ferrovia, e com os nossos portos aí enfrentando dificuldades”. O Porto de Itajaí não está operando e as condições climáticas determinam, com certa frequência, o fechamento temporário dos outros portos.
Ribas sugere um plano de Estado no horizonte de 50 anos. Lembra que o agronegócio catarinense está reivindicando há mais de 30 anos a construção de Ferrovias. Uma, ligando o oeste de SC ao centro-oeste brasileiro para a busca de milho; outra, ligando o oeste de SC com o litoral catarinense para acesso aos portos.
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GTFoods prevê crescimento de 10% nas exportações de frango e Conab tem projeções otimistas para 2025
Passando de 25% do total de exportações em 2024 para 35% para o próximo ano, a empresa investe em mercados estratégicos e segue fortalecendo a presença internacional.
A GTFoods, uma das principais indústrias brasileiras no setor avícola, projeta um crescimento expressivo nas exportações de carne de frango para 2025, embasada em previsões otimistas divulgadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A estatal prevê que a produção nacional de carne de frango aumente 1,7% em 2024, atingindo 15,2 milhões de toneladas, e cresça mais 2,1% em 2025, alcançando 15,5 milhões de toneladas. Além disso, as exportações brasileiras de carne de frango devem avançar 1,9% em ambos os anos, totalizando 5,1 milhões de toneladas em 2024 e 5,2 milhões de toneladas em 2025.
Com uma meta de crescimento de exportação de 10%, passando de 25% do total de exportações em 2024 para 35% para o próximo ano, a GTFoods se prepara para reforçar sua presença em mercados estratégicos, como China, Europa, México, Oriente Médio e África do Sul. “Essas projeções refletem o potencial de crescimento e a vantagem competitiva do Brasil no mercado global. Com estoques bem ajustados e um câmbio favorável, estamos prontos para expandir nossas operações e aproveitar essas oportunidades”, afirma Rafael Tortola, CEO da GTFoods.
Para sustentar seu crescimento e fortalecer a competitividade, a GTFoods investe continuamente em certificações e melhorias na qualidade dos processos, com um portfólio de cerca de 30 produtos voltados para exportação.
“Nosso compromisso com a inovação e a segurança alimentar garante o atendimento aos mais altos padrões de qualidade, o que nos torna um parceiro confiável para o mercado global”, destaca Kendi Okumura, gerente de exportação.
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BRF adquire planta de processados na China para expandir atuação na Ásia
Investimento de cerca de R$ 460 milhões marca o início de operações industriais da empresa no mercado chinês, onde já está presente comercialmente.
A BRF, uma das maiores empresas de alimentos do mundo e detentora das marcas Sadia, Perdigão e Qualy, anuncia a aquisição de uma moderna fábrica de processados na província de Henan, China. A transação marca um passo significativo para a Companhia que passa a contar com uma operação industrial no mercado chinês, onde já comercializa proteína animal. Construída em 2013, a planta possui duas linhas de processamento de alimentos, com capacidade atual de cerca de 30 mil toneladas por ano e potencial para expansão. Serão investidos cerca de R$ 460 milhões ou 580 RMB, sendo R$ 250 milhões ou 310 RMB na aquisição e o restante em capex para adequações e para expansão de duas linhas de hamburguer. Os investimentos devem gerar cerca de 850 novos empregos e capacidade adicional de cerca de 30 mil toneladas por ano, dobrando a capacidade da fábrica para cerca de 60 mil toneladas por ano. A previsão é que a nova unidade produtiva esteja operando sob a gestão da BRF ainda no primeiro trimestre de 2025.
A aquisição do ativo está alinhada à estratégia de ampliar a presença global da companhia por meio da diversificação do seu footprint e fortalece a competitividade da BRF, com o avanço na oferta de produtos de valor agregado. A unidade produtiva possui uma linha de alimentos processados que permitirá à empresa responder de maneira mais eficaz às demandas regionais. Além disso, o acesso direto ao mercado chinês, um dos maiores mercados consumidores de proteínas do mundo.
O investimento representa uma oportunidade significativa para expandir a base de clientes e impulsionar as vendas da Companhia. A decisão também potencializa o uso da matéria-prima brasileira, valorizando recursos locais e fortalecendo cadeias de valor sustentáveis e de alta qualidade.
A criação de um hub de exportação na nova localização abre oportunidades para atender mercados internacionais de forma mais eficiente, otimizando a logística e facilitando a distribuição para outros países. A plataforma comercial da BRF, incluindo clientes e escritórios comerciais estrategicamente localizados, será um diferencial importante nesse processo. As marcas da BRF, com destaque para a marca global Sadia, e os produtos da empresa estarão presentes em diversos canais, incluindo varejo e food service, incluindo grandes redes de contas globais. A possibilidade de explorar ainda mais o segmento de food service é uma oportunidade significativa, especialmente em um mercado em crescimento como o chinês, que é um dos mais relevantes, junto com o Oriente Médio e o Norte da África.
A fábrica está localizada em Henan, província no Vale do Rio Amarelo, na região central da China, conhecida como o lugar de origem da civilização chinesa. Trata-se da terceira área mais populosas da China, com cerca de 100 milhões de habitantes. A região é um ponto estratégico de acesso a um mercado de grande potencial. A matéria-prima utilizada na fábrica poderá ter origem tanto na própria China, quanto nas operações da BRF e Marfrig, valorizando recursos locais e fortalecendo cadeias de valor sustentáveis. As fábricas da BRF e Marfrig no Brasil, Argentina e Uruguai estão habilitadas para o envio de matéria-prima, garantindo um fornecimento contínuo e de alta qualidade.
Potencial
Henan, uma das províncias mais populosas e a quinta maior economia da China, destaca-se como um eixo estratégico de logística. Com 99,4 milhões de habitantes, a província é essencial para o transporte de mercadorias, conectando as regiões norte e sul do país por meio de uma infraestrutura robusta e bem distribuída. Localizada no centro da China, Henan abriga 266 mil km de rodovias, dos quais 7 mil km são rodovias expressas, além de 6.500 km de ferrovias e 1.400 km de ferrovias de alta velocidade. Seus dois aeroportos internacionais reforçam o papel da província como um importante centro logístico.
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Abiove projeta números recordes para complexo da soja em 2025
Expectativa é de que a produção de soja alcance 167,7 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento deve chegar a 57 milhões de toneladas.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projetou o balanço de oferta e demanda para 2025 com números recordes para o complexo da soja. A expectativa é de que a produção de soja alcance 167,7 milhões de toneladas, enquanto o esmagamento deve chegar a 57 milhões de toneladas.
Para o farelo de soja, a estimativa de produção é de 44 milhões de toneladas, e para óleo de soja, 11,4 milhões de toneladas. As exportações também devem atingir novos patamares, chegando a 104,1 milhões de toneladas de grãos. Para o farelo, as estimativas indicam aumento para 22,9 milhões de toneladas, enquanto a comercialização de óleo de soja deve se manter em torno de 1 milhão de toneladas. Ao todo, as exportações devem gerar receitas totais da ordem de US$ 50,8 bilhões. Além disso, espera-se um aumento na importação de óleo de soja, alcançando 150 mil toneladas, e de 500 mil toneladas de soja para suplementar o mercado.
Atualizações de 2024
As estatísticas mensais do complexo da soja até setembro de 2024 também foram atualizadas. A produção de soja se manteve estável, encerrando o ciclo em 153,3 milhões de toneladas e um esmagamento de 54,5 milhões de toneladas. A produção de farelo e óleo de soja permanece inalterada.
Processamento Mensal
Em setembro de 2024, o processamento foi de 4,1 milhões de toneladas, representando uma queda de 5,5% em relação a agosto, mas um aumento de 2,4% em comparação com setembro de 2023 quando ajustado pelo percentual amostral de 90,6%. No acumulado do ano, houve uma redução de 0,3% em relação a 2023, considerando a correção amostral.
Exportação e Importação
O volume de exportação de soja projetado para 2024 cresceu 0,5%, totalizando 98,3 milhões de toneladas; as de farelo e de óleo estão mantidas em 22,1 milhões de toneladas e 1,3 milhão de toneladas, respectivamente.