Conectado com

Avicultura

Chefe da Embrapa Suínos e Aves fala sobre alimentos do futuro e as oportunidades do Brasil

“As perspectivas da produção animal, dos biocombustíveis e da agricultura estão intimamente interligados, desta forma, os desafios e oportunidades precisam ser estudados de forma completa e não isolada”, reforça.

Publicado em

em

Fotos: Patrícia Schulz/OP Rural

A pandemia de Covid-19 trouxe à tona a importância crucial da segurança alimentar e da sanidade animal. À medida que a população mundial continua a crescer exponencialmente surgem desafios significativos na produção de alimentos para atender a demanda. Enquanto se explora a interconexão entre a produção animal, os biocombustíveis e a agricultura, surgem desafios e oportunidades que moldarão o futuro da alimentação.

Os desafios e as oportunidades para a produção de proteína animal foi um dos temas debatidos durante o 1º Encontro de Alimentos do Futuro, realizado em meados de maio, no Biopark, em Toledo, PR. Na oportunidade, o chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Luís Krabbe, falou que a demanda por alimentos está intimamente ligada ao crescimento populacional e ao aumento da renda das pessoas, chamando atenção à importância de considerar quais alimentos serão consumidos pelas futuras gerações e como suprir essa demanda crescente.

Com relação ao setor suinícola, o palestrante disse que os desafios são complexos e multifacetados. A dependência da China como principal mercado exportador traz riscos e incertezas, especialmente quando se considera a produção interna chinesa, que é dez vezes maior do que a do Brasil. “A modernização agrícola chinesa e sua busca por autossuficiência trazem mudanças significativas no cenário global, exigindo atenção e estratégias de posicionamento”, argumentou o pesquisador.

Chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, Everton Luís Krabbe

O profissional também disse que a eficiência na produção de alimentos se torna cada vez mais crucial para atender à demanda crescente. Avanços tecnológicos, como a genética, a produção de biogás e a busca por maior eficiência na cadeia produtiva desempenham um papel fundamental. “Além disso, a biosseguridade e a prevenção de doenças se tornam aspectos indispensáveis para garantir a qualidade e a segurança alimentar”, pondera.

O médico-veterinário enalteceu que o Brasil possui potencial para se tornar um dos maiores fornecedores de alimentos do mundo, mas precisa estar atento aos desafios e oportunidades que se apresentam. De acordo com ele, a busca por uma produção mais eficiente, a diversificação das fontes proteicas, o investimento em biotecnologia e a valorização da biosseguridade são aspectos-chave para garantir a sustentabilidade e a competitividade no mercado global. “As perspectivas da produção animal, dos biocombustíveis e da agricultura estão intimamente interligados, desta forma, os desafios e oportunidades precisam ser estudados de forma completa e não isolada”, destacou Everton.

O palestrante enalteceu a necessidade de olhar a dinâmica da população mundial, porque isso faz toda a diferença para o sucesso da produção de alimentos do Brasil, já que o país produz uma quantidade de alimentos bem superior à demanda interna. “Nós não temos população para consumir toda a carne de suíno, frango e bovinos que produzimos, desta forma, precisamos estar sempre atentos ao mercado externo, pois ele precisa consumir uma parcela significativa da nossa produção”, afirma.

Biocombustíveis

Nesse cenário, os biocombustíveis emergem como um fator de grande relevância. O Brasil, como um dos maiores produtores de carne e grãos, deve atentar para a competição entre a produção de alimentos e a produção de biocombustíveis, que compartilham as mesmas matérias-primas. O futuro dos biocombustíveis indica mudanças no perfil de consumo global e a necessidade de desenvolver alternativas sustentáveis.

Everton informou que o mundo tem projeções bem interessantes e bem divergentes do Brasil com relação às matrizes energéticas. “Diferente do que acontece no Brasil, na Europa existe uma redução de uso de biocombustíveis. Será que estamos atrasados em relação à tendência do mundo, porque imagino que lá a tendência seja a energia elétrica. Precisamos estar atentos a isso”, recomendou.

Alimentos do futuro

Com relação às possibilidades inovadoras de alimentos diferenciados, o profissional enalteceu os avanços que o Brasil conquistou nos últimos 50 anos na produção de proteína animal. “Nós fizemos feitos inacreditáveis na produção de suínos, aves e assim por diante. Temos no nosso DNA os atributos necessários para sermos um dos grandes fornecedores de alimentos no futuro, não tenha dúvida disso. Mas precisamos discutir a importância de estudar como agregar mais valor e fazer alimentos ainda melhores para o futuro, isso é muito necessário”, alertou.

Mercado chinês

O profissional discorreu também sobre a preocupação que ele tem com relação à grande produção de suínos no Brasil, enaltecendo que a exportação de suínos está crescendo, mas que 42% do suíno exportado vai para a China. “O problema é que a China também é o maior produtor e consumidor de suínos do mundo. Isso traz um alto nível de risco de exposição, pois vendemos quase metade do que exportamos para o maior produtor de suínos do mundo e que vem deixando implícito que deseja aumentar a produção, com um forte processo de modernização agrícola. Esses fatos precisam estar no nosso radar”, enfatizou.

Ele também chamou a atenção para o aumento na importação de milho e soja do Brasil pela China. “A China sinaliza que vai quadruplicar a importação de milho em 2023, é óbvio que eles querem utilizar para a produção de suínos. A importação de soja também quase triplicou em 2022 com relação ao ano de 2021. Desta forma, eu sugiro que tenhamos muita atenção com relação a esses negócios”, frisou.

Biogás

Outra consideração feita por ele diz respeito à produção de biogás por meio dos dejetos de suínos. “Precisamos trabalhar e buscar alternativas para as nossas sobras. Temos hoje projetos em andamento nos quais é plantado sorgo para a produção de biogás. Podemos viabilizar a produção de biogás com os dejetos suínos. Esse é um dos outros pontos que podem ser uma complementariedade dos nossos negócios”, observou.

Tendências

Fazer mais com menos também foi outro posicionamento que o palestrante defendeu, enaltecendo que só existe uma forma de produzir mais com um rebanho menor. “Temos que continuar aprendendo e inovando, buscando a eficiência produtiva. Talvez uma saída seja mudar a forma do abate, se hoje abatemos um suíno com 115 quilos podemos alterar e realizar o abete com 125”, sugeriu.

Com relação aos aditivos que podem melhorar o desempenho dos animais, Everton defendeu a exploração da Amazônia como de recursos da biodiversidade. “Nós temos uma dependência absurda quando o assunto são aditivos, temos a Amazônia inteira para ser explorada, não devastada, mas explorada racionalmente. Acredito que podemos encontrar um monte de moléculas para preservar e dar sabor nas proteínas que produzimos, está na hora de aproveitarmos melhor os recursos que temos no nosso país investindo em biotecnologia”, frisou o chefe da Embrapa Suínos e Aves em sua palestra.

Para ficar atualizado e por dentro de tudo que está acontecendo no setor suinícola acesse gratuitamente a edição digital de Suínos. Boa leitura!

 

 

Fonte: O Presente Rural

Avicultura

Com 33 anos de atuação, Sindiavipar reforça protagonismo do Paraná na produção de frango

Trabalho conjunto com setor produtivo e instituições públicas sustenta avanços em biosseguridade, rastreabilidade e competitividade.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Estado do Paraná (Sindiavipar) celebra, nesta quarta-feira (19), 33 anos de atuação em defesa da avicultura paranaense. Desde sua fundação, em 1992, a entidade reúne e representa as principais indústrias do setor com objetivo de articular políticas, promover o desenvolvimento sustentável e fortalecer uma cadeia produtiva que alimenta milhões de pessoas dentro e fora do Brasil.

Foto: Shutterstock

Ao longo dessas mais de três décadas, o Sindiavipar consolidou seu papel como uma das entidades mais relevantes do país quando o assunto é sanidade avícola, biosseguridade e competitividade internacional. Com atuação estratégica junto ao poder público, entidades setoriais, instituições de pesquisa e organismos internacionais, o Sindiavipar contribui para que o Paraná seja reconhecido pela excelência na produção de carne de frango de qualidade, de maneira sustentável, com rastreabilidade, bem-estar-animal e rigor sanitário.

O Estado é referência para que as exportações brasileiras se destaquem no mercado global, e garantir abastecimento seguro a diversos mercados e desta forma contribui significativamente na segurança alimentar global. Esse desempenho se sustenta pelo excelente trabalho que as indústrias avícolas do estado executam quer seja através investimentos constantes ou com ações contínuas de prevenção, fiscalização, capacitação técnica e por uma avicultura integrada, inovadora, tecnológica, eficiente e moderna.

Foto: Shutterstock

Nos últimos anos, o Sindiavipar ampliou sua agenda estratégica para temas como inovação, sustentabilidade, educação sanitária e diálogo com a sociedade. A realização do Alimenta 2025, congresso multiproteína que reuniu autoridades, especialistas e os principais players da cadeia de proteína animal, reforçou a importância do debate sobre biosseguridade, bem-estar-animal, tecnologias, sustentabilidade, competitividade e mercados globais, posicionando o Paraná no centro das discussões sobre o futuro da produção de alimentos no país.

Os 33 anos do Sindiavipar representam a trajetória de um setor que cresceu com responsabilidade, pautado pela confiança e pelo compromisso de entregar alimentos de qualidade. Uma história construída pela união entre empresas, colaboradores, produtores, lideranças e parceiros que acreditam no potencial da avicultura paranaense.

O Sindiavipar segue atuando para garantir um setor forte, inovador e preparado para os desafios de um mundo que exige segurança, eficiência e sustentabilidade na produção de alimentos.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
Continue Lendo

Avicultura

União Europeia reabre pre-listing e libera avanço das exportações de aves e ovos do Brasil

Com o restabelecimento do sistema de habilitação por indicação, frigoríficos que atenderem às exigências sanitárias poderão exportar de forma mais ágil, retomando um mercado fechado desde 2018.

Publicado em

em

A União Europeia confirmou ao governo brasileiro, por meio de carta oficial, o retorno do sistema de habilitação por indicação da autoridade sanitária nacional, o chamado pre-listing, para estabelecimentos exportadores de carne de aves e ovos do Brasil. “Uma grande notícia é a retomada do pré-listing para a União Europeia. Esse mercado espetacular, remunerador para o frango e para os ovos brasileiros estava fechado desde 2018. Portanto, sete anos com o Brasil fora”, destacou o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro.

Foto: Freepik

Com a decisão, os estabelecimentos que atenderem aos requisitos sanitários exigidos pela União Europeia poderão ser indicados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e, uma vez comunicados ao bloco europeu, ficam aptos a exportar. No modelo de pre-listing, o Mapa atesta e encaminha a lista de plantas que cumprem as normas da UE, sem necessidade de avaliação caso a caso pelas autoridades europeias, o que torna o processo de habilitação mais ágil e previsível. “Trabalhamos três anos na reabertura e, finalmente, oficialmente, o mercado está reaberto. Todas as agroindústrias brasileiras que produzem ovos e frangos e que cumprirem os pré-requisitos sanitários podem vender para a Comunidade Europeia”, completou.

A confirmação oficial do mecanismo é resultado de uma agenda de trabalho contínua com a Comissão Europeia ao longo do ano. Em 2 de outubro, missão do Mapa a Bruxelas, liderada pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luís Rua, levou à União Europeia um conjunto de pedidos prioritários, entre eles o restabelecimento do pre-listing para proteína animal, o avanço nas tratativas para o retorno dos pescados e o reconhecimento da regionalização de enfermidades.

Na sequência, em 23 de outubro, reunião de alto nível em São Paulo entre o secretário Luís Rua e o comissário europeu para Agricultura, Christophe Hansen, consolidou entendimentos na pauta sanitária bilateral e registrou o retorno do sistema de pre-listing para estabelecimentos brasileiros habilitados a exportar carne de aves, o que agora se concretiza com o recebimento da carta oficial e permite o início dos procedimentos de habilitação por parte do Mapa. O encontro também encaminhou o avanço para pre-listing para ovos e o agendamento da auditoria europeia do sistema de pescados.

Foto: Ari Dias

Na ocasião, as partes acordaram ainda a retomada de um mecanismo permanente de alto nível para tratar de temas sanitários e regulatórios, com nova reunião prevista para o primeiro trimestre de 2026. O objetivo é assegurar previsibilidade, transparência e continuidade ao diálogo, reduzindo entraves técnicos e favorecendo o fluxo de comércio de produtos agropecuários entre o Brasil e a União Europeia.

Com o pre-listing restabelecido para carne de aves e ovos, o Brasil reforça o papel de seus serviços oficiais de inspeção como referência na garantia da segurança dos alimentos e no atendimento às exigências do mercado europeu, ao mesmo tempo em que avança em uma agenda de facilitação de comércio baseada em critérios técnicos e cooperação regulatória.

Fonte: Assessoria Mapa
Continue Lendo

Avicultura

Exportações gaúchas de aves avançam e reforçam confiança do mercado global

Desempenho positivo em outubro, expansão da receita e sinais de estabilidade sanitária fortalecem o posicionamento do estado no mercado externo.

Publicado em

em

Foto: Shutterstock

O setor agroindustrial avícola do Rio Grande do Sul mantém um ritmo consistente de recuperação nas exportações de carne de frango, tanto processada quanto in natura. Em outubro, o estado registrou alta de 8,8% no volume embarcado em relação ao mesmo mês do ano passado. Foram 60,9 mil toneladas exportadas, um acréscimo de 4,9 mil toneladas frente às 56 mil toneladas enviadas em outubro de 2023.

A receita também avançou: o mês fechou com US$ 108,9 milhões, crescimento de 5% na comparação anual.

No acumulado de janeiro a outubro, entretanto, o desempenho ainda reflete os impactos do início do ano. Os volumes totais apresentam retração de 1%, enquanto a receita caiu 1,8% frente ao mesmo período de 2024, conforme quadro abaixo:

O rápido retorno das exportações de carne de aves do Rio Grande do Sul para mercados relevantes, confirma que, tanto o estado quanto o restante do país permanecem livres das doenças que geram restrições internacionais.

Inclusive, o reconhecimento por parte da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e muitos outros mercados demonstram a importância do reconhecimento da avicultura do Rio Grande do Sul por parte da China, ainda pendente. “Estamos avançando de forma consistente e, em breve, estaremos plenamente aptos a retomar nossas exportações na totalidade de mercados. Nossas indústrias, altamente capacitadas e equipadas, estão preparadas para atender às demandas de todos os mercados, considerando suas especificidades quanto a volumes e tipos de produtos avícolas”, afirmou José Eduardo dos Santos, Presidente Executivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul (Asgav/Sipargs).

Indústria e produção de ovos

O setor da indústria e produção de ovos ainda registra recuo nos volumes exportados de -5,9% nos dez meses de 2025 em relação ao mesmo período de 2024, ou seja, -317 toneladas. Porém, na receita acumulada o crescimento foi de 39,2%, atingindo um total de US$ 19 milhões de dólares de janeiro a outubro deste ano.

A receita aumentou 49,5% em outubro comparada a outubro de 2024, atingindo neste mês a cifra de US$ 2.9 milhões de dólares de faturamento. “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”, pontua Santos.

Exportações brasileiras

As exportações brasileiras de carne de frango registraram em outubro o segundo melhor resultado mensal da história do setor, de acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). Ao todo, foram exportadas 501,3 mil toneladas de carne no mês, saldo que superou em 8,2% o volume embarcado no mesmo período do ano passado, com 463,5 mil toneladas.

Presidente Eeecutivo da Organização Avícola do Rio Grande do Sul, José Eduardo dos Santos: “A indústria e produção de ovos do Rio Grande do Sul está cada vez mais presente no mercado externo, o atendimento contínuo aos mais diversos mercados e o compromisso com qualidade, evidenciam nosso potencial de produção e exportação”

Com isso, as exportações de carne de frango no ano (volume acumulado entre janeiro e outubro) chegaram a 4,378 milhões de toneladas, saldo apenas 0,1% menor em relação ao total registrado no mesmo período do ano passado, com 4,380 milhões de toneladas.

A receita das exportações de outubro chegaram a US$ 865,4 milhões, volume 4,3% menor em relação ao décimo mês de 2024, com US$ 904,4 milhões. No ano (janeiro a outubro), o total chega a US$ 8,031 bilhões, resultado 1,8% menor em relação ao ano anterior, com US$ 8,177 bilhões.

Já as exportações brasileiras de ovos (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) totalizaram 2.366 toneladas em outubro, informa a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). O número supera em 13,6% o total exportado no mesmo período do ano passado, com 2.083 toneladas.

Em receita, houve incremento de 43,4%, com US$ 6,051 milhões em outubro deste ano, contra US$ 4,219 milhões no mesmo período do ano passado. No ano, a alta acumulada chega a 151,2%, com 36.745 toneladas entre janeiro e outubro deste ano contra 14.626 toneladas no mesmo período do ano passado. Em receita, houve incremento de 180,2%, com US$ 86,883 milhões nos dez primeiros meses deste ano, contra US$ 31,012 milhões no mesmo período do ano passado.

Fonte: Assessoria ABPA
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.