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Cenário de volatilidade do mercado internacional do trigo é debatido em webinar promovido pela Abitrigo

Importantes players do setor discutiram as condições do cereal ao redor do mundo

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Foto: Divulgação/Arquivo OPR

Considerando a volatilidade e as incertezas do mercado do trigo a nível mundial, a Associação Brasileira da Indústria do Trigo – Abitrigo promoveu, no dia 16 de outubro, um webinar abordando questões relacionadas à safra internacional do cereal, que contou com a presença de importantes profissionais do setor para explicar o cenário atual e as projeções para o futuro.

O consultor estratégico de commodities, Pablo Maluenda, foi o moderador da videoconferência e realizou uma apresentação inicial, trazendo um panorama geral da situação do trigo no mundo. Segundo ele, a Rússia e os conflitos com a Ucrânia, além dos preços europeus, são os principais fatores para o movimento baixista do mercado.

Ainda, Maluenda aponta que há trigo suficiente no planeta, sendo China, Índia e Europa os principais produtores, gerando quase a metade do total produzido internacionalmente. “A Europa passa por um movimento de redução no volume de safra ao mesmo tempo que aumenta as exportações na safra 2023/24. Já na Rússia, a desvalorização da moeda nacional frente ao dólar incentiva as exportações de grãos”.

Na Austrália, o profissional indica que houve uma queda acentuada na produção registrada no biênio atual, dessa forma aumentando os preços do trigo, o que abre espaço para outros países exportarem ao mercado asiático. Na China, os estoques seguem elevados e, mesmo assim, a nação ainda mantém o nível de importações.

Cenário na Argentina

Em território argentino, a produção tenta se recuperar da intensa seca vivenciada na última safra. De acordo com o Presidente do Centro de Exportadores de Cereais, Gustavo Idigoras, ainda existem zonas com umidade insuficiente para a cultura. 57% do cultivo atual apresenta condições normais ou excelentes. Porém, houve crescimento do volume de trigo em condição crítica ou regular. A produção esperada é de 16,2 milhões de toneladas, a partir de dados a Bolsa de Cereales de Buenos Aires.

“O Brasil continuará como o principal cliente do cereal argentino, cujo total destinado às vendas externas chega às 10 milhões de toneladas para 2023/24. Outro mercado que a Argentina busca ser competitiva é o sudeste asiático, especialmente a Indonésia, tendo também estabelecido um protocolo fitossanitário de exportação à China”, explica Idigoras.

Estados Unidos: aumento da produção

O Diretor Regional da U.S. Wheat Associates, Miguel Galdós, apresentou a situação do cereal nos Estados Unidos. O aumento projetado de volume produzido para o biênio atual é de cinco milhões de toneladas, totalizando uma produção de 49,3 milhões de toneladas.

“Estima-se que haverá aumento no volume tanto do trigo de inverno quanto de primavera. Além disso, o país registrará um aumento nas importações. Esses fatores justificam a elevação dos estoques finais norte-americanos em 2,6 milhões de toneladas do cereal”, reforça Galdós.

Trigo uruguaio: Brasil é principal comprador

Em relação ao Uruguai, a Coordenadora da área de cadeias agroindustriais da Oficina de Programación y Política Agropecuaria (OPYPA), Catalina Rava, a produção local é projetada em 1,2 milhão de toneladas em 2023/24. Mesmo com a baixa nos preços dos insumos, a condição econômica para os produtores não foi favorável.

“Hoje, o trigo está no campo, com estado sanitário excelente. A principal preocupação atual é a chegada do fenômeno El Niño, que provocaria um aumento nas chuvas. Na última safra, foram exportadas 680 mil toneladas do cereal. O Brasil foi o principal comprador, porém não foram realizadas as tradicionais vendas ao norte da África”, pontua Catalina.

Paraguai: chegada ao Chaco

A principal área produtora de trigo no Paraguai está localizada próxima ao Brasil, em especial ao Paraná. Porém, foi registrado um desenvolvimento inicial da cultura na região do Chaco. Com 100% da área colhida, a estimativa de volume produzido é de 1,1 milhão de toneladas.

“A produtividade fica na casa dos 2,1 mil kg/ha em solo paraguaio. 75% das variedades cultivadas são estrangeiras e o saldo exportável registrado no país é de 180 mil toneladas, sendo o Brasil o principal destino”, salienta o CEO da Paragrain, Guido Vera.

A transmissão pode ser revisitada na íntegra clicando aqui.

Seguindo as discussões sobre o contexto global, a Abitrigo promove, nesta terça-feira (17), às 14 horas, o webinar Safra Trigo Nacional, trazendo aos espectadores informações relevantes sobre o status atual do cereal no Cerrado e nos estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A videoconferência ocorre também no canal do YouTube da Associação.

Fonte: Assessoria Abitrigo

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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