Avicultura
Cocavi inaugura sistema para ovos caipiras e orgânicos no Paraná
Projeto beneficia 16 famílias no Vale do Ivaí, com agroindústria, fábrica de ração e apoio técnico para produção sustentável e certificada.

O Sistema Estadual de Agricultura entregou nesta quinta-feira (10) a reestruturação do barracão e melhorias em armazenamento e comercialização de produtos da Associação de Produtores Rurais de Lunardelli (Lunaprol) e um sistema para produção de ovos caipiras e orgânicos para a Cooperativa de Comercialização Camponesa Vale do Ivaí (Cocavi), em Jardim Alegre.
Os recursos são do Programa Coopera Paraná e ultrapassam R$ 664,8 mil. “No caso da Lunaprol, é uma associação de pequenos produtores que trabalham com hortifrúti, panificação, feira, e vai ajudar muito para trabalhar em conjunto, melhorando o produto”, disse a chefe do Núcleo da Seab em Ivaiporã, Vitória Holzmann. “Com a Cocavi não é diferente, mas ela tem uma estrutura maior, trabalha com produção de ovos convencional e orgânico, e também está saindo a fábrica de ração para que cada vez mais ajude a ter mais produção e com melhor qualidade.”
E
m Jardim Alegre foi inaugurada a agroindústria de classificação de ovos em terreno transferido do município para a Cocavi na área urbana. Ela vai atender produtores de ovos caipiras e orgânicos. “Foi um projeto escrito em três eixos”, afirmou o presidente da instituição, Pedro Henrique Pereira de Souza. Ele contempla R$ 429,4 mil.
O primeiro é a agroindústria com os equipamentos para o beneficiamento dos ovos. O segundo é uma fábrica de ração no município de Godoy Moreira, distante 11 quilômetros da sede da Cocavi, cedido em comodato pela prefeitura.
O terceiro eixo contempla 16 famílias beneficiárias do projeto, das quais sete já estão com certificação orgânica, por meio do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Elas se beneficiam do programa Paraná Mais Orgânico e da ajuda técnica do IDR-Paraná e de técnicos contratados pela Itaipu Binacional.
No primeiro momento há capacidade para 3 mil ovos por dia. O trabalho será manual com auxílio de bandeja de classificação por diâmetros e de balança para verificação do peso médio.
Algumas famílias também receberam apoio para a construção de abrigos e outras investiram em captação de água de calhas de beiral e cisternas, promovendo boas práticas no uso de recursos naturais. O projeto prevê a instalação de equipamentos com capacidade para 40 mil litros de água. Quatro propriedades servirão como unidades de referência.
Cocavi
A Cocavi, criada em 2009, tem experiência com produção de hortifrútis orgânico, além de produzir 250 mil litros de leite por mês, beneficiados na Cooperativa de Comercialização e Reforma Agrária União Camponesa (Copran), de Arapongas. Os produtores atendem o mercado institucional e circuitos curtos, com entrega em sete municípios no entorno de Jardim Alegre.

Foto: Embrapa
O primeiro contrato, para entrega de ovos à prefeitura de Jardim Alegre já foi assinado. “É um contrato pequeno, pois estamos iniciando, mas já é um grande passo e temos expectativa de atender principalmente esses sete municípios em que já entregamos hortifrútis e entrar no mercado institucional principalmente para fornecer os ovos caipiras e orgânicos para as escolas, para os alunos”, disse Souza.
Ao mesmo tempo mantém parceria com a Cooperativa Central da Reforma Agrária, que auxilia na colocação dos ovos orgânicos em feiras de produtor na região de Curitiba, além do Armazém do Campo, em Maringá. “Estamos lançando este projeto-piloto com essas 16 famílias, mas já estamos com uma lista de espera de 30 famílias interessadas”. Atualmente a cooperativa tem 352 sócios.
Barracão
A Associação de Produtores Rurais de Lunardelli inaugurou um barracão de 373,82 metros quadrados em alvenaria. Para a melhoria dos processos de recebimento, classificação e comercialização de frutas e olerícolas, também foi adquirido, por meio do Coopera Paraná, equipamentos de medição, industriais e de informática, tanques de higienização, embaladora, balança, câmara fria e móveis de escritório.
O Estado entrou com R$ 235,4 mil e a associação com R$ 12,3 mil para as aquisições. “O investimento possibilitou a recuperação da associação e abriu novo horizonte para o mercado de frutas, verduras e produtos alimentícios, impactando economicamente no desenvolvimento do associativismo, servindo de modelo para outros municípios”, disse Lucimar Souza da Silva, presidente da associação e secretário de Agricultura do município.
Lunaprol
A Lunaprol atua desde 1995, tendo iniciado as atividades com um grupo de produtores de café. Sua atuação está também em prestação de serviços aos associados para preparo de solo, plantio e beneficiamento de arroz, feijão, milho e café, a partir de contrato de comodato com o município, que cede os equipamentos.

Foto: Shutterstock
Com o novo investimento, a intenção é ampliar a rede de abastecimento nos programas públicos como o Compra Direta, Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Além deles também enviam alimentos às Ceasas em Maringá e Londrina e ao comércio de Lunardelli e região, além de feiras livres. “Desde que tivemos acesso ao Coopera Paraná, mudou a vida de muitas famílias que agora têm mais uma fonte de renda, possibilitando melhoria da qualidade de vida e a permanência no campo”, acentuo o presidente.
Lunardelli também se prepara para inaugurar, provavelmente em setembro, uma mini-indústria com capacidade para processar 80 toneladas de mel por ano. Ela irá atender produtores de vários municípios do Vale do Ivaí. Os recursos de R$ 372 mil são do município e de emenda parlamentar federal. A administração e a gestão da estrutura serão da Lunaprol.

Avicultura
União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil
Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik
Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.
A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.
Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias
Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.
Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.
Avicultura
Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global
Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.
A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.
No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.
Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).
Indústria e produção de ovos
O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.
A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras
As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”
Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.
A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.
Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.
Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

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MBRF avança na sustentabilidade com transição global para ovos cage-free
Empresa anunciou a conclusão da mudança para ovos livres de gaiolas em todas as suas operações internacionais, um marco que reforça o compromisso com o bem-estar animal e a ética produtiva.

A MBRF, uma das maiores companhias de alimentos do mundo, anuncia a conclusão da transição para o uso exclusivo de ovos cage-free em seus processos industriais globais. O compromisso, já cumprido no Brasil desde 2020, agora se estende às operações internacionais, consolidando um importante avanço em sustentabilidade e bem-estar animal e antecipando a meta global prevista para dezembro de 2025.
A implementação do uso de ovos cage-free nas operações internacionais envolveu uma construção conjunta com fornecedores locais, especialmente em mercados como Turquia e Emirados Árabes Unidos, onde a produção de ovos livres de gaiolas ainda representa um desafio. A companhia trabalhou em parceria com os produtores para viabilizar investimentos, incorporar novas práticas e assegurar a oferta de insumos alinhados aos mais altos padrões de bem-estar animal. Além disso, implementou protocolos voltados à rastreabilidade e à conformidade com referências internacionais, mantendo acompanhamento contínuo para garantir a sustentabilidade da meta alcançada.
A adoção global do sistema cage-free reflete o compromisso da MBRF com práticas produtivas mais éticas e sustentáveis. “O modelo elimina o confinamento das aves em gaiolas, permitindo que expressem comportamentos naturais e movimentem-se livremente. Alinhada aos princípios de Saúde Única na produção de alimentos, essa prática contribui de forma significativa para o bem-estar animal e atende às expectativas de clientes e consumidores cada vez mais atentos à origem e à responsabilidade das empresas,” explica Josiane Busatta, consultora de bem-estar animal da MBRF.
A conclusão da transição para o sistema cage-free é apenas uma entre as diversas metas de bem-estar animal estabelecidas pela MBRF. A companhia já atingiu outros compromissos relevantes, como garantir que 100% das aves do sistema de integração sejam criadas livres de gaiolas. Além disso, concluiu a certificação de 100% das unidades de abate em bem-estar animal globalmente e a eliminação da castração cirúrgicas na cadeia de suinocultura. Como resultado desses e outros avanços, a companhia se mantém entre as mais bem posicionadas do setor em importantes rankings e índices internacionais, como o BBFAW (Business Benchmark on Farm Animal Welfare), o mais importante índice global de gestão do bem-estar dos animais de fazenda.
Sustentabilidade na MBRF
O bem-estar animal é um dos seis pilares que sustentam a Plataforma de Sustentabilidade da MBRF, que busca conciliar produtividade com a preservação dos recursos naturais e da biodiversidade. A companhia adota práticas que protegem biomas, promovem o bem-estar animal e respeitam os direitos humanos. As iniciativas incluem o uso eficiente de água e energia, o melhor aproveitamento dos alimentos, a redução das emissões de gases de efeito estufa e a gestão responsável da cadeia de fornecimento — com foco no controle de origem, no combate ao desmatamento e na promoção da inclusão social.
A MBRF adota altos padrões de bem-estar animal em toda a cadeia produtiva, com compromissos voltados à criação de aves, suínos e bovinos, guiados por diretrizes nacionais e internacionais que asseguram cuidados adequados e abate humanitário, tanto nas operações próprias quanto junto aos fornecedores.
Durante o manejo do gado, das aves e dos suínos — desde a propriedade rural até as unidades de produção —, a companhia garante o respeito aos Cinco Domínios dos animais: nutrição adequada, boa saúde, ambiente confortável, comportamento natural e estado mental. Esses princípios surgiram como uma expansão das Cinco Liberdades dos Animais, oferecendo uma abordagem mais abrangente e holística para avaliar o bem-estar animal que foram estabelecidos pelo Farm Animal Welfare Council, conselho britânico independente que é referência global na definição de parâmetros de bem-estar animal.



