Avicultura
China suspende habilitação de 51 frigoríficos do Brasil após caso de gripe aviária
Entre as empresas mais afetadas estão a BRF, com 10 plantas suspensas, e a JBS, com 12 unidades da Seara e outras três da JBS Aves.

A confirmação de um caso de Influenza aviária de Alta Patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul levou a China a suspender a habilitação de 51 frigoríficos brasileiros de carne de frango e derivados. A medida afeta grandes empresas do setor, como BRF e JBS, e impacta diretamente as exportações nacionais ao maior mercado internacional do setor.
Segundo a Administração Geral de Alfândegas da China (GACC), a suspensão entrou em vigor no último sábado (17), e atinge plantas localizadas principalmente nos estados do Paraná (21 unidades), Santa Catarina (14) e Rio Grande do Sul (8), este último já com habilitação suspensa desde julho de 2024, em decorrência de um foco anterior da Doença de Newcastle.
Entre os frigoríficos gaúchos que já estavam suspensos estão da Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Erechim (SIF 68); da BRF S.A., de Serafina Corrêa (SIF 103); da Cooperativa Languiru Ltda, de Westfalia (SIF 730); da JBS Aves Ltda, de Passo Fundo (SIF 922); da Companhia Minuano de Alimentos, de Lajeado (SIF 1661); da BRF S.A., de Marau (SIF 2014); da JBS Aves Ltda, de Montenegro (SIF 2032); e da Agrosul Agroavicola Indústrial S/A, de São Sebastião do Caí (SIF 4017).
BRF e JBS são as empresas mais afetadas
Entre as empresas mais afetadas estão a BRF, com 10 plantas suspensas, e a JBS, com 12 unidades da Seara e outras três da JBS Aves.
A suspensão temporária está prevista no protocolo sanitário assinado entre Brasil e China. O documento estabelece que, diante da ocorrência de doenças de notificação obrigatória, como a gripe aviária, o país exportador deve interromper imediatamente os embarques. O Ministério da Agricultura confirmou a paralisação das certificações sanitárias para exportação a partir de 15 de maio, data da confirmação oficial do foco da doença em Montenegro (RS).
Apesar da suspensão, o governo brasileiro trabalha para que as restrições sejam regionalizadas, limitando os efeitos da medida ao município ou estado onde o foco foi registrado. A expectativa é de que isso possa ocorrer após o encerramento do período de vigilância, de 28 dias, a contar da desinfecção da área afetada.
A China responde por cerca de 13% das exportações brasileiras de carne de frango. Entre janeiro e abril de 2025, o país asiático importou 192 mil toneladas do produto, gerando US$ 455 milhões em receita. Em todo o ano de 2024, o Brasil exportou 561 mil toneladas para a China, com um faturamento de US$ 1,288 bilhão.
O governo brasileiro espera que, com a rápida contenção do foco e a robustez do sistema de vigilância sanitária, as restrições possam ser flexibilizadas em breve.
Veja abaixo a lista completa de frigoríficos brasileiros de frango suspensos pela China:
1 – SIF1 BRF S.A., de Concórdia, Santa Catarina
2 – SIF1001 BRF S.A., de Rio Verde, Goiás
3 – SIF103 BRF S.A., de Serafina Corrêa, Rio Grande do Sul
4 – SIF1155 JBS Aves Ltda, de Nova Veneza, Santa Catarina
5 – SIF1194 Seara Alimentos Ltda, de Amparo, São Paulo
6 – SIF121 BRF S.A., de Uberlândia, Minas Gerais
7 – SIF1215 Seara Alimentos Ltda , de Rolândia, Paraná
8 – SIF1661 Companhia Minuano de Alimentos, de Lajeado, Rio Grande do Sul
9 – SIF1672 Lar Cooperativa Agroindustrial, de Cafelândia, Paraná
10 – SIF1798 Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Quilombo, Santa Catarina
11 – SIF18 BRF S.A., de Dourados, Mato Grosso do Sul
12 – SIF2014 BRF S.A., de Marau, Rio Grande do Sul
13 – SIF2022 Seara Alimentos, de Guapiaçu, São Paulo
14 – SIF2032 JBS Aves Ltda, de Montenegro, Rio Grande do Sul
15 – SIF2172 Seara Alimentos Ltda, de Forquilhinha, Santa Catarina
16 – SIF2485 Seara Alimentos Ltda, De Nuporanga, São Paulo
17 – SIF3125 Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Maravilha, Santa Catarina
18 – SIF3300 C.Vale Cooperativa Agroindustrial, de Palotina, Paraná
19 – SIF3404 São Salvador Alimentos S/A, de Itaberaí, Goiás
20 – SIF3409 Bello Alimentos Ltda, de Itaquiraí, Mato Grosso do Sul
21 – SIF3571 Rivelli Alimentos S/A, de Barbacena, Minas Gerais
22 – SIF3595 Seara Alimentos Ltda, de Sidrolândia, Mato Grosso do Sul
23 – SIF3742 Seara Alimentos Ltda, de São José, Santa Catarina
24 – SIF3887 Coopavel Cooperativa Agroindustrial, de Cascavel, Paraná
25 – SIF4017 Agrosul Agroavícola Industrial S/A, de São Sebastião do Caí, Rio Grande do Sul
26 – SIF4166 Gonçalves & Tortola S/a, de Maringá, Paraná
27 – SIF4430 Seara Alimentos Ltda, de Itapetininga, São Paulo
28 – SIF4444 Lar Cooperativa Agroindustrial, de Matelândia, Paraná
29 – SIF490 Seara Alimentos Ltda, de Seara, Santa Catarina
30 – SIF516 Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), de Cafelândia, Paraná
31 – SIF576 Seara Alimentos Ltda, de Itapiranga, Santa Catarina
32 – SIF601 Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Xaxim, Santa Catarina
33 – SIF68 Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Erechim, Rio Grande do Sul
34 – SIF716 BRF S.A., de Toledo, Paraná
35 – SIF725 Vibra Agroindustrial S/A, de Sete Lagoas, Minas Gerais
36 – SIF797 Lar Cooperativa Agroindustrial, de Marechal Cândido Rondon, Paraná
37 – SIF87 BRF S.A., de Videira, Santa Catarina
38 – SIF922 JBS Aves Ltda, de Passo Fundo, Rio Grande do Sul
39 – SIF802 Coasul Cooperativa Agroindustrial, de São João, Paraná
40 – SIF1860 Gonçalves & Tortola S/A, de Paraíso do Norte, Paraná
41 – SIF3515 BRF S.A., de Lucas do Rio Verde, Mato Grosso
42 – SIF4087 Lar Cooperativa Agroindustrial, de Rolândia, Paraná
43 – SIF664 Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Mandaguari, Paraná
44 – SIF926 Rio Branco Alimentos, de Visconde do Rio Branco, Minas Gerais
45 – SIF2675 União Avícola Agroindustrial Ltda, de Marilândia, Mato Grosso
46 – SIF2758 Zanchetta Alimentos Ltda, de Boituva, São Paulo
47 – SIF603 Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), de Ubiratã, Paraná
48 – SIF574 Cotriguaçu Cooperativa Central, de Cascavel, Paraná
49 – SIF3403 Seara Alimentos Ltda, de Itajaí, Santa Catarina
50 – SIF4232 Avenorte Avícola Cianorte Ltda, de Cianorte, Paraná
51 – SIF5027 Plusval Agroavícola Ltda, de Umuarama, Paraná
52 – SIF1084 Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Guatambú, Santa Catarina
53 – SIF31 Cooperativa Central Aurora Alimentos, de Itajaí, Santa Catarina
54 – SIF730 Cooperativa Languiru Ltda, de Westfália, Rio Grande do Sul
55 – SIF2913 Jaguafrangos Indústria e Comércio de Alimentos Ltda, de Jaguapitã, Paraná
56 – SIF104 BRF S.A., de Chapecó, Santa Catarina
57 – SIF777 Seara Alimentos Ltda, de Santo Inácio, Paraná
58 – SIF2539 Dip Frangos S. A., de Capanema, Paraná
59 – SIF993 Somave Agroindustrial Ltda, de Cidade Gaúcha, Paraná

Avicultura
Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem
Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.
Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.
Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.
A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.
A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.
Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.
Avicultura
Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer
Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.
A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.
Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.
Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.
Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.
Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.
Avicultura
Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026
Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.
Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.
Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.
Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.
Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.



