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Cenário de alta no preço do trigo pressiona indústria moageira nacional

Webinar promovido pela Abitrigo destacou um panorama de retenção do grão por parte dos produtores em todo o país

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Divulgação/AENPr

A Associação Brasileira da Indústria do Trigo (Abitrigo) reuniu na tarde de quinta-feira, 29 de outubro, representantes de estados produtores do grão no webinar “Safra Nacional 20/21” que abordou, principalmente, o cenário desafiador para a indústria devido ao aumento dos custos e o preço do trigo nos mercados nacional e internacional, sob a moderação do chefe-geral da Embrapa Trigo, Osvaldo Vasconcellos Vieira.

“Estamos vivendo um período muito delicado para o setor do trigo e todo cuidado é pouco. O desequilíbrio que existe quanto às circunstâncias globais do mercado externo e interno tornam a perspectiva 2020/2021 muito difícil para os moinhos”, destacou o presidente-executivo da Abitrigo, Rubens Barbosa.

Representando o Cerrado, o presidente da ATRIEMG – Associação dos Triticultores do Estado de Minas Gerais, Eduardo Elias Abrahim fez um breve resumo sobre a produção do grão na região.

Segundo ele, Minas Gerais deverá registrar aproximadamente 250 mil toneladas, sendo boa parte praticamente comercializada, com exceção de alguns grandes produtores que seguraram em estoque cerca de 30 mil toneladas. Em Goiás o volume pode alcançar 140 mil toneladas e, no Distrito Federal, a cooperativa estima que o número esteja perto de 15 mil toneladas. No estado da Bahia os números são imprecisos, mas acredita-se numa safra de 20 mil toneladas.

“Nos próximos anos esses números no Cerrado devem crescer e estamos muito otimistas, principalmente devido à qualidade do trigo oferecido, com destaque para a produção mineira”, ressaltou Abrahim.

São Paulo

A colheita avançou completamente no estado de São Paulo, segundo o relato do gerente de suprimentos do Moinho Anaconda, Nelson Montagna. “Além das já conhecidas áreas de produção que envolvem os municípios de Itapeva, Itapetininga e Avaré, o sudoeste do estado está despontando”.

Os produtores paulistas devem colher pouco menos de 300 mil toneladas até o final desta safra. “Cerca de 35 a 40% da safra em São Paulo já foi negociada. Na moagem, o balanço da exportação nos deixa com oferta e demanda com aproximadamente 140 mil toneladas, que precisam ser buscadas fora do estado de São Paulo. Ainda é mais vantajoso do que importar”, finalizou Montagna.

A colheita rendeu bons trigos, mas com características diferentes de outros anos: muito extensíveis e poucos tenazes, ainda que variedades desenvolvidas para isso. A tendência dessa alteração é notadamente devido ao estresse hídrico e calor, encontrada em todos os trigos.

Paraná

A safra no Paraná está caminhando para o final da colheita: 3 milhões de toneladas já foram colhidas, restando cerca de 200 mil toneladas ainda para serem colhidas, de acordo com os dados apresentados pelo Gerente da Cotriguaçu – Unidade Moinho de Trigo, Vilson Noetzold. “Uma colheita de 3,2 milhões é considerada uma boa safra, tendo em vista que não se repete no estado volumes acima de 3 milhões”, ressaltou.

O gerente ainda ressaltou que o estado vendeu cerca de 700 a 800 mil toneladas, em contratos futuros, restando ainda 2,2 milhões de toneladas para serem comercializadas. “Apesar do começo da safra ter sido impactada pela geada e pela chuva, a colheita seguiu para um bom padrão de qualidade. O produtor está recebendo a informação de que o trigo vai subir ainda mais e está segurando a safra para a venda. O cenário está caro, valorizado, mas ainda é melhor pagar um pouco mais pelo trigo interno do que buscar trigo fora”, explicou ele.

“O trigo subiu 60% e farinha 20% no ano. A nossa lição de casa é aprender a nos readequarmos ao mercado. Não é tarefa fácil, existe resistência, mas é necessário repassar o preço por questão de sobrevivência. Se pagamos mais caro no trigo temos que repassar este custo”, constatou.

Santa Catarina

O diretor do Moinho Catarinense e presidente do Sinditrigo/SC (Sindicato das Indústrias de Trigo de Santa Catarina), Egon Werner reforçou, em sua participação, que Santa Catarina não tem uma identidade única na produção de trigo.

Segundo ele, o planalto norte do estado deve encerrar a colheita nos próximos 15 dias, com volume em torno de 50 sacas e boa qualidade. A região de Campos Novos ainda não tem volumes e no Oeste do estado, com viés parecido com Rio Grande do Sul, iniciou a colheita, mas não chegou ainda a 30% do trigo colhido.

“Houve incremento de área, mas fatores como estiagem e geadas tiraram a vantagem que se teria em volume. Estimava-se algo acima 200 mil toneladas segundo a Conab, porém houve uma queda de 20% desse volume. A produção deve ficar em torno de 140 e 150 mil toneladas, igualando à safra de 2019”, informou Werner.

“A moagem deve ser de pouco mais de 460 mil toneladas. Isso faz com que tenhamos a necessidade de trazer para dentro do estado mais de 200 mil toneladas, sendo 60 mil toneladas de trigo importado e o restante proveniente do Rio Grande do Sul e Paraná”, completou.

Rio Grande do Sul

“Nosso mercado tinha um entendimento que, com a nova safra haveria reposição dos moinhos, estabilizando o mercado e os preços. O que não ocorreu. O estado como todo deverá ter produção de 2 milhões de toneladas”, contou o Trader Trigo da Serra Morena Corretora, Walter Von Muhlen Filho.

O Trader destacou que, muito em função da seca, o trigo apresentou um rendimento muito baixo, resultando em boa qualidade, mas pouco volume. “Havia um comprometimento de 850 mil toneladas para exportação e, com a quebra de safra, muitos traders estão renegociando contratos na tentativa de administrar essa realidade. Especula-se que a exportação seja por volta de 700 mil toneladas”.

O webinar “Safra Nacional 20/21” pode ser conferido na íntegra no canal da Abitrigo no YouTube.

Fonte: Assessoria

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025

Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

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Foto: Cláudio Neves

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves

A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.

Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.

Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.

Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves

Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.

Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.

Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.

Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.

Fonte: O Presente Rural
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro

Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

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Foto: Percio Campos/Mapa

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.

No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.

Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.

Fonte: Assessoria Mapa
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável

Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

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Fotos: Koppert Brasil

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”

Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.

Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.

As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).

Maior mercado mundial de bioinsumos

O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.

A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.

Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.

Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.

Fonte: Assessoria Koppert Brasil
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