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Cigarrinha do milho ameaça segunda safra no Paraná

Enfrentamento do inseto e das doenças por ele transmitidas requer esforço conjunto de produtores e entidades

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De 2019 para cá, o Paraná vem registrando um número assustador de lavouras infestadas pela cigarrinha do milho (Dalbulus maidis), inseto tinhoso que se esconde no cartucho da planta inoculando agentes que causam doenças, os chamados “enfezamentos” (vermelho e pálido), que podem levar à redução significativa da produção. Em algumas ocasiões, o prejuízo chega a 70%, com casos em que o milharal todo foi erradicado.

Desta forma, a performance histórica da safra 2019/20, quando o Estado colheu 15,5 milhões de toneladas do cereal, pode não se repetir na temporada atual. Pior, pode colocar em risco um momento ímpar da agricultura paranaense, quando o grão está bastante valorizado, permitindo a capitalização dos produtores.

Diante disso, diversas instituições de pesquisa, órgãos de governo e representantes do setor produtivo, inclusive o Sistema FAEP/SENAR, estão debruçados sobre este problema em busca de soluções conjuntas. O objetivo é levar informação técnica de qualidade para o campo para preparar os produtores, que até pouco tempo atrás conviviam de forma pacífica com o inseto, a combatê-lo com todas as armas disponíveis. “A melhor estratégia para combater a cigarrinha é pensar em soluções conjuntas e nunca de forma isolada. A pesquisa vem demonstrando que ações combinadas e adotadas em nível regional, como plantio sincronizado e rotação de cultivares, podem ter bons resultados”, afirma Ana Paula Kowalski, técnica do Departamento Técnico Econômico (DTE) da FAEP.

Sozinha, a cigarrinha não é capaz de causar prejuízos significativos. O problema está nas doenças que ela carrega e transmite às plantas sadias. Essas doenças (enfezamento causados por bactérias e a “risca do milho” causada por vírus) prejudicam o desenvolvimento das espigas, o enchimento dos grãos, favorece o apodrecimento do colmo e, por fim, o tombamento da planta. Tal qual o mosquito da dengue junto aos seres humanos, a cigarrinha é um vetor de doenças. Quando ela pica o pé de milho, inocula nele os agentes causadores de doenças. Isso explica a pouca eficácia do controle químico nestas situações.

Excesso de inseticidas

A nota técnica divulgada pela Adapar, no final de fevereiro, mostra o aumento significativo na quantidade de inseticidas aplicados nas lavouras de milho para controle da cigarrinha no Estado. O volume empregado na safra verão 2020/21 foi cerca de seis vezes maior que o utilizado na safra anterior, passando de 6.386 litros para 36.284 litros. “O controle com inseticidas não é tão efetivo porque a praga precisa se alimentar da planta para entrar em contato com o inseticida e morrer. Mas, quando ela morde a planta, já transmite as doenças”, observa o coordenador do programa vigilância e prevenção de pragas em cultivos agrícolas e florestais da Adapar, Marcílio Martins Araújo. Além disso, como a praga se desloca com muita rapidez, pouco tempo após a aplicação, já está de volta à lavoura.

Segundo Araújo, hoje a cigarrinha está presente em todo Paraná. A Adapar coletou 64 amostras em diversas regiões, em novembro de 2020, e constatou que 40% do total estavam contaminados com enfezamentos pálido e vermelho. “Todas as regiões produtoras comerciais de milho têm a doença”, sentencia Araújo.

De acordo com ele, isso se explica pela facilidade de o inseto sobreviver em campo e se multiplicar migrando de lavouras mais velhas para mais novas. “A cigarrinha encontra plantas verdes para servir de hospedeiro praticamente o ano inteiro, pois temos o milho primeira e segunda safras, além do plantado para silagem e o verde”, observa Araújo. Desta forma, a cigarrinha conta com farta disponibilidade de plantas para sobreviver e se multiplicar ao longo de todo ano, expandindo sua área de atuação.

Diferença de cultivares

No caso do produtor Edilson Gorte, de Palmeira, nos Campos Gerais, a cigarrinha chegou de forma inesperada nesta safra 2020/21. Sua família produz milho em escala comercial na região há 40 anos, mas até então nunca havia se incomodado com o inseto. “Fomos pegos de surpresa. Já sabíamos da existência desse inseto vetor nas regiões de Minas Gerais, Mato Grosso e até no Paraná, nas regiões Norte e Nordeste. Mas sabíamos que ele não se deslocava por muitos quilômetros. Além disso, em nossa região não fazemos a safrinha”, afirma o produtor que não esperava encontrar problemas tão sérios por conta da praga.

Com 408 hectares dedicados ao milho na temporada atual, Gorte trabalhou com híbridos tolerantes aos enfezamentos e outros suscetíveis. As diferenças ilustradas nas fotos das lavouras falam por si só. A área plantada com os cultivares suscetíveis foi praticamente toda destruída pelas doenças.

A escolha de variedades resistentes ou tolerantes aos enfezamentos é uma das principais estratégias de controle. A resistência genética de alguns híbridos proporciona níveis de produtividade muito superiores àqueles sem resistência, de modo que vale à pena pesquisar quais as variedades mais estão disponíveis na sua região e optar por elas na hora da semeadura.

Produtividade ameaçada

Na visão do produtor e presidente do Sindicato Rural de São João, na região Sudoeste, Arceny Bocalon, a chegada da cigarrinha nas lavouras veio acompanhada de perdas significativas. “Por aqui, o pessoal teve prejuízo. Há uns dois, três anos fechamos 210 sacas por hectare. Esse ano passou um pouco das 82 sacas por hectare. Isso por causa da cigarrinha, pois o milho não se desenvolve. Dá até raiva de entrar na lavoura”, avalia.

Na lida com o milho desde “piá”, Bocalon conta que nunca viu uma infestação como essa. “Começou a atingir a região há uns três anos, veio vindo aos poucos, os produtores não tomaram cuidado e agora a cigarrinha tomou conta”, lamenta.

O receio no momento é que a safrinha, que representa uma área muito maior dedicada ao cereal no Paraná, vá a campo em um ambiente repleto de cigarrinhas. “O milho verão pega um pouco da cigarrinha que sobreviveu no milho guaxo, no milho silagem. Dessa forma, a população que chega no milho verão é menor. O problema é que essa população se multiplica ao longo dessa primeira safra. Entre fevereiro e março ocorre o pico populacional da cigarrinha. Então, esse milho que está entrando agora, que é mais suscetível, vai encontrar um campo cheio de cigarrinha”, alerta o pesquisador da área de fitopatologia da Embrapa Milho e Sorgo, Luciano Viana Cota.

Milho guaxo é vilão

Sabe aquele milho tiguera, que nasceu sozinho no campo e aparentemente não faz mal a ninguém? O milho guaxo, ou voluntário, que decidiu se desenvolver ali mesmo, à revelia da vontade do agricultor? Pois bem, ele pode estar guardando pragas e doenças prontas para atacar seu milharal assim que a próxima safra começar.

Uma das principais estratégias da cigarrinha do milho para se perpetuar nas lavouras é permanecer em campo nestas plantas solitárias, onde sobrevivem e se multiplicam até encontrarem a próxima safra nas redondezas. O milho tiguera funciona como uma “ponte verde” pela qual o inseto atravessa de uma safra para outra.

Segundo a entomologista e pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, Simone Mendes, na última década, com a introdução de cultivares resistentes à herbicidas, a eliminação do milho voluntário ficou mais difícil no campo. “Com isso criou-se essa ponte verde do inseto, que ficou difícil de controlar”, observa. A falta de controle eficiente destas plantas é um dos grandes responsáveis pelo aumento das infestações desta praga.

Além de um “hotel” de cigarrinhas, estas plantas voluntárias também se tornam hospedeiras dos patógenos que promovem doenças, em especial molicutes causadores dos enfezamentos vermelho e pálido. “Eles colonizam o floema da planta e, ao fazer isso, entopem o fluxo de seiva. Com isso o crescimento fica difícil, ela fica ‘enfezada’, isto é, não cresce e não enche a espiga”, explica Simone.

Desta forma, a erradicação das plantas voluntárias de milho consiste em uma das estratégias mais acertadas para o enfrentamento da cigarrinha do milho.

MIP Milho é aliado contra a praga

Outra ferramenta importante no controle da cigarrinha do milho é o monitoramento constante da lavoura. “Monitorar e entender o que está acontecendo na lavoura é fundamental. Uma praga comum no Paraná é o percevejo barriga verde, e o produto para controle desse inseto tem efeito na cigarrinha do milho. Entender a lavoura como um todo é passo fundamental para escolher as estratégias de controle e ter economia”, observa a entomologista e pesquisadora da Embrapa Milho e Sorgo, Simone Mendes.

O SENAR-PR oferece, desde 2016, o curso “MIP (Manejo Integrado de Pragas) – inspetor de campo – Soja”, que leva ao campo um conhecimento fundamental: identificar os insetos que existem na sua lavoura, diferenciando as pragas dos seus inimigos naturais e assim podendo avaliar o risco de dano econômico e a hora mais apropriada de realizar uma intervenção com agroquímicos.

Em 2020, o SENAR-PR levou a campo o curso “MIP (Manejo Integrado de Pragas) – Milho”, com os mesmos conhecimentos para a cultura do milho. Por conta da pandemia do novo coronavírus, as aulas tiveram que ser suspensas naquele ano, mas voltaram a ser oferecidas em 2021.

Segundo a técnica Flaviane Medeiros, do Departamento Técnico (Detec) do SENAR-PR, no início deste ano os instrutores do curso passaram por uma atualização, ministrada pela Embrapa Milho e Sorgo e pelo IDR-PR, para incluir a cigarrinha do milho entre as pragas com risco de dano econômico na cultura. Para participar do curso, o aluno precisa ter completado o curso na área de MIP Soja. “Se o produtor já fez o MIP soja, ele já acredita nessa metodologia, então vai apenas aplicar esse conhecimento na cultura do milho”, afirma Flaviane.

O curso é extremamente prático. “Tem apenas uma aula teórica e o restante é prática de campo”, afirma Flaviane. Para participar, o aluno deve dispor de uma área de dois hectares de milho, para realizar o monitoramento.

Informação é o melhor remédio

Uma das armas encontradas para enfrentar a cigarrinha do milho e as doenças por ela transmitidas é a conscientização dos produtores. Desta forma, a cartilha “Manejo da Cigarrinha e Enfezamentos na Cultura do Milho”, desenvolvida pela Embrapa Milho e Sorgo com apoio do Sistema FAEP/SENAR-PR, em parceria com Sistema Ocepar, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Embrapa Milho e Sorgo e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), traz uma série de informações sobre o comportamento inseto no campo, as doenças que ele transmite, as principais formas de detecção e, principalmente de controle da praga.

Fonte: Sistema FAEP

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Depois de quatro meses de alta, preço do suíno vivo estabiliza

Veja um panorama completo do mercado de suínos em setembro de 2024!

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Foto: Shutterstoke

Desde que as cotações do suíno começaram a subir de forma consistente, em maio deste ano, o setor se perguntava qual seria o teto. Depois de mais de 20% de aumento no preço do suíno vivo, tanto na Bolsa de Belo Horizonte/MG (tabela 1), quanto nas principais praças de comercialização do Brasil (gráfico 1), atingiu-se o maior patamar do ano em meados de agosto/24, se mantendo relativamente estável desde então.

Tabela 1. Preço da Bolsa de suínos Belo Horizonte (BSEMG) em cada semana do ano de 2024 (R$/kg vivo). Na legenda (cores) é possível verificar o destaque para alguns movimentos relevantes do mercado de suíno vivo – Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados da BSEMG

 

Gráfico 1. Indicador suíno vivo CEPEA/ESALQ (R$/kg) em SP, MG, PR, SC e RS nos último 60 dias úteis, até dia 13/09/2024 (cotação indicada no gráfico) – Fonte: CEPEA

 

A cotação da carcaça suína na Grande São Paulo, ultrapassou a marca dos R$ 13,00 em setembro/24 (gráfico 2), algo que só ocorreu em novembro de 2020 (gráfico 3)

Gráfico 2. Preço médio mensal da carcaça suína especial em São Paulo (R$/kg) nos último 2 anos, até dia 13/09/2024 (cotação indicada no gráfico). Fonte: CEPEA.

Gráfico 3. Preço médio mensal da carcaça suína especial no atacado da Grande São Paulo (R$/kg) de 2020 até agosto de 2024. Fonte: CEPE-Esalq/USP

 

Certamente, uma das explicações para o preço do suíno atingir este teto momentâneo é a competitividade em relação às outras proteínas, com o preço da carcaça suína se aproximando da bovina e se afastando da de frango (tabela 2). Na referida tabela observa-se que a menor competitividade em preço no ano foi atingida em agosto/24 e nas primeiras semanas de setembro/24.

Tabela 2. Spread em porcento (R$/kg de carcaça) do boi em relação ao suíno, e do suíno em relação ao frango resfriado em São Paulo em 2021, 2022, 2023 e de janeiro a setembro de 2024 e no dia 13/09/24. Dados de setembro/24 até dia 13/09. – Elaborado por Iuri Pinheiro Machado com dados do CEPEA

O IBGE publicou em 05 de setembro os dados completos de abate do segundo trimestre/24, reforçando, no acumulado do 1° semestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado, a estabilidade na produção e disponibilidade interna das carnes de frango e suína e destacando a alta oferta de carne bovina (tabela 3). Na referida tabela a projeção de consumo per capita nos primeiros 6 meses do ano representa um aumento de 6,5% no consumo somado das três carnes, sendo quase praticamente todo este incremento se deve somente à carne bovina. Ou seja, o brasileiro está comendo 6 kg a mais de carne bovina no ano, sem diminuir o consumo das demais carnes.

Tabela 3. Produção brasileira, exportação e disponibilidade interna mensais (em toneladas) das três carnes no primeiro semestre de 2023 e 2024. Volumes de exportação líquidos (descontados volumes importados). Consumo per capita ano projetado p/2024 sobre a mesma população do ano passado. – Elaborado por Iuri P. Machado com dados do IBGE e Secex.

Analisando exclusivamente o mercado de carne suína, se por um lado houve estabilização da produção, com crescimento insignificante do abate no 1° semestre em relação ao mesmo período do ano passado e retração em relação ao segundo semestre de 2023 (tabela 4 e 5), as exportações no acumulado do ano, até agosto/24, continuam superando os volumes do ano passado (tabela 6), com quase 5% a mais de embarques de carne suína in natura, sendo que, pela primeira vez na história, dois meses consecutivos (julho e agosto/24) ultrapassaram a marca de 100 mil toneladas de carne in natura exportadas.

Tabela 4. Abate semestral de 2015 e 2024 em cabeças e em toneladas de carcaças de suínos e evolução percentual em relação ao semestre anterior e o mesmo semestre do ano anterior. – Elaborado por Iuri P. Machado com dados do IBGE.

Tabela 5. Abate do 1°  semestre de 2024 e 2023 por estado, em cabeças e toneladas de carcaças e diferença entre um período e outro. – Elaborado por Iuri P. Machado com dados do IBGE.

 

Tabela 6. Volumes exportados de carne suína brasileira in natura (em toneladas), mês a mês, em 2021, 2022, 2023 e 2024 e comparativo percentual de 2024 (de janeiro a agosto) com o mesmo período do ano passado. – Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

O mercado chinês e Hong Kong continuam em retração, enquanto Filipinas, Chile, Singapura, Japão, México e Coreia do Sul mais que compensam esta queda (tabelas 7 e 8), seguindo o tão esperado processo de pulverização das exportações.

Tabela 7. Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada entre janeiro e agosto de 2024, comparado com o mesmo período de 2023, com valor em dólar (FOB). Ordem dos países estabelecida sobre volumes de 2024. – Elaborado por Iuri P. Machado, com dados da Secex.

Tabela 8. Principais destinos da carne suína brasileira in natura exportada em agosto de 2024, com valor em dólar (FOB). – Elaborado por Iuri P. Machado com dados da Secex

A pergunta do momento é: “será que o último trimestre apresentará um novo patamar de preço, acima do que estamos vendo neste 3° trimestre?”

Ainda é cedo para responder a esta pergunta de forma categórica, mas, se analisarmos o histórico dos últimos 9 anos (gráfico 4), sempre o preço médio do suíno no 4° trimestre supera o preço médio do terceiro trimestre.

Gráfico 4. Preço em R$/kg de carcaça suína especial na Grande São Paulo, média trimestral, de 2015 até 2024, sem correção inflacionária. No gráfico está marcado (em pontilhado vermelho) o crescimento do preço do quarto trimestre em relação ao terceiro, em todos os anos. *média do terceiro trimestre de 2024 até o dia 13*09*2024. – Elaborado por Iuri P. Machado com dados do CEPEA

Resta saber se os demais fatores contribuirão para que esta alta se repita no final de 2024. Exportações de carne suína em bom ritmo e carcaça bovina em alta (melhorando a competitividade da carne suína) são favoráveis à concretização deste novo ciclo de elevação de preço no fim de ano, mas é a relação oferta e procura da carne suína o maior determinante. Como não se espera crescimento expressivo da produção de suínos nos próximos meses e o mercado consumidor doméstico, com desemprego em baixa e a entrada do 13° salário, deve manter o viés de alta, especialmente nos meses de novembro e dezembro.

Milho sobe após a colheita, mas relação de troca está muito favorável ao suinocultor

O custo dos principais insumos, principalmente o milho (gráfico 5), cuja segunda safra se encerrou, teve alta nas últimas semanas, mas não na mesma intensidade da alta do preço do suíno. Da mesma forma, o farelo de soja tem se mantido estável. Este comportamento do mercado resultou em um momento de melhor relação de troca do suíno com o mix de milho e farelo de soja (gráfico 6).

Gráfico 5. Preço do milho (R$/SC 60kg) em Campitas(SP), nos últimos 24 meses, até dia 13/09/24. – Fonte: CEPEA

 

Gráfico 6. Relação de troca suíno : mix milho + farelo de soja (R$/kg) em São Paulo, de julho/21 a set/24.
Composição do mix: para cada quilograma de mix são 740g de milho e 260g de farelo de soja por quilograma de mix – *média de setembro/24 até dia 13/09 – Elaborado por Iuri P. Machado com dados do CEPEA – preços estado de São Paulo

Segundo o levantamento mensal de custos da Embrapa, cruzando com dados de preço do suíno do CEPEA (tabela 9), o mês de agosto foi o melhor dos últimos anos em termos de margens financeiras para o produtor nos três estados do Sul.

Tabela 9. Custos totais (ciclo completo), preço de venda e lucro/prejuízo estimados nos três estados do Sul (R$/kg suíno vivo vendido), em 2023 e de janeiro a agosto de 2024. – Elaborado por Iuri P. Machado com dados: Embrapa (custos) e Cepea (preço).

Ainda é cedo para projetar a safra 2024/25. O plantio do milho 1ª safra (verão) já foi iniciado nos estados ao Sul. Segundo a consultoria MBagro, por enquanto há pouca informação disponível. O plantio da soja, embora já autorizado para início de setembro, avança a partir de meados do mês. O clima mostra precipitações no Brasil restritas aos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Amazonas, mas com baixos acumulados. No restante do país o tempo seco e com temperaturas acima da média prevalece, mas está dentro do calendário normal. Segundo a mesma consultoria até o momento não há comprometimento da safra verão ou perspectiva de que o plantio da segunda safra fique fora da janela ideal.

Considerações finais

Para Marcelo Lopes, presidente da ABCS, “Com o mercado externo e doméstico aquecidos, a suinocultura brasileira consolida margens positivas e se prepara para o período historicamente mais favorável, o último trimestre. Todas as atenções ficam por conta do plantio da safra 2024/25 que, conforme o clima pode colocar pressão sobre os custos de produção”, finaliza.

Fonte: Assessoria ABCS
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Centro de inteligência e mercado em aquicultura chega aos cinco anos

Iniciativa da Embrapa e de parceiros reúne dados e informações do setor.

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Foto: Arquivo/OPR

Neste mês de setembro, o Centro de Inteligência e Mercado em Aquicultura (CIAqui), coordenado pela Embrapa, completa cinco anos. Num mesmo espaço digital (https://www.embrapa.br/cim-centro-de-inteligencia-e-mercado-em-aquicultura), os usuários podem acessar diferentes tipos de dados e informações dessa cadeia produtiva de valor que cresce a cada ano. Mesmo ainda longe de transformar todo o seu potencial aquícola em realidade, o Brasil vem aprimorando a atividade. Disponibilizar conteúdos de maneira organizada e constante ajuda no crescimento da aquicultura nacional.

Manoel Pedroza é pesquisador da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO) na área de economia aquícola e coordena o centro, que vem evoluindo com o tempo. “Ao longo desses cinco anos, o CIAqui incorporou novos painéis de dados, tais como cotações de alevinos e filés de peixe, infomapas, custos de produção de tilápia e novos dados de produção. Além disso, passou por mudanças no seu design, o tornando mais funcional. Atualmente, o centro conta com uma média de 1.500 acessos por mês, por pessoas de todo o Brasil e também do exterior”, explica.

Um dos principais produtos disponibilizados é o Informe de Comércio Exterior da Piscicultura, editado a cada trimestre. Desde 2020, ele divulga números e outros conteúdos sobre as movimentações do Brasil na venda e na compra de produtos do setor, com natural destaque para a tilápia, principal espécie tanto na produção como na exportação nacionais. A próxima edição do boletim (de número 19) sairá em outubro, compreendendo o terceiro trimestre de 2024. Segundo Manoel, o informativo é “utilizado por diversos atores da cadeia produtiva. Os
dados de exportações apresentados também podem ser acessados de forma interativa por meio dos painéis do CIAqui”.

Uma das pessoas que costuma acessar o centro é Rui Donizete Teixeira, chefe de divisão do Departamento de Indústria do Pescado (DIP) do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA). “Geralmente, tem sido utilizado como consulta para auxiliar em levantamento estatístico de
balança comercial do pescado. Com os dados obtidos, tenho feito comparação com outras fontes de informações, gerando material para auxiliar nas políticas públicas do departamento”, relata.

Confiabilidade e melhorias – Rui elogia a iniciativa de construção do CIAqui: “a base para se fazer gestão pública e governança de uma cadeia produtiva inicia com informações confiáveis. Portanto, a consulta a um site confiável, como o CIAqui, oriundo de uma instituição conceituada e de referência como a Embrapa, nos tranquiliza quanto aos dados disponibilizados”.

Entre os tipos de conteúdos disponíveis, estão a produção nacional por ano, cotações e custos de produção. Para os próximos meses, uma novidade está sendo preparada: “em breve, lançaremos um aplicativo voltado especificamente para dados de comércio exterior da
piscicultura. Além disso, pretendemos implementar novas parcerias com instituições e empresas visando a levantar e disponibilizar novos ndados e estudos. A implementação da versão em inglês é outra melhoria prevista para o CIAqui”, adianta Manoel.

Os parceiros da Embrapa nesse trabalho são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), as secretarias estaduais da Agricultura e Pecuária (Seagro) e da Aquicultura e Pesca (Sepea) do Tocantins, além dos ministérios da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Agricultura e
Pecuária (Mapa).

Fonte: Assessoria Embrapa Pesca e Aquicultura
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Frísia é uma das maiores organizações do Brasil

Informação foi apresentada na edição especial Valor 1.000, elaborado pelo jornal Valor Econômico.

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Unidade de recebimento de grãos Frísia em Carambeí (PR) - Foto: Divulgação/Arquivo Frísia

A Frísia, com presença nos estados do Paraná e Tocantins, é uma das maiores organizações do Brasil. A cooperativa está na posição 198 de 1.000 empresas ranqueadas na edição especial Valor 1.000, elaborada pelo jornal Valor Econômico. Já na região Sul, a Frísia está alocada na 40ª posição.

O faturamento da cooperativa em 2023, ano de análise da edição, foi de R$ 6,45 bilhões. Ano passado, a Frísia produziu 334,7 milhões de litros de leite, crescimento de quase 7% sobre o período anterior.

A produtividade média diária dos cooperados saltou de 3.342 litros para 3.680 litros. Em relação a grãos, as unidades operacionais do Paraná e Tocantins receberam, em conjunto, mais de um milhão de toneladas, sendo 818.066 toneladas no Paraná e 186.143 toneladas no Tocantins.

O caderno especial tem a parceria do Serasa Experian e do Centro de Estudos em Finanças da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGVcef).

A análise é baseada em dados contábeis e financeiros públicos ou fornecidos pelas empresas para avaliar os diferentes aspectos de negócios.

Fonte: Assessoria Frísia
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IFC

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