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Circuito Nelore de Qualidade 2022 avaliou mais de 20 mil animais em 27 etapas nacionais e internacionais
Ao longo do ano, 10 estados do país receberam etapas do 24° Circuito Nelore de Qualidade

A Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB) realizou, em 2022, a 24ª edição do Circuito Nelore de Qualidade. Em um ano de grandes desafios, a entidade que reúne criadores e representa a raça mais importante da pecuária brasileira promoveu, com o apoio de associações estaduais e internacionais, 27 etapas. Os destaques do ano incluem a realização de duas etapas na Bolívia e uma no Paraguai. No total, o Circuito teve a participação de mais de 200 pecuaristas, que levaram mais de 20 mil animais (machos e fêmeas) para avaliações técnicas de carcaça.
“Podemos dizer com segurança que, em mais um ano, a ACNB cumpriu o seu papel de promoção e fomento da raça Nelore. Tivemos a oportunidade de colaborar com o mapeamento do perfil de carcaças de animais de diferentes localidades do Brasil e até em países vizinhos. Com isso, contribuímos com uma eficaz ferramenta de avaliação para os pecuaristas, cooperando com a melhoria contínua de padronização da raça e consequente qualidade superior da carne Nelore, para que ela se torne cada vez mais valorizada”, destaca Nabih Amin El Aouar, presidente da ACNB.
Circuito nacional
A etapa brasileira do 24º Circuito Nelore de Qualidade com maior número de animais avaliados foi a de Diamantino (MT), realizada nos dias 5 e 6 de outubro com apoio da Associação dos Criadores de Nelore do Mato Grosso (ACNMT). Foram avaliados 676 machos e 931 fêmeas, totalizando 1.607 bovinos, levados por nove criadores. A cidade teve importante papel na liderança de Mato Grosso como o estado com maior participação no Circuito – somente em MT, 5.032 cabeças de Nelore passaram pelas avaliações dos técnicos da ACNB.
A região brasileira com maior participação foi a Centro-Oeste, com 9.755 bovinos. Nas posições seguintes estão Sudeste, com 5.836 bovinos; Nordeste, com 1.155; além do Norte, com avaliações de 914 animais.
Entre os estados, o “top 5” é composto por Mato Grosso, com 5.032 bovinos avaliados; Mato Grosso do Sul, com 3.188 animais; Minas Gerais, com 3.065 machos e fêmeas; São Paulo, com 2.306 cabeças; e Goiás, com 1.535 avaliações de carcaça.
A cidade com maior número de animais avaliados foi Campo Grande (MS). O município recebeu duas etapas, nas quais participaram 1.828 animais. O top 5 tem, ainda, Diamantino (MT), com 1.607 animais, a mineira Ituiutaba, com 1.356 animais; Andradina (SP), com 1.304 bovinos; e Barra do Garças (MT), com 1.298 avaliações;
Campeonatos internacionais
As etapas na Bolívia e no Paraguai reuniram 2.765 animais, entre machos e fêmeas, levados por 47 ganaderos. A etapa com maior número de cabeças avaliadas foi em Belén (Paraguai), em 31 de agosto: 1.726 bovinos, todos machos.
Na Bolívia, André Saavedra venceu a categoria de Melhor Lote de Carcaças de Machos, Gilberto Chaves Justiniano ganhou o campeonato de Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas e Melhor Ganaderia de Fêmeas a Pasto, Mário Ignácio Anglaril Serrate recebeu a Medalha de Ouro como Melhor Ganaderia de Machos de Confinamento da Bolívia, Matias Honnen Miyada venceu pelo Melhor Ganaderia de Machos a Pasto e, por fim, Marcelo Ferrnando Munhoz Anhêz como Melhor Ganaderia de Fêmeas de Confinamento do país.
No Paraguai, a Medalha de Ouro Melhor Lote de Carcaças de Machos foi entregue à Agrícola Ganadera San Marcos S.R.L. Agroganaderia Primavera S.A. recebeu a Medalha de Prata no mesmo campeonato. Já a Medalha de Bronze foi entregue para Luis Fernando Soljancic Vargas pelo desempenho.
Campeões nacionais
O campeonato nacional de machos foi vencido por Agropecuária Itaquerê do Araguaia, que ficou com a Medalha de Ouro pela melhor pontuação ao longo do ano. O pentacampeão do Circuito, Adilton Boff Cardoso, com a Fazenda Segredo, ficou com o vice-campeonato dos machos, recebendo a Medalha de Prata. A Medalha de Bronze dos machos foi para a Colpar Participações S.A.
Já o Campeonato Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas teve Bruno Melcher como vencedor. Ele recebeu a Medalha de Ouro. Braz Aristeu Lima e Irineu Afonso Bragagnolo receberam, respectivamente, as Medalhas de Prata e Bronze pela segunda e terceira colocação na competição.
A Medalha de Ouro pela apresentação do Melhor Lote de Carcaças de Machos Terminados em Pastagens foi para a Agropecuária Pontal. Paulo Vieira Gonçalves foi premiado com a Medalha de Ouro pelo Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas Terminadas em Pastagens. Já o Melhor Lote de Carcaças de Machos Castrados foi apresentado pela Colpar Participações S.A., que recebeu Medalha de Ouro. O Friboi de Barra do Garças (MT) foi premiado com a Medalha de Ouro por ter realizado a Melhor Compra de Boi.
Os melhores de cada estado
Ao longo do ano, 10 estados do país receberam etapas do 24° Circuito Nelore de Qualidade. Confira os melhores de cada estado:
Bahia
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Agropecuária Jacarezinho Ltda.
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Aliança da Bahia Agropecuária
Melhor Lote de Carcaças de Machos Terminados em Pastagens – Agropecuária Pontal
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas Terminadas em Pastagens – Aliança da Bahia Agropecuária
Melhor Compra de Boi – Friboi (Itapetinga)
Espírito Santo
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Dalton Dias Heringer
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Guilherme Rangel
Melhor Compra de Boi – Frisa (Colatina)
Goiás
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Agropecuária Nelore Paranã
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Fazendas Reunidas Baumgart
Melhor Compra de Boi – Friboi (Senador Canedo)
Maranhão
Melhor Lote de Carcaças de Machos – CFSO Agropecuária e Serviços
Melhor Lote de Carcaças de Machos Terminados em Pastagens – Roberto Honório de Melo
Melhor Compra de Boi – Fribal (Imperatriz)
Minas Gerais
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Arthur Arpini Coutinho
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Liliane Caramori Bianco Queiroz
Melhor Compra de Boi – Friboi (Ituiutaba)
Mato Grosso do Sul
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Adilton Boff Cardoso
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Braz Aristeu de Lima
Melhor Lote de Carcaças de Machos Castrados – Colpar Participações S/A
Melhor Lote de Carcaças de Machos Terminados em Pastagens – Márcia Meyre Emílio
Melhor Compra de Boi – Friboi (Naviraí)
Mato Grosso
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Agropecuária Itaquerê do Araguaia Ltda.
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Bruno Melcher
Melhor Lote de Carcaças de Machos Terminados em Pastagens – Gazin Agropecuária Ltda.
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas Terminadas em Pastagens – Paulo Vieira Gonçalves
Melhor Compra de Boi – Friboi (Barra do Garças)
Pará
Melhor Lote de Carcaças de Machos – CSM Agropecuária Ltda.
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Juliano de Melo Gomes
Melhor Lote de Carcaças de Machos Terminados em Pastagens – Hélio Moreira da Silva
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas Terminadas em Pastagens – Juliano de Melo Gomes
Melhor Compra de Boi – Friboi (Marabá)
Pernambuco
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Tarcísio Franco Vasconcelos
Melhor Lote de Carcaças de Machos Terminados em Pastagens – Tarcísio Franco Vasconcelos
Melhor Compra de Boi – Masterboi (Canhotinho)
São Paulo
Melhor Lote de Carcaças de Machos – Paulo Henrique Marcondes Cesar
Melhor Lote de Carcaças de Fêmeas – Paulo Cesar Zanelatti
Melhor Compra de Boi – Friboi (Andradina)
Circuito Nelore de Qualidade
Realizado pela Associação dos Criadores de Nelore do Brasil (ACNB), o Circuito Nelore de Qualidade fortalece e promove a genética Nelore, contribuindo para a evolução da raça e seu posicionamento como produtora de carne de qualidade. A iniciativa avalia resultados obtidos pelos produtores, cada qual em sua realidade e sistema de produção.

Notícias
Brasil explora inovação agrícola na Coreia do Sul
Delegação visita LG e CJ Bio para conhecer tecnologias de bioinsumos e soluções sustentáveis que podem transformar o futuro do agro brasileiro.

Em missão oficial à Coreia do Sul, a delegação brasileira liderada pelo secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Goulart, realizou, na segunda-feira (24), visitas técnicas a fábricas e centros de pesquisa das empresas LG e CJ Bio.
A agenda teve como objetivo aprofundar a cooperação entre os dois países nas áreas de inovação em agrotóxicos, bioinsumos e tecnologias voltadas à agricultura sustentável, com foco no desenvolvimento de produtos mais modernos, seguros e eficientes.
Para o secretário Goulart, as visitas reforçam o interesse mútuo do Brasil e da República da Coreia em ampliar a parceria técnica e comercial no setor agropecuário. “A agricultura brasileira é baseada em inovação. Somos a potência que somos por conta da inovação. Por isso, estreitar relações entre os países é essencial para manter a competitividade do agro”, afirmou.
Compõem a delegação pelo Mapa o coordenador-geral de Agrotóxicos e Afins, José Victor Torres, e a coordenadora de Registro, Tatiane Nascimento. Pela Anvisa, participam a gerente-geral de Toxicologia, Cassia Fernandes, a gerente de Avaliação de Segurança Toxicológica, Marina Aguiar, o gerente de Produtos Equivalentes, Juliano Malty e a assessora da Terceira Diretoria, Letícia Filier.
Visita ao parque de inovações da LG
Na LG, a delegação conheceu a estrutura global do grupo, que atua em setores como eletrônicos, telecomunicações, química e soluções para agricultura. A empresa apresentou sua visão de gestão baseada em inovação, sustentabilidade e governança, além dos investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento.
A LG também destacou o papel da LG Chem e da FarmHannong, divisão agrícola líder na Coreia em proteção de cultivos, sementes e fertilizantes. A companhia reforçou o interesse em ampliar sua atuação no Brasil e dar continuidade às parcerias com o Mapa e a Anvisa.
CJ Bio apresenta avanços em biotecnologia e soluções sustentáveis
A delegação visitou ainda a CJ Bio, referência mundial em biotecnologia aplicada à agricultura, nutrição e biomateriais. A empresa apresentou seus laboratórios e plataformas de desenvolvimento de microrganismos, fermentação, purificação e produção de bioinsumos.
Foram demonstradas tecnologias voltadas à produção de inoculantes, pesticidas e bioestimulantes, com foco em soluções de baixo impacto ambiental, redução de emissões e recuperação de solos. A CJ Bio também reforçou o interesse em desenvolver produtos biológicos para soja, milho e outras culturas estratégicas para o Brasil.
Colunistas
Saiba por que fungos e nematoides seguem tirando bilhões do agro
Organismos invisíveis avançam silenciosamente sobre as raízes, derrubam a produtividade e já geram prejuízos acima de R$ 35 bilhões por ano, enquanto a biotecnologia ganha espaço no manejo.

No agronegócio brasileiro, algumas das maiores ameaças à produtividade estão escondidas sob os nossos pés. Fungos e nematoides do solo são organismos microscópicos que, muitas vezes, sem darem sinais aparentes, comprometem as raízes, reduzem a absorção de água e nutrientes e minam o vigor das plantas. Quando os sintomas se tornam visíveis, os prejuízos já estão instalados.
Segundo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), doenças fúngicas radiculares, como as causadas por Rhizoctonia, Fusarium e Sclerotium, podem permanecer no solo por longos períodos graças às suas estruturas de resistência, dificultando o controle e impactando culturas como soja, milho, feijão e hortaliças.

Artigo escrito por Bruno Arroyo, engenheiro agrônomo, com pós-graduação em Agronegócio.
Entre os inimigos invisíveis do solo, os nematoides ocupam lugar de destaque. Esses vermes microscópicos parasitam as raízes, formando galhas ou causando lesões que reduzem a eficiência do sistema radicular. Os reflexos são diretos: menor absorção de nutrientes, estresse hídrico precoce e queda na produtividade.
Pesquisas da Embrapa apontam que áreas infestadas por Pratylenchus brachyurus (nematoide das lesões radiculares) podem ter perdas médias de 21% na soja, o equivalente a 12 sacas por hectare. Além das evidências experimentais, estimativas da Sociedade Brasileira de Nematologia (SBN) indicam que os prejuízos anuais no agro superam R$ 35 bilhões, sendo cerca de R$ 16,2 bilhões apenas na soja.
O desafio do manejo
O controle de nematoides e doenças fúngicas é particularmente complexo porque não existe uma solução única. A própria Embrapa recomenda o manejo integrado, combinando práticas, como rotação de culturas com espécies não hospedeiras, para reduzir a população de patógenos no solo; o uso de cultivares resistentes, quando disponíveis; adubação equilibrada e correção do solo, que fortalecem as defesas naturais da planta; e o controle biológico, por meio de microrganismos benéficos (bactérias e fungos), que competem com fungos patogênicos e estimulam o crescimento vegetal. Essas práticas, quando aplicadas em conjunto, aumentam a resiliência do sistema produtivo e reduzem a dependência exclusiva de defensivos químicos.
Biotecnologia como aliada

Foto: SAA SP
A biotecnologia vem se consolidando como parceira estratégica do produtor. O uso de bioinsumos, seja via aplicação direta ou tecnologia On Farm, permite ampliar populações de microrganismos benéficos e fortalecer a saúde do solo.
Já desde 2023, dados da Spark Inteligência Estratégica citados pela Embrapa, indicam que o uso de bionematicidas no Brasil ultrapassou o de nematicidas químicos em importantes culturas. Na soja, os produtos biológicos já representavam cerca de 94% do mercado de nematicidas, enquanto no milho esse índice chegava a 100%, consolidando a liderança dos biológicos no controle de nematoides.
Esse movimento continua se ampliando em outras cadeias produtivas. Levantamento da Kynetec mostra que, em 2024, mesmo com a retração de 18% no mercado de defensivos para cana-de-açúcar, os produtos de matriz biológica já respondiam por 7% do total financeiro do setor, com bionematicidas e bioinseticidas representando 75% desse segmento. Esses números confirmam que a biotecnologia deixou de ser apenas uma alternativa e passou a ocupar papel central nas estratégias de manejo do solo e de controle de nematoides no agronegócio brasileiro.
Quando adotamos práticas integradas e combinamos biotecnologia com as recomendações científicas, damos passos importantes para preservar a produtividade e a sustentabilidade do agro. Em um cenário de custos crescentes de insumos, pressão por sustentabilidade e exigência de maior eficiência, deixar de lado esses inimigos invisíveis também significa renunciar margens que fazem diferença no resultado da safra.
A boa notícia é que hoje temos conhecimento científico e tecnologias biológicas robustas para transformar esse desafio em oportunidade. O futuro do agronegócio passa pela capacidade de unir ciência, inovação e sustentabilidade. Não se trata apenas de controlar patógenos, mas de preservar o potencial produtivo de cada hectare, garantindo alimento de qualidade e competitividade para o Brasil no cenário global.
Notícias 02, 03 e 04 de dezembro
Dia de Campo da C.Vale estreia formato antecipado em dezembro
Mudança busca evitar conflito com a colheita de soja e reforça a participação dos produtores.

Para evitar a coincidência com o início da colheita de soja no Oeste do Paraná, a C.Vale decidiu antecipar seu principal evento técnico. A primeira edição do Dia de Campo no novo formato será realizada nos dias 02, 03 e 04 de dezembro, no Campo Experimental da cooperativa, em Palotina (PR).
A programação inclui lançamentos de máquinas e implementos com condições diferenciadas de compra, além da apresentação de novilhas leiteiras, gado de corte, caprinos e ovinos. O evento também mostrará resultados de trabalhos técnicos conduzidos no local. Entre as novidades estão concurso de receitas, maior interação com o público, ações ampliadas das empresas parceiras e mais áreas de sombra para quem aguarda o deslocamento nos ônibus internos.
A edição realizada em janeiro de 2025 reuniu 12 mil visitantes nas proximidades do complexo agroindustrial da C.Vale.
Antecipação estratégica
A decisão de mudar o calendário para dezembro ocorreu porque o plantio mais cedo das lavouras vinha aproximando o início da colheita da soja do período tradicional do evento, em meados de janeiro. A sobreposição afetava a participação dos produtores, levando a cooperativa a estabelecer, a partir de 2025, a realização do Dia de Campo sempre no último mês do ano.
Raio X – Dia de Campo 2025/26
147 empresas participantes
45 cultivares de soja
58 híbridos de milho
16 cultivares de mandioca
65 parcelas de agroquímicos
17 parcelas de produtos biológicos
63 parcelas de programas nutricionais
17 parcelas com tratamento de sementes
14 parcelas de tecnologia de aplicação
16 espécies forrageiras
9 parcelas de plantas de cobertura de solo
4 instituições de pesquisa
1 instituição de ensino
4 instituições financeiras



