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Clima favorece a bacteriose no final de ciclo da safra de trigo
Temperaturas mais baixas, associadas a alta umidade relativa do ar e ao estádio fenológico da cultura, criaram o cenário perfeito para a bactéria. Doença atingiu principalmente lavouras de trigo no Paraná e Noroeste do RS
Para essa safra de trigo, as perspectivas são favoráveis quanto à produtividade e qualidade dos grãos. No entanto, assim como em todos os anos, produtores precisam conviver e controlar diariamente diversas doenças que atacam a cultura. Nesse ano, por exemplo, a ocorrência de chuvas por dias consecutivos e as baixas temperaturas registradas no mesmo período permitiram o desenvolvimento de bactérias a ponto de causar sintomas no trigo. Os relatos são principalmente das regiões Central, Oeste e Sudoeste do Paraná. No Noroeste do Rio Grande do Sul o aparecimento não foi tão abrangente, com casos mais específicos. Já no Sul do Paraná, Planalto Catarinense e nas regiões de Passo Fundo e Vacaria, no Rio Grande do Sul, não houve registros significativos da bacteriose.
A primeira ocorrência foi identificada no início de setembro, no Oeste e Sudoeste do Paraná, quando ocorreu um período com baixa da temperatura, que não passou dos 20°C, associado a chuvas e umidade relativa do ar acima de 90%. Conforme o fitopatologista da Biotrigo Genética, Paulo Kuhnem, essas condições climáticas, associadas ao estádio fenológico da cultura, criaram o cenário ideal para a bactéria. "Os sintomas de branqueamento observados nas folhas do trigo sugerem que o agente causal seja uma bactéria do gênero Pseudomonas, provavelmente P. syringae pv. syringae, porém outras espécies e patovares também podem ocorrer”. Este gênero de bactéria é considerado uma bactéria epífita, ou seja, convive no ambiente naturalmente, inclusive na folha do trigo. “A doença aparece quando ocorrem períodos de frio e chuva na fase de espigamento, que é a fase de maior suscetibilidade da cultura, raramente ocorrendo antes desta fase”, explica. A bactéria causa uma lesão esbranquiçada porque libera uma toxina que queima o tecido da planta de forma rápida. “Então, três a quatro dias nessas condições climáticas favorecem com que aquela bactéria que vive naturalmente na folha do trigo se multiplique rapidamente e consiga vencer as barreiras da planta, penetrar e causar o branqueamento”, alerta Kuhnem.
O que fazer?
Depois que apareceram os sintomas não há muito o que pode ser feito. O fitopatologista alerta que é preciso ter muito cuidado no uso de fungicidas, pois o metabolismo da planta baixa nesse período de frio e quando é aplicado um fungicida ela não consegue metabolizar adequadamente esse produto, o que acaba estressando a planta e podendo causar fitotoxicidade, que pode agravar o problema da bacteriose. “É difícil porque não temos um bactericida para aplicar e fazer o controle após infecção. Como há alguns anos o produtor não se deparava com a bacteriose, ele acaba se assustando, porém com o aparecimento de dias secos e ensolarados os sintomas não evoluem”, relata.
Outra orientação é evitar o adensamento das plantas para não prolongar o molhamento foliar. “Nas lavouras onde são colocadas muitas sementes, o adensamento de plantas mantém por muito mais tempo esse molhamento foliar, o que pode causar uma severidade maior da bacteriose”, orienta.
Lavouras onde houve ocorrência de outras doenças foliares, como de mancha amarela, apresentaram de modo geral uma maior intensidade da bacteriose. Outros fatores que também podem ter favorecido o aparecimento da bactéria são injurias causadas por adversidades climáticas como geadas, granizo ou locais onde há muito vento. Isso porque a bactéria, por si só, não consegue penetrar no tecido vegetal. Ela entra por aberturas naturais ou por estes ferimentos. “Os produtores podem notar a maior frequência dos sintomas na curvatura da folha, porque normalmente onde ela curva acaba causando microfissuras em que a bactéria pode penetrar, nesse ambiente de alta umidade”, explica.
Genética ainda é a melhor solução
Diante desse cenário, o diretor de negócios e melhorista da Biotrigo Genética, André Cunha Rosa, ressalta que, dentre as medidas de prevenção, a genética ainda é a única realmente efetiva. Embora o dano da bacteriose seja absolutamente superficial – diferentemente de ferrugem da folha e manchas foliares que afetam o metabolismo de forma mais ampla – e o dano, portanto, seja menor que o frequentemente esperado baseado em uma avaliação visual, é importante saber que há muita diferença entre cultivares para resistência a essa doença. “As cultivares TBIO Sossego, TBIO Iguaçu e TBIO Sintonia são as que raramente apresentam qualquer sintoma. TBIO Mestre e TBIO Sinuelo apresentaram níveis intermediários. Já TBIO Toruk e TBIO Tibagi apresentam sintomas com mais facilidade”, exemplifica. O ranking completo das cultivares Biotrigo para resistência a esta doença pode ser encontrado tanto em material de divulgação impresso, como no site da empresa. O melhorista considera importante frisar ainda que, com o passar dos anos, a previsão da empresa é que este problema se torne cada vez menos importante devido ao lançamento de mais cultivares resistentes ao problema.
Outras doenças
A grande parte das lavouras está começando a entrar em fase de espigamento e florescimento. Nesse período, a principal doença é a giberela, que afeta a qualidade e o rendimento de grãos. “Para manter essa boa qualidade de lavoura que nós temos até o momento, é preciso fazer uma aplicação de fungicida específica para tentar proteger o órgão aéreo, que é a flor, o sítio de infecção da giberela”, recomenda o fitopatologista. O produtor deve ficar atento e aplicar o fungicida quando sua lavoura apresentar 50% do florescimento. De acordo com Kuhnem é preciso ficar de olho também nas condições climáticas da região para uma possível segunda aplicação de fungicida.
Lavouras do RS e PR
Segundo o informativo conjuntural da Emater/RS, divulgado nesta quinta-feira (22), as lavouras gaúchas de trigo encontram-se na fase de desenvolvimento vegetativo com 34%, em espigamento e floração, atingindo 40% da área. Com as baixas temperaturas, dias com alta luminosidade e curtos períodos com chuvas, a cultura avançou rapidamente para o estádio de granação, atingindo 25%, com 1% iniciando a maturação. O padrão de lavouras é muito bom, com excelente potencial produtivo.
Já no Paraná, conforme o boletim do Departamento de Economia Rural (Deral), divulgado no dia 20 de setembro, 22% do trigo semeado já foi colhido e quase 90% do total da área desta safra é considerado de boa qualidade. Em relação ao desenvolvimento, 54% encontra-se na fase de maturação, 28% em frutificação, 11% em floração e 7% em desenvolvimento vegetativo.
Fonte: Ass. de Imprensa
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Granja Faria vence em produção de ovos em Santa Catarina, pela premiação Melhores Lotes Cobb
Homenagem foi entregue em cerimônia realizada em Orleans (SC), no dia 12 de novembro.
A Cobb-Vantress, mais antiga casa genética avícola em operação no mundo, premiou, no dia 12 de novembro, a Granja Faria com o melhor resultado em Ovos Totais da premiação Melhores Lotes, etapa Santa Catarina. A empresa registrou média de 195,61 ovos produzidos por fêmea, no ano de 2023.
Eduardo Loewen, gerente regional do Serviço Técnico da Cobb para Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Contas-chaves e Paraguai, entregou placa comemorativa ao proprietário da granja vencedora, Eldemar Kestring Mazon, e à equipe liderada por Maria Sônia Brugnara Ferrareies, João Paulo Panho, João Vieira Coelho e Gilberto Vieira Coelho. A cerimônia de premiação foi realizada em Orleans (SC).
A unidade da Granja Faria premiada nesta edição do troféu Melhores Lotes Regionais Cobb está localizada em Lauro Müller, em Santa Catarina.
“Reconhecemos todo o profissionalismo da equipe da Granja Faria para conquistar um resultado tão importante. Somos gratos pela parceria de longo prazo e pela oportunidade de contribuir com um desempenho tão expressivo na avicultura brasileira. Nosso agradecimento a toda a equipe da Granja Faria”, disse Loewen.
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Aleris apresenta soluções nutricionais voltadas para desafios da avicultura em workshop pré-OVUM 2024
O encontro técnico teve como tema ‘Desafios no campo e soluções naturais para a nutrição de aves’, reunindo avicultores e distribuidores LATAM em Punta del Este
A Aleris, referência em aditivos nutricionais naturais à base de levedura, celebrou o sucesso de seu workshop realizado para parceiros distribuidores e clientes da América Latina em Punta del Este, Uruguai. O evento, promovido em 12 de novembro, abordou o tema “Desafios no campo e soluções naturais para a nutrição e saúde de aves” e antecedeu a abertura oficial do 28º Congresso Latino-Americano de Avicultura – OVUM 2024, encerrado no último dia 15.
O destaque do workshop foi o Provillus 4Poultry, uma solução inovadora desenvolvida com a tecnologia exclusiva MAC (Microbiota Activating Compounds), que promove uma modulação adequada da microbiota, garantindo benefícios significativos para a saúde, o desempenho e o bem-estar das aves. “O Provillus 4Poultry representa um avanço na nutrição animal, trazendo em sua tecnologia o conceito pós-biótico atrelado aos benefícios de uma microbiota diversa e robusta”, afirmou Marcos Nascimento, Coordenador Técnico Global de Avicultura e Suinocultura da Aleris.
Roberta Rodrigues, Coordenadora Comercial LATAM da Aleris, reforçou o compromisso da empresa em oferecer soluções sustentáveis e inovadoras. “Nosso workshop foi uma oportunidade estratégica para fortalecer parcerias, explorar novos mercados e apresentar tecnologias desenvolvidas para atender às demandas da avicultura latino-americana”, destacou.
O evento também foi essencial para consolidar a presença da Aleris em mercados estratégicos da América Latina, como Argentina, Peru, Colômbia, Chile, Equador, México, República Dominicana e Paraguai. Segundo a empresa, essas ações pavimentam o caminho para uma expansão dos planos de crescimento para os próximos anos.“Acreditamos que nossas soluções à base de leveduras são essenciais para auxiliar a saúde dos animais e impulsionar os índices produtivos”, concluiu Roberta Rodrigues.
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Evonik discutiu nutrição de aves mais precisa para melhor desempenho, bem-estar e sustentabilidade em Punta del Este, Uruguai
Especialistas destacam metionina e suas diferenças em produção, pureza e segurança de abastecimento com seus impactos nos resultados em campo
Uma redução dos níveis de proteína bruta em dietas de aves modernas é uma das tendências mais importantes da nutrição animal. Entre o benefícios desta iniciativa estão um menor custo de formulação, o atendimento das exigências das linhagens genéticas atuais e uma redução da excreção de nitrogênio com a consequente redução do impacto ambiental da produção, explicou o diretor Técnico da Evonik, Victor Naranjo, no estande da empresa, que participou do OVUM 2024, o 28º Congresso Latino-Americano de Avicultura, realizado em Punta del Este, no Uruguai.
Nesta estratégia, que prevê uma nutrição mais precisa, a formulação compreende níveis mais elevados de aminoácidos industriais na mesma medida em que se reduz os níveis de proteína. Assim, para o especialista, existem oportunidades de alcançar uma nutrição mais precisa em níveis de aminoácidos e proteína com utilização de aminoácidos industriais. “Entretanto, essa implementação exige uma abordagem holística, que é uma nutrição com níveis adequados de aminoácidos”, pontuou Naranjo.
O diretor de Marketing Estratégico de Essencial Nutrition da Evonik na América Latina, Nei Arruda, destaca a importância da formulação com metionina, que é o primeiro aminoácido limitante em dietas para as aves. “Se 70% deste requerimento vem da soja e do milho, os outros 30% devem vir de fonte suplementar. E uma maneira de otimizar a fonte de metionina é através da biodisponibilidade, que contribui para atender esta exigência de forma mais econômica”, disse o especialista.
Segundo ele, é necessário estar atualizado com relação aos requerimentos das aves e entender as condições atuais de produção, de mercado, dos custos da dieta para atingir maior eficiência alimentar e melhor conversão alimentar. “Assim, precisamos estar atentos aos requerimentos primeiro, depois aos ingredientes e a biodisponibilidade”, disse Arruda no estande da Evonik em Punta del Este.
DL-Metionina
Uma série de estudos realizados em diversos países mostra que, entre as fontes disponíveis de metionina, a DL-metionina é 100% disponível para cobrir os requerimentos de metionina e de cisteína, o que é especialmente importante. Aves em desafios terão uma necessidade maior de cisteína e antioxidantes e, neste caso, esta fonte de metionina já atende esta necessidade.
Outro benefício da cisteína é que ela contribui para um bom empenamento das aves. Considerando que a pena protege a pele do animal, ela ainda contribui para redução de perdas por lesões de pele. Quando trabalhamos com bioeficácia, a DL-metionina nos permite saber com precisão o requerimento de metionina e cisteína porque estudos comprovam que ela é 100% disponível.
Disponibilidade
O gerente de Negócios da Evonik, Felipe Chagas, salienta que, apesar de a metionina ser considerada uma commodity pelo mercado, os nutricionistas precisam estar atentos porque nem todos os produtos são iguais. “Os processos de desenvolvimento e fabricação de produtos são diferentes entre as empresas. Eles envolvem ensaios de qualidade, pureza de produto e até a disponibilidade do produto ao mercado, entre vários outros fatores que impactam diretamente os resultados em campo”, afirmou.
Chagas ressalta a importância de se conhecer bem cada ingrediente na ração. “É crucial que o nutricionista saiba exatamente quais nutrientes está formulando na dieta, porque, mesmo falando da metionina, o nosso padrão de qualidade é diferenciado, temos que considerar a bioeficácia de cada produto. E no caso da DL-Metionina, a nossa tem um padrão de pureza diferenciado”, disse o especialista direto do estande da companhia em Punta del Este.
O vice-presidente Regional da Evonik para as Américas da Linha de Negócios Nutrição Animal, Paulo Teixeira, enfatiza a questão do fornecimento de produtos lembrando que a empresa tem cinco plantas de metionina espalhadas em diferentes continentes, como o americano, o europeu e o asiático, como estratégia para assegurar o abastecimento. “Temos duas plantas na Antuérpia, na Bélgica, mais duas em Cingapura e outra nos Estados Unidos. Nosso processo de fabricação ocorre por meio de reações químicas, ou seja, não é um bioaminoácido”.