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Certificadora para produção de ovos está na fase final de desenvolvimento
1ª Equipe de Auditores do Programa de Certificação da Qualidade de Ovos Participam da Etapa de Treinamento e Capacitação

Na quarta e quinta-feira (25 e 26) aconteceu o treinamento dos auditores que atuarão no Programa de Certificação da qualidade de ovos da ASGAV/Ovos RS. Após um período programado de desenvolvimento de requisitos técnicos que serão aplicados por ocasião das auditorias de certificação e também a apresentação de todo o conteúdo desenvolvido aos membros do serviço oficial, à ABPA, Instituto Ovos Brasil, bem como, à International Egg Commission, agora o programa chega a sua fase final que implica na formação dos auditores que atuarão no processo de certificação.
O treinamento dos auditores foi realizado nas dependências do Instituto SENAI de Mecatrônica em Caxias do Sul/RS, área que fará a gestão dos auditores e do processo de certificação. Esta unidade do SENAI é um organismo certificador acreditado no InMetro e trabalhará na execução das atividades de certificação dos estabelecimentos interessados. Passaram por esta etapa do processo de treinamento auditores que possuem os pré-requisitos definidos, tais como: experiência em auditorias, formação nas áreas de medicina veterinária, zootecnia, engenharia de alimentos e áreas correlatas.
O treinamento foi conduzido pela equipe do Instituto SENAI de Alimentos e Bebidas que vem desenvolvendo todos os requisitos técnicos e requisitos de certificação juntamente com ASGAV e Programa Ovos RS com a participação da zootecnista Raquel Melchior, consultora técnica do programa de certificação O.P.Q.
O Programa de Certificação Ovos Plus Quallity, O.P.Q. deverá certificar os sistemas alternativos de produção de ovos: Cage free, Free range, colonial, caipira, orgânicos e codornas. Serão avaliados os seguintes aspectos de bem-estar animal:
- Nutrição: qualidade e disponibilidade de ração e água (associado à temperatura adequada);
- Ambiência: qualidade do ar, temperatura, luz, manutenção das instalações;
- Biosseguridade e sanidade dos locais de alojamento e dos plantéis;
- Práticas de manejo; densidade de alojamento
- Comportamento e treinamento de pessoal que maneja as aves;
- Registro das atividades e acompanhamento dos lotes;
- Avaliações das condições das aves (plumagem; conformação óssea; comportamentos anormais; doenças e infestações; produtividade; mortalidade).
Ao longo dos últimos anos aumentaram as exigências e pressões por parte de organizações que tratam das questões de bem estar animal. Acompanhando estes movimentos a ASGAV e o Programa Ovos RS estão atuando fortemente junto ao Ministério da Agricultura, Organização Mundial da Indústria e Produção de Ovos e ABPA no processo de desenvolvimento do Código Terrestre de Bem-Estar Animal para Aves Poedeiras que está em tramitação Organização Mundial de Saúde Animal e deverá ser oficializado no próximo ano.
“Temos pleno conhecimento das mudanças que vem acontecendo no setor produtivo no que se refere as práticas de bem-estar animal, o setor vem se preparando para adaptar-se cada vez mais à estas práticas dentro de um prazo que não inviabilize as atividades”, comenta Eduardo Santos, presidente Executivo da Asgav/Sipargs.
As adesões aos sistemas alternativos de produção de ovos já acontecem de forma responsável em número considerável de estabelecimentos e os princípios de bem-estar animal devem ser adotados em todos sistemas produtivos. A Certificadora Ovos Plus Quality O.P.Q. servirá para auxiliar aqueles produtores que estão ou irão aderir aos sistemas alternativos para que façam de maneira correta, consciente e com base em diretrizes técnicas e legais.
A ASGAV enfatiza que as mudanças para os sistemas alternativos de aves criadas soltas, precisam de atenção, orientação e o máximo de cuidados nas áreas de meio ambiente e sanidade. A entidade alerta que as pressões para mudanças imediatas ou a curto prazo, podem aumentar os riscos de descontrole e automaticamente a incidência de enfermidades que possam gerar danos à saúde dos animais e das pessoas.

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



