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Bovinos / Grãos / Máquinas Safra 2018/19

Clima reduz safra paranaense, mas preços permanecem bons

Boletim divulgado pela SEAB indica um volume de 19,9 milhões de toneladas, 12% menor que a safra anterior

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Divulgação/AENPr

O Paraná irá colher na safra de grãos de verão 2018/19 um volume de 19,9 milhões de toneladas, 12% menor que a safra anterior que rendeu um volume de 22,7 milhões de toneladas. Apesar da perda, os preços dos principais produtos permanecem bons para os produtores.

A produção foi prejudicada pelo clima, de acordo com boletim mensal do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e Abastecimento, divulgado nesta sexta-feira (22). Houve períodos de estiagem, chuvas excessivas e altas temperaturas ao longo do ciclo de desenvolvimento das principais culturas como soja, milho e feijão.

Para o secretário da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, a expectativa agora é com o desempenho da segunda safra de grãos, que está em desenvolvimento no campo, com tendência a ser promissora.

O clima está mais ameno e o regime de chuvas atual está recuperando parte das perdas. O Deral está estimando um volume total de 13,2 milhões de toneladas de grãos na segunda safra, que tem como carro-chefe o milho.

Preços

O secretário da Agricultura destaca que, apesar das perdas impostas pelo clima, os preços praticados no mercado estão bons para soja, milho, feijão. Provavelmente estarão bons também para o trigo, que tem previsão de estabilidade no tamanho da área plantada.

O diretor do Deral, Salatiel Turra, acredita que os produtores podem alterar as decisões de plantio de feijão da segunda safra e de trigo, em função da elevação nos preços desses dois produtos aos consumidores. “Se o mercado continuar favorável, os produtores podem aumentar a área plantada de feijão e de trigo”, afirmou.

Soja

A colheita da soja está em andamento e aponta para um volume de 16,3 milhões de toneladas, com redução de 16,4% em relação à estimativa inicial do Deral – de 19,5 milhões de toneladas. A safra foi prejudicada principalmente para os produtores que anteciparam o plantio nas regiões Oeste e Sudoeste.

As lavouras plantadas mais precocemente foram atingidas por um período de falta de chuvas e de calor excessivo entre os meses de novembro e dezembro, explicou o economista do Deral, Marcelo Garrido. “Foi uma perda considerável, já que a soja é a principal cultura plantada nesse período do ano no Estado”, disse o economista. Segundo ele, considerando o preço da soja praticado pelo mercado, de R$ 70 a saca, em média, pago aos produtores, é possível calcular um prejuízo de R$ 3,7 bilhões com a perda de 3,2 milhões de toneladas de grãos.

As perdas se estenderam também para as regiões Norte, Noroeste e Norte Pioneiro por causa da incidência de períodos com temperaturas muito elevadas no mês de janeiro. Ocorreram chuvas, mas não foram suficientes para a recuperação de lavouras.

Por outro lado, a maior parte da lavoura plantada mais tarde se desenvolveu bem. O excesso de calor acelerou o ciclo das plantas e a colheita está bem adiantada em relação ao ano passado. Atualmente 42% da área plantada, de 5,4 milhões de hectares, foi colhida. Enquanto no ano passado, nessa mesma época, 9% da área havia sido colhida.

A tendência é de estabilidade nas perdas porque as últimas áreas a serem colhidas concentram-se na região Sul, com menos impacto das influências do clima. Segundo o Deral, a região que mais sofreu prejuízos com o clima do verão foi o Noroeste que teve redução de 34% na safra em relação ao potencial da planta. Depois a região Oeste, teve redução de 27% em relação à estimativa inicial, o que dá uma média de 16,4% para o Estado.

Garrido informa que o preço da soja é considerado satisfatório pelos produtores e representa um aumento de 8% em relação aos preços praticados no mesmo período do ano passado, que eram em torno de R$ 65 a saca. A tendência era de queda no preço porque a produção foi grande no mercado externo, com um volume global de aproximadamente 360 milhões de toneladas. Porem, fatores econômicos como relação China e Estados Unidos e o dólar num patamar ainda considerado elevado estão mantendo o valor da cotação atual da soja.

Milho

A colheita do milho aponta para uma redução no volume de produção em relação à expectativa inicial do Deral. Cerca de 25% da área plantada – 356.022 hectares – já foi colhida, indicando um volume de produção de 3,09 milhões de toneladas -5% a menos do que no início da safra. Segundo Marcelo Garrido, a expectativa inicial com o milho de primeira safra era de aumento na produção porque a área plantada cresceu 8%. Esperava-se colher 13% mais.

No entanto, a produtividade, baixou de 9,2 para 8,7 quilos por hectare por causa do clima. Garrido acredita que possa haver recuperação no Sul, porque a maior parte do milho da primeira safra foi plantada nessa região, não foi muito afetada pelos excessos do clima. Com oferta menor, o preço está compensador. A saca está sendo comercializada pelo produtor, em média, por R$ 30 – 25% acima do preço praticado no mesmo período do ano passado.

Milho 2ª safra

Está em fase de plantio, com cerca de 60% da área de 2,2 milhões de hectares já ocupada. A expectativa de produção é de 12,8 milhões de toneladas – 39% acima do que foi produzido no ano passado. A expectativa para a segunda safra de milho é de recuperação da produtividade, se o clima colaborar. O aumento de área ocorreu devido ao preço que vem sendo sustentado pelas cadeias produtivas que dependem do milho.

Apesar de produzir muito milho, o Paraná é dependente dessa lavoura, porque tem cadeias produtivas muito atreladas ao grão como aves, suínos e leite. Neste mês de fevereiro o clima está mais quente e chuvas esparsas, mas ainda assim, espera-se um bom desempenho das lavouras e o Deral mantém a projeção no crescimento da produção, claro, em condições climáticas normais, disse Garrido.

Trigo

O plantio de trigo no Paraná pode repetir a área plantada no ano passado, que alcançou 1,1 milhão de hectares. Historicamente se planta trigo no Estado a partir de abril, com maior concentração nos meses de maio a julho. De acordo com o engenheiro agrônomo Carlos Hugo Godinho, ainda é cedo para uma previsão, principalmente após um histórico com duas safras frustradas e preços não remuneradores aos produtores.

Segundo Godinho, nesse momento o produtor está desanimado com tendência a manter o tamanho da área plantada. Porém, o preço do trigo no mercado está elevado – em torno de R$ 50 a saca – um valor acima do custo de produção que pode alterar a visão do produtor, diz o economista.

Além disso, há outra variável que pode influenciar numa decisão em relação à área plantada que é a de redução da safra mundial de trigo. Há muito tempo não ocorria essa situação, o que pode trazer o produtor paranaense de volta para a cultura. Além da oferta menor de trigo no mundo, há o agravante do dólar, ainda valorizado em relação ao real, o que pode encarecer o trigo da Argentina importado pelo Brasil.

A Argentina ainda tem a opção de escoar sua produção para outros países além do Brasil, encarecendo ainda mais o produto. Com isso o preço do pão e da farinha aumentam também. “Talvez essa situação motive o produtor a plantar mais trigo”, acredita o agrônomo.

Fonte: AEN/Pr

Bovinos / Grãos / Máquinas

Brasil avança em norma que libera exportação de subprodutos de bovinos e bubalinos

Proposta moderniza regras sanitárias e permite que empresas do Sisbi-Poa destinem materiais sem demanda interna a plantas com inspeção federal para exportação.

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Foto: Gisele Rosso

O Brasil deu um passo importante para ampliar o aproveitamento de subprodutos de bovinos e bubalinos destinados ao mercado internacional. O Projeto de Lei 4314/2016, de autoria do ex-deputado Jerônimo Goergen (RS), moderniza regras sanitárias e autoriza que empresas integrantes do Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Sisbi-Poa) destinem ao exterior materiais que não têm demanda alimentar no mercado interno, desde que o envio seja feito por estabelecimentos com fiscalização federal.

A proposta, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) da Câmara, na terça-feira (18), recebeu ajustes de redação e correções técnicas apresentadas pelo relator, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB).

Ele destacou que versões anteriores do texto acumulavam vícios materiais e erros de referência à Lei 1.283/1950, que regula a inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal no país, o que comprometia a clareza normativa e poderia gerar insegurança jurídica.

Adequação técnica e segurança jurídica

Deputado Cabo Gilberto Silva: “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas” – Foto: Divulgação/FPA

Cabo Gilberto apontou que substitutivos anteriores citavam equivocadamente o artigo 11 da Lei 1.283/1950, quando a referência correta deveria ser o artigo 12, que trata diretamente das condições de inspeção sanitária. Para o relator, manter o erro poderia abrir brechas interpretativas. “A remissão incorreta não decorre da vontade do legislador, mas de um erro material, passível de correção. Preservar a referência ao artigo 12 garante coerência e evita contradições interpretativas”, afirmou.

Ele também corrigiu dispositivos que, segundo sua avaliação, extrapolavam a competência do Parlamento ao abordarem temas típicos de regulamentação pelo Poder Executivo. “Alguns trechos invadiam competências próprias do Poder Executivo. Ajustamos essas inconsistências para preservar a constitucionalidade e a técnica legislativa”, explicou.

Exportação via estabelecimentos com inspeção federal

Com essas correções, o texto final deixa claro que estabelecimentos estaduais ou municipais integrados ao Sisbi-Poa poderão destinar subprodutos sem demanda local a plantas industriais com inspeção federal, habilitadas pelo Ministério da Agricultura para exportação.

A medida atende mercados externos que utilizam esses materiais em diversas aplicações industriais e contribui para ampliar o aproveitamento de resíduos do abate, fortalecer a cadeia produtiva e garantir conformidade sanitária nas operações internacionais.

Avanço regulatório

Para o deputado Cabo Gilberto, a atualização moderniza a legislação e posiciona o Brasil para aproveitar melhor oportunidades no comércio global. “A atualização aperfeiçoa a legislação, reforça o papel do Sisbi-Poa e contribui para que o país aproveite oportunidades no mercado internacional sem comprometer a fiscalização sanitária”, destacou o relator.

Fonte: Assessoria FPA
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Aliança Láctea debate crise do leite e traça estratégias para fortalecer o setor no Sul e Sudeste

Encontro em Florianópolis reuniu lideranças de vários estados para discutir competitividade, exportações, antidumping e ações conjuntas para reverter a crise da cadeia produtiva.

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Encontro realizado na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis, ocorreu de forma híbrida reunindo participantes dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo - Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

Os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor foram destaques na reunião da Aliança Láctea Sul Brasileira (ALSB), realizada na terça-feira (18), na sede do Sistema Faesc/Senar, em Florianópolis. O evento, realizado de forma híbrida, reuniu lideranças das federações de agricultura, representantes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, bem como de governos estaduais e entidades dos três Estados do Sul, do Centro Oeste e de São Paulo, para discutir temas estratégicos para o futuro da cadeia produtiva do leite.

A abertura do evento reforçou a importância da atuação conjunta para a construção de políticas públicas que assegurem competitividade, sustentabilidade e crescimento para o segmento. Durante sua explanação, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de SC (Faesc), José Zeferino Pedrozo, expressou a satisfação em sediar o encontro e expôs a preocupação com essa grave crise que afeta diretamente a economia rural e a sobrevivência de mais de milhares de famílias produtoras.

Registro das lideranças que participaram da reunião de forma presencial – Foto: Enzo Santiago

O dirigente lembrou da audiência pública, recém-realizada pela Alesc, para discutir a atual situação da cadeia produtiva. “A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado estadual Altair Silva, promoveu essa audiência pública que oportunizou discussões relevantes sobre o tema. Representamos a Federação da Agricultura do nosso estado e, para nossa surpresa, a mobilização foi tão significativa que contou com mais de 700 pessoas. O evento resultou na criação de uma comissão que trabalhará estrategicamente junto ao governo federal e ao governo catarinense nas sugestões indicadas”.

Pedrozo também ressaltou que em janeiro deste ano levou à CNA, a preocupação com a queda constante no preço pago aos produtores. “A CNA imediatamente solicitou a aplicação de um antidumping provisório, pedindo a verificação dos preços do leite em pó importado da Argentina e do Uruguai”, afirmou.

As atividades seguiram com explanação do presidente da ALSB, Rodrigo Ramos Rizzo, que destacou a importância estratégica da reunião e mediou os debates. Entre os destaques da programação esteve a apresentação do Modelo de Negócios para exportação de lácteos, que focou nas oportunidades para ampliar a presença brasileira no mercado internacional e tornar a cadeia mais competitiva. A explanação foi conduzida pelo consultor Airton Spies e o objetivo é entregar a proposta ao CODESUL e ao BRDE.

“O documento foi elaborado pelo Grupo de Trabalho da Aliança está finalizado. Agora, estamos formatando para entregar de uma maneira formal ao CODESUL no mês de dezembro, com as adequações que cada uma das entidades julgar necessário”, afirmou Rodrigo Rizzo.

Outro item da pauta foi a apresentação do “Termo de Prorrogação” da ALSB, conduzida por Orlando Pessuti, representando o CODESUL. A Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, representada por José Carlos de Faria Cardoso Junior, ampliou o diálogo da ALSB com outros Estados interessados em participar e fortalecer a Aliança Láctea Sul Brasileira.

Também ganhou ênfase a apresentação do presidente da Cooperativa Central Gaúcha (CCGL), Caio Viana, e sua equipe que relataram o case sobre o status sanitário do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e da Tuberculose Animal (PNCEBT) da cooperativa. O encontro abordou, ainda, a definição da direção da ALSB para o período 2026–2027, que ficará sob responsabilidade da Faep, e abriu espaço para contribuições gerais dos participantes, que ampliaram o diálogo para fortalecer a cadeia produtiva.

Encontro produtivo para o futuro do setor

Rodrigo Rizzo fez uma avaliação positiva da reunião, destacando que foi produtiva ao trazer diversos itens de pauta que refletem o cenário atual do setor. Segundo ele, um dos temas de impacto foi a questão da brucelose e da tuberculose, apontada como uma melhoria ainda necessária para aprimorar todo o processo e fortalecer o acesso ao mercado internacional.

Na visão de Rizzo, a união das entidades tem sido fundamental, especialmente para enfrentar a ação antidumping movida pela CNA, relacionada ao leite em pó importado, principalmente do Uruguai e da Argentina, que tem prejudicado o setor. “Esse produto tem entrado no país e afetado tanto as indústrias, que perdem competitividade, quanto os produtores, que enfrentam a queda nos preços”, destacou.

Reunião discutiu os desafios do atual cenário da cadeia produtiva do leite e as estratégias para fortalecer o setor – Foto: Silvania Cuochinski/MB Comunicação

O presidente da Aliança Láctea frisou, ainda, que é importante seguir atento ao monitoramento que que vem sendo realizado em relação à ação antidumping movido pela CNA. “Também discutimos sobre as exportações e competitividade. Somos competitivos em praticamente todos os aspectos. Temos alta qualidade e excelência na produção do nosso leite. O único ponto que ainda precisamos melhorar é o preço. O Brasil ainda não é competitivo nesse quesito. Isso depende de tempo e de um trabalho interno que precisa ser realizado.”, ressaltou.

O presidente Pedrozo também avaliou positivamente o encontro. Em sua mensagem final, reforçou o papel da Aliança Láctea Sul-Brasileira como um fórum essencial para a articulação institucional, debate técnico e construção de estratégias conjuntas capazes de contribuir para a superação da crise enfrentada pelo setor e para impulsionar o desenvolvimento da cadeia láctea. “Agradeço a participação de todos e espero que esse encontro represente mais um passo para a busca por soluções que fortaleçam o setor, promovendo o crescimento não apenas nos Estados envolvidos, mas em todo o Brasil. “

Representação

Também participaram e contribuíram com suas que contribuíram com análises e encaminhamentos essenciais para o fortalecimento da cadeia láctea, as seguintes autoridades e representantes de entidades: o presidente do Sindileite/SC e Conseleite/SC, Selvino Giesel; o secretário adjunto da Agricultura e Pecuária de Santa Catarina, Admir Edi Dalla Cort; o assessor técnico da CNA, Guilherme Dias; o presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA, Ronei Volpi;  o presidente do Sindileite/PR, Elias José Zydek; o presidente do Sindilat/RS, Guilherme Portela; o presidente da Famasul, Marcelo Bertoni; representantes da Farsul e da Faep;  o secretário da Agricultura e Abastecimento do Paraná, Marcio Fernando Nunes; o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Elias Verruck; o presidente do SILEMS, Abraão Giuseppe Beluzi; representantes da secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, da Secretaria de Articulação Nacional, representantes do Sindilat, do Sebrae/RS; Conseleite/RS; do Codesul/PR, da Epagri, da Cidasc; entre outros.

Fonte: Assessoria Sistema Faesc/Senar
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Bovinos / Grãos / Máquinas Pecuária no Pampa

Produtores da Campanha conhecem tecnologias para bovinos e gestão do clima

Tarde de Campo em Hulha Negra apresentou ferramentas de rastreabilidade, controle de pragas, nutrição animal e agrometeorologia aplicada ao campo.

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Fotos: Fernando Dias/Ascom Seapi

Produtores da região da Campanha gaúcha tiveram a oportunidade de conhecer, na terça-feira (18), tecnologias aplicadas à pecuária de corte durante a Tarde de Campo organizada pela Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), por meio do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA). O evento ocorreu no Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Sistemas Integrados e Meteorologia Aplicada (Cesimet).

O foco da atividade foram pesquisas e ferramentas práticas para manejo de bovinos, nutrição, controle de carrapatos, identificação biométrica e agrometeorologia, voltadas especialmente para produtores da região.

Segundo Gabriel Fiori, médico-veterinário do Cesimet e coordenador do evento, o objetivo é integrar pesquisa aplicada e necessidade do produtor. “Estamos apresentando uma seleção de experimentos e resultados-chave desenvolvidos pela Secretaria, após um longo período de interrupção desse tipo de atividade. Este momento simboliza a revitalização do Centro. As tecnologias e ferramentas demonstradas são direcionadas especialmente aos produtores da Campanha”, afirmou.

Fiori reforçou o papel estratégico do Cesimet para a região. “A força da pesquisa aplicada e da inovação está no coração do Pampa. Mais do que um centro de pesquisa, somos um espaço que integra produtores e poder público. Não é apenas um evento técnico, mas um ambiente de troca e construção de conhecimento conectado às tendências atuais”, completou.

Márcio Amaral, diretor-geral da Seapi, destacou a importância de conciliar produtividade e sustentabilidade. “O desafio é trabalhar em uma atividade que precisa aumentar a produtividade sem descuidar da questão ambiental. A pecuária está retomando força na região, e integrar lavoura e pecuária é o caminho ideal”, disse.

Agrometeorologia e planejamento do produtor

Flávio Varone, coordenador do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro-RS), apresentou dados em tempo real de 102 estações meteorológicas no Estado. O sistema permite ao produtor acessar informações sobre irrigação, umidade do solo e temperatura, tanto pelo site quanto pelo aplicativo gratuito. “Hoje contamos com previsão do tempo e dados agroclimáticos integrados. O produtor gaúcho tem, na tela do celular, informações essenciais para planejar suas atividades”, explicou Varone.

Geovanna Klassen Gielow, estudante de Agronomia da Urcamp, avaliou o aprendizado. “A palestra sobre clima agrometeorológico foi essencial para ver na prática a aplicação do que aprendemos na sala de aula”, comentou.

Rastreabilidade e sanidade animal

O controle de carrapatos foi apresentado pelo pesquisador José Reck Junior, do IPVDF/Seapi. O Rio Grande do Sul mantém testes gratuitos há 40 anos para avaliar a eficácia de carrapaticidas, um diferencial do Estado. “As condições climáticas da região favorecem a proliferação do carrapato durante grande parte do ano, e a resistência aos produtos usados no campo é um desafio constante”, disse.

A identificação biométrica de bovinos foi demonstrada pelo CEO da QR Cattle, Flávio Mallmann. A tecnologia permite rastrear cada animal, registrar sua localização georreferenciada e o tempo de permanência em cada propriedade. “Quando o animal se desloca, o sistema registra automaticamente essa mudança. A plataforma deve estar disponível ao público a partir de janeiro de 2026”, afirmou.

Além disso, o evento abordou nutrição e reprodução de bovinos, reforçando a integração entre pesquisa aplicada e necessidade produtiva da região.

Fonte: O Presente Rural com Seapi
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