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Cinco coisas que o cooperativismo faz por um futuro melhor
Há 180 anos, o cooperativismo está comprometido com um futuro melhor, mais justo, solidário, colaborativo e pujante. Nesse período, cheio de crises, guerras e revoluções tecnológicas, o cooperativismo manteve sua essência de desenvolvimento econômico e social coletivo, estabelecendo alicerces do que hoje é a economia colaborativa.

Para construir um futuro melhor para todos, a palavra-chave é uma só: cooperação. Há 180 anos, o cooperativismo está comprometido com um futuro melhor, mais justo, solidário, colaborativo e pujante.
Nesse período, cheio de crises, guerras e revoluções tecnológicas, o cooperativismo manteve sua essência de desenvolvimento econômico e social coletivo, estabelecendo alicerces do que hoje é a economia colaborativa.
Essa essência persiste, tanto é que o 15° Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), realizado este ano, teve como tema: “Projetando um futuro mais coop”. O evento evidenciou como o modelo de negócio cooperativista está olhando para o horizonte e se mantém atento às novas tendências, demandas e desafios do mundo moderno.
Veja, então, o que o cooperativismo brasileiro está fazendo para construir um mundo melhor!
1. Lidera a produção agropecuária sustentável e a inovação no campo
As cooperativas agropecuárias brasileiras colocam comida na mesa dos brasileiros e ainda impulsionam a economia brasileira com as exportações. Para continuar produzindo com qualidade e respeitando o planeta, o setor aposta na agropecuária sustentável e com muita inovação.
A cooperativa Frimesa, por exemplo, tem uma bela jornada a fim de tornar sua matriz energética renovável e limpa. Limpar a matriz energética é um dos grandes desafios no campo e a Frimesa está liderando uma transição em prol do uso de energias renováveis com a implementação de usinas fotovoltaicas, uso de biomassa lenhosa e instalação de biodigestores para produzir biogás. Fontes limpas já são responsáveis por mais de 98% de todo o consumo energético da Frimesa!
A cooperativa mineira Cooxupé, especializada na produção de café, é mais uma que alia inovação e sustentabilidade. Com seu projeto de agricultura regenerativa, a Cooxupé mapeia a saúde do solo nas fazendas de seus cooperados, oferecendo análises ricas do terreno para que a lavoura seja mais produtiva e preserve as características originais da terra.
O cooperativismo também atua na preservação da Amazônia. A Cooperacre, líder na produção de castanhas-do-Brasil no país, une uma produção industrial moderna à proteção do meio-ambiente. Colocando o respeito à floresta em primeiro lugar, a Cooperacre está ampliando seu portfólio e gerando riqueza para as comunidades amazônicas.
2. Financia projetos de impacto ambiental e social
Muitos projetos capazes de fazer a diferença para as comunidades e a natureza acabam sofrendo para obter financiamento. É aí que entram as cooperativas de crédito, que disponibilizam recursos para iniciativas com grandes impactos para a sociedade.
Com mais de 7 milhões de cooperados, o sistema Sicredi emitiu a primeira Letra Financeira Pública Sustentável do Brasil. A iniciativa captou R$ 780 bilhões que foram convertidos em crédito para financiar projetos alinhados à sustentabilidade voltados à energia renovável, apoio a pequenos negócios de impacto local e a pequenas e médias empresas lideradas por mulheres.
A atuação do Ramo também acontece na base. O Sicoob Aracoop, que atua nos estados de Minas Gerais e Pará, investiu mais de R$ 3 milhões na construção da Usina de Energia Fotovoltaica da Associação dos Usuários do Projeto Pirapora (AUPPI), a fim de impulsionar o desenvolvimento local sem abrir mão da sustentabilidade.
A proximidade que as cooperativas têm com os ecossistemas locais faz toda a diferença. O Sicoob Credip, por exemplo, se uniu com os produtores de Rondônia para enfrentar o declínio da cafeicultura local. O projeto científico, financiado pela cooperativa e que teve apoio da Embrapa, deu origem aos aos cafés especiais Robustas Amazônicos, já premiados por sua qualidade.
3. Protagoniza a logística reversa e a economia circular
A escassez de recursos naturais é uma grande preocupação para o futuro do planeta. Dessa forma, é importante pensar na economia circular, que reusa e recicla matérias-primas, devolvendo diversos materiais para o ciclo produtivo.
A logística reversa é essencial para que a economia circular seja possível. No Brasil, as cooperativas são as grandes protagonistas dos processos de coleta, separação e destinação de resíduos sólidos, com geração de trabalho, renda e inclusão para cooperados em todo o país. Um exemplo é a Centcoop, uma central que congrega 21 cooperativas de reciclagem no Distrito Federal.
O Anuário da Reciclagem 2023 revela que o país conta com 2.941 organizações de catadores em todo o território nacional, entre cooperativas e associações, somando mais de 86 mil trabalhadores. Juntos, eles foram responsáveis pela recuperação de 1,7 milhão de toneladas de resíduos no ano passado.
4. Democratiza o trabalho nas plataformas digitais
A era digital deu origem à economia de plataforma, em que muitos serviços, como delivery de comidas, compras e serviços de transporte, passaram a ser prestados a partir de plataformas digitais. Acontece que esse mercado tem um grande efeito colateral: a precarização dos trabalhadores nessas plataformas.
O caminho para lidar com esse problema e proporcionar melhores condições para os trabalhadores plataformizados está no cooperativismo de plataforma. Nelas, os trabalhadores são os donos do serviço, têm mais autonomia e melhores condições profissionais.
O conceito, proposto pelo professor Trebor Scholz, da universidade americana The New School, já tem alguns cases de sucesso mundo afora, como a The Driver’s Cooperative, em Nova York, e a federação europeia CoopCycle. Existe até mesmo uma espécie de Spotify cooperativista, a Resonate! Já no Brasil, a Liga Coop reúne diversas cooperativas de motoristas de plataforma pelo Brasil.
5. Impulsiona a inclusão financeira e distribuição de renda
O futuro passa por uma sociedade mais inclusiva, economicamente participativa e com distribuição de renda. Essas bases já estão postas no cooperativismo – que, aliás, é um dos principais motivos que o modelo de negócio cooperativista não para de crescer.
Nesse sentido, as cooperativas de crédito estão passando por um crescimento sem precedentes justamente porque marcam presença nas comunidades e, com isso, promovem a inclusão financeira. No Brasil, 332 municípios só têm acesso a serviços financeiros presenciais graças às cooperativas de crédito.
Além disso, o modelo de negócio cooperativista tem a distribuição de renda em sua essência. Uma vez que não visam ao lucro, as cooperativas distribuem os seus ganhos operacionais – chamados de sobras – entre os cooperados. Isso mantém o dinheiro circulando nas comunidades e impulsionando o desenvolvimento econômico regional.
CoopsDay está chegando
Para comemorar todo esse impacto positivo do cooperativismo, o Dia Internacional do Cooperativismo – ou CoopsDay – é comemorado este ano no dia 6 de julho. Em 2024, a data conta com o tema “Cooperativas constroem um futuro melhor para todos”, definido pela Aliança Cooperativa Internacional.Com isso, o movimento cooperativista do mundo todo reafirma a participação das cooperativas na construção de um amanhã mais sustentável, assim como o compromisso em alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030.
O Sistema OCB, representante do cooperativismo brasileiro, atua para apoiar as cooperativas no cumprimento do objetivo de construir um futuro melhor por meio de um portfólio de soluções que atendem diversos aspectos do modelo de negócios cooperativista. Com competitividade, impacto social e desenvolvimento econômico, o cooperativismo brasileiro trabalha em prol de um futuro cada vez melhor.

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Estratégia simples e de baixo custo otimiza a adubação em solos de alta fertilidade
Pesquisa em MG mostra que a adubação de restituição mantém a produtividade, reduz custos e evita excessos de nutrientes em áreas consolidadas do Cerrado.

Uma pesquisa realizada durante três safras (seis cultivos), em Unaí (MG), aferiu e validou a adubação de restituição associada ao balanço de nutrientes, para maior eficiência e economia no uso de fertilizantes na produção de culturas anuais em solo de Cerrado com fertilidade construída. Adubação de restituição é a prática de repor no solo nutrientes que são exportados nos produtos colhidos das lavouras.
As estratégias propostas pela pesquisa mostram que é possível o ajuste do aporte de nutrientes das adubações, de forma alinhada à utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais, contribuindo, ainda, para reduzir a pegada de carbono e aumentar a eficiência energética nos processos de produção.
Antecedentes para o estudo
A pesquisa considerou a premissa de que as culturas anuais apresentam elevada demanda de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K), levando ao consumo de grandes quantidades de fertilizantes, para suprir os sistemas de produção brasileiros que envolvem os cultivos de soja, milho, algodão, feijão, trigo e sorgo. A demanda por esses nutrientes, para manter a produtividade, representa parte expressiva dos custos das lavouras, um dos principais fatores de risco econômico da agricultura do País.
Outro aspecto é que, muitas vezes, mesmo sabendo que o solo já tem alta fertilidade, com disponibilidade de nutrientes acima dos níveis críticos, o agricultor se sente mais seguro quando realiza as adubações que já vinha utilizando por vários anos. Porém, tem sido reportado, em várias publicações, que os solos em áreas de cultivo consolidado do Cerrado acumularam considerável estoque de nutrientes com o passar do tempo, superando a condição de baixa fertilidade original.
Experimentação em fazenda
Os principais tratamentos, comparados em parcelas de grandes dimensões, num talhão de produção comercial com histórico de longo prazo em plantio direto e solo com fertilidade construída, envolveram: 1) a adubação de restituição de N, P e K exportados nas colheitas; 2) o manejo padrão da fazenda; e 3) um controle sem adubação NPK. “As avaliações foram realizadas durante três ciclos safra/segunda safra, com soja/milho (ou sorgo), em sistemas com ou sem braquiária em consórcio”, detalha o pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo Álvaro Vilela de Resende, que coordenou o estudo.
Resultados práticos
Os resultados, segundo Resende, permitiram constatar que a adubação (ou a ausência dela) não influencia a produtividade da soja, sendo o nitrogênio o fator que mais limita o rendimento do milho, nas condições do talhão estudado. O consórcio com braquiária na segunda safra pode prejudicar o sorgo e não afeta o milho, mas aumenta a produtividade da soja subsequente. “Verificou-se que a adubação de restituição vinculada ao balanço de nutrientes mantém os níveis de produtividade e de rentabilidade, com uso mais eficiente de fertilizantes, enquanto preserva a fertilidade do solo. Assim, é uma estratégia de manejo nutricional inteligente para solos de fertilidade construída, ao prevenir déficits ou excedentes de nutrientes, contribuindo na busca por desempenho produtivo com sustentabilidade ambiental”.
Para o pesquisador essas conclusões, de certa forma, já eram esperadas, tendo em vista os resultados de pesquisas anteriores, envolvendo experimentação em outras regiões e propriedades agrícolas no Cerrado, onde frequentemente tem-se observado pouca ou nenhuma resposta à adubação com nutrientes como P e K, sobretudo em solos argilosos. “Mas faltavam elementos mais concretos para convencer definitivamente os produtores e técnicos, de que é necessário e possível melhorar o dimensionamento das adubações de manutenção”, explica Resende.
“Ainda persiste a tendência de se utilizarem fertilizantes sempre nas mesmas formulações ou quantidades fixas de N, P e K, recorrentemente, apesar do notável avanço tecnológico e do incremento no potencial produtivo dos ambientes agrícolas no Cerrado. Além disso, em geral, os produtores não se atentam em calcular o balanço de nutrientes, por desconhecerem o valor dessa informação”, complementa o pesquisador Miguel Marques Gontijo Neto.
De acordo com Resende, o manejo apropriado para solos de alta fertilidade busca dimensionar as quantidades de nutrientes para fornecer apenas o necessário à reposição do que é exportado na colheita, mais eventuais perdas do sistema. “A estratégia de se adotar a adubação de restituição conjugada com o cálculo do balanço de nutrientes, ao longo do tempo, compatibiliza o suprimento às quantidades realmente demandadas pelo sistema de culturas. O monitoramento se completa com a análise de solo, para acompanhar como a fertilidade oscila em função desse manejo. Assim, com a junção de técnicas simples e de baixo custo, evitam-se situações de falta ou excesso de nutrientes, com ganhos de eficiência no uso de fertilizantes”.

Áreas agrícolas consolidadas em plantio direto e solos de fertilidade construída permitem ajuste fino das adubações
Embora não seja propriamente uma novidade, a solução validada no estudo viabiliza o dimensionamento das adubações de forma precisa e específica por talhão, podendo inclusive ser automatizada conforme o aparato de informática e equipamentos já disponíveis em muitas fazendas. O objetivo é ajustar o aporte de nutrientes sempre que necessário, ao longo de uma sequência de cultivos, e está alinhado à crescente necessidade de utilização consciente dos insumos agrícolas e à conservação dos recursos naturais.
“São comuns situações de desequilíbrio entre as quantidades de nutrientes adicionadas via adubação e as removidas nos produtos colhidos das lavouras. O balanço desfavorável ao longo do tempo prejudica a produtividade quando há déficit, ou leva ao desperdício de fertilizantes quando há excedente de nutrientes. Além de resultarem em perda de rentabilidade, ambas as situações também podem implicar maior pegada de carbono do produto colhido. Portanto, a estratégia proposta na publicação também pode contribuir para maior eficiência energética e neutralidade ambiental nos processos de produção em áreas de agricultura consolidada no Brasil”, conclui Álvaro Resende.
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Seguro rural para soja no Paraná adota modelo inédito baseado em manejo
Projeto-piloto do ZarcNM oferece subvenções maiores conforme o nível de manejo, incentivando práticas que reduzem riscos de perdas por seca e aumentam a resiliência da cultura.

O Zoneamento Agrícola de Risco Climático em Níveis de Manejo (ZarcNM) começou a ser operado pela primeira vez no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) do Ministério da Agricultura e Pecuária. A nova modalidade está em fase piloto, tendo como foco inicial a cultura da soja no Paraná. Vinte e nove áreas de produção, totalizando cerca de 2.400 hectares, aderiram à iniciativa e efetivaram a contratação de seguro rural, acessando percentuais diferenciados de subvenção nas apólices de acordo com o nível de manejo adotado na propriedade.
O piloto usa a metodologia desenvolvida pela Embrapa, que permite classificar talhões em quatro níveis de manejo (NM), baseada em indicadores objetivos, verificáveis e auditáveis. Juntamente com as avaliações de risco climático do ZarcNM, o produtor e demais interessados podem verificar o quanto a adoção de boas práticas pode reduzir os riscos potenciais de perdas da produção por seca. Quanto melhor o nível de manejo, maior a subvenção do seguro.

Fotos: Shutterstock
Da área total participante do projeto-piloto, cerca de 5% foi classificada com o nível quatro, o melhor da escala do ZarcNM e que resulta numa subvenção de 35% no valor do seguro rural. Do restante, 27% da área foi classificada no nível de manejo 3, com subvenção de 30%; 57% no nível 2, com 25% de subvenção da apólice; e 11% da área ficou com o nível 1, mantendo os 20% de subvenção padrão do PSR.
De acordo com Diego Almeida, diretor do Departamento de Gestão de Riscos, do Ministério da Agricultura, este novo formato de subvenção deve se tornar perene. “Após a avaliação dos resultados desta primeira fase, planejamos expandir o programa para outros estados, iniciando com a soja e, posteriormente, incluindo a cultura do milho”, afirma.
Aumento de produtividade e resiliência
A metodologia ZarcNM contribui para reduzir um problema recorrente do seguro rural que é a necessidade da quantificação mais individualizada do risco, por gleba ou talhão, conforme o manejo de cada área. Ao aplicar incentivos financeiros, a gestão do PSR coloca em prática um mecanismo de indução de boas práticas e adaptação da agricultura brasileira, tornando-a mais resiliente à variabilidade climática e aos crescentes riscos de seca.
O pesquisador José Renato Bouças Farias, da Embrapa Soja (PR), afirma que essa atualização do ZarcNM é muito relevante porque quanto melhor o nível de manejo adotado, menor será o risco de perdas por déficit hídrico. De acordo com o pesquisador, a adoção de práticas conservacionistas é determinante para aumentar a infiltração de água e reduzir o escorrimento superficial, comuns durante chuvas intensas e em grandes volumes. Junto a outras práticas de manejo do solo, elas promovem maior disponibilidade de água às plantas. “O aprimoramento do manejo do solo leva a um aumento significativo na produtividade das culturas, à redução do risco de perdas causadas por condições de seca e ao aumento da fixação de carbono no solo. Além disso, promove a conservação tanto do solo quanto dos recursos hídricos”, destaca Farias.
Segundo o pesquisador, culturas não irrigadas, como a grande maioria da área com soja no Brasil, têm como fontes de água para atendimento de suas necessidades a água da chuva e aquela disponibilizada pelo solo. “As práticas de manejo que incrementam a capacidade do solo de disponibilizar mais água às plantas são essenciais para reduzir os riscos de perdas por seca, principalmente, quando se projetam cenários climáticos cada vez mais adversos à exploração agrícola”, ressalta Farias.
Modelo de operação
Neste modelo testado pela primeira vez são considerados seis indicadores: tempo sem revolvimento do solo, porcentagem de cobertura do solo em pré-semeadura (palhada), diversificação de cultura nos três últimos anos agrícolas, percentual de saturação por bases, teor de cálcio e percentual de saturação por alumínio. “Além dos indicadores quantitativos, alguns pré-requisitos precisam ser observados como, por exemplo, semeadura em contorno ou em nível”, explica Farias.
No piloto, os agricultores submetem seus projetos às seguradoras e agentes financeiros, indicando o talhão a ser analisado, repassando as informações solicitadas e as análises de solo feitas em laboratórios credenciados. Por meio de uma plataforma digital desenvolvida pela Embrapa Agricultura Digital (SP), o Sistema de Informações de Níveis de Manejo (SINM), os dados são cruzados com informações de sensoriamento remoto para cálculo e classificação dos níveis de manejo.
O pesquisador da Embrapa Agricultura Digital e coordenador da Rede Zarc de Pesquisa, Eduardo Monteiro, destaca a importância do sensoriamento remoto nesse processo. Ele exemplifica com uma das áreas aprovadas no Nível de Manejo 3 e que está ao lado de outra com sinais de erosão.
“Apesar de vizinhas, as classificações podem ser bem diferentes. A área erodida não obteria classificação maior que NM1. Isso mostra a importância de um sistema de verificação independente e bem estruturado para ser capaz de observar esses detalhes de forma automatizada à medida que ganha escala e o número de operações chega aos milhares”, afirma.
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Brasil e África discutem novas revoluções verdes para agricultura sustentável
Painel promovido pelo ATLAS na AgriZone destaca cooperação técnica, políticas públicas e transferência de tecnologia como caminhos para acelerar transformações agrícolas no clima atual.

Com a crescente demanda global por práticas agrícolas sustentáveis, os debates sobre novas revoluções verdes tornam-se cada vez mais essenciais. Nesse contexto, o Laboratório de Transições Agrícolas para Soluções Africanas (ATLAS) promoveu, nesta terça-feira (18), na AgriZone, o painel “Lições das Revoluções Verdes: Perspectivas do Brasil e da África para Transformações Agrícolas Sustentáveis”.
O assessor especial da Secretaria-Executiva do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), José Polidoro, representou a Pasta no painel e destacou que o sistema agrícola brasileiro é baseado em três pilares: ciência e tecnologia, defesa agropecuária e o sistema de financiamento/crédito rural. “Não temos dúvida em afirmar que nossa agricultura é baseada em ciência sustentada por tecnologia. E temos um amplo sistema para financiar grandes e pequenos produtores. Todos os produtores no Brasil são atendidos por esse sistema, que financia produção, custeio e investimentos”, disse.
A plataforma ATLAS busca promover o diálogo político, a cooperação institucional e a ampliação de financiamentos para o desenvolvimento agrícola sustentável do continente africano. O painel discutiu as políticas públicas que tornaram o Brasil uma potência agrícola global, incluindo a recuperação de solos degradados e tecnologias adaptadas aos diferentes biomas brasileiros.
O continente africano possui 70% da sua força de trabalho envolvida na agricultura, e o evento buscou explorar caminhos de cooperação entre Brasil e África capazes de acelerar uma transformação agrícola compatível com o clima.
Polidoro citou como exemplo o Programa Caminho Verde Brasil, que irá impulsionar o crescimento da agropecuária brasileira por meio da restauração de áreas degradadas. “Temos uma política que demonstra aos nossos parceiros do Sul Global, como os países africanos, que é possível realizar uma revolução verde, uma revolução verde verdadeira. Mas, para isso, é necessário ter leis, regulamentação e políticas de Estado”, ressaltou.
Brasil e África firmaram, em 2025, acordos para a transferência de tecnologia por meio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além da assinatura de Memorandos de Entendimento (MoUs) entre o Brasil e países africanos para cooperação técnica, melhoria dos sistemas agrícolas e apoio à segurança alimentar e ao desenvolvimento rural.
Participaram do painel o pesquisador PhD em Agronomia, Genética e Cooperação Internacional da Embrapa, Paulo Melo; o chefe de Resiliência, Clima e Fertilidade do Solo da Aliança para uma Revolução Verde na África (AGRA), Tilahun Amede; e a diretora de Relações Públicas da OCP Nutricrops, Mouna Chbani.





