Conectado com

Bovinos / Grãos / Máquinas

Cenário econômico para milho safrinha é positivo para o Brasil

Publicado em

em

O panorama do milho safrinha no cenário econômico no Brasil é considerado positivo por Dicezar Vernizi, trader sênior da Coamo Agroindustrial Cooperativa. Durante o XII Seminário Nacional de Milho Safrinha, Vernizi discorreu sobre os cenários econômicos para a cultura de segunda safra, com impacto benéfico a cada safra para o País. Confira a entrevista de Vernizi, que conversou com a equipe de Comunicação da Embrapa Agropecuária Oeste, uma das realizadoras do Seminário juntamente com a Embrapa Milho e Sorgo e UFGD, com promoção da Associação Brasileira de Milho e Sorgo.
Embrapa Agropecuária Oeste – O cenário econômico atual para o milho safrinha tem sido positivo. Quais fatores influenciaram o bom desenvolvimento da cultura no Brasil? E em Mato Grosso do Sul quais são esses fatores? 
Dicezar – Externamente, dois fatores foram preponderantes ao desenvolvimento da cultura do milho no Brasil: primeiramente, a mudança na política energética americana, adotada a partir de 2005 que priorizou a utilização de biocombustíveis em sua matriz energética através do incentivo da mistura do etanol de milho à gasolina. Em segundo plano e não menos importante devemos lembrar do elevado grau de desenvolvimento econômico experimentado pelos países asiáticos, em especial China, Japão e Coréia do Sul. Ambos os fatores promoveram o aumento considerável no comércio internacional do cereal na ordem de 42% quando relacionamos com a safra 2004/05. Esta explosão no comércio internacional do cereal abriu oportunidades para que novos players pudessem atuar neste mercado. O Brasil aproveitou este grande momento para promover o desenvolvimento e a expansão do milho safrinha, em especial na Região Centro-Oeste do País e abastecer mercados internacionais, solidificando sua posição como exportador de milho. Dentro do âmbito doméstico, o desenvolvimento de tecnologias adequadas permitiu a expansão da cultura em regiões de menor disponibilidade hídrica, porém de menor risco climático. A excelente performance da avicultura nacional completa este cenário. O menor risco climático aliado à aptidão agrícola de Mato Grosso do Sul constituem elementos importantes à expansão do milho no Estado. Sua moderada distância dos principais pontos de consumo e do porto de Paranaguá, importante canal de escoamento das exportações, confere ao Estado vantagens competitivas quando comparado com os demais Estados da região.
Embrapa Agropecuária Oeste – O milho safrinha, especificamente, em Mato Grosso do Sul, faz parte de um sistema de produção juntamente com a soja. A que fatores o produtor precisa ficar atento para que o cenário do milho safrinha e da soja continue em ascensão? 
Dicezar – Estamos vindo de momentos de bons preços para a soja e para o milho, com as cotações destas commodities atingindo picos nunca vistos antes na história. Isto estimula a rápida expansão destas culturas em todo mundo e consequentemente, uma elevação na oferta e uma recuperação dos estoques são observados mundialmente. Momentos de bons preços corrigem erros de gestão. Com a recuperação da produção mundial e o consequente aumento da oferta de milho, veremos os preços muito mais pressionados para a próxima safra. Considerando a normalidade climática, tudo leva a crer que teremos cenários de preço completamente diferentes dos vistos até o momento. Os produtores brasileiros deverão mais do que nunca promover uma perfeita gestão do seu negócio, pois não haverá momentos para erros. Apropriar adequadamente os custos de produção, acompanhar o mercado sistematicamente e planejar a comercialização do cereal serão tarefas que exigirão maiores esforços dos produtores. Reduzir custos e riscos serão os fatores chave de sucesso. 
Embrapa Agropecuária Oeste – Atualmente, pode-se dizer que, mesmo sendo uma commodity, o milho safrinha possui valor agregado? 
Dicezar – O milho constitui se numa commodity de elevado valor agregado, pois é largamente utilizado na fabricação de ração tanto para avicultura, como para suinocultura e bovinocultura, representando 70% dos componentes utilizados nas formulações de ração para aves. É inegável também a utilização do milho na indústria alimentícia, agora amplamente alocada na indústria de bebidas. A indústria de transformação do milho brasileiro é responsável pelo consumo de 60% do total produzido pelo país. Nos Estados do Sul presenciamos cooperativas completamente integradas com seus associados desde o fornecimento de insumos para as lavouras de milho, passando pela produção e comercialização final de aves e suínos.
Embrapa Agropecuária Oeste – Quais as vantagens do milho safrinha em relação ao milho verão?
Dicezar – Economicamente falando, o milho safrinha é mais vantajoso do que o milho de verão, porque não compete com outra cultura mais rentável, como a soja. A relação de preço soja/milho está atingindo os níveis mais altos da história, sendo que neste momento no mercado de balcão no MS esta relação é de 4:1. Esta relação inviabiliza qualquer retomada da área de milho no verão, a não ser pela extrema necessidade de rotação de cultura ou pela escassez de oferta de milho em alguns mercados regionais, como o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Outra vantagem é o período de colheita do milho safrinha que coincide com o período de redução no volume das exportações de soja pelos portos brasileiros, otimizando as estruturas de armazenamento e transporte, reduzindo os custos logísticos. Normalmente as exportações de soja começam a reduzir a partir dos meses de julho e agosto, período que se inicia a colheita da safrinha. Abre-se aí uma excelente janela de exportação de milho, estendendo-se até janeiro seguinte.
Embrapa Agropecuária Oeste – Quais as oportunidades que o setor produtivo ainda pode explorar no cultivo do milho safrinha?
Dicezar – O Brasil conquistou importantes mercados internacionais, como Japão, Coréia do Sul e Taiwan antes abastecidos pelos Estados Unidos. O milho brasileiro, que no passado foi extremamente rejeitado por estes mercados, abre agora o mercado da China, atual importador de 7 milhões de toneladas anuais. A China é um país de proporções extremas, segundo maior produtor de milho, é também o segundo maior consumidor, utiliza muito mais milho do que é capaz de produzir. Restrições ao aumento de área agricultável, restrições à disponibilidade hídrica e a estrutura fundiária chinesa constituem hoje barreiras ao aumento da produção de milho naquele país. Estas portas abrem oportunidades para o milho brasileiro, mas exigem, em contrapartida, grandes esforços de toda a cadeia produtiva. O Brasil deverá se ajustar ao mercado internacional e deverá investir em infraestrutura para poder competir neste mercado. Se dentro das porteiras somos altamente competitivos, o mesmo não podemos dizer fora dela. Os altos custos de armazenagem e transporte e as deficiências encontradas nos corredores de exportação elevam os custos e reduzem a competitividade do milho brasileiro nos mercados internacionais. Para um país que se propõe a produzir 82 milhões de toneladas para uma demanda interna de 52 milhões, inevitavelmente necessitaremos exportar 25 milhões de toneladas. Investimentos em infraestrutura são essenciais para deixarmos estas 25 milhões competitivas no mercado internacional e assim mantermos os mercados já conquistados e entrar efetivamente no mercado Chinês.

Fonte: Embrapa

Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Derivados lácteos sobem em outubro, mas mercado prevê quedas no trimestre

OCB aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24.

Publicado em

em

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

Preço sobe em setembro, mas deve cair no terceiro trimestre

A pesquisa do Cepea mostra que, em setembro, a “Média Brasil” fechou a R$ 2,8657/litro, 3,3% acima da do mês anterior e 33,8% maior que a registrada em setembro/23, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IPCA de setembro). O movimento de alta, contudo, parece ter terminado. Pesquisas ainda em andamento do Cepea indicam que, em outubro, a Média Brasil pode recuar cerca de 2%.

Derivados registram pequenas valorizações em outubro

Pesquisa realizada pelo Cepea em parceria com a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) aponta que, em outubro, os preços médios do leite UHT e do queijo muçarela negociados entre indústrias e canais de distribuição em São Paulo registraram ligeiras altas de 0,66% e de 0,59% frente a setembro/24, chegando a R$ 4,74/l e a R$ 33,26/kg, respectivamente. No caso do leite em pó (400g), a valorização foi de 4,32%, com média de R$ 31,49/kg. Na comparação com o mesmo período de 2023, os aumentos nos valores foram de 18,15% para o UHT, de 21,95% para a muçarela e de 12,31% para o leite em pó na mesma ordem, em termos reais (os dados foram deflacionados pelo IPCA de out/24).

Exportações recuam expressivos 66%, enquanto importações seguem em alta

Em outubro, as importações brasileiras de lácteos cresceram 11,6% em relação ao mês anterior; frente ao mesmo período do ano passado (outubro/23), o aumento foi de 7,43%. As exportações, por sua vez, caíram expressivos 65,91% no comparativo mensal e 46,6% no anual.

Custos com nutrição animal sobem em outubro

O Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira subiu 2,03% em outubro na “média Brasil” (BA, GO, MG, SC, SP, PR e RS), puxado sobretudo pelo aumento dos custos com nutrição animal. Com o resultado, o COE, que vinha registrando estabilidade na parcial do ano, passou a acumular alta de 1,97%.

Fonte: Assessoria Cepea
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas Protecionismo econômico

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito

CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias.

Publicado em

em

Foto e texto: O Presente Rural

A Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), entidade representativa, sem fins lucrativos, emite nota oficial para rebater declarações do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard. Nas suas recentes declarações o CEO afirma que a rede vai deixar de comercializar carnes oriundas do Mercosul pois os produtos sul-americanos não cumprem as exigências e normas sanitárias .

Veja abaixo, na integra, o que diz a nota:

O produtor rural brasileiro está cansado de ser tratado com desrespeito aqui dentro e mundo afora.

O protecionismo econômico de muitos países se traveste de protecionismo ambiental criando barreiras fantasmas para tentar reduzir nossa capacidade produtiva e cada vez mais os preços de nossos produtos.

Todos sabem que é difícil competir com o produtor rural brasileiro em eficiência. Também sabem da necessidade cada vez maior de adquirirem nossos produtos pois além de alimentar sua população ainda conseguem controlar preços da produção local.

A solução encontrada por esses países principalmente a UE e nitidamente a França, foi criar a “Lei Antidesmatamento” para nos impor regras que estão acima do nosso Código Florestal. Ora se temos uma lei, que é a mais rigorosa do mundo e a cumprimos à risca qual o motivo de tanto teatro? A resposta é que a incapacidade de produzir alimentos em quantidade suficiente e a também incapacidade de lidar com seus produtores faz com que joguem o problema para nós.

Outra questão: Por que simplesmente não param de comprar da gente já que somos tão destrutivos assim? Porque precisam muito dos nossos produtos mas querem de graça. Querem que a gente negocie de joelhos com eles. Sempre em desvantagem. Isso é uma afronta também à soberania nacional.

O senador Zequinha Marinho do Podemos do Pará, membro da FPA, tem um projeto de lei (PL 2088/2023) de reciprocidade ambiental que torna obrigatório o cumprimento de padrões ambientais compatíveis aos do Brasil por países que comercializem bens e produtos no mercado brasileiro.

Esse PL tem todo nosso apoio porque é justo e recíproco, que em resumo significa “da mesma maneira”. Os recentes casos da Danone e do Carrefour, empresas coincidentemente de origem francesa são sintomáticos e confirmam essa tendência das grandes empresas de jogar para a plateia em seus países- sede enquanto enviam cartas inócuas de desculpas para suas filiais principalmente ao Brasil.

A Associação dos Criadores do Mato Grosso (Acrimat), Estado com maior rebanho bovino do País e um dos que mais exporta, repudia toda essa forma de negociação desleal e está disposta a defender a ideia da suspensão do fornecimento de animais para o abate de frigoríficos que vendam para essas empresas.

Chega de hipocrisia no mercado, principalmente pela França, um país que sempre foi nosso parceiro comercial, vendendo desde queijos, carros e até aviões para o Brasil e nos trata como moleques.

Nós como consumidores de muitos produtos franceses devemos começar a repensar nossos hábitos de consumo e escolher melhor nossos parceiros.
Com toda nossa indignação.

Oswaldo Pereira Ribeiro Junior
Presidente da Acrimat

Fonte: O Presente Rural com informações de assessoria
Continue Lendo

Bovinos / Grãos / Máquinas

Queijo paranaense produzido na região Oeste está entre os nove melhores do mundo

Fabricado em parque tecnológico do Oeste do estado, Passionata foi o único brasileiro no ranking e também ganhou título de melhor queijo latino americano no World Cheese Awards.

Publicado em

em

Foto: Biopark

Um queijo fino produzido no Oeste do Paraná ficou entre os nove melhores do mundo (super ouro) e recebeu o título de melhor da América Latina no concurso World Cheese Awards, realizado em Portugal. Ele concorreu com 4.784 tipos de queijos de 47 países. O Passionata é produzido no Biopark, em Toledo. Também produzidos no parque tecnológico, o Láurea ficou com a prata e o Entardecer d´Oeste com o bronze.

Foto: Gilson Abreu

As três especialidades de queijo apresentadas no World Cheese Awards foram desenvolvidas no laboratório de queijos finos e serão fabricadas e comercializadas pela queijaria Flor da Terra. O projeto de queijos finos do Biopark é realizado em parceria com o Biopark Educação, existe há cinco anos e foi criado com a intenção de melhorar o valor agregado do leite para pequenos e médios produtores.

“A transferência da tecnologia é totalmente gratuita e essa premiação mostra como podemos produzir queijos finos com muita qualidade aqui em Toledo”, disse uma das fundadoras do Biopark, Carmen Donaduzzi.

“Os queijos finos que trouxemos para essa competição se destacam pelas cores vibrantes, sabores marcantes e aparências únicas, além das inovações no processo produtivo, que conferem um diferencial sensorial incrível”, destacou o pesquisador do Laboratório de Queijos Finos do Biopark, Kennidy Bortoli. “A competição toda foi muito emocionante, saber que estamos entre os nove melhores queijos do mundo, melhor da América Latina, mostra que estamos no caminho certo”.

O Paraná produz 12 milhões de litros por dia, a maioria vem de pequenos e médios produtores. Atualmente 22 pequenos e médios produtores de leite fazem parte do projeto no Oeste do Estado, produzindo 26 especialidades de queijo fino. Além disso, no decorrer de 2024, 98 pessoas já participaram dos cursos organizados pelo Biopark Educação.

Neste ano, foram introduzidas cinco novas especialidades para os produtores vinculados ao projeto de queijos finos: tipo Bel Paese, Cheddar Inglês, Emmental, Abondance e Jack Joss.

“O projeto é gratuito, e o único custo para o produtor é a adaptação ou construção do espaço de produção, quando necessário”, explicou Kennidy. “Toda a assessoria é oferecida pelo Biopark e pelo Biopark Educação, em parceria com o Sebrae, IDR-PR e Sistema Faep/Senar, que apoiam com capacitação e desenvolvimento. A orientação cobre desde a avaliação da qualidade do leite até embalagem, divulgação e comercialização do produto”.

Foto: Divulfgação/Arquivo OPR

A qualidade do leite é analisada no laboratório do parque e, conforme as características encontradas no leite, são sugeridas de três a quatro tecnologias de fabricação de queijos que foram previamente desenvolvidas no laboratório com leite com características semelhantes. O produtor então escolhe a que mais se identifica para iniciar a produção.

Concursos estaduais

Para valorizar a produção de queijos, vão iniciar em breve as inscrições para a segunda edição do Prêmio Queijos do Paraná, que conta com apoio do Governo do Paraná. As inscrições serão abertas em 1º de dezembro de 2024, e a premiação acontece em 30 de maio de 2025. A expectativa é de que haja mais de 600 produtos inscritos, superando a edição anterior, que teve 450 participantes. O regulamento pode ser acessado aqui. O objetivo é divulgar e valorizar os derivados lácteos produzidos no Estado.

O Governo do Paraná também apoia o Conecta Queijos, evento voltado a produtores da região Oeste. Ele é organizado em parceria pelo o IDR-Paran

Fonte: AEN-PR
Continue Lendo

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter e recebas as principais notícias em seu email.