Conectado com

Notícias

Cigarrinha do milho provoca prejuízos e deixa campo em alerta

Praga voltou a atacar em todo o Paraná. Disseminação do inseto ressalta necessidade de manejo preventivo na lavoura.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/FAEP/SENAR-PR

Ao vistoriar a lavoura de milho safrinha em uma das propriedades da família, em Marechal Cândido Rondon, Oeste do Paraná, o produtor Cévio Mengarda preocupou-se. Muitas das plantas estavam com as folhas avermelhadas e/ou com raiados finos, sintomas que indicavam enfezamentos causados por bactérias disseminadas pela cigarrinha do milho. Em novo monitoramento, realizado após 15 dias, ele constatou os prejuízos: as perdas nas lavouras de Mengarda chegaram a 30%. Não se trata de um caso isolado. A cigarrinha se alastrou, com ocorrências diagnosticadas em todo o Estado e colocando o setor agropecuário em alerta. Há estimativas de que em algumas áreas a quebra provocada pela praga tenha passado de 50%.

“Eu me assustei. Em quatro ou cinco dias, apareceram os danos. Aqui no Oeste foi geral. Eu posso afirmar que 100% das lavouras da região tiveram algum índice de ataque. Algumas com maior severidade, outras com menor. Mas todas tiveram problema”, afirma Mengarda, que é vice-presidente do Sindicato Rural de Marechal Cândido Rondon.

A disseminação da cigarrinha do milho nos campos paranaenses é tão preocupante que, entre 9 e 13 de maio, uma força-tarefa formada por técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Embrapa Milho e Sorgo e da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) percorreram a região Oeste, vistoriando lavouras e coletando amostras. O grupo constatou que os enfezamentos decorrem da infestação do inseto. Os danos mais graves foram registrados nas plantações semeadas precocemente, no início da janela, a partir de 10 de janeiro, e nas lavouras tardias, plantadas entre o fim de fevereiro e o início de março.

“Aparentemente, as cigarrinhas que estavam nas áreas de milho verão e na silagem migraram para as primeiras lavouras de milho safrinha. Na principal janela de plantio, como a área plantada era maior, houve uma diluição dos insetos infectados. Quando passou esse período, as cigarrinhas voltaram a se concentrar na área plantada tardiamente”, explica Luciano Viana Costa, pesquisador de fitopatologia da Embrapa Milho e Sorgo.

Outro fator que realça a preocupação é que os prejuízos estão ocorrendo mesmo com os produtores tendo feito sua parte. Segundo a Adapar e os próprios agricultores, foram constatados ataques em áreas com aplicações de inseticidas e tratamento de sementes. “Já na germinação, em fevereiro, tinha lavouras com duas ou três cigarrinhas por cartucho de milho. É muita coisa”, observa Anderson Lemiska, fiscal agropecuário da Adapar. “O controle foi feito. Tem lavoura com oito aplicações: quatro para percevejos e quatro para cigarrinha. Aqui na região Oeste, ninguém fez menos de quatro aplicações”, destaca Mengarda.

O Paraná responde por 14,8% da produção nacional de milho na safra 2021/22. O cereal é cultivado em uma área próxima de 3 milhões de hectares, considerando-se a primeira e a segunda safras. Com grande importância econômica para o Paraná, o milho é o segundo produto vegetal com maior Valor Bruto de Produção (VBP) e com exportações que ultrapassam os US$ 183 milhões.

Problema

Considerada uma das pragas mais vorazes da agricultura, a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) é um inseto que se hospeda nos cartuchos e que completa todo seu ciclo de vida nas lavouras do cereal. Quando contaminada, a praga dissemina doenças – chamadas enfezamentos – causadas por bactérias da classe Mollicutes, além da virose do raiado fino.

“As doenças entopem os vasos de translocação de nutrientes e quando entra na fase reprodutiva, a planta começa a manifestar os sintomas da contaminação que ocorreu logo após a emergência das plantas. Os sintomas ou as combinações podem variar, mas, de forma geral, além de mudar a coloração das folhas, as plantas não se desenvolvem e têm espigas menores e com menos grãos. Na pior condição, pode ocorrer tombamento”, explica Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR.

O problema é agravado por duas características específicas das cigarrinhas: elas se reproduzem muito rapidamente e têm uma grande capacidade de migração. Em condições favoráveis, cada fêmea pode completar seu ciclo de vida em 24 dias, depositando até 611 ovos na sua fase adulta. Com isso, a população desse inseto pode aumentar de forma incisiva, com várias novas gerações em uma única temporada.

“Por ser um inseto voador, a cigarrinha migra com muita facilidade. Quando não encontra milho em alguma área, ele migra para a área vizinha. Vai migrando das plantas mais velhas para as mais novas. Por isso é tão importante não ter em áreas próximas lavouras em diferentes estágios de desenvolvimento e eliminar o milho voluntário na entressafra”, observou Ana Paula.

“A cigarrinha não respeita divisas de propriedades ou limites de municípios. Ela voa com facilidade distâncias entre dois e cinco quilômetros. Mas a literatura aponta casos em que se registraram deslocamentos de mais de 30 quilômetros. Ou seja, é um inseto que se alastra com facilidade”, acrescenta Viana Costa.

Outro aspecto é que o sistema de cultivo de milho com duas safras (verão e safrinha) cria o que os especialistas chamam de “ponte verde”, favorecendo que o inseto permaneça no campo. Outro ponto de atenção é o milho tiguera ou voluntário, que se origina a partir de espigas ou grãos deixados para trás na colheita, dando origem a plantas que permanecem na lavoura, hospedando as cigarrinhas. “Sorgo, braquiária e trigo são plantas-abrigo, onde esses insetos podem sobreviver por um período. Mas elas vão migrar para uma área de milho, quando estiver disponível”, aponta a técnica do Sistema FAEP/SENAR-PR.

Cartilha e curso ajudam no combate à praga

Os produtores começaram a identificar a cigarrinha do milho em lavouras paranaenses em 2017, mas só dois anos depois que a praga começou a causar prejuízos significativos, principalmente nas regiões Oeste e Norte. No ano seguinte, o inseto começou a se alastrar, com registro de perdas em diversas outras regiões. Em 2021, a Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento (Seab) chegou a criar um grupo de trabalho para traçar um plano conjunto de enfrentamento à cigarrinha. No ano passado, no entanto, o campo paranaense sofreu dois graves problemas climáticos – a estiagem e, posteriormente, ocorrência de geadas. “Com a geada do ano passado, aparentemente, os produtores deram uma relaxada com o tiguera”, aponta Viana Costa, da Embrapa Milho e Sorgo.

Para orientar os produtores rurais, no ano passado, o Sistema FAEP/SENAR-PR lançou a cartilha “Manejo da cigarrinha e enfezamentos na cultura do milho”. Desenvolvido junto com a Embrapa Milho e Sorgo, o material traz orientações práticas, que ajudam o agricultor a identificar e a controlar o inseto, de forma didática. A publicação também contempla fotos que exemplificam os sintomas causados pelas doenças transmitidas pela cigarrinha do milho. “Tudo que o produtor precisa saber e o que a pesquisa dispõe de informação está compilado no material”, define Ana Paula Kowalski, do Sistema FAEP/SENAR-PR. Paralelamente, o SENAR-PR promoveu uma atualização junto aos instrutores do curso “Manejo Integrado de Pragas (MIP) – Milho”, para que eles reforcem aos alunos a necessidade de monitorar a lavoura, com foco na identificação da cigarrinha.

Manejo

Confira as boas práticas que o produtor pode adotar para manter a cigarrinha longe da lavoura:
– Evitar semeaduras vizinhas às lavouras com alta incidência das doenças;
– Sincronizar a semeadura, evitando “janelas” entre as áreas plantadas;
– Optar por cultivares com resistência à cigarrinha;
– Fazer tratamento de sementes com inseticidas específicos para a praga;
– Fazer monitoramento constante da lavoura, à procura de cigarrinhas;
– Fazer, no máximo, três aplicações de inseticidas, de acordo com a incidência dos insetos;
– Diversificar e rotacionar cultivares de milho;
– Identificar e erradicar o milho tiguera.

Conjunto de ações é a melhor forma de controle

Um ponto fundamental de ressaltar é que apenas uma forma de controle não terá eficácia para os locais de alta incidência da praga. Somente o uso de inseticida, via tratamento de semente e foliar, dificilmente resolverá o problema. A recomendação da pesquisa, baseada em eficiência de controle dos enfezamentos, é que o produtor faça, no máximo, três aplicações foliares, além do tratamento de sementes, combinando-as com outras práticas de manejo, como uso de sementes com resistência genética aos enfezamentos, eliminação do milho voluntário e plantio o mais sincronizado possível dentro da microrregião afetada.

“Acima de três aplicações, não há eficácia para o controle dos enfezamentos, conforme dados de pesquisa da Embrapa. É preciso que o produtor siga todo um conjunto de boas práticas”, destaca Ana Paula.

Entre as principais estratégias de controle das cigarrinhas está a erradicação do milho tiguera, milho-guaxo ou voluntário. No ano passado, o setor agropecuário fez um esforço conjunto – entre Sistema FAEP/ SENAR-PR, Seab e Adapar – para orientar o produtor rural a adotar práticas de manejo constantes que incluam a vistorias para identificar o tiguera, inclusive fora da temporada. Também é importante que o produtor promova uma colheita bem ajustada, sem deixar espigas para trás, já que essas podem dar origem ao tiguera, favorecendo a permanência de cigarrinhas na propriedade.

“Agora, que o produtor está se preparando para colher a safrinha, ele deve ter como prioridade fazer uma colheita mecânica bem ajustada. É preciso erradicar o tiguera”, alerta Ana Paula Kowalski, do Sistema FAEP/SENAR-PR. “É esse milho tiguera que vai causar problemas para o agricultor na próxima safra. Ele tem que estar atento a isso”, reforça Luciano Viana Costa, da Embrapa Milho e Sorgo.

Fonte: Assessoria FAEP/SENAR-PR

Notícias

STF suspende julgamento da Moratória da Soja e mantém paralisação nacional de processos

Com pedido de vista de Dias Toffoli, segue válida a liminar de Flávio Dino que congelou ações na Justiça e no Cade, enquanto especialistas destacam impacto do caso na segurança jurídica do agro.

Publicado em

em

Moratória da Soja é um acordo privado para evitar a compra de soja de áreas de desmatamento na Amazônia - Foto: Divulgação/Ibama

O Supremo Tribunal Federal suspendeu o julgamento que analisava a liminar concedida pelo ministro Flávio Dino que determinou a suspensão nacional de todos os processos que discutem a validade da Moratória da Soja na Justiça e no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Até o momento, há quatro votos para confirmar a paralisação das ações. A análise ocorre no plenário virtual desde a última sexta-feira (14) e estava prevista para terminar na próxima terça-feira (25). O pedido de vista foi do ministro Dias Toffoli, e até que o processo volte à pauta a medida segue válida.

O advogado Frederico Favacho afirma que é positiva a decisão de Flávio Dino, por reconhecer que a Moratória da Soja é legal. “Esse é o ponto mais importante de toda a controvérsia”, entende.

A Moratória da Soja é um acordo voluntário entre tradings que comercializam grãos, no qual se comprometem a não comprar soja de áreas desmatadas na Amazônia após julho de 2008. O STF julga uma ação ajuízada pelo PcdoB, PSOL, PV e Rede. As legendas pedem a suspensão de lei do estado de Mato Grosso que proíbe a concessão de benefícios fiscais para empresa que assinaram o acordo.

Em dezembro do ano passado, Flávio Dino atendeu ao pedido dos partidos e suspendeu a lei de forma liminar. Em abril deste ano, ele reconsiderou a decisão, estabelecendo que a norma passaria a valer a partir de 1º de janeiro de 2026.

Em 05 de novembro, Flavio Dino determinou a suspensão nacional de todos os processos, inclusive os que investigam possível formação de cartel no Cade. Afirmou não considerar adequado, em respeito ao princípio da segurança jurídica, permitir que o debate sobre a Moratória da Soja prossiga nas instâncias ordinárias jurisdicionais ou administrativas, diante da possibilidade de serem proferidas decisões conflitantes e em desacordo com o entendimento a ser fixado pelo STF. “No mesmo voto, Flávio Dino também reconhece o direito de os entes federativos estabelecerem as regras para concessão dos benefícios fiscais, o que, na prática, implicaria em os Estados poderem retirar os benefícios das empresas signatárias, o que continua sendo discutível na esfera infraconstitucional em relação a forma, razoabilidade e outros quesitos”, diz Favacho, complementando: “De toda forma, isso vem num momento importante, quando o mundo todo está de olhos voltados para as boas práticas ambientais do agronegócio brasileiro”.

Fonte: Assessoria do Santos Neto Advogados
Continue Lendo

Notícias Com mais de 200 casos no anoA Agência de

Paraná reforça ações contra a raiva após avanço de casos em animais de produção

Órgãos estaduais discutem ações conjuntas, reforçam controle de morcegos hematófagos e recomendam vacinação em todo o território paranaense.

Publicado em

em

Fotos: Adapar

A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) promoveu uma ação de combate e prevenção contra a raiva durante a 21ª Expovale nesta semana em Ivaiporã, município do Vale do Ivaí. A primeira oficina sobre o impacto da raiva no contexto da Saúde Única foi uma atividade respaldada pelo Programa Nacional de Controle da Raiva dos Herbívoros, que é executado pela agência no Estado. Na ocasião, foram abordados assuntos como o monitoramento de abrigos de morcegos hematófagos e investigação de casos suspeitos.

Considerada uma das doenças de maior importância em Saúde Pública, a raiva permanece como uma das zoonoses mais letais, com grandes impactos econômicos, sociais e sanitários. Quando abordada à ótica da Saúde Única, que engloba a saúde humana, a saúde animal e o meio ambiente, o controle depende de uma atuação integrada entre diversos setores públicos.

O chefe do Departamento de Saúde Animal, da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, alerta sobre a ameaça da zoonose e chama atenção sobre os números da doença no Estado. “O vírus da raiva é transmitido por um tipo de morcego hematófago e pode ser letal para os animas e para os humanos”, explica. “Os casos comprovados da doença em herbívoros no Paraná durante o último ano chegaram a 258. Em 2025, foram investigados mais de 400, destes, 218 casos confirmados até agora”.

A doença circula tanto em territórios urbanos, onde cães e gatos são os principais transmissores, quanto no em ambientes rurais, territórios em que os morcegos hematófagos são os principais reservatórios e responsáveis pela transmissão aos animais de produção. Diante desse cenário, foi realizada a oficina, unindo o órgão de defesa agropecuária do Estado do Paraná e a 22ª Regional de Saúde.

Durante a oficina, a Adapar falou sobre o grupo de animais de produção que é mais afetado pela doença, composto por bovinos, equinos, pequenos ruminantes e suínos e trouxe para discussão ações cruciais para o controle e prevenção da raiva, atuando diretamente no ciclo rural.

Prevenção

A autarquia realiza o cadastramento e o monitoramento dos abrigos de morcegos hematófagos – controle da espécie Desmodus rotundus –, investiga casos suspeitos em herbívoros com coleta de material e executa ações em focos de raiva. Além disso, são desenvolvidas atividades de educação sanitária, como a identificação dos morcegos hematófagos, o reconhecimento dos sinais clínicos da doença nos animais e como realizar a notificação.

Também foi apresentado o recente foco de raiva registrado em um bovino no município de Pitanga, na região Central do Estado, e as medidas adotadas pela agência.

Vacinação

A vacina contra a raiva tem baixo custo, pode ser aplicada pelo próprio produtor e deve ser dada anualmente. A vacinação preventiva é a melhor forma de combate direto. Uma vez que o animal apresenta sinais clínicos não há tratamento. Atualmente, a vacinação é obrigatória em 30 municípios do Oeste, conforme a portaria nº 368/2025 da Adapar.

A escolha dos municípios levou em conta a quantidade de focos registrados nos últimos anos, a proximidade com o Parque Nacional do Iguaçu, a ocorrência de áreas compartilhadas de transmissão e o elevado número de pessoas que precisaram de tratamento após contato com animais suspeitos. A obrigatoriedade abrange apenas 30 municípios, mas a vacinação é aconselhada em todo o território paranaense.

Ambiente urbano

Ao discutir sobre a raiva no contexto urbano, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), órgão responsável pela vigilância epidemiológica em humanos, cumpriu o papel de elucidar dúvidas e falar sobre as ações de monitoramento de casos suspeitos em humanos e em animais domésticos. Além disso, também foram informadas as formas corretas de tratamento pós-exposição e a importância das campanhas educativas e de sensibilização da população.

Na prática, são as equipes das secretarias municipais e estaduais que acolhem a população quando há mordeduras ou possível exposição, garantindo que o tratamento seja iniciado a tempo de salvar vidas. Mesmo sendo uma doença de fácil prevenção a raiva continua avançando por falta de cuidado da população. A atuação conjunta entre saúde humana, defesa agropecuária e meio ambiente, somada à vacinação animal e à informação da sociedade é uma forma eficaz de combater a enfermidade.

Expovale

A Expovale é uma exposição agropecuária e industrial da cidade, considerada a maior feira da região do Vale do Ivaí. O foco da exposição é na realização de negócios, promoção da inovação e fortalecimento produtivo. A edição de 2025 foi realizada entre 14 e 19 de novembro. Além de shows, o evento comemorou os 64 anos do município.

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

Notícias

Código georreferenciado traz mudanças na forma de identificar propriedades rurais

Ferramenta aumenta precisão logística, facilita fiscalização e organiza dados territoriais em todo o país.

Publicado em

em

Foto: Wenderson Araujo

A Câmara dos Deputados deu mais um passo na modernização da gestão territorial do campo. A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) aprovou, na terça-feira (18), o parecer do relator, deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), ao Projeto de Lei 2.898/2021, de autoria do deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES).

A proposta altera a Lei 6.538/1978, que dispõe sobre os serviços postais, para assegurar a designação de um código de georreferenciamento às propriedades rurais e agroindustriais em todo o país.

O objetivo do texto é facilitar a identificação e localização dessas áreas, ampliar a precisão logística, garantir maior segurança jurídica e permitir avanços na integração de dados territoriais.

O projeto já havia sido aprovado anteriormente na Comissão de Agricultura (CAPADR) e na Comissão de Ciência, Tecnologia e Inovação (CCTI). Na CCJC, cabia apenas o exame de admissibilidade, etapa necessária para atestar constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa da matéria.

Ao apresentar seu voto, Delegado Paulo Bilynskyj, integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), destacou que o texto é enxuto e juridicamente sólido. “Trata-se de um projeto simples, claro e bem articulado. Não há qualquer ofensa a direitos ou garantias constitucionais, tampouco afronta à legislação vigente. Do ponto de vista jurídico e técnico, o PL é absolutamente adequado”, afirmou o relator.

Ele reforçou ainda que a proposta segue os parâmetros da Lei Complementar 95/1998, que orienta a elaboração legislativa. “A alteração é objetiva e não cria redundâncias ou conflitos. Mantém-se fiel à estrutura normativa e contribui para o aperfeiçoamento da legislação”, completou.

Modernização do campo

O deputado Evair Vieira de Melo, coordenador de Direito de Propriedade da FPA, celebrou o avanço da proposta, destacando que a iniciativa atende a uma demanda crescente da agricultura brasileira por precisão, rastreabilidade e segurança territorial. “O georreferenciamento é hoje uma ferramenta indispensável. Ele fortalece a gestão das propriedades rurais, melhora o acesso a serviços e políticas públicas e coloca o Brasil na rota da agricultura de precisão”, elencou o autor do projeto.

Segundo Evair, a medida também contribui para o ordenamento territorial e para a eficiência dos serviços postais e logísticos no meio rural. “Cada propriedade poderá ter um código definido, o que facilita desde entregas até ações de fiscalização, crédito e assistência técnica. É um avanço simples, mas de enorme impacto para o produtor rural”, completou.

Fonte: Assessoria FPA
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.