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Cobb-Vantress traz especialistas internacionais para tratar de manejo e novas tecnologias no SBSA, em Chapecó
As apresentações aconteceram no auditório central do Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo de Nes
A Cobb-Vantress, líder mundial no fornecimento de aves de produção para frangos de corte e em especialização técnica no setor avícola, uma das patrocinadoras do XVIII Simpósio Brasil Sul de Avicultura (SBSA), em Chapecó (SC), trouxe para o evento a experiência de dois especialistas internacionais. Foram eles o dr. Lu Bubba, nutricionista da Tyson na China, que apresentou palestra sobre novas tecnologias para produção avícola a partir do caso chinês, e o dr. Chance Bryant, gerente-técnico da Cobb-Vantress e especialista em frangos de corte, que abordou o manejo de aves no Século XXI.
Na quarta-feira (5), às 11h30, o nutricionista da Tyson apresentou as particularidades do mercado chinês, os principais produtos avícolas consumidos no país e o enorme potencial de crescimento para o frango na região. Doutor em Nutrição de Aves pela Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos, e mestre em Crescimento Sustentável de Produção Avícola pela mesma instituição, Bubba está na Tyson desde 2012 e é gerente sênior de Produção Animal.
O palestrante iniciou sua apresentação com uma visão geral da economia chinesa, além de práticas e tecnologias utilizadas na indústria avícola do país. Segundo Bubba, embora a China tenha 19% da população mundial e as perspectivas apontem para que alcance o primeiro lugar entre as economias do mundo até 2020, o fato de possuir poucos recursos naturais (apenas 7% de terra arável e 6% da água do mundo) faz com que o país precise planejar como obter alimentos suficientes para todos os chineses. Com o crescimento rápido atingido nos últimos 30 anos, inclusive com um marco na recente mudança na política de filho único, as oportunidades para incremento em consumo de proteínas, e em especial, do frango, se mostram bastante promissoras.
Hoje, a China é a terceira maior produtora de frango do mundo e a maior produtora de ovos, com mais de 300 unidades por habitante ao ano. São dois os principais tipos de frango de corte atualmente produzidos na região: o branco, desenvolvido por casas genéticas e responsável por 53% da produção atual, utilizado em fast-foods, escolas e restaurantes, com pouco consumo nas residências; e o amarelo, criado regionalmente e o mais conhecido dos habitantes, com 47% da produção. Este último tipo enfrenta atualmente maior cerco do governo chinês por problemas de sanidade.
Com recentes episódios de Influenza Aviária registrados na China e em diversos países com potencial de exportação para o país, a oferta de carne ao mercado chinês diminuiu. Ao mesmo tempo, culturalmente os chineses não estão acostumados com o frango branco vindo de outras regiões. Também, o conceito geral de que o frango cresce muito rápido, levando à ideia de adição de hormônios, têm contribuído para que a população tenha certa restrição à ave importada.
Na opinião de Bubba, o país não deverá tornar-se autossuficiente em produção de carnes e deverá seguir importando frango para atender a cerca de 60% da demanda interna. Tamabém há, em sua percepção, grande potencial para aumentar os atuais 12kg de consumo per capta de frango ao ano.
Com relação à tecnologias e práticas tradicionais da indústria, o palestrante mencionou a existência do frango chamado 817, criado em 1988, fruto da cruza de um macho reprodutor de uma linha de corte, com uma fêmea reprodutora de postura. Hoje respondendo por 15% do mercado, o 817 apresenta peso abaixo de 3kg e alta conversão alimentar, em comparação com as aves brancas. Nos tipos de criação mais utilizados, foram citados a criação a 60cm do solo, que registra menores índices de infecção bacteriana e coccidiose, e a criação em gaiolas, utilizada em escala industrial, com densidade de 18 a 22 aves por unidade e vantagens para o manejo no inverno. A principal diferença dos dois tipos de criação está na conversão alimentar, com vantagens de 20 pontos para o sistema de gaiolas.
De acordo com o palestrante, no manejo sanitário chinês prevalece a vacinação obrigatória contra Influenza Aviária e a necessidade de banhos para acesso aos galpões de aves. O vazio sanitário de 14 dias utilizado na China também foi comentado pelo nutricionista, com uma possibilidade de redução para o sistema de produção em gaiolas.
“O futuro da indústria de aves é a redução do uso de antibióticos, mas é preciso verificar se os consumidores estão dispostos a pagar a mais por estes produtos”, analisou Bubba, que exemplificou a tendência com as linhas de aves que estão sendo produzidas pela Cobb com maior resistência à enfermidades. Em sua avaliação, há oportunidade para ampliar a colaboração entre Brasil e China, com foco na globalização. “Nos sairemos melhor usando os recursos do mundo juntos. Por isso, creio que a China e o Brasil têm espaço para construir ótimas parcerias”, avaliou.
Ainda na quarta-feira, às 14h, o dr. Chance Bryant iniciou sua apresentação avaliando que, para entender o presente e projetar com clareza o futuro, é necessário entender o passado. Demonstrando imagens e gráficos de comparação entre as aves de corte dos anos 80 e as aves de hoje, o especialista apontou a clara evolução em termos de tamanho, ganho de peso, carcaça e quantidade de carne, apontando para o aumento da eficiência das aves atuais.
Para ele, o manejo intenso deve ser a chave para que a produção possa registrar desempenhos superiores. Bryant avaliou que com o maior foco em produção livre de antibióticos será necessário priorizar técnicas de manejo, já que haverá grande diferença em termos de vazio sanitário e densidade de aves. Segundo exemplificou, o manejo das camas, que muitas empresas não realizam, é fundamental, assim como o monitoramento da qualidade da água, já que as aves criadas sem antibióticos precisam de maior acompanhamento de sua saúde intestinal, que passa a ser um grande desafio.
Demonstrando dados de granjas que apresentaram problemas em resultados de aves, o especialista abordou principalmente a evolução da necessidade das aves, atualmente bastante diferente do que era registrado anos atrás. Citando exemplos de clientes orientados por ele, o gerente demonstrou que sistemas antigos de distribuição de água para aves muitas vezes não entregam a quantidade suficiente para atender à demanda do frango moderno.
“A ave de hoje precisa de muito mais água e as instalações antigas não estão de acordo com esta demanda. Hoje, conseguimos saber até mesmo quanto as aves bebem a cada hora e sabemos que elas necessitam de mais água logo após receberem alimento. Se restringimos a água nesse período ou se ela não é suficiente, poderemos ter problemas de uniformidade e ganho de peso”, explicou.
Sobre a evolução em sistemas de ventilação, Bryant demonstrou os diferentes tipos existentes hoje e a necessidade de as empresas aprenderem a operar cada variável que possa interferir no desempenho da ave. O palestrante explicou que a partir de gráficos e taxas de ventilação é possível avaliar os padrões das unidades e os ajustes necessários em cada ambiente. Por exemplo, a umidade relativa dentro dos galpões precisa ser considerada, assim como as opções para reduzi-la, se for o caso, a fim de se evitar camas úmidas e dermatites. Muitas vezes, na opinião do especialista, os gestores passam por cima do óbvio ou ignoram pequenos erros que levam à redução dos resultados.
O estresse das aves foi outro ponto abordado pelo especialista, principalmente com relação ao conforto térmico, já que aves maiores têm necessidades diferentes e estão mais suscetíveis a estresse em função da temperatura. “Com a genética atual busca-se um melhor desempenho para frangos de corte, mas temos que mudar a maneira como pensamos e avaliar como melhorar as instalações para atender as necessidades das aves de hoje”, concluiu.
As apresentações aconteceram no auditório central do Centro de Cultura e Eventos Plinio Arlindo de Nes.
Fonte: Ass. de Imprensa

Empresas Ameaça silenciosa
Como a Doença de Gumboro Afeta a Sanidade, Performance e Rentabilidade das Aves
Altamente contagiosa, a enfermidade viral desafia o sistema imunológico das aves e pode gerar prejuízos expressivos à avicultura industrial

A avicultura industrial brasileira, reconhecida mundialmente por sua eficiência produtiva, enfrenta desafios cada vez mais complexos no manejo sanitário dos plantéis. Entre esses desafios, a Doença de Gumboro, também chamada de Doença Infecciosa da Bursa (DIB) é altamente contagiosa. A enfermidade viral acomete principalmente aves jovens entre 3 e 10 semanas de idade, comprometendo o sistema imunológico e impactando diretamente o desempenho zootécnico das granjas.
A doença é causada por um vírus do gênero Avibirnavirus, notável por sua resistência ambiental — capaz de permanecer ativo por longos períodos mesmo após procedimentos de limpeza e desinfecção. Ao atingir a bolsa de Fabricius, órgão essencial à formação das células de defesa das aves, o vírus provoca imunossupressão severa, tornando os animais mais vulneráveis a outras infecções e interferindo na eficácia de vacinas de rotina.
Além do impacto financeiro direto, os efeitos produtivos da doença são amplos e muitas vezes silenciosos na forma subclínica. Em um cenário de alta densidade de alojamento, o controle da imunossupressão é um fator decisivo para sustentar a competitividade da produção de frangos no país.
“A Doença de Gumboro é uma ameaça muitas vezes silenciosa, mas de alto impacto econômico. Mesmo infecções subclínicas, podem reduzir o ganho de peso, comprometer a conversão alimentar e afetar a qualidade dos ovos. O monitoramento eficaz é o primeiro passo para conter o avanço da enfermidade e proteger o potencial produtivo das granjas”, destaca Eduardo Muniz, Gerente Técnico de Aves da Zoetis Brasil.
Na prática, o produtor pode perceber a presença da doença por sinais clínicos como depressão, diarreia aquosa, desidratação e penas arrepiadas. Contudo, é a observação de indícios produtivos como a queda na taxa de ganho de peso diário ou a redução na qualidade dos ovos que costuma revelar a circulação do vírus em sua forma subclínica. Em lotes de alto desempenho, qualquer variação nesses parâmetros representa perda direta de margem e eficiência.
“Em granjas industriais, onde milhares de aves convivem em densidades elevadas, a probabilidade de disseminação viral é alta. O controle eficaz depende de um conjunto de medidas: vigilância sanitária constante, diagnóstico laboratorial preciso e imunização bem planejada. Mais do que uma rotina de biosseguridade, trata-se de uma estratégia de rentabilidade”, reforça Muniz.
A prevenção da Doença de Gumboro deve ser encarada como um investimento zootécnico estratégico. Além da escolha de vacinas adequadas à realidade imunológica dos lotes, é essencial realizar o acompanhamento técnico dos resultados, observando tanto o desempenho produtivo quanto a resposta imunológica. O uso de vacinas como a Poulvac® Procerta® HVT-IBD vacina de vírus vivo congelado contra as doenças de Marek e Gumboro, torna-se uma ferramenta fundamental dentro de estratégias preventivas consistentes e de longo prazo. A vacinação pode ser feita via subcutânea, ou in ovo em ovos embrionados de galinha saudáveis com 18 a 19 dias de idade.
Para a Zoetis, líder mundial em saúde animal, o enfrentamento da Doença de Gumboro faz parte do ciclo contínuo de cuidado. A empresa reafirma que, em um cenário global cada vez mais desafiador, sanidade é sinônimo de desempenho, e o cuidado com a imunidade é o alicerce da produção avícola moderna.
Empresas
Boehringer Ingelheim anuncia Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing de Aves e Suínos
A executiva assume a posição anteriormente ocupada por Filipe Fernando, que ascendeu ao cargo de Head de Grandes Animais da empresa

A Boehringer Ingelheim, multinacional farmacêutica referência na produção de medicamentos para humanos e animais, anuncia a chegada de Patricia Aristimunha como nova gerente sênior de marketing da unidade de negócios de Aves e Suínos, assumindo o cargo anteriormente ocupado por Filipe Fernando, novo diretor de Grandes Animais da companhia.
A gerente é graduada em Medicina Veterinária pela Universidade Federal de Santa Maria, onde também concluiu o mestrado. Além disso, possui doutorado em Zootecnia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, e um MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). No âmbito profissional, Patricia conta com mais de 18 anos de experiência em empresas nas áreas de saúde, produção e nutrição animal, com forte atuação em marketing estratégico.
“Estou muito contente e animada em iniciar esse novo capítulo profissional em uma empresa líder e referência global na área da saúde, como a Boehringer Ingelheim. Com minha sólida experiência técnica e prática no segmento de avicultura e suinocultura, estou ansiosa para colaborar com a equipe e contribuir ativamente para os resultados e inovações da empresa”, afirma Patricia Aristimunha.
A chegada da executiva, que ingressou no cargo na primeira semana de novembro, reforça o compromisso da Boehringer Ingelheim em fortalecer sua liderança e inovação no mercado de saúde animal, especialmente nos setores de aves e suínos. Com sua vasta experiência no segmento, a empresa espera que Patrícia impulsione ainda mais as estratégias de marketing da companhia, contribuindo significativamente para o sucesso contínuo de seus clientes e parceiros no agronegócio.
Empresas
Ventilação eficiente é chave na preparação do agro para a chegada do calor
Manutenção preventiva dos motores ajuda a reduzir perdas e preservar o bem-estar animal

Com a chegada da primavera e a aproximação do verão, as altas temperaturas passam a impactar diretamente a produção animal no Brasil. O calor excessivo é um dos principais fatores de estresse térmico, comprometendo o desempenho dos animais, reduzindo a produtividade e elevando riscos sanitários e econômicos para os produtores.
Segundo Drauzio Menezes, diretor da Hercules Energia em Movimento, a manutenção preventiva dos motores é fundamental nesse período. “A confiabilidade dos motores determina o bom funcionamento dos sistemas de ventilação, que são essenciais para manter as granjas em condições adequadas”, afirma.
Manutenção e ventilação: aliados da produtividade
A ventilação é um dos recursos mais eficazes para preservar o bem-estar dos animais durante os meses mais quentes. Para que os equipamentos cumpram sua função com eficiência, é essencial que os motores estejam revisados e em pleno funcionamento. Entre as ações mais importantes estão a manutenção dos motores, isolamento térmico das estruturas, controle da umidade e fornecimento constante de água fresca, além de ajustes na densidade de lotação em períodos de calor extremo. “Esses sistemas precisam operar com segurança e sem falhas para garantir conforto térmico, reduzir o estresse dos animais e evitar perdas na produção”, reforça Menezes.
Segundo ele, a Hercules Energia em Movimento oferece soluções adequadas para esse tipo de demanda, com motores monofásicos, trifásicos e customizados, todos com alta eficiência energética, conformidade com as normas NEMA e IEC, e aprovação do Inmetro. Os equipamentos são projetados para atender ambientes de produção animal, que exigem desempenho constante mesmo em condições severas.
Alta nas temperaturas exige preparação antecipada
De acordo com previsões do INMET e da Climatempo, a primavera e o verão de 2025/2026 devem registrar temperaturas acima da média histórica em várias regiões do país, com destaque para o Centro-Oeste, Sudeste e partes do Sul. A previsão também aponta para chuvas mal distribuídas e períodos prolongados de tempo seco, elevando o risco de ondas de calor e agravando os desafios para a criação de aves.
Esse cenário reforça a necessidade de antecipar cuidados com a climatização das áreas de produção animal. “Ambientes bem ventilados ajudam a mitigar os efeitos do calor excessivo, preservando o desempenho zootécnico das aves e garantindo a continuidade da produção com segurança”, conclui Menezes.

