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Cientistas desenvolvem tecnologia que faz avaliação biológica do solo

Bioanálise proporciona um diagnóstico mais completo e consegue detectar diferenças entre solos não percebidas nas análises convencionais

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A partir de agora, além das análises químicas e físicas, produtores rurais e consultores agrícolas também contarão com uma nova aliada para avaliar a saúde dos solos. Pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma tecnologia que permitirá revelar aspectos relacionados ao funcionamento biológico do solo que, até então, passavam despercebidos nas análises de fertilidade, mas que podem impactar o desempenho econômico das lavouras e a sustentabilidade dos agroecossistemas.

Chamada de BioAS, a tecnologia é a peça que faltava para melhor compreensão do potencial produtivo desse recurso natural. A afirmação é de Ieda Mendes, pesquisadora da Embrapa Cerrados (DF) que lidera o projeto Bioindicadores. “A biologia é a base da saúde do solo. Até então, não tínhamos ideia de como estava o funcionamento da maquinaria biológica dos nossos solos. A BioAS muda isso”, declara.

A tecnologia consiste na análise de duas enzimas (beta-glicosidase e arilsulfatase) que estão relacionadas ao potencial produtivo e à sustentabilidade do uso do solo. Elas estão associadas, respectivamente, aos ciclos do carbono e do enxofre e funcionam como bioindicadores da saúde do solo. Quantidades elevadas desses bioindicadores indicam sistemas de produção ou práticas de manejo do solo adequadas e sustentáveis. Por outro lado, valores baixos servem de alerta para o agricultor reavaliar o sistema de produção e adotar boas práticas de manejo.

Capaz de antecipar mudanças no solo

Uma das principais vantagens da tecnologia, segundo os especialistas, é justamente antecipar mudanças, positivas ou negativas, que estejam ocorrendo na matéria orgânica do solo em função do manejo adotado na propriedade. Isso ocorre, de acordo com a cientista, porque os bioindicadores são mais sensíveis que os indicadores químicos e físicos. Além disso, as alterações nas comunidades microbianas podem ser detectadas com mais rapidez. “A tecnologia BioAS é como se fosse um exame de sangue do solo que nos permite antecipar problemas de saúde que até então eram assintomáticos”, declara Ieda Mendes.

Além de serem sensíveis para detecção de mudanças no solo, essas enzimas estão relacionadas ao funcionamento do solo (ciclagem de nutrientes), são interpretáveis (teores baixo, médio e alto), apresentam coerência e reprodutibilidade e possuem simplicidade analítica com custo relativamente baixo e sem gerar resíduos. Do ponto de vista do agricultor, estão relacionadas ao rendimento de grãos, daí a importância econômica. Essas enzimas também são relacionadas à matéria orgânica do solo, o que denota importância ambiental.

Durante os últimos vinte anos, pesquisadores da Embrapa se dedicaram à seleção desses bioindicadores. Durante esse trabalho, foram desenvolvidas diferentes tabelas de interpretação que permitem saber exatamente se o nível de atividade dessas moléculas, em diferentes tipos de solo, está baixo, médio ou adequado. Esse foi o grande diferencial do projeto Bioindicadores.

Laboratórios habilitados

A tecnologia BioAS está disponível para o agricultor brasileiro por meio de uma rede de laboratórios habilitados pela Embrapa. Laboratórios de todo o Brasil poderão se integrar, progressivamente, à Rede Embrapa BioAS. Eles estarão conectados aos servidores da Embrapa por meio de um sistema denominado Módulo de Interpretação da Qualidade do Solo da Tecnologia BioAS, que envolve inclusive o cálculo de Índices de Qualidade de Solo (IQS).

De acordo com o pesquisador Guilherme Chaer, da Embrapa Agrobiologia (RJ), um dos responsáveis pelo desenvolvimento desse módulo, os IQS são calculados com base nas propriedades químicas e biológicas em conjunto (IQSFertbio ) e separadamente (IQSBiológico e IQSQuímico). “Trata-se de uma forma simples e eficiente de quantificar a qualidade ou saúde de um solo. Além disso, estamos disponibilizando escores para avaliar o funcionamento do solo com relação à ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes”, explica.

Os parâmetros de referência e tabelas de indicadores envolvidos na tecnologia BioAS são atualizados sistematicamente, com base na rede de experimentos da Embrapa de calibração e desenvolvimento dessa tecnologia. Com isso, os clientes dos laboratórios sempre terão laudos contendo resultados com interpretação atualizada pela Embrapa, safra a safra.

Até o momento, nove laboratórios comerciais de cinco estados do Brasil (Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais, São Paulo e Paraná) foram capacitados pela Embrapa para incluirem em suas rotinas as análises das duas enzimas do solo que são parte da tecnologia BioAS. “Essa tecnologia é a ferramenta que faltava pra fechar o ciclo de diagnóstico”, afirma Renato Alves Filho, responsável técnico e diretor nacional do Laboratório Solos & Plantas, de Sorriso (MT).

Segundo ele, com a capacitação recebida pela Embrapa, foi possível reproduzir no laboratório da empresa o método com valores precisos. “A partir de agora, conseguiremos avaliar a eficiência dos manejos adotados nas propriedades e, com os resultados de fertilidade e textura, gerar o Índice de Qualidade do Solo Fertbio. Isso se traduz em mais informação, mais assertividade das ações e, por consequência, melhores resultados”, enfatiza.

De acordo com o pesquisador Fábio Bueno, para desenvolver essa tecnologia, a estratégia foi facilitar tanto para o agricultor quanto para os laboratórios que vão fazer a BioAS. “A coleta de solo para a bioanálise é feita da mesma forma que se faz para as análises tradicionais. A época de coleta é a mesma (após a colheita das culturas) e quase todos os procedimentos são idênticos. A única coisa que irá mudar é que, para a BioAS, o solo tem que ser coletado na camada de zero a dez centímetros. No laboratório esse solo vai passar pelos mesmos procedimentos de secagem ao ar utilizados para fazer as análises químicas”, explica. “A amostragem do solo para a BioAS é extremamente simples e prática”, enfatiza o diretor da SLC Agrícola, Vitor Vargas.

O produtor rural José Mário Ferreira, de Padre Bernardo (GO), acredita que a tecnologia BioAS vai auxiliar no processo de tomada de decisão na propriedade. “Precisamos de informações para ajudar no planejamento. Tínhamos uma lacuna que nos impedia de avaliar a capacidade produtiva do solo nessa visão mais integrada. A análise ligada à biologia do solo veio para auxiliar nesse sentido”, acredita.

Segundo Ieda Mendes, os agricultores já estavam percebendo que, muitas vezes, o resultado da análise tradicional não condizia com a produtividade obtida. “Tínhamos solos com propriedades químicas semelhantes, dentro do mesmo contexto climático e de cultivo, mas com níveis de produtividade muito distintos. Com a bioanálise, conseguimos mostrar por que isso está acontecendo.”

É o caso do agrônomo João Batista de Almeida, consultor da fazenda Ribeirão (Itiquira, MT). Segundo ele, a produtividade da fazenda não estava sendo explicada somente pelas análises químicas. “Nós tínhamos áreas com teores muito baixos de nutrientes e com bons tetos produtivos. Isso não era explicado quimicamente. Com essa nova tecnologia da Embrapa, hoje podemos fazer avaliação tanto química, quanto física e biológica dos nossos solos. Esse é um parâmetro muito importante para podermos tomar decisão com relação ao manejo e, assim, conseguirmos produtividades mais altas e redução do custo de produção,” prevê.

Solos quimicamente semelhantes, porém biologicamente distintos

No experimento de rotação de culturas na soja (RCS), conduzido desde 2008 pela Fundação Mato Grosso, em Itiquira (MT), os pesquisadores compararam o rendimento de grãos de uma mesma cultivar de soja em monocultivo, rotação e sucessão de culturas com várias espécies vegetais, com destaque para a braquiária. Durante os seis anos iniciais do experimento não houve diferença significativa no rendimento de grãos. No sétimo ano do experimento (2014/2015), ocorreu um veranico no estágio reprodutivo da soja, e a sucessão soja/braquiária produziu 29 sacas por hectare (sc/ha) a mais que a soja em monocultivo.

“Quando analisamos o que justificaria essa diferença verificamos que somente com os resultados da análise química do solo não era possível explicar, pois as áreas eram semelhantes. Isso mostrou claramente a limitação do conceito mineralista (baseado somente nos teores de nutrientes) para determinar a fertilidade do solo como um todo”, disse Ieda Mendes. Já a análise da matéria orgânica do solo (MOS) revelou que a área com braquiária apresentou 1,5 mais MOS. Por sua vez, os resultados da BioAS mostraram atividade quatro vezes maior da beta-glicosidase e oito vezes maior da arilsulfatase nessa mesma área. “Ou seja, os solos eram quimicamente semelhantes, mas biologicamente distintos. Entretanto, com a análise convencional, isso dificilmente seria detectado”, compara.

A pesquisadora destaca que nos anos seguintes ao experimento, o tratamento com a soja em monocultivo (solo “doente”) nunca mais conseguiu obter os mesmos rendimentos dos tratamentos nos quais a soja é cultivada em rotação ou sucessão, sendo que, até a safra 2018/2019, a diferença acumulada era de 119 sc/ha. Segundo Ieda, a melhor tolerância da sucessão soja/braquiária ao veranico foi relacionada à melhor estrutura física do solo nos tratamentos com braquiária e as enzimas funcionam como bioindicadores capazes de detectar essas alterações. Ela explicou que a escalada da melhoria de um solo começa com mudanças na atividade biológica, seguida pelo aumento da MOS, o que resulta, com o passar do tempo, em maior ciclagem de nutrientes, melhor estruturação do solo e maior retenção de água. A cientista esclarece que, no fim, esses fatores resultam em maior produtividade, maior eficiência do sistema produtivo e, consequentemente, maior lucro para o produtor.

“Avaliamos vários trabalhos em diferentes experimentos de sistemas de produção e a correlação entre produtividade e os bioindicadores é sempre alta”, afirma Leandro Zancanaro, diretor de pesquisa da Fundação Mato Grosso. Segundo ele, não há dúvidas de que os bioindicadores serão ferramentas valiosas para melhor entendimento da produção.

A SLC Agrícola também participou da validação da tecnologia. Em 2018, eles expandiram o uso da bioanálise em áreas comerciais para essa finalidade. “O manejo adotado nas nossas fazendas assegurava alta produtividade biológica do solo e uma das consequências é a alta produtividade média das culturas. Na última safra, colhemos mais de 84 sacas por hectare de soja em uma área superior a sete mil hectares. Ferramentas como essa são bastante alinhadas com a preocupação da SLC Agrícola com seus stakeholders”, declara Vargas. “Para nós, a preocupação com a qualidade do solo é fundamental, já que é a base para toda a nossa produção”, completa o diretor.

Solos saudáveis para uma agricultura tropical vibrante

Atualmente a tecnologia BioAS está formatada para os cultivos anuais de grãos e fibras no Cerrado. Em breve, será expandida para outras regiões e outros cultivos como cana-de-açúcar, café e pastagens.

A expectativa dos pesquisadores é que, com a tecnologia, seja inaugurada uma forma mais abrangente de interpretação da saúde dos solos, indo além das questões de deficiência e excesso de nutrientes. Outro aspecto importante é que a BioAS também poderá ser utilizada como um Indicador Agroambiental (IAA), fazendo parte de um conjunto de métricas para avaliações de sustentabilidade dos sistemas de produção agrícolas.

“Isso certamente contribuirá para maior inserção da nossa agricultura na bioeconomia local e mundial. Trata-se de uma iniciativa única no mundo, que poderá credenciar o Brasil como embaixador mundial da saúde do solo,” afirma Ieda Mendes. “Por todas essas razões é que a BioAS é considerada como a mais nova aliada para a sustentabilidade da agricultura brasileira. Por meio da adoção de sistemas de manejo que favoreçam a saúde do solo, todos saem ganhando: o agricultor, o meio ambiente e a sociedade,” completa.

Fonte: Embrapa Cerrados

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Combate a agrotóxicos ilegais se multiplica com ações integradas

Evento em Campinas discutiu ações de empresas e do poder público para reduzir ocorrências; destinação de produtos apreendidos foi debatida.

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Atuar na descapitalização de organizações criminosas que atuam no contrabando ou falsificação de agrotóxicos químicos e biológicos tem sido uma estratégia adotada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) no combate às fraudes e crimes envolvendo o produto. O assunto foi debatido nesta terça (23), no Workshop sobre Agrotóxicos Ilegais realizado em Campinas (SP). O evento foi promovido por uma associação de empresas de pesquisa, desenvolvimento e inovação que atuam nas áreas de sementes, biotecnologia, defesa vegetal e agricultura digital, a Croplife-BR. 

O Mapa participou do evento na abertura e com uma palestra técnica. O superintendente do ministério no Estado de São Paulo, Guilherme Campos, lembrou que o setor produtivo cobra, com muita justiça, ações de combate à ilegalidade das autoridades competentes. “Vamos fazer a nossa parte para que o mercado de agrotóxicos ilegais seja erradicado da atividade produtiva no campo”, disse. 

Fotos: Divulgação/Mapa

O auditor fiscal federal agropecuário, Julio Cesar Lima, chefe da Divisão de Fiscalização de Agrotóxicos e Afins, lembrou em sua palestra que as ações tomadas por diferentes atores, como polícia militar nos Estados, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Mapa, Receita Federal, Polícia Civil, Ministério Público, Polícia Federal, entre outras, acabam multiplicando o combate aos produtos ilegais. 

Segundo ele, a recente inclusão do Mapa no Programa de Proteção Integrada de Fronteiras (PPIF), em 2019, incrementou a fiscalização sobre contrabando e adulteração de agrotóxicos. A divisão que Julio chefia já realizou nesses quatro anos 37 operações e 26 treinamentos teórico e em serviço para instituições parceiras. 

“Eventos como este de Campinas, onde explicamos desde o conceito de agrotóxicos até as rotas de contrabando, acabam estimulando ainda mais as ações de repressão”, afirmou. Segundo o auditor do Mapa, no passado esses produtos entravam no Brasil pelos países vizinhos, mas agora já são descobertos produtos ilegais chegando em portos e aeroportos brasileiros. 

Com a ação integrada entre várias instituições, há troca de informações e documentos oficiais que permitem ampliar as punições. Por exemplo, mesmo que o Mapa não tenha participado de uma determinada operação, os boletins de ocorrência ou autos de infração lavrados por outra instituição podem embasar o processo administrativo na instância do ministério. Desta forma, as penalidades previstas em diferentes legislações vão se acumulando. 

Outro assunto tratado no workshop foi a dificuldade de encontrar espaços disponíveis para armazenar os produtos ilegais apreendidos. Uma alternativa apresentada por Julio foi utilizar a estrutura de empresas de pesquisa que descartam corretamente seus componentes químicos. Esses resíduos são despejados em tanques, onde o líquido evapora e resta apenas a parte sólida, menos volumosa. Essa borra pode ser destinada à incineração, em uma condição mais favorável. O servidor sugeriu parcerias público-privadas para viabilizar essa medida.  

Dados apresentados no workshop indicam que cerca de 25% dos agrotóxicos utilizados no Brasil são ilegais. Legislação recente do Mapa alterou o valor da multa aplicada, passando do teto de R$ 40 mil para R$ 150 mil para casos considerados gravíssimos, como o contrabando. 

Empresas produtoras de agrotóxicos legais que participaram do evento apresentaram aplicativos e medidas investigativas que estão adotando para ajudar a identificar produtos suspeitos e conter o avanço de organizações criminosas. Uma delas afirmou que investe em processos punitivos até o final, por meio de ações judiciais. 

Fonte: Assessoria Mapa
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Economia Verde do Paraná alcança R$ 140 bilhões e já representa 32,9% do PIB

Segundo o relatório, cerca de um terço do PIB estadual total (32,9%) está relacionado à Economia Verde, somando R$ 140,1 bilhões. Os dados são de 2020. Entre as áreas que mais contribuíram para compor esse valor estão a Agropecuária (40%, ou R$ 56 bilhões), seguida do setor de Serviços (37%, ou R$ 51 bilhões) e da Indústria (23%, ou R$ 32 bilhões).

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Foto: Alex Adam/SEPL

O Governo do Paraná lançou nesta quarta-feira (24) dois importantes estudos desenvolvidos pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) com foco na construção de indicadores econômicos: o PIB da Economia Verde Paranaense e a atualização da Matriz Insumo-Produto do Paraná (MIP).

O primeiro traz dados que enfatizam a representatividade econômica desse estrato produtivo para além da sua importância em termos de sustentabilidade. Segundo o relatório, cerca de um terço do PIB estadual total (32,9%) está relacionado à Economia Verde, somando R$ 140,1 bilhões. Os dados são de 2020. Entre as áreas que mais contribuíram para compor esse valor estão a Agropecuária (40%, ou R$ 56 bilhões), seguida do setor de Serviços (37%, ou R$ 51 bilhões) e da Indústria (23%, ou R$ 32 bilhões).

A condição favorável do setor primário (agricultura) se deve à inexistência de atividades reconhecidamente danosas na estrutura produtiva, como a extração de madeira em florestas nativas, caça de animais, retirada de vegetação natural para a produção de carvão e coleta de palmito não plantado, entre outras. Em relação aos Serviços, o estudo aponta aderência à Economia Verde nas subatividades de transporte, armazenagem e correio, além da administração pública. O desafio é maior na Indústria por causa dos pesos do refino de petróleo e da fabricação de automóveis.

Outro aspecto positivo da matriz paranaense é que os chamados Serviços Industriais de Utilidade Pública (SIUPs), que abrangem a geração de energia elétrica e o saneamento, entre outros, estão integralmente incorporados à Economia Verde, refletindo a utilização de fontes renováveis e os benefícios gerados em âmbito social, incluindo as questões de saúde da população.

A Economia Verde é entendida como um modelo econômico que tem o objetivo de melhorar o bem-estar da população, ao mesmo tempo em que procura reduzir os riscos ambientais e promover o uso racional dos recursos naturais. Além disso, as ações propostas envolvem a mitigação dos danos ambientais e a aplicação de medidas para a amenização dos impactos das mudanças climáticas.

A discussão sobre esse setor é tendência mundial e abrange sustentabilidade, transição energética, clima, segurança alimentar e descarbonização das cadeias, áreas em que o Paraná ocupa excelente posição em relação a outros estados e países e caminha para avançar ainda mais. “O Paraná foi reconhecido, por três vezes consecutivas, como o Estado mais sustentável do Brasil e está bem posicionado naqueles grandes atributos verdes. Temos que gerar agora um ambiente favorável para que as empresas possam se capitalizar dessa realidade”, disse o secretário de Planejamento, Guto Silva.

Segundo ele, com esse recorte do PIB da Economia Verde, vai ser possível alavancar novos negócios e trazer as empresas e entidades para esse debate. “Isso é importante para que a gente possa ter um olhar a longo prazo, em que o Paraná possa gerar emprego, aumentar sua renda e, sobretudo, aproveitar essa tendência verde para o qual o mundo tem dado cada vez mais atenção”, complementou.

Os dados estão baseados em informações detalhadas do cálculo do PIB do Estado, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em parceria com o Ipardes, e a seleção de atividades definida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), amparada em diversas pesquisas de entidades internacionais.

“Com esse novo índice, é possível observar a parcela da produção estadual de bens e serviços que está comprometida com a sustentabilidade, não somente ambiental como social, podendo subsidiar a elaboração de políticas públicas que buscam conciliar o desenvolvimento com a redução dos riscos ambientais e o uso racional dos recursos naturais”, afirmou o diretor-presidente do Ipardes, Jorge Callado.

Matriz insumo-produto

Já a Matriz de Insumo-Produto do Paraná construída pelo Ipardes com o apoio da Secretaria de Estado da Fazenda mede os impactos de intervenções públicas ou privadas na economia local (produção, emprego e renda) das atividades econômicas, de projetos governamentais e do setor privado de determinada região. O ano base do relatório é 2018.

A mensuração dos efeitos socioeconômicos das obras de infraestrutura ou da instalação de grandes empreendimentos produtivos é um dos exemplos do uso da MIP, que também pode subsidiar o desenho de políticas de desenvolvimento. A análise setorial por meio da MIP permite identificar quais os setores preponderantes sob diversas óticas, tais como geração de renda e emprego, inter-relação setorial, multiplicadores de valor adicionado e de impostos, entre outras.

A MIP paranaense foi construída com base na Tabela de Recursos e Usos (TRU) do Estado, que, por sua vez, traz informações obtidas por meio de Notas Fiscais Eletrônicas (NF-e) fornecidas pela Secretaria da Fazenda.

“O PIB da Economia Verde do Estado e a Matriz Insumo-Produto do Paraná são documentos técnicos que têm a função de embasar não só políticas públicas, mas iniciativas dos demais setores produtivos e realizar o diagnóstico e o monitoramento do impacto social, econômico e ambiental dessas atividades”, complementou Callado.

Presenças

Participaram do lançamento dos estudos os secretários estaduais da Indústria, Comércio e Serviços, Ricardo Barros; da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; o diretor-presidente da Fomento Paraná, Heraldo Neves; o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin; o ex-governador e secretário do Codesul/PR, Orlando Pessuti, e representantes de entidades de setores produtivos.

Fonte: AEN-PR
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Subsecretaria de Tecnologia da Informação trabalha para modernizar Ministério da Agricultura

Objetivo é deixar o órgão mais contemporâneo, focado no desenvolvimento de inovações tecnológicas para o serviço público e para a sociedade.

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Foto: Divulgação/Mapa

Uma das áreas de atuação do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) é o de sistemas com informações voltadas para o agronegócio. Para isso, a Subsecretária de Tecnologia da Informação (STI) trabalha no desenvolvimento de inovações tecnológicas para os servidores e para a sociedade.

Um exemplo foi o lançamento, no início do mês de abril, da versão eletrônica da emissão de Certificados Sanitários Nacionais (CSN) para o trânsito de produtos de origem animal no território brasileiro. A iniciativa visa dar mais eficiência e rapidez neste processo, trazendo benefícios tanto para o serviço público quanto para as empresas que as utilizam, além de melhor rastreabilidade e maior segurança.

Já foram mais de mil requerimentos e cerca de 500 pedidos analisados. A ferramenta foi desenvolvida dentro do Sistema de Informação Gerencial do Serviço de Inspeção Federal (SIGSIF), em um trabalho conjunto com a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA). “O trabalho realizado hoje aqui no Mapa é para deixar um legado de um Ministério contemporâneo, mais moderno, mais eficiente, mais rápido, com menos gargalos, para que tudo isso funcione mais rápido”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

De acordo com o subsecretário Camillo Mussi, o próximo passo será a implementação da extensão para a emissão de Certificados Sanitários Internacionais (CSI), de acordo com as tratativas e aceitação dos países importadores. A medida deve beneficiar as exortações dos produtos brasileiros.

Além disso, também está em fase final de desenvolvimento a certificação sanitária eletrônica internacional de produtos de origem vegetal, chamada de E-Phyto. “Isso vai trazer uma rapidez nas exportações brasileira de produtos vegetais, além da diminuição de custos para o Brasil e a diminuição do tempo de armazenamento de cagas no porto”, afirma Mussi.

Cada Secretaria do Mapa conta com profissionais de desenvolvedores e gerentes de projetos da STI para a criação de novos programas, modernização de sistemas e manutenção. Além disso, a Portaria Mapa nº 614/2023 apresenta as diretrizes para as contratações de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação no Ministério.

Outro ponto de trabalho é a garantia de segurança de sistemas. Atualmente a Subsecretaria é responsável pela gestão dos servidores do Mapa, das Superintendências Federais de Agricultura (SFAs); do Instituto do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet); do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA); e do Ministério de Pesca e Aquicultura (MPA).

Só no Mapa são mais de 10 mil usuários, além de mais de 176 pontos espalhados entre os estados, desde as SFAs e laboratórios. É a segunda maior estrutura de gestão tecnológica entre os Ministérios.

A STI realiza campanhas de conscientização de segurança da informação e links de transmissão com segurança de proteção na ponta de dados. Foram 83 instalações de aquisição de soluções de segurança, distribuídos entre os órgãos.

Entre as novidades que estão por vir, Mussi revelou que a partir do mês de maio, as Superintendências, os Laboratórios e as demais estruturas, contarão com rede de Wi-Fi sem fio com mais segurança e proteção.

Há também a elaboração de painéis de acompanhamento, chamado de dashboards, sendo uma realização em parceria com as Secretarias e os outros órgãos, como Sistema PesqBrasil e o lançamento que irá ocorrer em maio do Cadastro de Agricultor Familiar 3.0.

Foram lançados ainda a Política de Segurança da Informação o Plano Diretor de Tecnologia da Informação e Comunicação (Pdtic) 2023-2025. Além disso, o Comitê Segurança da Informação (CSI/Mapa) realiza reuniões ordinárias e extraordinárias, conforme a legislação.

Além disso, foi trabalhado pela STI a automatização dos controles das demandas recebidas pelo Mapa na Plataforma Integrada de Ouvidoria e Acesso à Informação, conhecida como Fala.BR. A medida gerou evolução no atendimento, com melhor monitoramento e controle das demandas, cuja resposta dentro do prazo foi facilitada. O próximo passo, em elaboração, será o Plano de Dados Abertos, parceria entre a STI e a Ouvidoria.

Para todos estes trabalhos, ações e execuções, a Subsecretaria de Tecnologia teve o investimento de 71 milhões em 2023. Para este ano, a previsão de investimento é de 80 milhões.

Fonte: Assessoria Mapa
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