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Notícias Presença feminina 

Cerca de um milhão de mulheres comandam propriedades do agronegócio no Brasil

Para fomentar o crescimento desse cenário, ocorre, nos dias 25 e 26 de outubro a 8ª edição do Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio, no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Inscrições

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

O agronegócio brasileiro tem sido tradicionalmente liderado por homens, mas, nas últimas décadas, a representatividade feminina vem ganhando cada vez mais espaço no setor. E os resultados dessa mudança reflete nas pesquisas.

De acordo com o estudo do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em conjunto com a Embrapa e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), atualmente as mulheres administram mais de 30 milhões de hectares – equivalente a 8,4% das áreas rurais do país. Segundo levantamento do Sebrae, são cerca de um milhão de representantes femininas comandando propriedades do agronegócio no Brasil.

Além de liderar propriedades, as mulheres têm ocupado posições de destaque em empresas, indústrias e cooperativas. De acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), elas representam cerca de 30% dos profissionais do setor.

Chefe geral de Meio Ambiente da Embrapa e membro do Conselho de Conteúdo do 8º CNMA, Ana Paula Packer

Tamanho protagonismo se reflete, também, em eventos. Um dos mais expressivos é o Congresso Nacional das Mulheres do Agronegócio (CNMA), o maior evento da América Latina de mulheres do agro. Diante do sucesso da última edição em 2022, que bateu recorde de público com mais de 2,5 mil congressistas, nos dias 25 e 26 de outubro ocorre sua 8ª edição.

O estudo de perfil, realizado após o evento, mostrou que os três Estados com maior presença foram São Paulo, Mato Grosso e Paraná. Os setores de atuação mais presentes foram soja, carne, milho, leite, hortifruti, cana, café, algodão e arroz. Dentre os TOP 5 principais cargos estavam proprietárias, gerentes e diretoras.

Diretora executiva da ABAG e membro do conselho de conteúdo do 8º CNMA, Gislaine Balbinot: “Temos as mulheres presentes em todas as cadeias produtivas do setor” – Foto: Cauê Diniz

Para a diretora executiva da ABAG e membro do conselho de conteúdo do 8º CNMA, Gislaine Balbinot, dentro dos centros urbanos as mulheres têm atuado no agro de forma direta ou indireta, como gestoras, consultoras e diretoras. “Já dentro da porteira, fazem a gestão das propriedades, lideram os negócios, além de muitas que se especializam e prestam serviços dentro das fazendas, como agrônomas, veterinárias, microbiologistas, entre outros. Então, temos as mulheres presentes em todas as cadeias produtivas do setor”, exalta.

Segundo o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), em 2020, cerca de 53% dos alunos que fizeram os cursos oferecidos pela instituição eram mulheres.

E por falar em conhecimento, elas também vêm se destacando em pesquisas e no meio acadêmico. A chefe geral de Meio Ambiente da Embrapa e membro do conselho de conteúdo do 8º CNMA, Ana Paula Packer, conta que hoje, é muito perceptível o aumento da presença feminina em faculdades de agronomia e, consequentemente, a maior inserção nos diferentes ‘braços’ de pesquisas.

Mas, para que esse cenário continue crescendo, políticas públicas mais inclusivas e uma comunicação mais integrada também são importantes. “Essa inserção de liderança feminina em grandes empresas públicas, por exemplo, é um movimento recente. Eu sou a primeira mulher a ocupar meu atual cargo. Esses últimos 50 anos foram disruptivos de várias formas, então estamos favorecidas neste ponto de mostrarmos nosso potencial, nossas pesquisas, e colocar isso pra fora, comunicar nossos esforços, o que estamos fazendo”, explica.

Embaixadoras do CNMA 2023 – Fotos: Divulgação/CNMA

O Brasil muito bem representado por elas

Para levar ao congresso a força feminina do agro nacional, as embaixadoras, nomeadas pelo segundo ano consecutivo, representarão as cinco regiões do país, trazendo a perspectiva de cada uma e compartilhando seus conhecimentos sobre o setor.

Edineia Becker, embaixadora representante da região Sul, explica que o CNMA cria conexões valiosas entre as participantes e as empresas, o que gera uma rede ainda mais unificada e sólida. “Independentemente do segmento em que trabalham, todas as mulheres devem sempre buscar novas conexões com outras mulheres, para expandir nosso protagonismo no agro”, diz.

Para Sônia Bonato, embaixadora representante do Centro-Oeste, o Congresso tem uma grande relevância para as produtoras rurais. “É o reflexo da nossa contribuição e o reconhecimento do nosso trabalho. Nós estamos presentes em toda a cadeia do setor, porque sabemos que alimentar pessoas é responsabilidade de manter vidas”, relata.

Já a representante da região Norte, Renata Salatini, compartilha que ser nomeada como embaixadora foi um misto de emoções e desafios. “É uma oportunidade excelente para alavancar o profissional de cada participante e permite que diversas regiões do Brasil se encontrem por meio de um networking incrível. Cada mulher retorna para sua realidade renovada e cheia de ideias para colocar em prática.”

“Acredito que uma mulher forte do agro faz progresso onde quer que esteja, pois esse setor que nos integra também alavanca todo o seu entorno, promovendo educação, desenvolvimento e gerando emprego, com equilíbrio social e ambiental”, compartilha Ani Sanders, embaixadora que representa o Nordeste.

“Trocamos o salto por uma botina, em busca do desenvolvimento de uma produção agropecuária sustentável, com segurança de rebanhos, e uma agricultura de precisão, aliada ao campo digital. Somos do agro e temos um mega orgulho disso”, ressalta Chris Morais, embaixadora representante do Sudeste.

E, em celebração ao Dia da Mulher, o CNMA inicia hoje as vendas do 1º lote de inscrições, com preço promocional. Participantes podem realizar a compra pelo site.

Fonte: Assessoria CNMA

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Oferta robusta pressiona preços do trigo no mercado brasileiro

Levantamento do Cepea aponta desvalorização influenciada pela ampla oferta interna, expectativas de safra recorde no mundo e competitividade do produto importado.

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Foto: Jaelson Lucas

Levantamento do Cepea mostra que os preços do trigo seguem enfraquecidos. A pressão sobre os valores vem sobretudo da oferta nacional, mas também das boas expectativas quanto à produtividade desta temporada.

Além disso, pesquisadores do Cepea indicam que o dólar em desvalorização aumenta a competitividade do trigo importado, o que leva o comprador a tentar negociar o trigo nacional a valores ainda menores.

Foto: Shutterstock

Em termos globais, a produção mundial de trigo deve crescer 3,5% e atingir volume recorde de 828,89 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo apontam dados divulgados pelo USDA neste mês.

Na Argentina, a Bolsa de Cereales reajustou sua projeção de produção para 24 milhões de toneladas, também um recorde.

Pesquisadores do Cepea ressaltam que esse cenário evidencia a ampla oferta externa e a possibilidade de o Brasil importar maiores volumes da Argentina, fatores que devem pesar sobre os preços mundiais e, consequentemente, nacionais.

Fonte: Assessoria Cepea
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Instabilidade climática atrasa plantio da safra de verão 2025/26

Semeadura avança lentamente no Centro-Oeste e Sudeste devido à má distribuição das chuvas e períodos secos, segundo dados do Itaú BBA Agro.

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Foto: Sistema Faep

O avanço do plantio da safra de verão 2025/26 tem sido afetado por condições climáticas instáveis em diversas regiões do país. De acordo com dados do Itaú BBA Agro, os estados do Centro-Oeste e Sudeste registraram os maiores atrasos, reflexo da combinação entre pancadas de chuva isoladas, má distribuição das precipitações e períodos prolongados de estiagem. O cenário manteve os níveis de umidade do solo abaixo do ideal, dificultando o ritmo da semeadura até o início de novembro.

Enquanto isso, outras regiões apresentaram desempenho distinto. As chuvas mais intensas ficaram concentradas entre Norte e Sul do Brasil, com destaque para o centro-oeste do Paraná, oeste de Santa Catarina e norte do Rio Grande do Sul, onde os volumes superaram 150 mm somente em outubro. Nessas áreas, o armazenamento hídrico mais elevado favoreceu o avanço do plantio, embora episódios de granizo e temporais tenham provocado prejuízos em algumas lavouras. A colheita do trigo também sofreu atrasos e, em determinados pontos, perdas de qualidade.

Foto: José Fernando Ogura

No Centro-Oeste, a distribuição das chuvas variou significativamente ao longo de outubro. Regiões como o noroeste e o centro de Mato Grosso, além do sul de Mato Grosso do Sul, receberam volumes acima de 120 mm, enquanto outras áreas não ultrapassaram os 90 mm. Somente no início de novembro o padrão começou a mostrar maior regularidade.

No Sudeste, São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo registraram precipitações que ajudaram a recompor a umidade do solo. Minas Gerais, por outro lado, enfrentou acumulados abaixo da média — especialmente no Cerrado Mineiro, onde outubro terminou com menos de 40 mm de chuva. Com a retomada das precipitações em novembro, ocorreu uma nova florada do café, embora os efeitos da estiagem prolongada continuem gerando preocupação entre produtores.

O comportamento irregular das chuvas segue como fator determinante para o ritmo da safra e mantém o setor em alerta para os próximos meses.

Fonte: O Presente Rural com informações Itaú BBA Agro
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Mercado da soja inicia novembro com preços instáveis e influência do cenário internacional

Oscilações refletem exportações brasileiras em alta, avanço do plantio e incertezas sobre o acordo China–EUA, aponta análise da Epagri/Cepa.

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Foto: Daiane Mendonça

O mercado da soja entrou novembro sob influência de uma combinação de fatores internos e externos que têm gerado oscilações nos preços e incertezas quanto ao comportamento da demanda global. Em Santa Catarina, conforme o Boletim Agropecuário elaborado pela Epagri/Cepa, a média mensal paga ao produtor em outubro registrou leve recuo de 0,6%, fechando o mês em R$ 124,19 a saca.

Já no início de novembro, até o dia 10, há indicação de recuperação: a média estadual subiu para R$ 125,62/sc, movimento influenciado principalmente pelo comportamento das exportações brasileiras e pelas notícias vindas do mercado internacional.

Foto: Claudio Neves

A elevação dos embarques do Brasil em outubro, 6,7 milhões de toneladas, com volume acumulado superior a 100 milhões de toneladas em 2025, ajudou a firmar as cotações internas. Ao mesmo tempo, o anúncio da retomada das importações de soja dos Estados Unidos pela China e os avanços no acordo comercial entre os dois países impulsionaram os contratos futuros em Chicago (CBOT), com reflexos imediatos nos preços no Brasil.

A análise é do engenheiro-agrônomo Haroldo Tavares Elias, da Epagri/Cepa, que classifica o momento como de viés misto, com o mercado reagindo de forma alternada a notícias de estímulo e pressão.

Fatores que influenciam mercado 
Segundo o boletim, fatores de baixa predominam no curto prazo, puxados principalmente pela lentidão nas negociações internas no Brasil, pelo avanço do plantio da nova safra e pela sinalização do acordo China–EUA. Esse movimento pressiona o mercado brasileiro, ao mesmo tempo que fortalece o mercado americano e sustenta as cotações em Chicago.

1. Mercado internacional
Dados de USDA, CBOT, Esalq-Cepea, Investing.com e Bloomberg, compilados pela Epagri/Cepa, apontam:

Foto: Claudio Neves

Fatores de alta:

  • Importações recordes da China em outubro, 9,48 milhões de toneladas, majoritariamente provenientes da América Latina;
  • Recuperação da CBOT por quatro semanas consecutivas.

Fatores de baixa:

  • Falta de confirmação pela China da compra de 12 milhões de toneladas dos EUA;
  • Retomada das importações chinesas de soja americana, reduzindo o espaço para o produto brasileiro;
  • Negociações internas mais lentas no Brasil, o ritmo mais baixo em quatro anos;
  • Correção técnica de estocásticos e realização de lucros após sequência de altas em Chicago.

2. Oferta e mercado interno

Fatores de alta:

  • Exportações brasileiras mantêm ritmo forte;
  • Estruturação da presença chinesa no Brasil, com ampliação de operações, incluindo um novo escritório no Mato Grosso.

Fatores de baixa:

  • Pressão sobre os preços internos, com queda de 1,4% em outubro.

3. Safra e clima
Fatores de baixa:

  • Plantio avançado, com 47% da safra já implantada, reforçando a expectativa de safra recorde entre 177 e 180 milhões de toneladas no

    Foto: Claudio Neves

    ciclo 2025/26;

  • Produtores nos EUA voltaram a vender após as recentes altas, aumentando a oferta global no curto prazo.

Acordo China-EUA 
Embora o mercado tenha reagido às declarações do governo dos Estados Unidos sobre um novo acordo com a China envolvendo a compra de soja, não houve confirmação por parte dos chineses até 12 de novembro, ressalta a Epagri/Cepa. Caso confirmado, o pacto poderia redirecionar parte da demanda da China para a soja americana, reduzindo o volume destinado ao Brasil.

Contudo, a proximidade da entrada da nova safra brasileira — combinada com o calendário já avançado para novembro, torna improvável a formalização do acordo ainda este ano. Por isso, a tendência, segundo a análise, é que a China siga priorizando a soja brasileira nas próximas semanas.

Fonte: O Presente Rural
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