Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas

Centro de referência vai monitorar tecnologias para mitigar emissões da pecuária gaúcha

Com cinco frentes, a iniciativa abrange estudos com genética, integração labora-pecuária-floresta, novas dietas, avaliação da carne produzida e validação de marcas-conceito. Pesquisadores buscam mitigar, especialmente, as emissões de metano dos animais, principal gás de efeito estufa emitido pela pecuária.

Publicado em

em

Foto: Danilo Sant'Anna

Um amplo projeto de pesquisa vai instituir no Rio Grande do Sul um centro de referência para avaliação de tecnologias com potencial de mitigar gases de efeito estufa (GEE) da pecuária gaúcha. Liderado pela Embrapa Pecuária Sul, o trabalho foi aprovado em edital realizado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). O projeto tem como um dos objetivos subsidiar o governo gaúcho na atualização dos inventários de emissão de GEE do estado e na formulação de políticas públicas, assim como disponibilizar tecnologias validadas para os pecuaristas trabalharem com foco em sustentabilidade.

Intitulado “Avaliação de tecnologias com potencial de mitigar gases de efeito estufa nos campos e florestas nativas e cultivadas do Rio Grande do Sul”, o trabalho irá avaliar cinco pontos centrais: a genética de reprodutores bovinos de cinco raças quanto à relação da emissão de metano e produção de carne; o potencial de mitigação dos sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta com árvores nativas do Rio Grande do Sul; novas dietas para bovinos com capacidade de diminuir a produção  de metano entérico no rúmen dos animais; a validação no estado de marcas-conceito já lançadas pela Embrapa, como a Carne Carbono Neutro (CCN), Carne Baixo Carbono (CBC) e Carbono Nativo (CN); assim como a avaliação da carne produzida nesses modelos de produção.

Conforme Cristina Genro, pesquisadora da Embrapa Pecuária Sul e líder do projeto, o trabalho será uma oportunidade para avaliar as melhores ferramentas para tornar a pecuária gaúcha cada vez mais sustentável. “Vamos avaliar mecanismos importantes para a mitigação de GEE na pecuária, como o melhoramento genético animal, a suplementação energética com coprodutos regionais e os sistemas ILPF. Além disso, a validação das marcas-conceito CCN, CBC e CN oferecem uma perspectiva de valorização da carne gaúcha em um mercado cada vez mais exigente por produtos de qualidade e produzidos com sustentabilidade”, destacou a pesquisadora.

Conforme Genro, o manejo adequado do pasto é capaz de compensar em até 35% a emissão do metano pelos bovinos; a manipulação da fermentação ruminal com o uso de maior nível de proteína e concentrados e o melhoramento da dieta animal mitigam entre 10% e 20%; e o melhoramento genético animal tem um potencial de mitigar até 38% dessas emissões. “Essas tecnologias, analisadas em um balanço de emissão e fixação de carbono, são capazes de praticamente zerar essa balança”, destacou Genro.

Trabalho será uma oportunidade para avaliar as melhores ferramentas para tornar a pecuária gaúcha cada vez mais sustentável – Foto: Daniela Collares

Essas são algumas das principais tecnologias existentes para mitigar a emissão do metano pelos bovinos. A produção desse gás nos ruminantes ocorre durante o processo de digestão. Depois de ingeridos, os alimentos vão para o rúmen, órgão do aparelho digestivo, onde bactérias ajudam na digestão por meio da fermentação, mas acabam produzindo também o gás. Esse alimento fermentado retorna para a boca do bovino para ser novamente mastigado. Nesse momento, o metano é emitido para a atmosfera pela eructação (arroto) dos animais.

A Embrapa, apoiando as ações governamentais brasileiras, criou em 2019 a “Plataforma Pecuária Baixo Carbono Certificada”, cujo objetivo central é reunir marcas-conceito que agem como selos de garantia para a comercialização da carne bovina e seus derivados. Nesta plataforma está incluída a Carne Carbono Neutro (CCN), cuja certificação é focada na neutralização do carbono em sistemas com a presença de árvores plantadas (ILPF), a Carne Baixo Carbono (CBC), elaborada para certificar carne produzida em sistemas de integração lavoura-pecuária (ILP) ou em pastagens bem manejadas, sem a presença de árvores, e a Carbono Nativo (CN), cujo objetivo é certificar a carne produzida em pastagens com árvores nativas, nas quais o carbono foi mitigado/neutralizado por meio da conservação destes componentes florestais.

A validação dessas três marcas-conceito é inédita no Rio Grande do Sul, e terá início agora com a execução do projeto. De acordo com Genro, esse é um grande diferencial do trabalho, que permitirá, futuramente, a certificação da carne produzida no estado com esses selos de sustentabilidade.

Trabalho abrangente vai indicar métodos e tecnologias que aumentarão a sustentabilidade da atividade no Rio Grande do Sul – Foto: Felipe Rosa

Conforme Rodiney de Arruda Mauro, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, a ideia das marcas-conceito é estabelecer um diferencial na produção agropecuária, valorizando modelos produtivos que tenham a capacidade de melhorar o balanço de carbono nos sistemas pecuários, tanto pela minimização da emissão dos animais, como pela fixação do carbono no solo, com pastagens bem manejadas e com o uso dos componentes florestais. “A certificação dessas marcas-conceito pela Embrapa é um passo fundamental para a sustentabilidade da pecuária brasileira nos diferentes biomas, pois é possível cientificamente constatar que existem modelos pecuários de produção com capacidade de minimizar ou até neutralizar a emissão de metano”, destacou.

O trabalho de pesquisa também vai servir como fonte para atualização dos inventários do estado do Rio Grande do Sul sobre a emissão de gases de efeito estufa. Assim, a partir da conexão das atividades do projeto, será possível, ainda, colaborar para a melhor compreensão da pecuária gaúcha, aplicação de tecnologias para redução da emissão de metano entérico e valorização da carne produzida no estado. “A pesquisa é importante para termos informações atualizadas sobre as emissões, visto que a conexão desses dados com programas de certificação, como CCN, CBC e CN, visa agregar valor à carne gaúcha e manter a sustentabilidade no agronegócio. Dessa forma, o trabalho será relevante para melhor compreendermos a pecuária do Rio Grande do Sul, gerando avanços na pesquisa de mudanças climáticas em bovinos e colaborando com o estado para o cumprimento dos compromissos de redução de emissões de GEE assumidos”, garantiu a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura do RS, Marjorie Kauffmann.

Participantes

Em suas diversas atividades, o projeto conta com apoio de pesquisadores da Embrapa Pecuária Sudeste, Embrapa Gado de Corte, Embrapa Milho e Sorgo, Embrapa Uva e Vinho, Universidade Federal do Pampa (Unipampa) e Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Conheça as frentes do projeto

  • Melhoramento genético de bovinos para menor emissão de metano

Pesquisadores buscam mitigar, especialmente, as emissões de metano dos animais, principal gás de efeito estufa emitido pela pecuária – Foto: Felipe Rosa

A seleção de bovinos que emitem menos metano é uma das estratégias para a mitigação na emissão do gás pela pecuária. Desde 2022, a Embrapa Pecuária Sul desenvolve a Prova de Emissão de Gases (PEG), com o objetivo de identificar, em um mesmo ambiente de produção, jovens reprodutores com menores índices de emissão de metano e que podem ser empregados no melhoramento das raças utilizando a genética na formação de progênies com essa característica.

A PEG é realizada anualmente com animais das raças Hereford, Braford, Angus e Charolês, que também participam da Prova de Eficiência Alimentar. Com os recursos do projeto vai ser possível ampliar o número de animais testados por ano, passando de cerca de 30 para 100 animais de cada raça.

Esse acréscimo irá propiciar o avanço na formação do banco de dados necessário para lançamento de avaliações genéticas e genômicas mais precisas, possibilitando a seleção de animais que emitam menos metano e que sejam eficientes na conversão do alimento consumido em peso vivo. Uma nova raça, a Brangus, também fará parte da prova, com o teste de animais integrantes do rebanho da Embrapa. “A identificação de animais mais eficientes no uso dos alimentos e que, portanto, emitam menos metano por quilo de alimento consumido, passou a ser algo de grande importância para a cadeia da carne bovina brasileira”, explica Genro.

  • Validação dos protocolos CCN, CBC e CN

O projeto contempla a validação no Rio Grande do Sul de três protocolos de sustentabilidade na pecuária lançados pela Embrapa, o CCN, o CBC e o CN.

  1. CCN – Será instalada em Bagé, na sede da Embrapa Pecuária Sul, uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) dessa marca-conceito. A área de 30 hectares será avaliada quanto a capacidade de fixar carbono no sistema de integração com eucalipto, soja e pecuária. O protocolo CCN busca neutralizar o carbono produzido no sistema de produção pecuário. Parte-se da premissa de que é possível compensar a emissão de metano (CH4) dos animais com a introdução de espécies florestais que têm a capacidade de sequestrar carbono.
  2. CBC – Será instalada em Aceguá (RS), na Fazenda Santa Luzia, uma URT da marca-conceito CBC. A área de 60 hectares será avaliada quanto a capacidade de mitigar a emissão de carbono em um sistema de recria e terminação de bovinos de corte em campo nativo melhorado do bioma Pampa, com a introdução de pastagens de aveia e azevém no inverno. A CBC contempla sistemas produtivos sem a presença da floresta, mas com potencial de mitigação das emissões de GEE a partir do bom manejo das pastagens, dos animais e adoção de boas práticas agropecuárias.
  3. CN – Será instalada em Nova Prata (RS), na Fazenda Tupi, uma URT da marca-conceito CN. O protocolo prevê o uso de árvores nativas em áreas de pastagens para neutralizar ou mitigar as emissões de gases de efeito estufa e, com isso, valorizar as propriedades pecuárias que possuam esses sistemas. A ideia é estabelecer um diferencial na produção, valorizando a biodiversidade e o bem-estar animal.

Dados encontrados ainda serão usados ​​para atualizar o inventário de emissões do Rio Grande do Sul – Foto: Leko Machado

Avaliação da qualidade da carne dos protocolos CCN e CBC

Um total de 20 animais dos sistemas CCN e CBC serão avaliados quanto à qualidade da carne. Serão realizadas análises físico-químicas, de ácidos graxos e perfil metabolômico. Também serão obtidos os dados de características de carcaça: peso de carcaça quente, acabamento de gordura, conformação e rendimento de carcaça. As amostras serão encaminhadas para o Laboratório de Ciência e Tecnologia de Carnes da Embrapa Pecuária Sul, para avaliação de pH final, cor da carne, cor da gordura, teores de umidade, gordura intramuscular (lipídeos), proteína, teor de colesterol e perfil de ácidos graxos.

  • Avaliação de sistemas de integração Lavoura-Pecuária-Floresta

A ILPF tem potencial de mitigar as emissões entéricas pelo armazenamento de carbono no solo e na biomassa arbórea. Nesse sentido, será realizado o monitoramento de GEE de sistemas pecuários integrados com agricultura e floresta nativa. A atividade vai quantificar as emissões do sistema integrado de árvores de eucalipto consorciadas ou não com 10 espécies nativas de árvores cultivadas simultaneamente com a lavoura de soja e a pecuária de corte no inverno. A área experimental foi implantada em 2021 com 13 hectares, na Embrapa Pecuária Sul.

  • Avaliação do uso de coprodutos industriais para reduzir emissão de metano

A nutrição dos bovinos tem impacto na produção de metano no trato digestivo dos animais. Pesquisas mostram que pastagens bem manejadas e com oferta adequada de alimentos, aliada ao uso de suplementos naturais, são uma estratégia para diminuir o impacto da pecuária nas emissões de GEE. Estudo a ser desenvolvido na Embrapa Pecuária Sul vai testar os rejeitos da produção de vinho e suco de uva com o objetivo de reduzir a produção de metano e melhorar a nutrição de bovinos. Esse subproduto também tem potencial de substituir as fontes de energia mais tradicionais usadas nos concentrados fornecidos na alimentação animal, como o milho. Na pesquisa será avaliada também a qualidade do produto para a nutrição, ou seja, a resposta na produção animal, uma vez que vai substituir um dos principais ingredientes de concentrados.

Conforme João Carlos Taffarel, analista da Embrapa Uva e Vinho, as avaliações para identificar o potencial de uso de resíduos da uva para nutrição dos bovinos é um trabalho inovador, de cooperação entre diferentes centros de pesquisa, e que pode dar um melhor destino a subprodutos atualmente sem uso na indústria. “É o início de uma nova fase no uso de resíduos, de cadeia circular, e de aproveitamento dos resíduos que hoje são um problema para a indústria vitivinícola brasileira”, destacou.

Banco de Dados

Uma atividade transversal do projeto será a formação de um banco de dados com os resultados de todas as ações de pesquisa realizadas. A gestão das informações do projeto baseada no modelo relacional (SQL) tem como principal objetivo subsidiar a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) para a formulação de políticas públicas. “A Sema é a financiadora deste projeto e para a secretaria é fundamental ter essas informações precisas, tanto para atualização dos inventários de emissão de gases de efeito estufa no RS como para a formulação das políticas públicas. Assim, a partir da formação desse banco de dados, todas as informações geradas serão compartilhadas com a secretaria”, anuncia Genro.

Fonte: Embrapa Pecuária Sul

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

Publicado em

em

Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

Publicado em

em

Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.