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Cetose subclínica: um mal invisível, porém prejudicial

São diversos os prejuízos causados pela Cetose, incluindo custos associados ao descarte, serviços veterinários, medicamentos, mão-de-obra, diminuição na produção de leite e na taxa de concepção e até mesmo a morte do animal

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Arquivo/OP Rural

 Artigo escrito por Eduardo Rezende, coordenador de Marketing e Comunicação Científica da J. A Saúde Animal

O Brasil é um dos principais produtores de leite do mundo, ocupando a 4º posição com uma produção superior a 850 milhões de toneladas ao ano. Embora esse número impressione, temos que lembrar que nosso país possui o maior rebanho comercial do mundo, estando assim muito aquém do seu real potencial de produção leiteira. Isso se deve a diversos fatores que poderiam ser mais bem explorados, dentre eles a genética, a nutrição e a sanidade, sendo esse último o foco desse artigo.

Existem diversas fases da vida do animal em que há maior susceptibilidade a enfermidades, como na fase de bezerro, quando há deficiência imunológica na transição da imunidade adquirida pelo colostro e a imunidade desenvolvida pelo próprio bezerro, ou na fase de desmama, em decorrência ao estresse proveniente da separação da cria e da mãe e também no período de transição das fêmeas adultas, momento de grandes mudanças metabólicas.

O período de transição é aquele que compete as três semanas antes e após o parto, sendo caracterizado por significativas alterações fisiológicas e imunológicas na vaca leiteira. Esse é um período crítico, com grande demanda energética em decorrência a formação final do feto e produção de colostro, associado a queda da ingestão alimentar. Esse desequilíbrio entre demanda e ingestão energética é denominado balanço energético negativo (BEN), um dos fatores predisponentes ao aparecimento de diversas doenças metabólicas do pós-parto, como por exemplo a hipocalcemia, lipidose hepática e cetose.

Dentre as doenças metabólicas do pós-parto, destacamos a cetose, responsável por atingir até 34% do rebanho. Essa é a principal enfermidade relacionada ao balanço energético negativo (BEN), apresentando-se nas primeiras semanas pós-parto, principalmente em vacas de alta produção e elevada condição corporal ao parto. A cetose ocorre quando há um desequilíbrio muito acentuado entre a ingestão e demanda energética, havendo queda drástica de glicose e insulina e consequentemente, grande mobilização de tecido adiposo e aumento da quantidade de corpos cetônicos no sangue.

São diversos os prejuízos causados pela Cetose, incluindo custos associados ao descarte, serviços veterinários, medicamentos, mão-de-obra, diminuição na produção de leite e na taxa de concepção e até mesmo a morte do animal. Doenças comuns de vacas leiteiras, como mastite, metrite, laminite e deslocamento de abomaso, também estão relacionadas ao aumento das concentrações de corpos cetônicos. Pesquisas mostram que em casos de cetose subclínica a queda na produção poderia chegar de 1 a 1,5 litros por dia, e nos casos clínicos perdas de 1,8 a 4,0 Kg de leite por dia (até 28 litros por semana).

A cetose pode ser classificada de duas formas, quanto a forma de manifestação (clínica ou subclínica) ou quanto a origem (primária ou secundária). A forma clínica da enfermidade é aquela onde há o aparecimento de sinais clínicos característicos, como diminuição considerável da produção de leite, hálito cetônico durante a respiração, urina com odor anormal, perda do apetite e queda da condição corporal. Já nos casos subclínicos, não há a presença desses sinais, porém há alterações orgânicas com o acúmulo plasmático de corpos cetônicos, inclusive com queda discreta na produção de leite.

Quanto a sua origem, a cetose primária é aquela que ocorre em animais no início da lactação, geralmente em fêmeas com alta produção leiteira e alto escore de condição corporal, sempre dissociada a outras enfermidades. Já a forma secundária, como o próprio nome já diz, surge secundariamente a outras doenças, principalmente àquelas que provocam queda acentuada no apetite.

No que se refere ao seu impacto, a cetose subclínica é a que traz maior preocupação, já que a prevalência e os prejuízos dessa forma silenciosa excedem muito àqueles decorrentes a forma clínica. Visto isso, recomenda-se a adoção na propriedade de um protocolo diagnóstico de forma a detectar precocemente a enfermidade. Dentre as formas diagnósticas, uma das mais práticas e economicamente viáveis é a detecção de corpos cetônicos no sangue através de aparelhos portáteis, sendo o beta-hidroxibutirato (BHB) o corpo cetônico mensurado nas análises sanguíneas.

Veja como fazer a análise passo a passo:

  • Realizar antissepsia da região ventral da cauda (próximo a base da cauda);
  • Fazer um pique nessa região com uma agulha 40×12;
  • Colocar a fita no aparelho e aguardar ele pedir a gota de sangue;
  • Colocar uma gota de sangue na extremidade da fita e aguardar o resultado;
  • Confirir o resultado com os valores de referência de acordo com a tabela:

Após o diagnóstico positivo é necessário fornecer ao animal soluções capazes de auxiliá-lo a reverter a situação de cetose, sendo muito indicado o uso de medicamentos à base de Butafosfan, Fósforo Orgânico de alta absorção, associado a Vitamina B12. Estudos comprovam que a utilização dessa solução foi capaz de influenciar diretamente no decréscimo dos níveis de corpos cetônicos no sangue (BHB), contribuindo para a resolução da doença.

Estudos comprovam que o Butafosfan associado a Vitamina B12, além de reduzir os níveis de BHB através da regulação da gliconeogênese e elevação dos índices de insulina, é responsável por aumentar a eficiência energética, reduzir o estresse, incrementar a produção de leite e os índices reprodutivos. As formulações comerciais à base desses ativos apresentam uma concentração de 10% de Butafosfan e 0,005% de Vitamina B12, sendo indicada a dose mínima de 20 ml via intramuscular, logo após a detecção da doença, seguido de 5 novas aplicações com intervalos de 5 dias. A utilização dessa solução 15 e 7 dias antes do parto, na mesma dose citada anteriormente, seguido de uma reaplicação no dia do parto também, é altamente desejável no intuito de prevenir a ocorrência dessa enfermidade no rebanho.

Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de março/abril de 2020 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

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Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
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Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

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Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
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Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

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Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
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