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Coasul: a ascensão silenciosa de uma gigante cooperativa

Trajetória meteórica da cooperativa destaca não apenas seu impressionante crescimento financeiro, mas também sua capacidade de inovação e adaptação em um mercado altamente competitivo.

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Foto: Divulgação

Longe dos holofotes que tradicionalmente iluminam as grandes cooperativas brasileiras, uma nova gigante vem silenciosamente tomando forma. A Coasul, com sede na cidade de São João, no Sudoeste do Paraná, tem experimentado um crescimento que desafia até mesmo as grandes cooperativas brasileiras.

Em 1996, quando a cooperativa experimentou sua primeira aceleração, a Coasul contava apenas com seis unidades de recebimento de cereais. Hoje, esse número multiplicou-se para 39 entrepostos de recebimento de cereais. Os anos entre 2010 e os dias atuais marcaram um segundo boom, período em que seu faturamento disparou 15,5 vezes, saltando de R$ 360 milhões para R$ 5,64 bilhões.

A trajetória meteórica da Coasul destaca não apenas seu impressionante crescimento financeiro, mas também sua capacidade de inovação e adaptação em um mercado altamente competitivo. Atuando fortemente em 32 municípios, onde é líder em negócios agropecuários, como soja, milho, trigo, feijão, rações para bovinocultura de leite e produção de frangos, a Coasul emerge como uma força a ser reconhecida não apenas no cenário regional, mas também no panorama nacional do cooperativismo agropecuário.

O jornal O Presente Rural entrevistou com exclusividade o vice-presidente da Coasul, Paulo Roberto Fachin, que compartilha detalhes sobre as estratégias adotadas pela cooperativa para consolidar sua presença entre as gigantes do cooperativismo brasileiro. “A Coasul surgiu em 1969 para auxiliar na assistência técnica e comercialização do excedente de trigo produzido na região. A cooperativa permaneceu pequena até 1996, com apenas 6 unidades de negócios. A Coasul era pequena, mas estava capitalizada, diferente de outras cooperativas da região, que no final dos anos 90 começaram a deixar de existir. Foi a partir de 1996 que começamos a adquirir mais unidades de negócios e a Coasul começou sua expansão”, conta o vice-presidente Fachin.

Nos anos seguintes, a cooperativa ganhou terreno e cooperados. O volume de negócios aumentava e a Coasul já se destacava em industrialização de rações, mas ainda era necessário agregar valor e diversificar os negócios. Em 2010 foi inaugurado então o abatedouro de aves em São João, aproveitando o know-how e a aptidão dos cooperados nesta atividade.

A partir de 2010, revela o vice-presidente, a Coasul entrou em sua segunda e mais acelerada fase de crescimento. “Desde o início a Coasul já enxergava que a industrialização era o caminho, tanto que fomos um dos fundadores da Sudcoop, que hoje é a Frimesa. Éramos muito pequenos na época, então a Sudcoop acabou ficando apenas com as cooperativas do Oeste. Entendíamos que era necessário buscar a industrialização e agregar valor nos cereais produzidos por nossos cooperados, em 2010 a Coasul inaugurou seu abatedouro de aves. Isso foi um dos motivos que acelerou nosso crescimento”, explica Fachin.

 

Hoje a Coasul abate 165 mil frangos por dia, cinco dias por semana, e comercializa sob a marca LeVida. Mas não apenas o frango foi responsável por tirar a Coasul de um faturamento de R$ 360 milhões para R$ 5,64 bilhões em 2023. A produção de grãos e a indústria de rações para bovinos também se agigantava. Atualmente a Coasul produz 27 mil toneladas/mês de ração para bovinocultura de leite, consolidada entre as maiores indústrias do segmento no Brasil, e tem sob seu guarda-chuva o cultivo de aproximadamente 350 mil hectares de grãos.

“A partir de 2010 entramos em uma ascendente também em grãos e rações, nosso faturamento cresceu 15 vezes nesse período. Foi um ritmo de crescimento mais rápido do que muitas grandes cooperativas. Crescemos em área de ação, mas especialmente em participação de mercado. Temos como métrica ser líder onde estamos presentes para depois pensar em expandir para outros municípios, temos que ter o maior market share onde atuamos, isso reduz nossos custos operacionais. Quanto mais produtores a Coasul atende, mais dilui seus custos. Com essa receita fomos agregando cooperados. Hoje temos 200 mil hectares de soja, 60 mil hectares de trigo, 35 mil de feijão safrinha, que é produzido após a soja, e 50 mil hectares de milho nas duas safras, entre grãos e silagem.

O cooperado cresce para a cooperativa crescer

A partir de 2010, revela o vice-presidente, a Coasul entrou em sua segunda e mais acelerada fase de crescimento. “Desde o início a Coasul já enxergava que a industrialização era o caminho, tanto que fomos um dos fundadores da Sudcoop, que hoje é a Frimesa. Éramos muito pequenos na época, então a Sudcoop acabou ficando apenas com as cooperativas do Oeste. Entendíamos que era necessário buscar a industrialização e agregar valor nos cereais produzidos por nossos cooperados, em 2010 a Coasul inaugurou seu abatedouro de aves. Isso foi um dos motivos que acelerou nosso crescimento”, explica Fachin.

Hoje a Coasul abate 165 mil frangos por dia, cinco dias por semana, e comercializa sob a marca LeVida. Mas não apenas o frango foi responsável por tirar a Coasul de um faturamento de R$ 360 milhões para R$ 5,64 bilhões em 2023. A produção de grãos e a indústria de rações para bovinos também se agigantava. Atualmente a Coasul produz 27 mil toneladas/mês de ração para bovinocultura de leite, consolidada entre as maiores indústrias do segmento no Brasil, e tem sob seu guarda-chuva o cultivo de aproximadamente 350 mil hectares de grãos.

“A partir de 2010 entramos em uma ascendente também em grãos e rações, nosso faturamento cresceu 15 vezes nesse período. Foi um ritmo de crescimento mais rápido do que muitas grandes cooperativas. Crescemos em área de ação, mas especialmente em participação de mercado. Temos como métrica ser líder onde estamos presentes para depois pensar em expandir para outros municípios, temos que ter o maior market share onde atuamos, isso reduz nossos custos operacionais. Quanto mais produtores a Coasul atende, mais dilui seus custos. Com essa receita fomos agregando cooperados. Hoje temos 200 mil hectares de soja, 60 mil hectares de trigo, 35 mil de feijão safrinha, que é produzido após a soja, e 50 mil hectares de milho nas duas safras, entre grãos e silagem.

Fidelização do time das gigantes o cooperado cresce para a cooperativa crescer

Outra fonte para a trajetória meteórica de crescimento da Coasul é a estratégia de fidelização que a cooperativa adota, premiando aqueles que fazem mais negócios. A novidade é que o produtor acompanha por um aplicativo em tempo real quanto vai receber de volta no fim do ano. “Queremos que o produtor tenha retorno financeiro com suas atividades. A Coasul assume o compromisso de garantir sobras mínimas ao cooperado. Por exemplo, garantimos R$ 2 para cada saca de soja comercializada. Se o produtor vender mil sacas, acessa o app e sabe que tem garantido R$ 2 mil no fim do ano. Se o produtor estiver dentro do nosso no programa +coop de fidelidade, garante mais R$ 1,20 para cada saca. Se for do Pronafiano e aderir ao programa de biodisel, garante mais R$ 1,50. Ou seja: ele pode ter até R$ 4,70 de volta por cada saca vendida. Cada cultura tem sua regra, cada atividade agro tem sua regra definida para garantir esse retorno ao produtor”, exemplifica.

Outro ponto importante para a cooperativa, explica Fachin, é a remuneração do capital social, que precisa, segundo ele, ser bastante clara para garantir fidelização dos produtores. “Esse ano a Coasul garante que ganho do capital social vai ser de 10%. Isso gera um grau de pertencimento ao produtor, tem que participar do resultado de forma clara e transparente”, frisa.

Para 2024 a Coasul espera entregar R$ 80 milhões em sobras. Quanto mais trabalha com a Coasul, mais ganha. “O produtor que realiza todas as operações na Coasul recebe facilmente R$ 1,2 mil por alqueire cultivado. É uma estratégia de sucesso para aumentar a fidelização. Quanto mais transparência nas sobras e participação no resultado financeiro, maior é nossa fidelização. Quanto mais distribuímos, mais crescemos”, aponta o vice-presidente da Coasul.

Do time das gigantes

Ao seguir uma trajetória que transcende os padrões convencionais do cooperativismo, a Coasul destaca-se como uma história inspiradora de resiliência, inovação e comprometimento. Enquanto as grandes cooperativas tradicionais continuam a dominar os holofotes, a Coasul emerge como uma força silenciosa, mas inegavelmente poderosa, consolidando seu lugar no seleto grupo das gigantes do cooperativismo brasileiro.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo na bovinocultura acesse a versão digital de Bovinos, Grãos e Máquinas clicando aqui. Boa leitura!

Fonte: O Presente Rural

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Mudanças no ciclo pecuário exigem nova abordagem da indústria de suplementação, aponta Asbram

Especialistas destacam mercado aquecido, avanço da intensificação, menor venda de suplementos e projeção de forte recuperação a partir de 2026.

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Compreender a intensidade de movimentos que vêm marcando o atual ciclo pecuário no Brasil. Para realizar os negócios de investimentos em tecnologias modernas de nutrição ao lado dos produtores de carne e leite do país. O desafio foi assumido em outubro passado, em Campo Grande (MS), durante nova reunião da Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (Asbram). O encontro contou com três palestras, um balanço do Simpósio realizado pela entidade em setembro passado, com presença de quase 500 participantes e avaliação positiva de 98%, e a atualização dos números do painel de comercialização de suplementos minerais nos nove meses de 2025.

Foto: Divulgação

A carne bovina brasileira segue resoluta. Mercado firme, frigoríficos com estratégia mais definida, exportações recordes mesmo com queda nas vendas aos Estados Unidos, mercado interno bom, com oferta da proteína. “Está saindo mais carne do sistema para o mercado. O futuro não vai ser diferente. Deve ter preço de boi subindo e bezerro também. Com tempo de alta na arroba também, e abates em alta’, analisou o médico-veterinário e consultor Hyberville Neto, ao tratar sobre as pextactativas para o fim deste ano e ao longo de 2026.

Ele também destacou o panorama do confinamento, que pode fechar cerca de 8 milhões de cabeças. Com estratégias bem aplicadas e arroba engordada interessante pelo preço atraente do milho. “O grão merece atenção. O mercado doméstico está ganhando espaço principalmente por causa do etanol, que já abocanha 23% do que é colhido. Porém, as vendas externas não param de ajudar. O Vietnã abriu o mercado para a gente. A população de lá só come 4,4 kg por habitante ao ano e é nada menos do que 100 milhões. E o Japão pode começar a comprar ainda neste ano”, salientou.

Como a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) indica que o mercado interno vai usar 68% da produção no ano que vem, Neto

Foto: Juliana Sessai

projeta pico de preços em 2027 e 2028. “Até R$ 420 a arroba. Não é um absurdo se olharmos o histórico. Agora, as precauções devem permanecer as mesmas para a fazenda. A baixa e a alta não duram para sempre. Não esqueça do caixa. Quem tem decide se está na compra ou na venda. Olho na economia brasileira, no consumo doméstico, milho e câmbio. Para garantir preço mínimo”, sintetizou.

“A proteína animal vive realmente um bom momento, com abates maiores de vacas e novilhas, uma reação no abate de machos, mas com carcaças mais leves. O que exige uma reflexão detalhada sobre o que vem ocorrendo com as dietas dos animais. Agora, tenho uma visão mais conservadora sobre os preços futuros”, opinou o engenheiro agrônomo e Coordenador do Rally da Pecuária, Maurício Palma Nogueira.

Ele enfatizou que mais variáveis estão sendo incluídas no ciclo pecuário e é necessário compreender níveis tecnológicos mais altos na atividade. Para ele, todos os indicadores são de alta no ciclo, exceto o abate de fêmeas. Aceleração da atividade, área de pastagens caindo, pecuária crescendo de forma sólida, frigoríficos trabalhando bem em segurar preço, e vendas externas sem precedentes, que podem passar de quatro milhões de toneladas neste ano, 22% das exportações globais. “Temos todos os modelos. O conservacionista, 9 milhões de cabeças confinadas, terminação intensiva no pasto, semiconfinamento e pasto com mineralização. São 19,3 milhões de cabeças comendo mais de 1% de peso vivo em concentrados. É uma pecuária nova, estimulante, entretanto também traz pontos de atenção. A nossa cabeça fica confusa, mesmo. Aumentou o número do envio de animais para confinamentos terceirizados. Por isso os fornecedores precisam estar conectados ao longo do ano inteiro. Muitos criadores vendem rápido para entendendo oportunidades de maximizar resultados financeiros, assim como novilha indo ao abate é menos suplemento mineral vendido”, alertou.

Foto: Divulgação

Alinhamento de estratégias do setor

A avaliação percorreu imediatamente todo o público presente à reunião. “Temos que analisar bem nossa estratégia no mercado, o profundo entendimento das necessidades do pecuarista em cada modelo de produção, para que eles tenham resultados melhores e nossas empresas cresçam e ajudem a pecuária brasileira. Melhorar o nível tecnológico é mandatório em qualquer modelo! O que muda é o que se apresenta como tecnologia em cada um. Sistemas mais ou menos intensivos em termos de dieta e de tempo, geram necessidades e análises diferentes que o atual fornecedor de nutrição deve entender se quiser ser reconhecido como relevante para o produtor”, indicou o vice-presidente da Asbram, Rodrigo Miguel.

“A Associação precisa ficar antenada com essas várias mudanças. Vivi isso na Agricultura nos últimos quarenta anos. A gente conhece o final dessa história. Um trabalho bem realizado dá resultado. Tanto que, hoje, comemos carne bovina igual a qualquer outra do mundo”, concordou a vice-presidente executiva da entidade, Elizabeth Chagas.

A nova abordagem ganhou corpo por causa dos números mais recentes das vendas de suplementos minerais. 230 mil toneladas em

Foto: Gisele Rosso

setembro, 10,29% abaixo na comparação com o mesmo mês de 2024. O retrato de 2025 é de 1,871 milhão de toneladas, 3,9% a menos do que o mesmo período do ano passado. “O volume está sendo menor no segundo semestre até porque a base de comparação, segundo semestre de 2024, está desfavorável. A perspectiva para o ano todo é alcançar 2,4 milhões de toneladas. O que vai sinalizar uma contração de 6,9%. Com 68,1 milhões de cabeças suplementadas na média. 4,2% abaixo do ano passado”, sintetizou Felippe Serigati, professor da Fundação Getúlio Vargas e coordenador do Painel de Comercialização da Asbram.

Outros pontos podem estar interferindo nessa questão. O efeito DDG (co-produto da produção de etanol de milho), mudanças na nutrição de vacas e novilhas, rebanho menor e mais leve. “O cliente está capitalizado, mas pode estar suplementando menos animais. Ou aumentou o abate de todas as categorias. E sem bezerro para vender. Não vamos esquecer que os juros altos podem estar mantendo o dinheiro do produtor mais no banco. Mas posso garantir que vai haver recuperação, e forte, em 2026 e 2027. Um rebanho menor e mais leve. Passamos por um vale, mas a recuperação pode ser forte e as empresas de suplementação viverem um novo aumento expressivo. Preparem-se para vender”, tranquilizou Nogueira.

“A ASBRAM vai seguir com nossas estatísticas e nossos debates para que ajudemos a cadeia produtiva de carne e leite a avançar cada vez mais. O painel é referência nacional do mercado de ruminantes do Brasil. É mais do que mineralização. É a fotografia da alimentação de ruminantes no Brasil. Tecnologia exige processos modernos. Para pequenos ou grandes produtores. Capturamos isso no painel”, emendou Elizabeth. “Exatamente. Vamos continuar contribuindo com as informações do painel para vendermos mais ração e aditivos. Pode ser um novo momento da nutrição animal no Brasil. Suplementos, ração, proteicos. Com uma nova visão sobre as fábricas próprias dos confinamentos, novos números. A Associação se posiciona nesse universo”, acrescentou Rodrigo Miguel.

Foto: Divulgação

E a economia vai interferir nesse processo. “Estamos desacelerando, mas seguimos crescendo. Emprego aquecido, serviços e consumo das famílias à toda, média salarial em alta. O Produto Interno Bruto tem avançado em todas as projeções. Mesmo com os juros nas alturas e a inadimplência crescendo. Sendo que a inflação não se mexe. Certamente, por causa dos gastos do governo federal crescendo sem parar. Mas todo esse caldeirão sustenta a venda de carne bovina no supermercado nos próximos meses”, opinou Felippe.

“Pensando nos próximos meses, o ajuste de rebanho, tecnologia e como vamos melhorar. Vamos escalar na nutrição dos negócios. É o trabalho básico da Asbram. Discutir o mercado, a economia brasileira e mundial, lançar materiais de apoio às indústrias e aos pecuaristas, como o Guia Prático de Gado de Corte e Leite, seguir com as campanhas mensais, falando da riqueza da suplementação de qualidade, as publicações na internet, entender o nosso negócio e alimentar de informação o exército de mais de 14 mil profissionais que possuímos para disseminar a boa nutrição dos rebanhos do Brasil”, enfatizou Fernando Penteado Cardoso.

Fonte: Assessoria Asbram
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Crise no leite escancara desigualdade tecnológica no campo

Audiência na Câmara destacou que a democratização da genética avançada pode elevar a produtividade, reduzir custos e fortalecer a renda das famílias rurais.

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Foto: Jaelson Lucas

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (CAPADR) da Câmara dos Deputados realizou, na última semana, audiência pública para discutir a importância do melhoramento genético do gado leiteiro voltado aos pequenos produtores. O debate foi solicitado pelo deputado Rafael Simões (União-MG), que defende a ampliação do acesso a tecnologias avançadas de reprodução no campo.

Segundo o parlamentar, o melhoramento genético é um dos principais instrumentos para elevar a eficiência e a competitividade da produção de leite no país, especialmente entre agricultores familiares. “Animais com maior potencial genético produzem mais leite, garantem melhor qualidade do produto e apresentam maior resistência a doenças, além de melhor adaptação às condições de manejo. Esses fatores impactam diretamente na redução de custos e no aumento da renda das famílias rurais”, afirmou.

Deputado Rafael Simões: Com apoio técnico, linhas de crédito direcionadas e subsídios, é possível democratizar o uso da transferência de embriões, aproximando os agricultores familiares das mesmas ferramentas utilizadas por grandes propriedades”

Rafael Simões defendeu a criação de um programa específico voltado ao melhoramento genético para pequenos produtores. “Com apoio técnico, linhas de crédito direcionadas e subsídios, é possível democratizar o uso da transferência de embriões, aproximando os agricultores familiares das mesmas ferramentas utilizadas por grandes propriedades. Isso fortalece a cadeia produtiva do leite, valoriza a agricultura familiar e contribui para a sustentabilidade da atividade”, destacou.

O secretário de Agricultura Familiar e Abastecimento do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Vanderley Ziger, informou que o governo estruturou um programa nacional de melhoramento genético, instituído pela Portaria nº 28, de junho de 2025, e trabalha agora para sua efetiva implementação. “Temos a necessidade de fazer com que o programa lançado se torne concreto, e isso passa por uma grande campanha nacional que estimule, fortaleça e esclareça essa agenda. Se houver mobilização, acredito que o produtor compreenderá melhor o potencial e os benefícios da transferência de embriões”, explicou.

O diretor de Pecuária Leiteira da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Rodrigo Simões, reforçou a importância de ampliar o acesso à genética avançada. “A atividade leiteira enfrenta desafios naturais: climáticos, de preço de insumos e pela entrada de leite importado. Se conseguirmos garantir que os pequenos produtores tenham acesso à genética de ponta, esse desafio se torna muito menor, pois uma vaca ruim come o mesmo que uma vaca boa”, afirmou.

Deputado José Medeiros: “Há tempos tocamos nesse problema, que é recorrente. Precisamos agir, ou o nosso produtor de leite não vai resistir”

O deputado José Medeiros (PL-MT) também demonstrou preocupação com a crise no setor leiteiro e defendeu ações urgentes do Congresso. “Há tempos tocamos nesse problema, que é recorrente. Precisamos agir, ou o nosso produtor de leite não vai resistir. Acredito que o secretário Vanderley sai desta audiência com ideias importantes para fortalecer o programa. Estamos, inclusive, coletando assinaturas para instalar a CPI do Leite”, frisou.

Rafael Simões concluiu afirmando que continuará acompanhando o tema de perto e que pretende se reunir com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para tratar do assunto.

Fonte: Assessoria FPA
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Congresso Internacional de Girolando premia trabalhos científicos e atrai público de sete países

Evento em Uberlândia (MG) reuniu 650 participantes e abordou inteligência artificial, genética avançada e sustentabilidade na produção leiteira.

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Com a participação de 650 pessoas de sete países, o 3º Congresso Internacional de Girolando apresentou as inovações da pecuária leiteira mundial e as tendências de mercado para o próximo ano. O evento, realizado de 12 a 14 de novembro, em Uberlândia (MG), contou com participantes do Brasil, Bolívia, Colômbia, Estados Unidos, Honduras, Panamá e de Sudão.

Fotos: Divulgação/Girolando

A inteligência artificial foi um dos temas apresentados. Segundo o pesquisador da Universidade de Wisconsin, Guilherme Rosa, estudos feitos na instituição norte-americana estão permitindo utilizar a IA para melhorar a eficiência produtiva das fazendas leiteiras, utilizando, por exemplo, imagens para identificar animais com problemas ou para selecionar aqueles de maior desempenho. Já o uso da robótica está contribuindo para otimizar a ordenha das vacas, além de solucionar problemas com mão de obra.

O Congresso ainda destacou a evolução genética dos rebanhos da raça Girolando, que nos últimos 20 anos aumentou em 100% sua produção de leite enquanto as emissões de metano caíram 40%. “Hoje, não precisa esperar o animal nascer para iniciar a seleção. É possível fazer isso ainda na fase de embriões”, diz o pesquisador da Embrapa Gado de Leite Marcos Vinicius Barbosa da Silva, que abordou o impacto da genômica na raça Girolando.

As inovações incorporadas por fazendas selecionadoras da raça foram apresentadas no evento. Uma delas é a Santa Luzia, em Passos/MG, uma das maiores produtoras de leite do Brasil, primeira fazenda a ser certificada para biosseguridade no país e que tem um trabalho pioneiro em bem-estar animal. O gestor da Santa Luzia e criador de Girolando Maurício Silveira Coelho ministrou palestra sobre boas práticas de manejo para garantir a sustentabilidade. “O bem-estar animal é um conceito indissociável do futuro da produção leiteira”, assegura o criador.

O evento, que também abordou o mercado global do leite, sucessão familiar, eficiência alimentar, gestão das propriedades, premiou os melhores trabalhos científicos sobre a raça Girolando. Concorreram mais de 40 pesquisas. O primeiro lugar ficou com Vitor Augusto Nunes, que avaliou efeitos da intensidade do ciclo reprodutivo em protocolos de IATF. O segundo colocado foi Fabrício Pilonetto, que pesquisou sobre a relação do genoma e o sistema mamário das vacas Girolando. Já o terceiro colocado foi Joseph Kaled Grajales-Cedeño, com trabalho sobre reatividade e seus efeitos na produção e qualidade do leite em vacas primíparas Girolando. As premiações foram nos valores de R$5 mil, R$3 mil e R$2mil, respectivamente.

O 3º Congresso Internacional de Girolando foi organizado pela Associação Brasileira dos Criadores de Girolando, em parceria com o Sebrae, Fundo de Investimento do Programa de Melhoramento Genético de Girolando e Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite).

Fonte: Assessoria Girolando
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