Bovinos / Grãos / Máquinas No Paraná
Chancela como área livre de febre aftosa sem vacinação foi a marca da defesa agropecuária em 2021
Uma soma de esforços entre iniciativa pública e privada fez com que o ano de 2021 se tornasse histórico para o setor agropecuário paranaense. No mês de maio, o Paraná recebeu da Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) o reconhecimento internacional como área livre de febre aftosa sem vacinação. A entidade também concedeu ao Estado a certificação de zona livre de peste suína clássica independente.
“Foram passos importantes, que permitiram ao Paraná se tornar ainda mais competitivo no mercado internacional, gerando novos empregos e mais renda”, diz o secretário estadual da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara.
O Estado lutava há cerca de 50 anos por essa chancela, que tem potencial para transformar significativamente o
patamar de produção da pecuária paranaense. “Para que a conquista se concretizasse, foi fundamental o apoio das entidades do setor produtivo e organização da estrutura de saúde animal”, diz o diretor-presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). Otamir César Martins.
Desde que o último foco da doença foi confirmado, em 2006, o governo e o setor produtivo se organizaram para melhorar a estrutura sanitária paranaense, o que incluiu a criação da Adapar, o reforço da fiscalização nas divisas e do controle dos rebanhos, além da contratação de profissionais por meio de concurso público realizado em setembro.
A imunização contra a aftosa no Estado foi interrompida em 2019 e a campanha de vacinação, que acontecia duas vezes por ano, foi substituída pela campanha de atualização de rebanhos, que foi modernizada e pode ser feita de forma online. Nos últimos anos também foi realizado um extenso inquérito epidemiológico, com coletas de amostras do sangue de quase 10 mil animais em 330 propriedades rurais, provando que o vírus já não circula no Paraná.
E o esforço foi reconhecido. Em 2021, a Adapar foi a vencedora na categoria “Destaque em Políticas Públicas” do Prêmio Clotilde de Lourdes Branco Germiniani de Saúde Única, concedido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR). Também recebeu o Prêmio Saúde Animal, do Sindicato dos Médicos Veterinários do Estado do Paraná (Sindivet), em razão dos serviços prestados.
Produção
Maior produtor e exportador de proteína animal do país, com liderança em avicultura e piscicultura, o reconhecimento internacional vai ajudar a abrir mercados para a carne paranaense e outros produtos de origem animal, com a possibilidade de comercialização a países que pagam melhor pelo produto, como Japão, Coreia do Sul e México.
Em 2020, o Estado produziu mais de 5,7 milhões de toneladas de carne de porco, boi e frango, quase um quarto do que foi produzido no País. O Estado é responsável por 33% da produção nacional de frango e 21,4% em piscicultura, liderando os setores.
Também ocupa o segundo posto em relação à carne suína, com 21% da produção brasileira e mantém a vice-liderança na produção de leite (13,6%) e ovos (9%). A expectativa com a abertura de mercados é que o Estado atinja a liderança nacional na produção de suínos.
Peste Suína
Já a classificação de zona livre de peste suína clássica independente confirmou definitivamente o Paraná fora de um grupo atualmente formado por 11 estados, garantindo vantagens sanitárias aos produtores locais no mercado internacional. Essa chancela permite aos suinocultores paranaenses ganhar volume.
Defesa Vegetal
Na área vegetal, a Adapar iniciou o ano de 2021 se deparando com a detecção de um foco de Ralstonia solanacearum raça 2 (Moko da bananeira), praga quarentenária ausente no Paraná, e com grande potencial de causar danos e restrições comerciais para a Bananicultura no Estado.
Mas a Agência erradicou rapidamente o foco e realizou a inspeção de uma área de 5 quilômetros ao redor do ponto, inclusive com a utilização de drones, ferramenta que permitiu as inspeções em áreas de difícil acesso. Após meses de trabalho a praga foi contida, e o status fitossanitário de Praga Ausente foi mantido no Paraná.
A Agência também iniciou um trabalho de monitoramento de plantas daninhas resistentes a herbicidas, cujo objetivo é auxiliar o setor produtivo no manejo adequado destas pragas por meio da detecção precoce de focos do problema e auxílio das entidades de pesquisa para eliminação das plantas, impedindo a disseminação e aumento no uso de herbicidas.
Um importante avanço para a Defesa Agropecuária foi a publicação da Portaria Nº 63/2021 a qual estabelece a obrigatoriedade da notificação de novas pragas no Paraná. “Já colhendo os frutos desta Portaria, foi identificada a presença da lagarta Rachiplusia nu, em plantas de soja resistentes a lagartas”, conta o gerente de Sanidade Vegetal da Adapar, Renato Rezende Young Blood.
Em outubro, junto com a Polícia Civil, a Adapar apreendeu 111 toneladas de fertilizantes NPK ilícitos que seriam comercializados. A ação impediu perdas significativas ao setor produtivo.
Deriva
Quanto ao uso de agrotóxicos, a equipe da Adapar foi capacitada para inspeção de equipamentos de pulverização, facilitando a identificação de problemas primários, reduzindo as derivas de agrotóxicos, que têm trazido grandes prejuízos para a saúde humana, meio ambiente, produtores de bicho da seda, fruticultura e apicultura.
Em 2021, com o objetivo de aperfeiçoar a ação do Estado nesse sentido, o Grupo Gestor (instituído pela Adapar e composto por entidades do setor privado como Faep, Ocepar, Fetaep, além da Embrapa e Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná Iapar-Emater (IDR-Paraná) estabeleceu um redirecionamento na estratégia.
As iniciativas incluem localização georreferenciada das propriedades com culturas sensíveis (Sericicultura, Apicultura, Viticultura e propriedades orgânicas); cruzamento dos dados obtidos; identificação de regiões e municípios com maior impacto; organização de ações de orientação, capacitação, assistência técnica e fiscalização.
Bovinos / Grãos / Máquinas
Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
Bovinos / Grãos / Máquinas
Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran