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Cinco ações que devem ser implementadas para melhoria do desempenho e otimização de recursos na reprodução de suínos

Segundo o relatório anual de desempenho da Agriness, a média de leitões nascidos vivos nos últimos 15 anos aumentou em mais de 3 leitões por parto nas melhores granjas.

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Foto: Ari Dias

O Brasil é o quarto maior produtor e quarto maior exportador de carne suína do mundo. Seus dois principais modelos de produção, verticalizado ou independente, são responsáveis por produzir aproximadamente 5 milhões de toneladas de carne suína anualmente, com um incremento médio anual de 4 a 5% no volume de carne produzido. (ABPA, 2023). Além disso, mais de 1,2 milhão de pessoas vivem diretamente da suinocultura no Brasil.

Segundo o relatório anual de desempenho da Agriness, a média de leitões nascidos vivos nos últimos 15 anos aumentou em mais de três leitões por parto nas melhores granjas. Além da melhoria reprodutiva nos últimos 15 anos houve também uma economia aproximada de 2 a 3 kg de ração por ano por animal, além de uma melhoria na qualidade de carne e rendimento de carcaça.

Ao observar a rentabilidade na suinocultura nos últimos 15 anos, apesar dos ciclos de altas e baixas, percebe-se uma margem positiva de US$ 3 a US$ 4 por suíno terminado (figura 1). O aumento de produtividade associado com a melhoria da eficiência alimentar foram fatores decisivos para manter a competitividade da cadeia.

Além das estratégias para melhoria de produtividade técnica é ainda mais importante o conhecimento do sistema e uma visão econômica de toda a cadeia produtiva para que as corretas leituras do sistema sejam feitas e as decisões sejam mais assertivas beneficiando o sistema como um todo.

Dessa forma, serão descritas a seguir cinco ações que devem ser implementadas para melhoria do desempenho e otimização dos recursos na produção de suínos.

1. Programa Genético

A implementação de um programa genético bem definido é uma das bases para todo o sistema de produção, visto que características desejáveis como tamanho de leitegada, taxa de crescimento, eficiência alimentar, rendimento e qualidade de carcaça estão intrinsicamente relacionados ao potencial genético da raça/cruzamento escolhido.

As empresas de genéticas possuem em seu portfólio animais eficientes para diferentes características, porém é papel do gestor definir qual utilizar e a(s) características que melhor atendem os objetivos desejados, com avaliações constantes dentro de cada sistema.

Ao modo que a genética escolhida impulsiona os resultados do sistema produtivo é necessário a utilização de:

• Animais eficientes: bom desempenho de crescimento e eficiência alimentar;

• Animais prolíficos: mais animais disponíveis para comercialização;

• Animais saudáveis: capacidade de sobrevivência em todas as fases da vida, aumentando a renda e reduzindo custos com tratamentos farmacológicos.

Dessa forma, o conhecimento dos distintos grupos genéticos e dos fatores ambientais que afetam essas características permitem designar quais seriam os melhores genótipos e também qual ambiente favoreceria um grupo-alvo de características.

Além disso, o controle interno da produção de sêmen/machos (central de produção de sêmen) e as granjas núcleos (produção de bisavós e avós) são fatores importantes para serem pensados estrategicamente no sistema.

  2. Sanidade/Biossegurança

Assegurar o status sanitário em um sistema de produção de suínos requer investimentos e processos, ainda mais em sistemas produtivos intensivos, cujo elevado número de animais e a alta movimentação humana favorecem a propagação de agentes patogênicos. A ocorrência de determinadas doenças na produção animal pode acarretar em impactos negativos no desempenho e bem-estar animal, sendo, portanto, um dos pilares principais da suinocultura. Além da piora de desempenho na produção uma gestão inadequada do programa sanitário pode levar a perdas importantes na indústria, com aumento na condenação de carcaças e perdas de qualidade do produto final.

Para que um suíno expresse seu potencial produtivo é necessário que o mesmo esteja em equilíbrio com o ambiente que o cerca. Para isso é necessário que se faça uma análise sistemática de cada fase de produção para adaptar, da melhor forma possível, os meios de controle dos desafios que interferem na eficiência do sistema.

Dessa forma, alguns pontos importantes devem ser observados na elaboração de protocolos sanitários e biossegurança:

• Programa de biossegurança externo e interno, para evitar a entrada de novas doenças e a manifestação clínica de agentes já existentes no sistema.

• Atualização constante do programa de vacinação frente aos principais agentes patogênicos de interesse do sistema.

• Ações individualizadas e temporais: identificar o momento de vulnerabilidade da unidade ou sistema para que seja adaptado um protocolo (vacinal, medicamentoso ou de manejo) específico frente ao desafio encontrado.

• Protocolos efetivos e claros que observem a otimização dos recursos humanos e tecnológicos sempre considerando a análise de custo-benefício.

Além disso, é necessário ter pessoas buscando diariamente alternativas e/ou soluções aos desafios encontrados dentro de cada unidade, visto que as respostas, na maioria das vezes, estão dentro do próprio sistema. Algumas vezes as soluções para os desafios sanitários podem estar em encontrar estratégias não medicamentosas, como definição de fluxo de produção, ambiência, vazio sanitário e linhagens genéticas entre outas

 3. Programa Nutricional

Estabelecer um programa nutricional para alimentação dos suínos vai muito além da formulação correta de uma dieta. Impactando em mais de 70% dos custos de produção, a área da nutrição tem um papel importante na saúde financeira do sistema de produção de suínos.

Atualmente os índices produtivos não são mais os mesmos do passado, com animais mais eficientes e prolíficos as exigências nutricionais também precisam ser reavaliadas e testadas constantemente. Dessa forma, é importante que o sistema detenha em mãos o controle da produção/formulação das dietas para que se consiga, de forma estratégica, alocar recursos onde o maior retorno produtivo/financeiro seja alcançado.

O sistema de alimentação também deve ser pensado dentro de um programa nutricional, ao modo que é preciso que o animal tenha a dieta disponível de acordo com sua exigência. A utilização de sistemas automatizados facilita a distribuição, reduzem a necessidade de mão-de-obra e garantem, em muitos casos, acesso ad libitum ao alimento fresco com o mínimo de desperdício.

4. Pesquisa e Desenvolvimento (P&D)

Cada sistema de produção possui características individuais, sejam elas de instalações, manejos, pessoas e etc. Assim, ter uma estrutura de P&D dentro do sistema de produção garante uma vantagem competitiva nos negócios, pois ao criar, testar, validar ou aprimorar manejos, protocolos ou insumos já utilizados, produzindo informações para a tomada de decisão dentro do sistema.

A parceria com centros de pesquisa e universidades também se faz importante para o melhoramento constante da produtividade. Disponibilizando espaço dentro do sistema de produção tem-se a oportunidade da utilização do capital intelectual (de professores e alunos) e de equipamentos que a academia detém para que a alta qualidade das informações sejam geradas.
A adoção de tecnologias para o incremento produtivo é um fator que cada vez mais as empresas precisam estar em adequação. Sistemas de controle de qualidade das doses inseminantes (Sistema CASA, por exemplo), climatização/ambiência nas instalações, automatização de sistemas de alimentação, controle de qualidade de insumos (Sistema NEAR, por exemplo), entre outras tecnologias empregadas no sistema que geram ganhos em produtividade e otimização dos recursos disponíveis.

Além disso, o desenho do fluxo de produção é determinante onde se busca a melhora dos custos por animal produzido. Ter o controle dos custos por pirâmide de produção traz benefícios quanto a tomada de decisões, seja de caráter sanitário, zootécnico ou financeiro. O desenho do tamanho das unidades de produção também é algo a ser levado em consideração nas novas construções. Em unidades grandes tem-se o desafio de se manter em altas produtividades, contudo não é somente a produtividade que mantém um sistema de produção em competitividade.

5. Desenvolvimento de equipe

Os recursos humanos empregados dentro do sistema têm um papel fundamental no avanço produtivo. Uma equipe experiente possui domínio sobre o sistema de produção, abrindo margens para que o sistema consiga ser cada vez mais eficiente.

No entanto, um dos grandes desafios enfrentados pelos produtores é o crescente custo com a mão de obra. Diante disso, a intensificação da produção a partir da melhoria dos resultados da produtividade, bem como o uso de tecnologias de automação, são pontos chave quando se pensa em otimização dos recursos humanos nos diferentes sistemas de produção, seja ele independente ou integrado.

Ao modo em que se ganha em escala de produção a otimização da mão-de-obra torna-se um alvo constante em qualquer sistema produtivo. Para isso, alguns pontos devem ser observados:

• Direcionamento de funções e priorização de atividades;

• Simplificação e clareza nos manejos rotineiros;

• Automatização de atividades sempre que possível;

• Qualificação constante da equipe;

• Possuir estratégias para construir um time engajado e motivado para buscar melhorias constantes.

A carne suína é a fonte de proteína mais importante no mundo sendo o Brasil um importante player desse mercado. Nos últimos anos a atividade está em constante evolução no país e tem se destacado pelos incrementos de produtividade em todas as fases da cadeia. Apesar dos ganhos técnicos sempre as estratégias de ganho econômico devem ser observadas pois, apesar do Brasil se destacar pelo eficiente custo de produção, as margens econômicas da atividade são reduzidas. Para a sustentabilidade do sistema de produção as estratégias “macro” do sistema como a definição do programa genético, sanitário e nutricional devem estar bem alinhadas com a gestão do dia a dia das pessoas e nesse mesmo aspecto o programa interno de pesquisa e desenvolvimento deve ser implementado para que respostas sejam encontradas e implementadas com mais assertividade para a melhoria continua do sistema.

Fonte: Rafael Kummer, médico-veterinário doutor em Reprodução de Suínos.

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Importância do diagnóstico para controle de diarreia em leitões de maternidade

Ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais.

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Fotos: Divulgação/Agroceres Multimix

Artigo escrito por Lucas Avelino Rezende, consultor de Serviços Técnicos de suínos na Agroceres Multimix

Uma das causas mais frequentes de morte de leitões na maternidade, sem dúvidas, é a diarreia neonatal, que pode ser causada por diversos fatores, incluindo infecções bacterianas, virais ou parasitárias, bem como problemas nutricionais ou ambientais.

Por ser multifatorial, a simples presença de patógenos entéricos nem sempre é suficiente para produzir doença clínica. Diante disso, é importante saber que é necessário haver uma interação hospedeiro-ambiente-patógeno. Diferenças em práticas específicas de manejo e ambiente, bem como características do animal e do rebanho, podem influenciar muito o risco de ocorrência da doença.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Alguns fatores podem contribuir para o aumento na ocorrência da diarreia pré-desmame, como: leitões de baixo peso ao nascer, baixa temperatura ambiental levando ao estresse pelo frio, higiene ruim da gaiola de parição, ingestão de leite e colostro insuficientes e o número insuficiente de tetos para a prole.

As principais causas infecciosas de diarreia em leitões na maternidade no Brasil são as Clostridioses, Colibacilose, Rotaviroses e Coccidiose. Em alguns casos, a coinfecção de dois ou mais agentes podem estar presentes e agravar o caso de diarreia.

A sobrevivência de leitões é influenciada por vários fatores, incluindo ordem de nascimento, peso ao nascer, ingestão de colostro e níveis séricos de imunoglobulina G (IgG). Esses fatores interagem de maneiras complexas para determinar a suscetibilidade do leitão a doenças e a saúde geral.

Um importante ponto para entender a dinâmica do surgimento de diarreias na maternidade é a avaliação da ingestão de colostro pelos leitões, uma vez que é essencial para a imunidade passiva dos leitões recém-nascidos, já que não há transferência de imunoglobulinas e outros componentes da imunidade materna para os leitões via transplacentária.

De modo geral, granjas com baixo peso ao nascimento ou uma grande variabilidade do tamanho dos leitões nascidos são aquelas mais desafiadas com diarreias na maternidade, porque leitões com menor peso ao nascer podem ter dificuldade em consumir colostro suficiente, resultando em níveis mais baixos de IgG e maior suscetibilidade a infecções.

O diagnóstico clínico da causa da diarreia em leitões pode ser subjetivo e propenso a erros. Fatores como estresse, condições ambientais e outros problemas de saúde subjacentes podem ser muito semelhantes aos sintomas da diarreia. Para isso, devemos desenvolver critérios de diagnóstico mais objetivos para diarreia em leitões, como: monitorar os leitões desde o nascimento, permitindo a detecção precoce da doença, incorporar testes laboratoriais (por exemplo, consistência fecal, pH e níveis de eletrólitos), realizar necropsias e exames complementares a detecção viral ou bacteriana, como histopatologia e imuno-histoquímica.

Diagnóstico

Um diagnóstico preciso ajuda a determinar a etiologia da diarreia, que pode variar desde infecções bacterianas, virais ou parasitárias, até problemas metabólicos ou nutricionais. Um dos pilares para isso é a coleta adequada de amostras. Ela permite a identificação dos agentes etiológicos, avaliação da resposta imune e a monitorização da eficácia das terapias.

A escolha do tipo de amostra dependerá do agente etiológico suspeito e dos objetivos do exame. As amostras mais comuns incluem:

  • Fezes: A coleta de fezes é o método mais simples e acessível. É importante coletar amostras frescas e representativas de diferentes animais do lote. Para suspeitas virais é importante coletar sempre de animais na fase aguda da doença, quando a eliminação viral é maior. Para casos de suspeita parasitária é importante associar o diagnostico com histopatologia, uma vez que a eliminação do Cystoisospora é intermitente.
  • Sangue: A análise do sangue permite avaliar a resposta imune, a presença de anticorpos e detectar alterações bioquímicas.
  • Conteúdo intestinal: A coleta do conteúdo intestinal é indicada para a identificação de patógenos que colonizam o intestino delgado ou grosso.
  • Tecidos: A coleta de tecidos para histopatologia é parte fundamental e complementar as análises de cultivo bacteriano e detecção viral nas fazes ou conteúdo intestinal.

A coleta de amostras deve ser realizada de forma cuidadosa para evitar a contaminação e garantir a qualidade do material. Os recipientes utilizados para a coleta das amostras devem estar limpos e esterilizados para evitar a contaminação por outros microrganismos. De modo geral, é importante que as amostras sejam bem refrigeradas e nunca congeladas, uma vez que o processo de congelamento pode inviabilizar o cultivo bacteriano.

Após a coleta das amostras, diversos métodos podem ser utilizados para o diagnóstico, dentre eles cultura que possibilita a identificação e o isolamento de bactérias, PCR que detecta a presença de DNA ou RNA de vírus, bactérias com alta especificidade, sorologia para pesquisa de anticorpos contra os agentes infecciosos, indicando uma infecção prévia ou atual e a histopatologia que permite a avaliação de lesões histológicas e a identificação de agentes infecciosos em tecidos.

A histopatologia desempenha um papel crucial no diagnóstico preciso de doenças intestinais em leitões. Através da análise microscópica de tecidos, é possível identificar lesões características de diversas doenças, auxiliando na diferenciação entre condições infecciosas, inflamatórias, neoplásicas e degenerativas.

A escolha do método de coleta de amostra e do exame laboratorial dependerá do agente etiológico suspeito, da fase da doença e dos recursos disponíveis. A correta coleta e o transporte das amostras são essenciais para garantir a qualidade dos resultados.

A interpretação correta dos resultados dos exames laboratoriais é crucial para o diagnóstico preciso e o tratamento adequado da diarreia em leitões. Ela envolve a análise dos dados obtidos, a correlação com os sinais clínicos e a consideração de outros fatores, como a idade dos animais, as condições de manejo e a história epidemiológica do plantel.

Em resumo, o diagnóstico é uma ferramenta essencial no combate à diarreia em leitões de maternidade, uma vez que permite ações direcionadas e eficazes para controlar e prevenir a doença, garantindo a saúde e o bem-estar dos animais.

As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: marketing.nutricao@agroceres.com.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural com Lucas Avelino Rezende
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Especialista evidencia importância de os profissionais da cadeia suinícola entenderem o que é sustentabilidade

Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção.

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Foto: Shutterstock

Na suinocultura, a sustentabilidade se tornou um dos principais desafios enfrentados pelos profissionais do setor. O médico-veterinário José Francisco Miranda, especialista em Qualidade de Alimentos, destaca que a compreensão desse conceito é fundamental para que zootecnistas e veterinários contribuam efetivamente para a produção sustentável de suínos. “É preciso entender que a sustentabilidade não é custo, mas investimento”, afirma.

Ele ressalta que, ao longo dos últimos 15 anos, a discussão sobre práticas sustentáveis ​​esteve frequentemente atrelada a um aumento nos custos, envolvendo ações como o plantio de árvores e a adequação da dieta dos animais. “Essas práticas eram vistas como um custo, o profissional precisa desmistificar essa visão. Na verdade, boas práticas de produção estão intimamente ligadas a resultados positivos”, explica.

Para Miranda, a eficiência na conversão alimentar é um exemplo claro de como sustentabilidade e produtividade caminham juntas. “Não existe produção com alta conversão alimentar que não seja sustentável. Os números de emissões são baixos quando a eficiência é alta”, ressalta.

Um ponto destacado pelo especialista é o papel dos zootecnistas e nutricionistas na cadeia produtiva. “Esses profissionais são fundamentais para a gestão do custo da indústria, pois a ração representa cerca de 70% do custo de produção. E cada vez mais eles terão um papel significativo na implantação da sustentabilidade dentro das empresas”, afirma.

O entendimento das análises de sustentabilidade e das tecnologias disponíveis é essencial. Miranda menciona, como exemplo, o uso de aditivos nutricionais, como a protease, que permite reduzir a quantidade de soja na ração. “Com isso, é possível diminuir a pegada de carbono em até 12%. No entanto, menos de 40% dos produtores no mundo utilizam essa tecnologia, o que revela uma falta de informação e confiança na eficácia desses produtos”, expõe.

Comunicação e conscientização

Para que as informações sobre sustentabilidade sejam disseminadas na suinocultura é fundamental que os profissionais comuniquem os benefícios dessas práticas não apenas entre si, mas também para a alta direção das empresas. “Os profissionais precisam trazer essa informação para a gestão, conscientes de que a sustentabilidade deve ser uma estratégia de crescimento, não apenas uma preocupação financeira”, destaca Miranda.

O especialista também ressalta a importância de uma colaboração entre academia, indústria e governo para facilitar a adoção de novas tecnologias. “Cada parte da cadeia produtiva deve contribuir para acelerar esse processo. É um esforço coletivo que envolve desde a produção até a comercialização”, enfatiza.

Compromisso do setor

Miranda acredita que o setor está comprometido com a adoção de práticas sustentáveis, embora reconheça a necessidade de discussão sobre o que é realmente necessário para essa transição. “As empresas entendem que a sustentabilidade traz benefícios não apenas para o planeta, mas também para sua própria lucratividade, mas é preciso acelerar a implementação destas práticas sustentáveis”, frisa,

Para se destacar neste cenário, Miranda enfatiza que os profissionais devem se aprofundar nas análises de sustentabilidade e na análise do ciclo de vida dos produtos. “Um bom profissional deve entender desde a produção do grão até o produto final que chega ao consumidor. Se ele se restringir a uma única área, pode perder de vista os benefícios que sua atuação pode trazer para toda a cadeia”, salienta.

A visão do especialista reforça que a sustentabilidade na suinocultura não é uma tendência passageira, mas uma necessidade imediata. “A adoção de práticas sustentáveis, aliada ao conhecimento técnico e científico, é fundamental para garantir um futuro mais responsável e eficiente para a indústria suinícola”, afirma.

O acesso é gratuito e a edição Suínos pode ser lida na íntegra on-line clicando aqui. Tenha uma boa leitura!

Fonte: O Presente Rural
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Suinocultura teve ano de recuperação, mas cenário é de cautela

Conjuntura foi apresentada ao longo de reunião da Comissão Técnica de Suinocultura da Faep. Encontro também abordou segurança do trabalho em granjas de suínos.

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Foto: Divulgação/Sistema Faep

Depois de dois anos difíceis, a suinocultura paranaense iniciou um período de recuperação em 2024. As perspectivas para o fim deste ano são positivas, mas os primeiros meses de 2025 vão exigir cautela dos produtores rurais, que devem ficar de olho em alguns pontos críticos. O cenário foi apresentado em reunião da Comissão Técnica (CT) de Suinocultura do Sistema Faep, realizada na última terça-feira (19). Os apontamentos foram feitos em palestra proferida por Rafael Ribeiro de Lima Filho, assessor técnico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A mesma conjuntura consta do levantamento de custos de produção do Sistema Faep, que será publicado nos próximos dias.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

O setor começou a se recuperar já em janeiro deste ano, com a retomada dos preços. Até novembro, o preço do suíno vivo no Paraná acumulou aumento de 54,4%, com a valorização se acentuando a partir de março. No atacado, o preço da carcaça especial também seguiu esse movimento. A recomposição ajudou o produtor a se refazer de um período em que a atividade trabalhou no vermelho.

Por outro lado, a valorização da carne suína também serve de alerta. Com o aumento de preços, os produtos da suinocultura perdem competitividade, principalmente em relação à carne de frango, que teve alta bem menor ao longo ano: o preço subiu 7,7%, entre janeiro e novembro. Com isso, a tendência é que o frango possa ganhar a preferência do consumidor, em razão dos preços mais vantajosos.

“Temos que nos atentar com a competitividade da carne suína em relação a outras proteínas. Com seus preços subindo bem menos, o frango se tornou mais competitividade. Isso é um ponto de atenção para a suinocultura, neste cenário”, assinalou Lima Filho.

Exportações

Foto: Claudio Neves

Com 381,6 mil matrizes, o Paraná mantém 18% do rebanho brasileiro de suínos. A produção nacional está em estabilidade nos últimos três anos, mas houve uma mudança no portifólio de exportações paranaenses. Com a recomposição de seus rebanhos, a China reduziu as importações de suínos. O país asiático – que chegou a ser o destino de 40% das vendas externas paranaenses em 2019 – vai fechar 2024 com a aquisição de 17% das exportações de suínos do Paraná.

Em contrapartida, os embarques para as Filipinas aumentaram e já respondem por 18% das vendas externas de carne suína do Estado. Entre os destinos crescentes, também aparece o Chile, como destino de 9% das exportações de produtos da suinocultura paranaense. Nesse cenário, o Paraná deve fechar o ano com um aumento de 9% no volume exportado em relação a 2023, atingindo 978 mil toneladas. Os preços, em compensação, estão 2,3% menores. “Apesar disso, as margens de preço começaram a melhorar no segundo semestre”, observou Lima Filho.

Perspectivas

Diante deste cenário, as perspectivas são positivas para este final de ano. O assessor técnico da CNA destaca fatores positivos, como o recebimento do 13º salário pelos trabalhadores, o período de férias e as festas de final de ano. Segundo Lima Filho, tudo isso provoca o aquecimento da economia e tende a aumentar o consumo de carne suína. “A demanda interna aquecida e as exportações em bons volumes devem manter os preços do suíno vivo e da carne sustentados no final deste ano, mantendo um momento positivo para o produtor”, observou o palestrante.

Para 2025, se espera um tímido crescimento de 1,2% no rebanho de suínos, com produção aumentando em 1,6%. As exportações devem crescer 3%, segundo as projeções. Apesar disso, por questões sazonais, os produtores podem esperar uma redução de consumo nos dois primeiros meses de 2025. “É um período em que as pessoas tendem a ter mais contas para pagar, como alguns impostos. Além disso, a maior concorrência da carne de frango pode impactar a demanda doméstica”, disse Lima Filho.

Além disso, o aumento nos preços registrados neste ano pode estimular o alojamento de suínos em 2025. Com isso, pode haver uma futura pressão nos preços nas granjas e nas indústrias. Ou seja, o produtor deve ficar de olho no possível aumento dos custos de produção, puxado principalmente pelo preço do milho, da mão de obra e da energia elétrica. “O cenário continua positivo para a exportação, mas o cenário para o ano que vem é de cautela. O produtor deve se planejar e traçar suas estratégias para essa conjuntura”, apontou o assessor da CNA.

Segurança do trabalho

Além disso, a reunião da CT de Suinocultura da FAEP também contou com uma palestra sobre segurança do trabalho em granjas de suínos. O engenheiro e segurança do trabalho e professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Sandro Andrioli Bittencourt, abordou as Normas Regulamentadoras (NRs) que visam prevenir acidentes de trabalho e garantir a segurança e o bem-estar dos trabalhadores.

Entre as normativas detalhadas na apresentação estão a NR-31 (que estabelece as regras de segurança do trabalho no setor agropecuário), a NR-33 (que diz respeito aos espaços confinados, como silos, túneis e moegas) e a NR-35 (que versa sobre trabalho em altura). Em seu catálogo de cursos, o Sistema Faep dispõe de capacitações para cada uma dessas regulamentações.

Fonte: Assessoria Sistema Faep
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