Vídeos Voz do Cooperativismo
Coasc: 10 anos na luta por redução de custos e valorização nas vendas
Em 2024 a Cooperativa Agroindustrial dos Suinocultores Catarinenses (Coasc) completa 10 anos. A Voz do Cooperativismo foi até Concórdia (SC) para ouvir do presidente Losivânio Luiz de Lorenzi uma pouco mais dessa história e dos planos dessa jovem cooperativa que surgiu para salvar os pequenos produtores que não tinham capacidade de negociação por vender em pequenas escalas e viam os altos custos de produção pulverizarem seus resultados financeiros. Confira com exclusividade.
Suínos
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Peixes
Efeitos de ácidos orgânicos e fitobióticos como promotores da saúde e do desempenho em tilápias
Mesmo animais aparentemente saudáveis podem disseminar doenças entre os tanques, retardando o crescimento e elevando os custos de produção.
Patógenos infecciosos, como bactérias, vírus, parasitas e fungos, representam uma séria ameaça à produção de aquicultura em nível global. Esses patógenos podem se manifestar tanto de forma assintomática quanto sintomática, resultando em redução do desempenho de crescimento e infecções graves. Mesmo animais aparentemente saudáveis podem disseminar doenças entre os tanques, retardando o crescimento e elevando os custos de produção. Embora frequentemente sejam pouco visíveis, esses patógenos têm o potencial de causar surtos significativos, especialmente quando vários fatores contribuintes estão presentes.
Os fatores climáticos desempenham um papel crucial na piscicultura, que é realizada predominantemente em ambientes abertos, como tanques escavados ou redes. Variações climáticas, como temperaturas extremas, mudanças abruptas e variações na quantidade de chuvas, criam condições estressantes para os peixes. Essas condições podem comprometer o desempenho dos animais, tornando-os mais vulneráveis ao estresse e a doenças.
Além dos fatores ambientais, é importante considerar as enfermidades emergentes, como ISKNV e Lactococcus, bem como a resistência antimicrobiana e a adaptação dos patógenos às diversas regiões, sistemas de produção e tamanhos dos animais. Para atender à crescente demanda por alimentos funcionais na piscicultura, as rações evoluíram para oferecer não apenas suporte ao crescimento e à conversão alimentar, mas também benefícios adicionais como saúde, bem-estar e resistência a doenças. Isso representa um excelente custo-benefício, especialmente diante do aumento significativo das perdas por mortalidade.
Nesse contexto, aditivos alimentares funcionais, como ácidos orgânicos e fitobióticos, têm atraído crescente interesse devido às suas propriedades que promovem a saúde. Esses compostos são eficazes no controle da carga de patógenos, na redução da gravidade das doenças, na modulação da microbiota intestinal e da resposta imunológica. Como resultado, promovem melhores taxas de sobrevivência, crescimento e conversão alimentar. Assim, os aditivos que promovem a saúde contribuem de forma significativa para a lucratividade e rentabilidade dos produtores.
Combinações
Existem diversos ácidos orgânicos disponíveis no mercado, mas apenas combinações adequadas para animais aquáticos garantem um efeito inibitório eficaz sobre os patógenos. Esses ácidos alteram a estrutura e a função das membranas celulares bacterianas, dificultando a colonização de patógenos no trato digestivo dos peixes. Além disso, são altamente energéticos e facilmente absorvidos, contribuindo para a geração de energia em múltiplas vias metabólicas, incluindo a produção de ATP e promovendo o desenvolvimento das vilosidades intestinais. Também estimulam a secreção de ácido gástrico e enzimas digestivas, melhorando a digestão de proteínas e a absorção de minerais.
Por outro lado, aditivos à base de fitobióticos, além de seu amplo espectro antimicrobiano, incluem extratos específicos com a capacidade de interromper o sistema de comunicação bacteriana conhecido como quorum sensing. Esses extratos têm um efeito depressivo nas vias de sinalização que determinam a densidade bacteriana e a produção de toxinas. Ademais, reforçam mecanismos antioxidantes e anti-inflamatórios, promovendo um microbioma intestinal mais equilibrado. Isso é evidenciado pela redução de bactérias prejudiciais e pelo aumento de espécies benéficas, como Cetobacterium e Bacillus spp. Um microbioma equilibrado é crucial para aumentar a resistência a doenças.
A suplementação de ácidos orgânicos e fitobióticos em rações para peixes tem demonstrado não apenas melhorar a taxa de sobrevivência, mas também otimizar o crescimento e a eficiência alimentar, através da melhoria da digestibilidade dos nutrientes.
Promovendo a saúde e o desempenho da tilápia
Um experimento a campo com tilápia foi realizado com o objetivo de avaliar o desempenho zootécnico com adoção de programa de saúde composto por ácidos orgânicos e fitobióticos. O estudo avaliou uma ração controle e uma ração aditivo, suplementada com 0,5% de ácido orgânico e 0,2% de fitobiótico.
As tilápias foram estocadas em tanques de terra com área de 1.000 m2 e utilizado 2 tanques para cada tratamento, com aproximadamente 60.000 alevinos estocados em cada tanque. O peso médio inicial dos peixes foi de 4,7g e o período de recria durou ao redor de 40 dias.
Figura 01. Suplementação com Ácido Orgânico (0,5%) e Fitobiótico (0,2%), na recria de tilápia em tanque escavado, durante período de inverno, avaliando o Peso Médio Final (A) Taxa de Conversão Alimentar (B) e Sobrevivência (C).
O programa de ácido orgânico e fitobiótico utilizado, foi recomendado devido ao alto desafio para época do ano e tamanho dos animais. A ração com aditivo melhorou significativamente os índices zootécnicos, evidenciado por um aumento do peso médio de 16%, diminuição de 19% na conversão alimentar e aumento de 27% na sobrevivência, quando comparada a ração controle. Para este experimento a campo, o retorno sobre o investimento (ROI) indicou que para cada dólar investido no uso dos aditivos, houve um retorno de 14 dólares.
O uso de ferramentas estratégicas para prevenção e controle de enfermidades, como os aditivos funcionais, ainda é visto apenas como aumento do custo da ração e não como investimento ou prevenção. Entender a realidade e os desafios encontrados em cada fazenda e definir estratégias que possam contribuir para minimizar o impacto das enfermidades na produção são essenciais para garantir um bom resultado nos programas preventivos adotados.
Conclusão
Aditivos à base de ácidos orgânicos e fitobióticos são amplamente utilizados em rações para peixes e camarões como uma estratégia eficaz para prevenir infecções bacterianas e melhorar o crescimento, a sobrevivência e a conversão alimentar. Estudos mostram que animais suplementados com esses aditivos apresentam taxas superiores de sobrevivência e crescimento, além de um retorno sobre investimento positivo, mesmo em ambientes de produção com desafios mínimos. Isso ocorre devido ao controle mais eficaz dos patógenos subclínicos e à otimização da utilização dos recursos energéticos, o que promove um crescimento mais robusto e saudável.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: mariana.correa@adisseo.com.
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