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Cenário exigirá agricultura e agricultores de alta performance
Especialistas convidados para evento digital falam sobre riscos e oportunidades para o agronegócio no cenário atual de pandemia
O professor e consultor Carlos Cogo abriu o primeiro dia da Feira Digital Jacto Com Você, que aconteceu entre os dias 6 e 7 de maio, com uma palestra apresentando os riscos e oportunidades para o agronegócio no cenário atual de pandemia.
Cogo fez uma análise geral do contexto mundial e as consequências da forte queda dos preços do petróleo, das bolsas globais sofrendo fortes baixas, do dólar em patamares recordes no Brasil, da expectativa de queda do PIB global e quais os impactos desses fatores no país.
Também apresentou dados comparativos da evolução dos preços no mercado externo da soja, milho, arroz, trigo, feijão, algodão, café e açúcar, nos primeiros meses de 2020 e as variações que foram percebidas nos últimos 12 meses.
Entre os setores apontados pelo professor e consultor como os que estão passando por maior adversidade estão o açúcar, etanol, algodão, leite, lácteos, frutas, legumes, verduras e floricultura.
“Esses produtos sofrem com o isolamento social porque atuam com a merenda escolar, diminuição dos movimentos em bares e restaurantes e pessoas estão saindo menos de casa para consumir”, explica.
O mercado de grãos, por outro lado, está com safra recorde e se beneficia do isolamento social mundial, uma vez que o Brasil manteve o trabalho no campo normalizado e será capaz de atender tanto o mercado interno, quanto externo. “Toda logística de escoamento no país foi garantida e os produtores rurais não estão tendo dificuldades em adquirir insumos e depois vender os produtos”.
A mensagem geral da palestra foi de otimismo. De acordo com Cogo, os setores que passam por mais dificuldade agora terão forte recuperação em breve. O mercado de máquinas agrícolas estará aquecido no segundo semestre, já que os produtores estão com alta rentabilidade na venda das commodities e estarão com poder de compra, podendo incentivar a aquisição de novas tecnologias.
“Enquanto vários países e blocos têm tido problemas com distribuição e exportação de alimentos, o Brasil tem exportado em níveis recordes. Nosso país se firma como um país confiável no abastecimento global de alimentos e deveremos sair fortalecidos dessa crise mundial”, finaliza o especialista.
“Assim como praticamente todos os países do mundo, o Brasil deve fechar o ano com queda no PIB entre 5 e 8%. Entretanto, estamos com expectativa de crescer o setor do agronegócio brasileiro em 7% melhor do que 2019. O agro é o motor que vai tirar o país da crise e todos nós que fazemos parte desta cadeia temos a obrigação moral de fazermos o melhor a cada dia. Já superamos muitas outras crises ao longo dos anos e vamos sair fortalecidos de mais essa”, comentou Fernando Gonçalves Neto, diretor presidente da Jacto, que participou da abertura do evento.
Papel da agricultura de alta performance
No segundo dia da Feira Digital, José Luiz Tejon iniciou os trabalhos do dia falando sobre “O papel da agricultura de alta performance em um cenário disruptivo: mudanças, necessidades e oportunidades”.
Tejon comentou sobre o aspecto humano das relações e importância disso em momentos de crise e de superação, como se mostra o atual cenário, fazendo uma analogia entre a agricultura uma Olimpíada, que exige atletas de alto desempenho, sempre em busca de recordes de superação.
“O agricultor é sem dúvida um atleta. Precisa superar marcas, índices, lidar com adversidades, se superar. Hoje estamos numa crise mundial de enfermidade. E mais do que nunca há uma exigência de todos orientados para uma postura de alto desempenho. Com a agricultura não é diferente”, avaliou.
Tejon ponderou também sobre a atitude em tempos de crise, refletindo que estes momentos, em última instância, servem para revelar o caráter das pessoas, empresas, países e líderes.
“Durante o dia de ontem vimos aqui as lideranças da Jacto falarem exatamente de mudanças, de desafios, de crise e das dificuldades. Mas vimos também um trabalho orientado diante de um cenário de dificuldade, mas com ações realistas, como o evento digital como forma de superar o momento em que não pode haver uma feira presencial e o próprio lançamento do aplicativo Connect, que vai estar 24 horas por dia ao lado do produtor”, comentou.
O aplicativo mencionado na fala do especialista é um ecossistema digital que tem por objetivo deixar simples o acesso dos clientes a todos os serviços da empresa, sendo um ponto de contato único.
“Através do aplicativo, nossos clientes poderão, por exemplo, solicitar assistência técnica, tirar dúvidas, acessar informações dos nossos produtos, acompanhar informações de telemetria, acessar treinamentos, entre outras possibilidades”, antecipa Guilherme Panes, gerente de desenvolvimento de negócios.
“Com esta plataforma vamos transformar a experiência dos nossos clientes, facilitando a navegação entre os softwares que já estão disponibilizados. Vamos melhorar o fluxo do atendimento, facilitar a comunicação com os usuários e o acesso deles aos nossos serviços. O cliente compra mais do que uma máquina. Ele compra todo um ecossistema de serviços e soluções digitais que melhoram a sua experiência de uso do equipamento”, reforça Fernando Gonçalves Neto, diretor presidente da Jacto.
Para as máquinas que já contam com o sistema Otmis de agricultura de precisão, o Jacto Connect será capaz disponibilizar informações de telemetria, permitindo que a Jacto faça abertura de chamados quando houver alertas em sua máquina.
Tejon ponderou também sobre a atitude em tempos de crise, refletindo que estes momentos, em última instância, servem para revelar o caráter das pessoas, empresas, países e líderes.
“Numa crise, uma das coisas importante é não ter falsa expectativa. Outra coisa é definir quem vai estar ao nosso lado nesse caminho. Isso vai definir o futuro com maior e melhor probabilidade. Não podemos errar. Hoje as tecnologias digitais da agricultura corrigem o trabalho quando o desvio ocorre e é o que vai levar o nosso produtor a conquistar a condição de alta performance que falamos. Tudo exige um elo, uma estrutura que o cerca também de alta performance. O produtor pós Covid-19 será um profissional de alta performance e precisa de parceiros à sua altura”, completou, afirmando que a agricultura nesse cenário pós-pandemia tem um papel fundamental na saúde: produzir alimentos melhores e de forma sustentável.
Outras notícias você encontra na edição de Bovinos, Grãos e Máquinas de junho/julho de ou online.
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Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre
OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.
Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre
A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.
Derivados registram pequenas valorizações em outubro
Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).
Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta
Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.
Custos com nutrição animal sobem em outubro
O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.
Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito
CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.
A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .
Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:
O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.
O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.
Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.
A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.
Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.
O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.
Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.
A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.
Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.
Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.
Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat
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Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo
Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.
Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.
As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.
“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.
“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.
O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.
Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.
“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.
A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.
Concursos estaduais
Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.
O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran