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Chuvas intensas afetam agricultura e elevam preços de hortaliças no Paraná

A colheita de trigo evoluiu sete pontos percentuais e 80% da área de 1,4 milhão de hectares já foi colhida, com a oferta de aproximadamente 3 milhões de toneladas ao mercado.

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Foto: Roberto Dziura

As chuvas acima das médias registradas na primavera no Paraná têm causado transtornos em infraestrutura urbana e rural e provocado aumento no preço de produtos da horticultura estadual. O assunto é analisado no Boletim de Conjuntura Agropecuária relativo à semana de 12 a 19 de outubro. O documento é preparado pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

O boletim registra que o Núcleo Regional de Curitiba, responsável por 40,9% das atividades olerícolas do Estado, acumulou 394 milímetros de chuvas até a última terça-feira (17). O volume é bastante superior à média histórica de 100 a 190 milímetros para todo o mês de outubro no entorno da Capital.

“Os institutos de meteorologia previam a influência do fenômeno El Niño, com característica de chuvas acima da média neste início da estação, no entanto os volumes têm sido intensos, ocasionando transtornos à infraestrutura urbana e rural, além da agropecuária de um modo geral e nos cultivos de hortaliças em específico”, salientou o engenheiro agrônomo Paulo Andrade, analista de horticultura no Deral.

Um levantamento da variação de preços dos 30 principais produtos transacionados na Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasa), particularmente em Curitiba, aponta que 11 deles tiveram elevação na cotação desde o início do mês, influenciados pelas intempéries.

A alface, que está entre as hortaliças mais populares, saiu de um valor médio de R$ 15,00 a caixa com 7 quilos, registrado em 2 de outubro, para R$ 30,00 na quarta-feira (18). Já o morango apresentou aumento de 94,4%. No início do mês quatro bandejas (1,5 quilo) custavam em média R$ 18,00, e agora são compradas por R$ 35,00.

“Com atividades a céu aberto e os solos saturados de água, as perdas são inevitáveis nos produtos da horta”, afirmou o analista. “Haverá um consequente impacto na elevação dos preços ao consumidor, que deverão se manter em patamares altos até a normalização dos eventos climáticos”.

Feijão e trigo

As chuvas intensas também não permitiram avanço expressivo no plantio do feijão, assim como o trato da cultura. A evolução foi de apenas quatro pontos percentuais na semana, com 70% da área de 111 mil hectares já semeada. O Paraná tem a quarta maior área do Brasil, que plantará 860 mil hectares nesta primeira safra.

A colheita de trigo evoluiu sete pontos percentuais e 80% da área de 1,4 milhão de hectares já foi colhida, com a oferta de aproximadamente 3 milhões de toneladas ao mercado. O volume é suficiente para abastecer a indústria paranaense por aproximadamente nove meses.

Soja e miho

O documento do Deral registra ainda que as exportações paranaenses do complexo soja (grão, óleo, farelo e demais derivados) totalizaram 12,3 milhões de toneladas entre janeiro e setembro deste ano. A receita obtida foi de US$ 6,6 bilhões. A previsão é que até o final do ano sejam embarcadas mais 3 milhões de toneladas de soja do Paraná.

Em milho, o Paraná exportou 2,7 milhões de toneladas nos nove primeiros meses. A expectativa é fechar o ano com volume superior a 4 milhões de toneladas, com possibilidade de superar os 4,7 milhões registrados em 2019 e que se mantêm como recorde.

Leite

Os produtores de leite paranaenses receberam R$ 2,36 pelo litro do produto no fechamento de setembro. Outubro, no entanto, iniciou com preços ainda inferiores. Na primeira quinzena, em algumas regiões, o valor chegou a menos de R$ 2,00.

Na relação de troca, em setembro foram necessários 21,25 litros de leite para comprar uma saca de farelo de milho no Paraná. No mês anterior a proporção tinha sido de 19,77 litros para uma saca. Ainda que a relação tenha se tornado ainda menos favorável, apresenta-se melhor que a de setembro do ano passado, quando se precisava de 26,6 litros para comprar uma saca de farelo de milho.

Fonte: Agência Estadual do Paraná

Notícias Atenção produtor rural

Prazo para declaração do ITR encerra em 30 de setembro, alerta Faesc

Documento deve ser enviado por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal.

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Foto: José Fernando Ogura

O prazo para a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), referente ao exercício de 2024, vai até 30 de setembro. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc) alerta para que o produtor rural fique atento ao prazo para evitar multas.

De acordo com a Instrução Normativa RFB nº 2.206/2024 é obrigatório apresentar a declaração de pessoa física ou jurídica, proprietária, titular do domínio útil ou possuidora de qualquer título, inclusive a usufrutuária, um dos condôminos ou um dos compossuidores.

A declaração deve ser enviada por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, que está disponível no site da Receita Federal. Além disso, continua sendo possível a utilização do Receitanet para a transmissão da declaração.

O imposto é obrigatório para todo o imóvel rural, exceto para os casos de isenção e imunidade previstos em lei, portanto o produtor deve ficar atento aos prazos de envio do documento para não pagar multas e juros. E caso o contribuinte verifique algum erro após o envio da declaração, ele deve fazer a retificação por meio do Programa ITR 2024.

A declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do ITR (DIAC) e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (DIAT).

O contribuinte, cujo imóvel rural já esteja inscrito no Cadastro Ambiental Rural (CAR), deve informar o respectivo número do recibo de inscrição. O pagamento do imposto poderá ser feito através do Documento de Arrecadação de Receitas Federais (DARF), ou via QR Code (Pix).

No dia 24 de julho, o Governo Federal publicou a Lei n° 14.932/2024 que retira a obrigatoriedade de utilização do Ato Declaratório Ambiental (ADA) para a redução do valor devido do ITR. Entretanto, a Receita Federal, por meio da Instrução Normativa (IN) 2.206/2024, ainda obriga o produtor rural a apresentar a ADA neste ano.

A CNA e a Faesc trabalham para que a Receita faça a revisão da normativa o mais breve possível. Mesmo com a lei em vigor, recomendam manter o preenchimento do ADA via Ibama, para fins de exclusão das áreas não tributáveis do imóvel rural e inserção do número do recibo na DITR 2024.

O contribuinte pode conferir o Valor de Terra Nua (VTN) 2024 publicado no site da Receita Federal pelas Prefeituras conveniadas. A FAESC lembra que, caso os valores não estejam de acordo com os requisitos determinados pela Instrução Normativa RFB n° 1.877/2019, deve ser feita denúncia por meio do Sindicato Rural junto à Delegacia Regional da Receita.

Fonte: Assessoria Faesc
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Colunistas

Segurança alimentar na América Latina e Caribe: progresso, desafios e o compromisso de avançar

Somente com um compromisso firme poderemos acabar com a fome e a má nutrição. Sem deixar ninguém para trás.

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Foto: Ari Dias

A última publicação do relatório Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2024 (SOFI, na sigla em inglês), lançada em julho passado durante a reunião do G20 no Rio de Janeiro, oferece uma visão detalhada dos avanços e retrocessos na luta contra a fome. Em nível global, embora tenhamos alcançado alguns progressos, persistem desigualdades significativas: enquanto a África continua sendo a região mais afetada, a América Latina apresenta sinais positivos de recuperação, refletindo o impacto dos esforços conjuntos para melhorar a segurança alimentar na região.

O caminho não tem sido fácil. Após a pandemia de COVID-19, nossa região foi uma das mais afetadas pela fome, atingindo em 2021 seu ponto mais alto, com 6,9% da população afetada, enquanto 40,6% enfrentaram insegurança alimentar moderada ou grave. Durante vários anos, observamos como os avanços obtidos no início dos anos 2000 foram rapidamente revertidos.

No entanto, nos últimos dois anos, houve uma diminuição nos níveis de fome, com uma taxa de 6,2% da população, o que representa uma redução de 4,3 milhões de pessoas, impulsionada principalmente pela América do Sul.

Investimentos em programas de proteção social em vários países da região têm sido fundamentais para impulsionar essa recuperação. Através dos sistemas sociais, foi possível responder rapidamente e direcionar os recursos financeiros disponíveis de maneira mais eficaz para as populações mais vulneráveis.

Apesar dos progressos na região, as sub-regiões do Caribe e da América Central continuam a enfrentar desafios no aumento da fome. Não podemos nos permitir retroceder. É fundamental que aprofundemos a análise das visões e estratégias que mostraram resultados positivos para continuar avançando nesse caminho.

A seis meses da Conferência Regional da FAO em Georgetown, Guiana, nos comprometemos a dar respostas tangíveis às prioridades estabelecidas pelos países para transformar os sistemas agroalimentares e alcançar uma Melhor Produção, uma Melhor Nutrição, um Melhor Meio Ambiente e uma Vida Melhor.

Na FAO, iniciamos um processo de reflexão de alto nível junto aos governos para compartilhar experiências de políticas públicas orientadas a garantir a segurança alimentar e nutricional.

Nossa região, assim como o resto do mundo, deve estar preparada para enfrentar riscos crescentes como a mudança climática, conflitos, crises econômicas, entre outros desafios.

A América Latina e o Caribe demonstraram que, com políticas adequadas, podemos avançar e oferecer respostas concretas e sustentáveis. Somente com um compromisso firme poderemos acabar com a fome e a má nutrição. Sem deixar ninguém para trás.

Fonte: Por Mario Lubetkin, subdiretor-geral e Representante Regional da FAO na América Latina e Caribe
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Notícias

9º Encontro do Trigo de São Paulo debate projeções e tendências futuras para a cadeia do cereal

Evento será realizado pelo Sindustrigo no dia 27 de setembro, a partir das 8h, na Fiesp.

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Foto: Arquivo/OPR

Em um momento desafiador para todos os elos do setor no Brasil, o Sindicato da Indústria do Trigo do Estado de São Paulo (Sindustrigo) realiza no dia 27 de setembro o 9º Encontro da Cadeia Produtiva do Trigo de São Paulo, às 8h, no Espaço Nobre da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), na capital paulista. O evento, que também será transmitido on-line, reunirá especialistas e profissionais do setor que irão debater as tendências, transformações e desafios da cadeia do cereal.

9º Encontro da Cadeia Produtiva do Trigo de São Paulo – Foto: Divulgação/Sindustrigo

“O Encontro do Trigo de São Paulo já se tornou um evento tradicional e que faz parte do calendário do setor anualmente, se destacando pela qualidade e importância dos temas escolhidos e pelos palestrantes convidados. Esse ano debateremos assuntos relevantes ao setor, buscando auxiliar toda a cadeia a se preparar para os desafios do próximo ano, com perspectivas e análises sobre o comportamento e tendências do mercado”, afirma o presidente do Sindustrigo, João Carlos Veríssimo.

Entre os palestrantes já confirmados está o economista-chefe do Banco Itaú, Mário Mesquita, que participará do painel “Cenário econômico brasileiro”, trazendo um panorama do mercado nacional, com informações sobre como se comportou e as projeções futuras. Com um vasto currículo, Mesquita já foi diretor de Política do Banco Central do Brasil (BCB) e atuou no Fundo Monetário Internacional (FMI), além de ter passagens pelos bancos ABN Amro Real e Brasil Plural e ser doutor em Economia pela Universidade de Oxford.

Foto: Arquivo/OPR

O painel “Conjuntura mercadológica internacional e nacional do trigo” contará com a participação do economista graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Elcio Bento, que também atua como palestrante, consultor e é responsável pelo Departamento de Análise do Mercado de Trigo. Em sua participação no evento, Bento irá trazer informações sobre a produção do grão no Brasil e mundo, evidenciando as projeções de safra dos principais países produtores e os impactos no mercado brasileiro.

As “Tendências globais de consumo e aplicabilidade no mercado brasileiro” serão o tema do terceiro painel do evento, que contará com a coordenadora de Marketing da Prozyn Biosolutions, Julia Browne. Com mais de 15 anos de experiência em Marketing e Design, a coordenadora já atuou nos setores de saúde, alimentos e bebidas, com passagens por empresas como Editora Abril, Bayer e Grupo Elfa. Em sua palestra, Browne apresentará novidades no mercado de consumo de derivados de trigo no mundo, destacando as possibilidades existentes neste cenário no Brasil.

Para fechar o evento, o painel “A expansão e transformação do atacarejo” será apresentado pelo diretor de Vendas para Novos Negócios para América Latina, Claudio Czarnobai. Formado em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo (USP), com MBA em Gestão Empresarial e Mercados de Consumo pela Fundação Instituto de Administração (FIA), o profissional trabalha na Nielsen/NielsenIQ onde, desde 2021, lidera as estratégias e ações da equipe, sendo o encarregado de desenvolver uma estrutura comercial cada vez mais moderna para a empresa e seus clientes, com as melhores ferramentas e práticas do mercado.

Os interessados em participar do 9º Encontro da Cadeia do Trigo de São Paulo, presencial ou via remota, devem se inscrever no link https://bit.ly/4ctOuoL.

Fonte: Assessoria Sindustrigo
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ABMRA 2024

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