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Clima no Brasil põe produtor de soja em alerta

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A alternância entre tempo aberto e pancadas de chuva deve ser a marca das próximas semanas em Mato Grosso e no Paraná, os dois principais produtores de grãos do Brasil. Essa condição pode promover interrupções momentâneas na colheita de soja, mas tende a beneficiar o desenvolvimento final das lavouras. Entretanto, há o risco de que os produtores mato-grossenses enfrentem um período com precipitações contínuas em meados de fevereiro, prevê a empresa de meteorologia Climatempo.

"Podemos ter chuvas mais volumosas na segunda quinzena de fevereiro, principalmente no centro-norte do Estado", diz Alexandre Nascimento, meteorologista da Climatempo. A região abrange importantes municípios produtores, como Sorriso e Lucas do Rio Verde.

Uma sequência de dias chuvosos, que recebe o nome de "invernada", também atingiu o Estado no fim de fevereiro de 2014 e, à época, houve desaceleração na colheita e reflexos diretos na bolsa de Chicago, com a alta da soja. Contudo, no momento, a oleaginosa está pressionada pela abundante oferta global, com preços abaixo de US$ 10 por bushel. O excesso de umidade tem potencial também para reduzir a produtividade e a qualidade dos grãos.

Por ora, a indicação é de chuvas irregulares, mas com bons volumes, pelo menos até o início de fevereiro em Mato Grosso. "Não haverá precipitações todos os dias, nem em todas as regiões. Mas serão boas pancadas, com 30 a 50 milímetros", afirma Nascimento.

Ainda assim, muitos agricultores estão pessimistas com os efeitos do tempo seco. Osvaldo Pasqualotto, de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, calcula uma quebra de até 10% com a soja de ciclo mais tardio, em fase de maturação. "O rendimento médio dessas lavouras costuma variar de 52 a 55 sacas por hectare, mas nesta safra não passará de 50", estima ele, que é coordenador da Aprosoja, associação que representa os produtores locais.

Conforme Pasqualotto, 60% da soja no sul de Mato Grosso utiliza sementes de ciclo mais longo, com colheita prevista para o fim de fevereiro. A falta de umidade entre setembro e outubro do ano passado retardou o plantio, mas os trabalhos seguem em bom ritmo. Levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) indica que o Estado já colheu 7,7% da área, 1,9 ponto percentual à frente de um ano atrás.

Apesar de rendimentos pontualmente ruins, a média até o momento é de 52 sacas por hectare no Estado, semelhante às 51,9 sacas de 2013/14, conforme o Imea. A entidade prevê uma produção de 27,9 milhões de toneladas, 6% acima da temporada passada.

Em Goiás, outro importante produtor de grãos do Centro-Oeste, a estiagem também preocupa. "Tínhamos uma ótima expectativa, mas desde 22 de dezembro não cai uma gota de chuva em algumas regiões e, em outras, são precipitações esparsas e fracas", afirma Cristiano Palavro, consultor técnico do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar-GO).

É o segundo ano seguido que Goiás enfrenta seca no período de maturação das lavouras. De acordo com Palavro, havia uma projeção de 55 sacas por hectare, mas os agricultores goianos já baixaram a expectativa para 48 a 49 sacas.

Com isso, deve ser repetido o desempenho do ano passado, quando Goiás produziu quase 9 milhões de toneladas, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A colheita chega a 2% da área no Estado.

No Paraná, segundo maior produtor de soja do país, os trabalhos avançaram para 4% da área, conforme o Departamento de Economia Rural do Estado (Deral). O ritmo está ligeiramente à frente de um ano atrás, quando apenas 1% da área tinha sido colhida. A expectativa do Deral é de uma safra de 17,07 milhões de toneladas de soja, alta de 17% ante 2013/14.

Uma frente fria trouxe chuva às regiões produtoras do Paraná na semana passada, mas os mapas meteorológicos sugerem para os próximos dias o retorno de dias com sol pela manhã e precipitações à tarde, prevê a Climatempo. Para fevereiro, no pico da colheita no Estado, a indicação é de chuvas de normal a abaixo da média. "Há poucas chances de tempo completamente fechado no Paraná em meados do mês que vem", prevê o meteorologista Alexandre Nascimento. O indicador Cepea/Esalq para a soja no Paraná registrou baixa de 0,99% na sexta-feira, para R$ 56,92 a saca.

Os sojicultores do Rio Grande do Sul e do Mapitoba (confluência entre Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia), que começam mais tarde a colheita, entre fevereiro e março, também estão em alerta. Previsões indicam que os gaúchos devem continuar a enfrentar chuvas acima da média. No Mapitoba, o temor é com a escassez de umidade. "As chuvas mais importantes estão começando agora, praticamente um mês atrasadas", diz Nascimento.

A Conab ainda não refletiu em suas estimativas possíveis perdas causadas pelas intempéries. No início de janeiro, a autarquia projetou uma safra de 95,9 milhões de toneladas de soja, 11,4% acima de 2013/14. Os números serão atualizados em relatório no dia 12 de fevereiro.


Fonte: Canal do Produtor – Valor Econômico

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Boi gordo enfrenta semanas de instabilidade e pressão nas cotações

Recuo de até R$ 13/@ reflete um mercado mais sensível antes do período de maior consumo.

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Foto: Ana Maio

A possibilidade de novas medidas protecionistas da China voltou a gerar incerteza no mercado pecuário brasileiro. O país asiático, principal destino da carne bovina do Brasil, estaria avaliando restringir a entrada do produto, mas não há qualquer confirmação oficial até o momento. Mesmo assim, os rumores foram suficientes para pressionar os contratos futuros do boi nas últimas semanas.

As especulações ganharam força no início de novembro, indicando que Pequim poderia retomar o movimento iniciado em 2024, quando alegou excesso de oferta interna para reduzir as importações. A decisão, que inicialmente seria tomada em agosto de 2025, foi adiada para novembro, ampliando a cautela dos agentes e intensificando a queda na curva futura: em duas semanas, os contratos recuaram entre R$ 10 e R$ 13 por arroba.

Foto: Gisele Rosso

Com a China respondendo por cerca de 50% das exportações brasileiras de carne bovina, qualquer redução nos embarques tende a impactar diretamente os preços do boi gordo, especialmente em um momento de forte ritmo de produção.

Apesar da tensão, o cenário de curto prazo permanece positivo. A demanda doméstica, reforçada pela sazonalidade do fim de ano, e o recente alívio nas barreiras impostas pelos Estados Unidos ajudam a sustentar as cotações. Caso os abates não avancem mais de 10% em novembro e dezembro, a disponibilidade interna deve ficar abaixo da registrada em outubro, movimento que favorece a recuperação dos preços da carne nos próximos 30 dias.

Para 2026, as projeções seguem otimistas para a pecuária brasileira. A expectativa é de menor oferta de animais terminados, custos de produção mais competitivos e demanda externa firme, em um contexto de queda da produção e das exportações de concorrentes, especialmente dos Estados Unidos. A principal atenção fica por conta do preço da reposição, que subiu de forma expressiva e exige valores mais ajustados na venda do boi gordo para assegurar a rentabilidade na terminação.

Fonte: O Presente Rural com informações Consultoria Agro Itaú BBA Agro
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Novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável busca impulsionar produção de leite no Noroeste de Minas Gerais

Assistência técnica, pesquisa aplicada e melhorias genéticas a 150 propriedades familiares, com foco em produtividade, sustentabilidade e fortalecimento da cadeia leiteira no Noroeste mineiro até 2028.

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Foto: Carlos Eduardo Santos

O fortalecimento e a ampliação da produção de leite de produtores de Paracatu (MG), de forma sustentável, eficiente e de qualidade, ganharam impulso com o início do novo ciclo do projeto Mais Leite Saudável, desenvolvido em parceria entre a Embrapa Cerrados e a Cooperativa Agropecuária do Vale do Paracatu (Coopervap).

O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa Mais Leite Saudável (PMLS) do MAPA desde 2020. O Programa Mais Leite Saudável é um incentivo fiscal que permite a laticínios e cooperativas obter até 50% de desconto (crédito presumido) no valor de PIS/Pasep e COFINS relativo à comercialização do leite cru utilizado como insumo, desde que desenvolvam projetos que fortaleçam e qualifiquem a cadeia produtiva por meio de ações diretas junto aos produtores.

O treinamento dos técnicos recém-selecionados foi realizado no fim de outubro, e as primeiras visitas às propriedades ocorreram no início de novembro. Essa é a terceira fase do projeto, que conta com o acompanhamento do pesquisador José Humberto Xavier e do analista de Transferência de Tecnologia da Embrapa Cerrados, Carlos Eduardo Santos.

O projeto articula as dimensões de assistência técnica e pesquisa e atuará nessa etapa com uma rede de 150 propriedades rurais familiares, que receberão acompanhamento de três veterinários e dois agrônomos, seguindo o modelo implantado em 2020. A equipe da Embrapa atua na capacitação técnica e metodológica dos técnicos e na condução de testes de validação participativa de tecnologias promissoras junto aos agricultores da rede.

A nova etapa, prevista para ser concluída em 2028, busca desenvolver alternativas para novos sistemas de cultivo com foco na agricultura de conservação, oferecer apoio técnico ao melhoramento genético dos animais de reposição com o uso de inseminação artificial e ampliar o alcance dos resultados já obtidos, beneficiando mais agricultores familiares e contribuindo para o desenvolvimento regional.

Segundo o pesquisador da Embrapa Cerrados, José Humberto Xavier, os sistemas de cultivo desenvolvidos até agora melhoraram o desempenho das lavouras destinadas à alimentação do rebanho, mas ainda são necessários ajustes para reduzir a perda de qualidade do solo causada pelo preparo convencional e pela elevada extração de nutrientes advinda da colheita da silagem, além de evitar problemas de compactação quando o solo está úmido. Ele destaca também os desafios de aumentar a produtividade e reduzir a penosidade do trabalho com mecanização adequada.

O analista Carlos Eduardo Santos ressaltou a importância de melhorar o padrão genético do rebanho. “A reposição das matrizes é, tradicionalmente, feita pela compra de animais de outros rebanhos. Isso gera riscos produtivos e sanitários, além de custos elevados. Por isso, a Coopervap pretende implementar um programa próprio de reposição, formulado com base nas experiências dos técnicos e produtores ao longo da parceria”, afirmou.

Fonte: Assessoria Embrapa Cerrados
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Curso gratuito da Embrapa ensina manejo correto de resíduos na pecuária leiteira

Capacitação on-line orienta produtores a adequar propriedades à legislação ambiental e transformar dejetos em insumo seguro e sustentável.

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Foto: Julio Palhares

Como fazer corretamente o manejo dos dejetos da propriedade leiteira e adequá-la à legislação e à segurança dos humanos, animais e meio ambiente? Agora, técnicos e produtores têm à disposição um curso on-line, disponível pela plataforma de capacitações a distância da Embrapa, o E-Campo, para aprender como realizar essa gestão. A capacitação “Manejo de resíduos na propriedade leiteira” é gratuita e deve ocupar uma carga horária de aproximadamente 24 horas do participante.

O treinamento fecha o ciclo de uma série de outros cursos relacionados ao manejo ambiental da atividade leiteira: conceitos básicos em manejo ambiental da propriedade leiteira e manejo hídrico da propriedade leiteira, também disponíveis na plataforma E-Campo.

De acordo com o pesquisador responsável, Julio Palhares, identificou-se uma carência de conhecimento sobre como manejar os resíduos da atividade leiteira para adequar a propriedade frente às determinações das agências ambientais. “O correto manejo é importante para dar qualidade de vida aos que vivem na propriedade e no seu entorno, bem como para garantir a qualidade ambiental da atividade e o uso dos resíduos como fertilizante”, explica Palhares.

A promoção do curso ainda contribui para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), como as metas 2 e 12. A 2 refere-se à promoção da agricultura sustentável de produção de alimentos e prevê práticas agropecuárias resilientes, manutenção dos ecossistemas, fortalecimento da capacidade de adaptação às mudanças climáticas, etc. O ODS 12 diz respeito ao consumo e produção responsáveis, principalmente no que diz respeito à gestão sustentável.

O treinamento tem oferta contínua, ou seja, o inscrito terá acesso por tempo indeterminado.

Fonte: Assessoria Embrapa Pecuária Sudeste
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