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Chuvas irregulares afetam plantio de trigo em São Paulo

Reporte foi feito durante reunião da Câmara Setorial do Trigo de São Paulo, realizada em Capão Bonito (SP).

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Foto: Divulgação/Sindustrigo

O regime de chuvas não favoreceu as lavouras de trigo de São Paulo, afetando a fase que antecedeu e a posterior ao plantio, resultando em uma produtividade menor do que as 550 mil toneladas inicialmente previstas para a safra 2023. Segundo informações apresentadas na manhã de 22 de junho, durante a reunião da Câmara Setorial do Trigo, em Capão Bonito (SP), o volume do grão colhido no estado deverá chegar a 400 mil toneladas, o que representa uma redução de cerca de 20% do projetado na última safra.

O presidente da Câmara Setorial, Ruy Zanardi, ressaltou que as perspectivas ficaram aquém do esperado pelo setor. “Nós tivemos alguns problemas de chuvas na fase de plantio e pós, isso fez com que as lavouras tivessem um desenvolvimento irregular. Ainda esperamos um bom volume de produção para esse ano, mas não como foi previsto na primeira reunião da Câmara”.

Zanardi destacou que, infelizmente, as chuvas não chegaram na hora certa. “Isso fez com que houvesse um plantio tardio por parte de alguns produtores, o que acarretará um atraso na colheita, que pode coincidir com o início do período de chuvas, podendo afetar a qualidade dos grãos”.
Diante desse cenário, o presidente da Câmara prevê que o número da produção desta safra será menor do que a anterior. “Em 2022 chegamos às 500 mil toneladas, mas esse ano a perspectiva é que percamos cerca de 20% desse volume. Mesmo assim ainda é um bom número para o estado de São Paulo, apesar da esperança, até então, de que cresceríamos pelo menos 10%”.

O valor foi apurado após o reporte das quatro maiores cooperativas do estado e cerealistas paulistas, que apontou a redução da produção por conta do clima desfavorável em momentos cruciais para o desenvolvimento do trigo como um dos fatores que permitiu este resultado.

Brasil acima da média

Apesar da redução no número previsto para a safra de 2023, o consultor de Gestão de Riscos da StoneX Brasil, Jonathan Pinheiro, explica que o País possui uma oferta ainda disponível no mercado interno e uma perspectiva de safra nova muito boa, que pode pressionar um pouco o mercado interno e manter os preços um pouco mais baixos.

Para São Paulo, ele aponta a perspectiva de um crescimento da área de cultivo, o que poderá aumentar a produção. “Ainda depende de um cenário climático, mas no geral a perspectiva é de aumento de produção. E diante de um cenário internacional com preços um pouco menores, também vemos uma expectativa de crescimento das importações, já que temos grandes moinhos importadores aqui em São Paulo”, detalha o consultor.

Números da moagem de trigo no Brasil

O superintendente da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo), Eduardo Assêncio, apresentou durante o Encontro, a compilação de dados referentes à moagem de trigo no Brasil. Em 2022, o País apresentou uma estabilidade em relação ao volume de trigo moído no ano anterior. Foram processadas, ao todo, 12,56 milhões de toneladas do cereal em 144 plantas industriais.

As 12.565.920 toneladas de trigo processadas originaram, aproximadamente, 8,5 milhões de toneladas de farinha para o mercado. Os principais setores que receberam a farinha de trigo produzida foram o de panificação e pré-misturas (42,6% do total), da indústria de massas (12,5%) e da indústria de biscoitos (10%).

No caso de São Paulo, a moagem realizada no estado corresponde a 13% do montante brasileiro, por meio do trabalho conduzido em 15 plantas. O volume de farinha produzido foi de 1.428.751 toneladas, cujas principais destinações foram para panificação e pré-mistura (49,3%), embalagens de 5kg (13,4%) e indústria de massas (9%).

Uma década de trabalho pelo trigo paulista

A Câmara Setorial do Trigo completa 10 anos em 2023, desde que foi reativada, um trabalho fomentado e capitaneado pela Secretária de Agricultura do Estado do São Paulo, com o importante apoio do Sindicato da Indústria do Trigo de São Paulo – Sindustrigo.

“Ao longo desses dez anos, a Câmara conseguiu aproximar o setor produtivo da indústria, promovendo a melhora da qualidade do trigo de São Paulo, o que gerou um incremento na produtividade e o aumento do volume de safra. Fortalecemos a cadeia de forma geral, pois entendemos o papel e os anseios de cada elo e todos precisam estar mais fortes”, ressaltou.

Na oportunidade o atual presidente agradeceu os envolvidos nesse trabalho de uma década, que resultou em um importante avanço para a cadeia no estado. “Tivemos muitas pessoas envolvidas nessa tarefa de promover o crescimento da produção de trigo no estado, não só em volume, mas também em qualidade. Pessoas como Nelson Montagna, Mauricio Ghiraldelli e Victor Oliveira, que estiveram como presidente nos últimos anos e também a equipe e os representantes da Secretaria, Alberto Amorim e José Carlos Júnior, bem como a Capal Cooperativa Agroindustrial, a Castrolanda Cooperativa Agroindustrial, a Cooperativa Agroindustrial Holambra e a Cooperativa Agrícola de Capão Bonito e os produtores são personagens importantes para essa evolução do cereal em São Paulo”, finaliza Zanardi.

Fonte: Assessoria Sindustrigo

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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo

Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024

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Fotos: Shutterstock

No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.

Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.

“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.

Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.

“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.

Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.

As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.

Mudanças estabelecidas

Prazos

Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.

O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.

Desburocratização da declaração

A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.

A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.

Fonte: Assessoria Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado

Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.

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Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.

A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.

Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.

A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.

Ameaças sanitárias e os impactos para a economia

No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.

A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.

Fonte: Assessoria Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul

Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.

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Foto: oliver de la haye

O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.

A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.

Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.

Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.

“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.

Foto: Shutterstock

O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.

Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.

Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.

Veja aqui o vídeo do presidente.

Fonte: Assessoria Faesp
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