Sanidade vegetal Paraná
Chuva dificulta crescimento populacional da cigarrinha do milho em Marechal Rondon; confira boletim atualizado
Condição ambiental dos últimos dias embora atrase a colheita da soja e semeadura do milho safrinha, também impede o crescimento populacional da cigarrinha atuando positivamente a favor da produção de milho na fase de maior risco para ocorrência de enfezamento para a cultura compreendido entre os estádios VE e V6.
O Boletim Técnico nº5 – Alerta Cigarrinha, divulgado nesta segunda-feira (27), mostra que o Distrito de São Roque apresenta menor presença de cigarrinhas, com redução média de 85% em relação a avaliação anterior, e o Distrito de Iguiporã é o único que teve aumento de insetos capturados. No entanto, constatou-se até o momento que em todos os distritos o vírus do Rayado Fino está presente.
O período dessa avaliação foi de 14 a 21 de fevereiro, sendo as condições climáticas no período com média de precipitação pluviométrica acumulada no município rondonense de 212 mm, com variação na distribuição das chuvas sendo registrado média de 150 mm em Novo Três Passos e 295 mm no Distrito de Novo Horizonte.
A temperatura média no período foi de 22 °C, máxima de 27 ºC; mínima de 18 ºC e a umidade relativa do ar média de 82% com máxima de 94% e mínima de 62%.
Nesta quinta avaliação da flutuação populacional de Dalbulus maidis na cultura do milho safrinha, cuja área de avaliação consta de 63% de milho semeado, dos quais 60% ainda está na fase de uma a três folhas (V1-V3) e 56% já realizou pelo menos uma aplicação de inseticida para controle das pragas iniciais.
Quanto a população de cigarrinhas, 14 (25%) das armadilhas não capturaram o inseto (cor branca no mapa) e 42 pontos registraram a sua presença nas armadilhas, que contabilizaram um total de 284 cigarrinhas, sendo que 23 armadilhas (41%) capturaram até cinco cigarrinhas (pontos cor amarela); 17 armadilhas (30,4%) de seis a 20 cigarrinhas (pontos cor laranja claro) e duas armadilhas (3,6%) capturaram entre 21 e 50 cigarrinhas (pontos cor laranja escuro). Doze armadilhas não foram instaladas nessa avaliação, por falta de armadilhas decorrente de problemas de logísticos.
O município apresentou média de 5,1 cigarrinhas por ponto de avaliação, isso significa redução de 60% em relação a avaliação anterior, no entanto deve ser considerado que no universo amostral são 12 armadilhas a menos.
Na Figura 2 pode-se observar que o Distrito de São Roque apresentou menor presença do inseto (1,6 cigarrinhas), redução de 85% em relação a avaliação anterior e o Distrito de Iguiporã apresentou a maior presença, com 10 cigarrinhas capturadas em média (único com aumento de 15%). As outras regiões variaram de três a 7,1 cigarrinhas capturadas, todas com redução na população.
De acordo com a equipe do projeto Alerta Cigarrinha houve uma redução drástica no distrito de Margarida, no entanto considera-se o dado desqualificado pelo número reduzido de armadilhas, especialmente em pontos com alta população e sugerimos considerar o dado desse distrito na próxima edição do Boletim Técnico.
A sede municipal e os Distritos de Novo Horizonte, Porto Mendes e Novo Três Passos apresentaram redução de 60%, 69%, 46% e 33% respectivamente. A flutuação populacional desde o início das avaliações em 16 de janeiro, pode ser visualizada na Figura 4.
Na Tabela 1 estão os dados completos do monitoramento para cada ponto (data, número de cigarrinhas e infectividade), que você pode conferir no Boletim Técnico nº5 – Alerta Cigarrinha. Para cada região de monitoramento foram coletadas amostras de cigarrinhas nas armadilhas que capturaram o maior número de cigarrinhas, para analisar se elas estão ou não contaminadas com os molicutes (Candidatus Phytoplasma asteris e Spiroplasma kunkelii) e o vírus da risca do milho (Maize Rayado Fino Virus – MRFV). O resultado das três primeiras análises laboratoriais referente a captura de cigarrinhas no período de 16 de janeiro a 06 de fevereiro pode ser visualizada na Tabela 1 e a presença de pontos positivados com patógenos no mapa (Figura 1).
Precipitação pluvial
A quinta avaliação da flutuação populacional de cigarrinhas no milho foi marcada por grande volume de precipitação pluvial (média 212 mm) e intensificação da redução do número de cigarrinhas. Insetos sugadores de modo geral são favorecidos por ambientes secos e prejudicados em ambientes com excesso de umidade. Esse tipo de ambiente favorece a eficiência de produtos de controle microbiológico, assim como inimigos naturais microbianos.
Deve-se considerar ainda que a população de cigarrinhas migrante é remanescente do milho de verão, ou seja, uma população de idade avançada que pode estar sendo prejudicada pela condição ambiental. A reprodução também pode ser prejudicada principalmente pelo acúmulo de água no cartucho do milho e pela violência da queda das gotas em populações novas (ninfas).
A condição ambiental dos últimos dias embora dificulte colheita da soja e semeadura do milho safrinha, também dificulta o crescimento populacional da cigarrinha atuando positivamente a favor da produção de milho na fase de maior risco para ocorrência de enfezamento para a cultura compreendido entre os estádios VE e V6.
Presença de fitopatógenos circulantes nas cigarrinhas
Quanto a presença de fitopatógenos circulantes nas cigarrinhas, conforme a Figura 5, constatou-se até o momento que em todos os distritos o vírus do Rayado Fino está presente sendo registrado em uma a duas amostras. Fitoplasma está presente na sede municipal (três amostras) e nos distritos de Margarida (três amostras), Porto Mendes (três amostras) e Novo Horizonte (uma amostra).
Espiroplasma está presente em uma amostra apenas na sede municipal e nos Distritos de Margarida, Novo Horizonte, São Roque e Porto Mendes. Salienta-se que foram enviadas ao todo 31 amostras para análise, sendo cinco amostras da Sede Municipal, e cinco no Distritos de Margarida e cinco amostras em Porto Mendes e quatro amostras em cada um dos demais distritos (Iguiporã, Novo Horizonte, Novo Três Passos e São Roque).
De modo geral a situação da presença de insetos contaminados está mais presente na Sede Municipal, Margarida e Porto Mendes e a situação mais tranquila está no distrito de Iguiporã.
Acompanhamento do Alerta Cigarrinha
O jornal O Presente Rural realizou uma parceria com a equipe do Projeto Alerta Cigarrinha e é o veículo de mídia oficial para divulgação dos boletins técnicos.
Para acompanhar os resultados e informações do último monitoramento clique no Boletim Técnico nº5 – Alerta Cigarrinha
Alerta Cigarrinha
Adapar apresenta relatório final do Projeto Alerta Cigarrinha
A integração de práticas como o cultivo antecipado e a aplicação estratégica de inseticidas durante o período crítico tem se mostrado como a chave para o sucesso na manutenção da saúde das plantações e na garantia de colheitas robustas em meio a essa complexa realidade agrícola.
O Projeto Alerta Cigarrinha é uma rede de monitoramento da cigarrinha do milho composta por 68 pontos de monitoramento distribuídos estrategicamente em sete regiões (Distritos) do município de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, com objetivo de monitorar a flutuação populacional das cigarrinhas do milho e sua infectividade antes e durante o cultivo do milho safrinha 2023. A iniciativa é endossada pelos setores representativos da agricultura e executado pelas instituições de fomento à pesquisa e ensino superior, pelas instituições públicas e privadas ligadas a assistência técnica agrícola e da defesa agropecuária.
A iniciativa desenvolvida pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), com apoio do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná – Iapar-Emater (IDR-Paraná) e da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), contou com a participação de 66 produtores rurais da região, que abriram suas propriedades para a execução do projeto. Esse engajamento demonstra a importância atribuída pelos agricultores ao monitoramento e controle da cigarrinha do milho, uma praga que pode causar prejuízos significativos nas lavouras.
Na vasta extensão da região Oeste do Paraná, a presença da cigarrinha do milho tem se destacado como um desafio constante para os agricultores, especialmente durante o período de safra de soja. O monitoramento contínuo revela uma elevada população desses insetos, exigindo medidas rigorosas para garantir a saúde das plantações e a maximização da produtividade.
Ao longo do processo de monitoramento, ficou evidente a necessidade de manutenção do controle químico para combater a cigarrinha do milho. Mesmo no início da janela de semeadura, a população média permaneceu em níveis relativamente baixos até 15 de fevereiro. Contudo, a partir desse ponto, observou-se um aumento exponencial, demandando ação imediata por parte dos agricultores.
Uma estratégia eficaz que emergiu durante a análise dos dados foi o cultivo antecipado, realizado até meados de fevereiro. Essa prática revelou-se crucial para
mitigar a incidência e severidade dos enfezamentos, resultando em menor ocorrência de danos e, consequentemente, em uma maior produtividade. O timing preciso da semeadura parece ser um fator-chave na gestão dessa praga, conferindo aos agricultores uma vantagem na busca por colheitas mais saudáveis e abundantes.
Destaca-se ainda a importância da aplicação de inseticidas durante o período crítico, compreendido entre as fases VE (emergência) e V8 (oito folhas). Essa prática se revelou fundamental para a manutenção da baixa incidência e severidade dos enfezamentos, contribuindo diretamente para altas produtividades. O manejo integrado, combinando a utilização de inseticidas no momento certo com práticas culturais adequadas, emerge como uma abordagem eficiente na luta contra a cigarrinha do milho.
Em suma, os desafios impostos pela cigarrinha do milho na região Oeste do Paraná demandam uma abordagem abrangente e proativa. A integração de práticas como o cultivo antecipado e a aplicação estratégica de inseticidas durante o período crítico tem se mostrado como a chave para o sucesso na manutenção da saúde das plantações e na garantia de colheitas robustas em meio a essa complexa realidade agrícola.
Confira aqui os resultados finais do Projeto Alerta Cigarrinha.
Notícias Em Marechal Cândido Rondon (PR)
Nova legislação sobre milho voluntário e resultados do Projeto Alerta Cigarrinha serão apresentados amanhã pela Adapar
Evento terá início às 13h30 no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar). Inscrições são gratuitas e podem ser feitas online. A reunião técnica também será transmitida ao vivo.
Os resultados dos trabalhos de monitoramento das 68 armadilhas, instaladas antes da semeadura do milho safrinha 2023 nos seis distritos e na sede de Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, e substituídas semanalmente até a fase reprodutiva da cultura, serão apresentados nesta terça-feira (05), a partir das 13h30, em Reunião Técnica do Projeto Alerta Cigarrinha, promovida pela Regional da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), no auditório da Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar).
Durante cinco meses foram monitoradas a quantidade de cigarrinhas do milho capturadas em cada armadilhas, analisadas sua infectividade para verificar a presença da doença nos insetos, coletados dados climáticos como precipitação pluviométrica, temperatura, umidade do ar; e manejos e ações realizados pelos agricultores na lavoura como a época de semeadura, adubações, híbridos cultivados, tratamentos fitossanitários entre outros.
“O evento técnico pretende apresentar todos os resultados produzidos por este trabalho para auxiliar a assistência técnica e agricultores da região nas tomadas de decisões no campo e reduzir os danos na produtividade ocasionados pelos enfezamentos do milho”, afirma o fiscal agropecuário da Adapar e um dos integrantes do projeto, Anderson Lemiska.
No período reprodutivo da cultura, o setor de Fitopatologia da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) realizou a análise fitossanitária para levantamentos de incidências e severidade da doença em cada lavoura monitorada e o trabalho de campo foi finalizado com a coleta das informações de produtividade.
Eliminação do milho voluntário
Além dos resultados alcançados com o Projeto Alerta Cigarrinha, o evento ainda terá uma palestra da Adapar sobre a nova legislação da obrigatoriedade de eliminação do milho voluntário nas áreas agrícolas do Paraná, que entrou em vigor neste ano e os agricultores precisam ficar atentos a norma.
Inscrição
Para participar de reunião, os interessados devem se inscrever clicando aqui ou podem acompanhar a transmissão do evento pelo canal do YouTube do Sindicato Rural Patronal de Marechal Cândido Rondon. “O acesso é gratuito ao evento. Estamos pedindo para que os interessados façam sua inscrição prévia devido a capacidade de acomodação”, ressalta Lemiska.
Notícias Em Marechal Cândido Rondon (PR)
Resultados do projeto Alerta Cigarrinha serão apresentados em Reunião Técnica na próxima semana
Evento será realizado em formato híbrido, podendo o público participar, mediante inscrição, de forma presencial ou acompanhar a transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Sindicato Rural Patronal de Marechal Cândido Rondon.
Os resultados da Rede de Monitoramento do Projeto Alerta Cigarrinha serão apresentados em Reunião Técnica, na próxima terça-feira (05), na Associação Comercial e Empresarial de Marechal Cândido Rondon (Acimacar). Para participar do evento faça sua inscrição aqui. O Jornal O Presente Rural foi parceiro do projeto, sendo o canal oficial de divulgação dos resultados de cada levantamento.
A equipe do Projeto iniciou os trabalhos de monitoramento com a instalação de 68 armadilhas antes da semeadura do milho safrinha 2023, as quais foram distribuídas em sete regiões em Marechal Cândido Rondon, no Oeste do Paraná, e substituídas semanalmente até a fase reprodutiva da cultura.
Neste período foram monitoradas a quantidade de cigarrinhas do milho capturadas em cada armadilhas, analisadas sua infectividade para verificar a presença da doença nos insetos, coletados dados climáticos como precipitação pluviométrica, temperatura, umidade do ar, além de levantamento dos períodos de semeaduras, manejos utilizados pelos agricultores (adubações, híbridos cultivados, tratamentos fitossanitários), entre outros.
No período reprodutivo da cultura, o setor de fitopatologia da Unioeste, campus de Marechal Rondon, realizou a análise fitossanitária para levantamentos de incidências e severidade da doença em cada lavoura monitorada e finalizando com a coleta das informações de produtividade em cada área. “Durante o evento técnico serão apresentados todos os resultados produzidos por este trabalho, desde o monitoramento das cigarrinhas até os dados de produtividade para auxiliar a assistência técnica e agricultores da região nas tomadas de decisões no campo e reduzir os danos na produtividade ocasionados pelos enfezamentos do milho”, expõe o fiscal agropecuário da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e um dos integrantes do projeto, Anderson Lemiska.
A reunião será realizada em formato híbrido, podendo o público participar, mediante inscrição, de forma presencial ou acompanhar a transmissão ao vivo pelo canal do YouTube do Sindicato Rural Patronal de Marechal Cândido Rondon.
Confira a programação da Reunião Técnica