Notícias
Coamo tem receita global de R$ 28,1 bilhões e distribui sobras de R$ 705,7 milhões aos cooperados
Cooperativa encerrou o ano com 30.738 mil cooperados, e devolveu R$ 19,177 milhões de Capital Social aos associados que completaram mais de 65 anos de idade e 15 anos de filiação.

A Coamo Agroindustrial Cooperativa registrou em 2022 receita global de R$ 28,1 bilhões. O valor representa um crescimento de 14,1% em relação a 2021. A sobra líquida atingiu o montante de R$ 2,258 bilhões, um incremento de 23,1% em relação ao ano anterior. Deste valor, após a dedução estatutária, estão sendo distribuídos R$ 705,7 milhões aos mais de 30,7 mil cooperados no Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. Os números do exercício 2022 foram aprovados pelo quadro social na quinta-feira (16), em Assembleia Geral Ordinária, realizada em Campo Mourão (PR), município sede da cooperativa, com a presença de autoridades, entre elas o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken.
As sobras serão distribuídas a partir desta sexta-feira, 17, de acordo com a movimentação de cada cooperado. Serão devolvidos R$ 4,00 para cada saca de soja entrega na Coamo, R$ 1,80 para o milho, R$ 1,80 para o trigo, R$ 1,00 para a aveia, R$ 3,33 para o café em coco, R$ 10,00 para o café beneficiado e 4,10% para os insumos adquiridos na cooperativa durante o exercício de 2022.
O crescimento das receitas da Coamo foi proporcionado pelo aumento dos preços das commodities agrícolas, dos volumes de vendas da linha alimentícia e do fornecimento de bens de produção. O ano de 2022 foi muito bom para a Coamo em termos de faturamento. Mas, será lembrado, também, pelos problemas climáticos na safra de verão e de trigo.
Segundo o presidente do Conselho de Administração da Coamo, José Aroldo Gallassini, a comercialização da soja foi lenta, o que surpreendeu para uma safra com quebra de 47%. “Isso demonstra que a situação econômica dos cooperados era confortável, mesmo na adversidade”, diz. Ele acrescenta que um dos desafios foi a logística, pois os armazéns permanecem ocupados diante de uma nova safra, cuja comercialização continua lenta no início de 2023, com baixos volumes de produtos negociados de forma antecipada.
A comercialização do milho seguiu o mesmo ritmo da soja com bastante lentidão, muito em função dos baixos volumes comercializados de forma antecipada. “Depois da colheita da segunda safra a comercialização até que ganhou fôlego, mas ainda restaram grandes volumes a comercializar”, frisa Gallassini.
O fornecimento de insumos foi outro desafio, já que fatores externos como a guerra entre Rússia e Ucrânia, influenciaram diretamente nos negócios, em especial nos fertilizantes e alguns herbicidas para manejo e dessecação. “Parte dos fornecedores são abastecidos por fertilizantes russos, e assim iniciaram os impactos da falta de matéria-prima, incertezas no abastecimento no Brasil e, consequentemente, uma incerteza em nosso suprimento além do aumento dos custos de produção.”
Recebimento
Em 2022, a Coamo recebeu 7,470 milhões de toneladas nas suas 114 unidades, localizadas nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, representando 2,8% da produção brasileira de grãos.
Logística
A Coamo tem investido em diversas soluções, inovações e modernização da sua infraestrutura logística. Foram construídos novos entrepostos, armazéns de insumos, implantado softwares para gestão dos armazéns e aquisição de torres verticais automatizadas para estocagem de peças em geral e produtos veterinários.
Industrialização
Na busca constante de agregar mais valor à produção dos cooperados e melhor remuneração aos produtos, em 2022 a cooperativa continuou com a implantação de novas indústrias, novas tecnologias e métodos inovadores de industrialização. As indústrias de processamento de soja em Campo Mourão, Dourados e Paranaguá, compreendendo esmagamento, refinaria, hidrogenação, fábricas de gorduras vegetais e margarinas, processaram 2,708 milhões de toneladas de soja, representando um aumento de 3,6%, em relação ao ano anterior. A torrefação e moagem de café, produziu 2,820 mil toneladas de café torrado e moído; os moinhos de trigo de Campo Mourão e Mamborê produziram 210,025 mil toneladas de farinhas e farelo de trigo, e a fiação de algodão produziu 3,142 mil toneladas de fios.
Commodities, Alimentos e Exportações
Em termos de preço o ano foi bom para as commodities agrícolas, principalmente para a soja, que iniciou o ano de 2022 em R$ 162 a saca e alcançou rapidamente o recorde de R$ 200 em plena colheita, recuando depois para níveis próximos dos iniciais. Ou seja, o ano terminou como começou. No entanto, em relação a 2021, houve um aumento expressivo de 38% no preço médio de fixação. Na média do ano, o milho foi comercializado com aumento de 7% em relação a 2021 e o trigo com 8% de aumento.
A linha de produtos alimentícios da Coamo teve um crescimento de 22,1% na receita. Destaca-se a conquista da liderança de farinhas para consumo doméstico no Paraná, e o grande crescimento no volume de vendas das margarinas, principalmente da linha Dualis.
Em 2022 a Coamo exportou o montante de 2,107 milhões de toneladas de produtos, com uma redução de 43% em relação ao ano anterior, reflexo, principalmente, da quebra da safra de soja e o ritmo lento de fixação da produção pelos cooperados, sendo que o faturamento atingiu o montante de US$ 1,183 bilhão, representando uma redução de 14,5% em relação ao ano de 2021, só não sendo maior a diferença, face ao aumento dos preços dos produtos, principalmente da soja.
As exportações da Coamo foram destinadas para 30 países da Europa, América, Ásia e África. Os embarques foram realizados pelos Portos de Paranaguá no Estado do Paraná, e São Francisco do Sul no Estado de Santa Catarina.
Investimentos
“A Coamo está onde o cooperado está e tem o propósito de ajudá-lo a crescer e progredir com foco em agregar valor às suas atividades”, afirma o presidente Executivo da Coamo, Airton Galinari. Segundo informa o diretor, estão em conclusão no Mato Grosso do Sul, os novos entrepostos de Rio Brilhante e Ponta Porã. No ano passado foi adquirida e já está em funcionamento uma unidade de recebimento de produtos em São Gabriel do Oeste. Antes, em 2021 a Coamo adquiriu a unidade de recebimento de Bandeirantes no Mato Grosso do Sul, que também foi transformada em entreposto e está sendo ampliada.
Em 2022 os investimentos totalizaram R$ 1,279 bilhão, onde destacam-se, além dos entrepostos no Mato Grosso do Sul, a construção de novas instalações em Campo Mourão para o novo entreposto e uma fábrica de ração que entrará em funcionamento em 2023, aquisições de áreas rurais para reflorestamento e implantação de uma Fazenda Experimental em Dourados (MS). Foram realizadas também melhorias em praticamente todas as unidades visando o melhor atendimento e agilidade no recebimento das safras do quadro social.
Quadro de funcionários
O ano encerrou com 8.951 funcionários efetivos, dos quais 1.444 foram promovidos internamente. Utilizamos também uma média mensal de 1.427 funcionários temporários e terceirizados.

Notícias
Alta umidade do solo cria ambiente favorável para desenvolvimento da safra verão
Volume acima da média favorece germinação e crescimento inicial, mas excesso hídrico aumenta risco fitossanitário em regiões do Sul, Sudeste e Centro-Oeste; monitoramento permanece essencial.

Nos últimos dias, o volume de chuva acumulado ultrapassou 70 milímetros em grande parte das regiões produtoras da safra de verão. Em vários polos produtivos, os índices registrados ficaram entre 10% e mais de 200% acima da média histórica, indicando episódios de precipitação intensa, segundo o relatório técnico da EarthDaily. “Do ponto de vista agronômico, esse excesso hídrico favorece a fase inicial do ciclo das culturas, beneficiando germinação, estabelecimento das plantas e expansão vegetativa, além de reduzir riscos associados à semeadura tardia ou irregular. Porém, chuvas concentradas em determinadas áreas podem gerar encharcamento, atrasar operações de campo e elevar o risco fitossanitário em locais mais vulneráveis”, afirma Felippe Reis, analista de cultura da EarthDaily.
Apesar da elevação da umidade do solo, o Índice de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) permanece próximo da média histórica, porém com trajetória desfavorável, semelhante ao padrão observado na safra 2024. A recuperação hídrica recente deve apoiar o avanço do desenvolvimento das lavouras, mas ainda será necessário acompanhar a resposta do NDVI nas próximas semanas para confirmar se essa melhora se traduzirá em ganhos consistentes de vigor e condição produtiva ao longo do ciclo.
Em Goiás, o NDVI encontra-se no menor nível dos últimos cinco ciclos, porém permanece em patamar semelhante ao da safra 2020/21, que apresentou produtividade satisfatória. Esse fator reduz a preocupação no momento. O aumento recente da umidade do solo e a previsão de manutenção de níveis elevados no curto prazo podem favorecer a recuperação das lavouras de soja no estado.
No Mato Grosso do Sul, o NDVI está próximo da média, porém com dinâmica pouco favorável, também semelhante ao comportamento observado no ano ruim de 2024. Ainda assim, a umidade do solo registrou forte elevação nos últimos dias e deve permanecer alta no curto prazo, com as lavouras se recuperando, embora o excesso hídrico possa ampliar o risco fitossanitário.
Em Minas Gerais, o vigor da vegetação continua abaixo da média nas áreas de lavouras de verão. No entanto, a umidade do solo apresenta tendência de aumento e deve seguir nesse movimento no curto prazo, criando condições favoráveis para a recuperação das lavouras.
Atenção no Sul
Na região Norte do Paraná, as chuvas intensas registradas recentemente podem ter provocado efeitos adversos sobre as lavouras de verão, especialmente em solos mais suscetíveis ao encharcamento. Entre os principais riscos estão atrasos no desenvolvimento vegetativo e aumento da incidência de doenças associadas ao excesso de umidade. A previsão de continuidade de precipitações elevadas reforça a necessidade de monitoramento constante para identificação precoce de eventuais perdas e avaliação de impactos sobre o manejo e o cronograma das próximas fases do ciclo.
Após os episódios de chuva intensa observados nos últimos dias, as projeções dos modelos ECMWF e GFS indicam volumes reduzidos de precipitação no curto prazo no Rio Grande do Sul. Essa condição deve contribuir para a diminuição do risco de encharcamento do solo, favorecendo a recuperação das áreas afetadas e a normalização das operações de campo, especialmente nas regiões com maior saturação hídrica recente.
Os modelos ECMWF e GFS apontam precipitações acima da média para grande parte da zona produtora de soja no curto prazo, mantendo um cenário predominantemente úmido. No entanto, algumas áreas devem registrar volumes mais modestos, especialmente no extremo Sul e em porções do Norte da região sojicultora. Essa heterogeneidade pode resultar em condições contrastantes, com risco de excesso hídrico em algumas lavouras e manutenção de limitações pontuais em áreas menos favorecidas.
Entre 10 e 17 de dezembro, as projeções indicam manutenção de níveis elevados de umidade do solo na maior parte da área agrícola, com possibilidade de excedente hídrico, sobretudo entre Paraná e São Paulo. Nessas regiões, o risco agronômico está associado à saturação do solo, restrição do desenvolvimento radicular e maior suscetibilidade a doenças.
Em sentido oposto, o oeste da Bahia tende a apresentar redução da umidade no período, o que pode reintroduzir limitações hídricas pontuais em áreas onde o avanço vegetativo ainda depende de maior regularidade das chuvas para consolidação do potencial produtivo neste início de ciclo.
Notícias
USDA mantém projeção de esmagamento recorde de soja para 2025/26
Projeção segue em 69,5 milhões de toneladas enquanto Argentina reduz impostos sobre grãos e a União Europeia adia a entrada em vigor da lei antidesmatamento.

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) manteve a projeção de esmagamento recorde de soja na safra 2025/26, estimada em 69,5 milhões de toneladas, mesmo diante da retração das margens de processamento observada nos últimos meses. A manutenção do volume reflete a expectativa de que a demanda siga sustentada, especialmente em função das políticas de combustíveis renováveis. Segundo o órgão, a definição das metas obrigatórias e das possíveis isenções deve ocorrer no início de 2026, fator que será determinante para o ritmo de consumo de óleo de soja no país.

Foto: Divulgação/OP Rural
Na América do Sul, o governo da Argentina anunciou a redução permanente das alíquotas de exportação para grãos e derivados, em uma tentativa de aliviar a carga tributária sobre o setor agropecuário. A taxa aplicada à soja foi reduzida de 26% para 24%, enquanto os subprodutos tiveram corte de 24,5% para 22,5%. Para trigo e cevada, a alíquota caiu de 9,5% para 7,5%; milho e sorgo passaram de 9,5% para 8,5%; e o girassol, de 5,5% para 4,5%. De acordo com o ministro da Economia, Luis Caputo, a medida busca reforçar a competitividade da agroindústria argentina, responsável por cerca de 60% das exportações do país.
Na Europa, o Conselho Europeu e o Parlamento chegaram a um acordo provisório para adiar em um ano a entrada em vigor da Lei Antidesmatamento (EUDR). A proposta ainda precisa ser votada, com previsão entre os dias 15 e 18 de dezembro. Caso seja aprovada, grandes operadores terão prazo até 30 de dezembro de 2026 para se adequar às exigências, enquanto pequenos operadores — incluindo pessoas físicas e micro ou pequenas empresas — terão até 30 de junho de 2027.
A EUDR proíbe a comercialização, no mercado europeu, de produtos ligados às cadeias de cacau, café, óleo de palma, soja, madeira, borracha e pecuária oriundos de áreas desmatadas após 30 de dezembro de 2020. O regulamento exige ainda que importadores garantam a rastreabilidade das mercadorias, com o objetivo de assegurar que o consumo europeu não esteja associado a novos desmatamentos.
Notícias
Corte de incentivos acende alerta no campo e pressiona custos da produção
Redução de benefícios tributários pode elevar impostos sobre insumos e alimentos em meio a perdas climáticas e alto endividamento dos produtores.

O Sistema Faep vê com preocupação a aprovação do PLP 128/2025, pelo Congresso Nacional, que promove a redução mínima de 10% dos benefícios federais de natureza tributária, financeira e creditícia. A diminuição prevista se refere aos incentivos e benefícios que já incidem sobre os seguintes tributos federais: PIS/Pasep; PIS/Pasep-Importação; Cofins; Cofins-Importação; IPI; IRPJ; CSLL; imposto de importação; e contribuição previdenciária do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada.
“Esses benefícios são importantes para a gestão no meio rural, com impacto significativo nas contas do produtor rural. Num momento complicado como o atual, onde as intempéries climáticas têm gerado perdas no campo e o endividamento do setor está alto, não podemos aceitar uma medida como essa”, destaca o presidente interino do Sistema FAEP, Ágide Eduardo Meneguette. “Vamos continuar trabalhando para tentar reverter essa decisão ou, ao menos, procurar uma saída que possa compensar a redução”, complementa.
O projeto prevê redução em 10% dos benefícios tributários, impactando a produção, com aumento da alíquota do PIS/Cofins sobre insumos, e a venda de produtos agropecuários (corte do crédito presumido). Ainda, a medida reduz o crédito presumido da indústria de alimentos e rações e o lucro presumido.
“É preciso que os setores produtivos sejam ouvidos. A agropecuária, principal pilar da economia do país, será severamente atingida com essa medida, pois vai penalizar quem produz, desestimular o investimento, comprometer a competitividade e colocar ainda mais pressão de custos sobre a produção de alimentos”, afirma Meneguette.



