Notícias 21ª edição
CBSementes supera expectativas e reforça a necessidade de debater demandas do setor
Maior evento técnico-científico de sementes, reuniu 1.200 mil congressistas e contou com cerca de 70 atividades na programação durante quatro dias na Expo Unimed, em Curitiba (PR).
Com recorde absoluto de público, o 21º Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes), realizado de 12 a 15 de setembro em Curitiba (PR), superou as expectativas e reforçou a importância de se debater as necessidades do setor de sementes com todos os elos da cadeia de produção. Maior evento técnico-científico da área, o congresso reuniu 1.200 mil participantes e teve em sua programação cerca de 70 atividades, entre simpósios, conferências, painéis, sessão pôster e show room. Promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (Abrates), o CBS ementes teve como tema central “Semente: Propulsora do Agronegócio”.
“O evento foi um sucesso e nos surpreendeu pelo número de congressistas de várias regiões do Brasil e do exterior. Tivemos um mix interessantíssimo com profissionais, produtores de sementes, agricultores, acadêmicos, pesquisadores e professores. Isso demonstra que nosso evento, além da abordagem científica, teve uma atratividade técnica que agrada aos participantes”, avaliou o presidente da Comissão Organizadora do 21º CBSementes, doutor Fernando Henning, pesquisador da Embrapa Soja.
Para ele, o CBSementes representa uma valiosa oportunidade de troca de experiências com profissionais de várias regiões do país e do exterior. “Para que a troca de ideias e parcerias funcionem, precisamos ter os diferentes elos das cadeias de produção de sementes presentes num mesmo local, discutindo e pensando em soluções conjuntamente. Este é o princípio básico da Ciência”, afirma Henning.
A Comissão Organizadora do CBS ementes prestou também uma homenagem ao presidente mais longevo da Abrates, doutor Francisco Carlos Krzyzanowski, pela importante contribuição à associação e à ciência e tecnologia de sementes do Brasil.
Na análise de doutor Francisco Carlos Krzyzanowski, em decorrência da excelência da programação técnico-científica, o Congresso atingiu plenamente os objetivos da Abrates, como um fórum para transferência e discussões de novos conhecimentos, tanto nas palestras, nas sessões pôsteres e no show Room de novas tecnologias, onde os expositores puderam apresentar seus produtos e serviços.
“Tivemos 1200 participantes, o que é excelente para um evento técnico-científico. Nesse evento, a Abrates teve a oportunidade de prestar as merecidas homenagens à doutora Odette Liberal, principal fundadora da entidade em 1970 e primeira presidente da entidade”, afirmou Krzyzanowski.
Aos 95 anos, Odette discursou aos presentes mostrando a importância da Abrates na realização de um evento da magnitude do CBS ementes. Desde a fundação da Abrates, o CBSementes tornou-se o principal evento da entidade, firmando-se como referência na apresentação de resultados e tecnologia em todo o Brasil e também no exterior.
Experiências compartilhadas
Neste último evento, em especial, Henning destaca a qualidade técnica das palestras proferidas por profissionais que são destaques em cada uma das grandes áreas que foram debatidas. Enfatizou, sobretudo, às presenças dos pesquisadores internacionais Andreas Wais, da Internacional Seed Testing Association (ISTA), e Sabry Elias, professor da Universidade de Oregon e representante da Association of Official Seed Analysts (AOSA), que salientaram o papel dos laboratórios de análises de sementes e os serviços prestados, credenciamento e capacitação profissional. “Ter a participação de pesquisadores de diferentes órgãos do exterior demonstra que o evento tem uma força não só nacional, mas internacional e é muito valorizado lá fora”.
Participaram do CBSementes um rol de expositores e patrocinadores desde as indústrias de máquinas, às empresas de melhoramento genético, que além da produção de sementes trabalham também como insumos químicos e biológicos.
O evento trouxe três atrações à parte: o 4o Simpósio Brasileiro de Sementes de Espécie Forrageiras, o 10º Simpósio Brasileiro de Tecnologia de Sementes Florestais e o 15º Simpósio Brasileiro de Patologia de Sementes. Os eventos foram organizados pelos Comitês das Áreas da Abrates e trouxeram conteúdo altamente técnico com temas de interesse para todas as áreas de atuação dentro da cadeia sementeira.
“Dentro de cada um desses simpósios foram tratados assuntos desde a produção de sementes, passando pelo aspecto legal, até os aspectos relacionados às análises dessas espécies.” Isso demonstra que o setor está engajado e preocupado em produzir sementes de qualidade, mas para isso precisamos estar de olho no todo, do aspecto legal ao comércio e nas novas tecnologias que estão sendo geradas”.
Em relação aos trabalhos acadêmicos foram apresentados cerca de 370 trabalhos no formato pôster. A sessão pôster manteve um grande número de visitações de acadêmicos, técnicos e agricultores. “Isso é essencial para que soluções e inovações continuem ativas, principalmente no mundo das Ciências de sementes”.
O evento destacou também a sessão oral com trabalhos selecionados previamente na categoria graduação, mestrado e doutorado. Foram premiados trabalhos em cada uma dessas categorias. “Essa premiação tem valor simbólico, o mais importante é que dá visibilidade para todos os grandes players do mercado nacional de sementes, além de impulsionar a entrada de acadêmicos no mercado de trabalho”, acrescenta Henning.
Trabalhos Premiados
O vencedor do primeiro lugar foi Abimael dos Santos Carmo, com o trabalho de mestrado “Método de classificação de sementes esverdeadas de soja por inteligência artificial associada a análise de imagens” . O segundo lugar ficou com Francival Cardoso Felix com o trabalho “Inteligência artificial associada à análise de imagens de sementes para identificação de espécies florestais”. E o terceiro lugar foi de Rosana Bertaglia Zanetti com o trabalho “Agrupamento multivariado de curvas na seleção de genótipos de alface com sementes tolerantes à termoinibição”.
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Feicorte: São Paulo impulsiona mudanças no manejo pecuário com opção de marcação sem fogo
Estado promove alternativa pioneira para o bem-estar animal e a sustentabilidade na pecuária. Assunto foi tema de painel durante a Feicorte 2024
No painel “Uma nova marca do agro de São Paulo”, realizado na Feira Internacional da Cadeia Produtiva da Carne – Feicorte, em Presidente Prudente (SP), que segue até o dia 23 de novembro, a especialista em bem-estar animal, Carmen Perez, ressaltou a importância de evitar a marcação a fogo em bovinos.
Segundo ela, a questão está diretamente ligada ao bem-estar animal, especialmente no que diz respeito ao local onde é realizada a marcação da brucelose, que ocorre na face do animal, uma região com maior concentração de terminações nervosas, um ponto mais sensível. Essa ação representa um grande desafio, pois, embora seja uma exigência legal nacional, os impactos para os animais precisam ser cuidadosamente avaliados.
“O estado de São Paulo tem se destacado de forma pioneira ao oferecer aos produtores rurais a opção de decidir se desejam ou não realizar a marcação a fogo. Isso é um grande avanço”, destacou Carmen. Ela também mencionou que os animais possuem uma excelente memória, lembrando-se tanto dos manejos bem executados quanto dos malfeitos, o que pode afetar sua condição e bem-estar a longo prazo.
Além disso, a imagem da pecuária é um ponto crucial, especialmente considerando o poder da comunicação atualmente. “Organizações de proteção animal frequentemente utilizam práticas como a marcação a fogo, castração sem anestesia e mochação para criticar a cadeia produtiva. Essas questões podem impactar negativamente a percepção do setor”, alertou. Para enfrentar esses desafios, Carmen enfatizou a importância de melhorar os manejos e de considerar os riscos de acidentes nas fazendas, que muitas vezes são subestimados quando as práticas de manejo não são adequadas.
“Nos próximos anos, imagino um setor mais consciente, em que as pessoas reconheçam que os animais são seres sencientes. As equipes serão cada vez mais participativas, e a capacitação constante será essencial”, afirmou. Ela finalizou dizendo que, para promover o bem-estar animal, é fundamental investir em treinamento contínuo das equipes. “Vejo a pecuária brasileira se tornando disruptiva, com o potencial de se tornar um modelo mundial de boas práticas”, concluiu.
Fica estabelecido o botton amarelo para a identificação dos animais vacinados com a vacina B19 e o botton azul passa a identificar as fêmeas vacinadas com a vacina RB 51. Anteriormente, a identificação era feita com marcação à fogo indicando o ano corrente ou a marca em “V”, a depender da vacina utilizada.
As medidas foram publicadas no Diário Oficial do Estado, por meio da Resolução SAA nº 78/24 e das Portarias 33/24 e 34/24.
Mudanças estabelecidas
Prazos
Agora, fica estabelecido que o calendário para a vacinação será dividido em dois períodos, sendo o primeiro do dia 1º de janeiro a 30 de junho do ano corrente, enquanto o segundo período tem início no dia 1º de julho e vai até o dia 31 de dezembro.
O produtor que não vacinar seu rebanho dentro do prazo estabelecido, terá a movimentação dos bovídeos da propriedade suspensa até que a regularização seja feita junto às unidades da Defesa Agropecuária.
Desburocratização da declaração
A declaração de vacinação pelo proprietário ou responsável pelos animais não é mais necessária. A partir de agora, o médico-veterinário responsável pela imunização, ao cadastrar o atestado de vacinação no sistema informatizado de gestão de defesa animal e vegetal (GEDAVE) em um prazo máximo de quatro dias a contar da data da vacinação e dentro do período correspondente à vacinação, validará a imunização dos animais.
A exceção acontecerá quando houver casos de divergências entre o número de animais vacinados e o saldo do rebanho declarado pelo produtor no sistema GEDAVE.
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Treinamento em emergência sanitária busca proteger produção suína do estado
Ação preventiva do IMA acontecerá entre os dias 26 e 28 de novembro em Patos de Minas, um dos polos da suinocultura mineira.
Com o objetivo de proteger a produção de suínos do estado contra possíveis ameaças sanitárias, o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realizará, de 26 a 28 deste mês, em Patos de Minas, o Treinamento em Atendimento a Suspeitas de Síndrome Hemorrágica em Suínos. A iniciativa capacitará mais de 50 médicos veterinários do serviço veterinário oficial para identificar e responder prontamente a casos de doenças como a Peste Suína Clássica (PSC) e a Peste Suína Africana (PSA). A disseminação global da PSA tem preocupado autoridades devido ao impacto devastador na produção e na economia, como evidenciado na China que teve início em 2018 e se estendeu até 2023, quando o país perdeu milhões de suínos para a doença. Em 2021, surtos recentes no Haiti e na República Dominicana aumentaram o alerta no continente americano.
A escolha de Patos de Minas como sede para o treinamento presencial reforça sua importância como polo suinícola em Minas Gerais, com cerca de 280 mil animais produzidos, equivalente a 16,3% do plantel estadual, segundo dados de 2023 da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). A Coordenadoria Regional do IMA, em Patos de Minas, que atende cerca de 17 municípios na região, tem mais de 650 propriedades cadastradas para a criação de suínos, cuja sanidade é essencial para evitar prejuízos econômicos que afetariam tanto o mercado interno quanto as exportações mineiras.
Para contemplar a complexidade do tema, o treinamento foi estruturado em dois módulos: remoto e presencial. Na fase on-line, realizada nos dias 11 e 18 de novembro, especialistas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Universidade de Castilla-La Mancha, da Espanha e de empresas parceiras abordaram aspectos clínicos e epidemiológicos das doenças hemorrágicas em suínos. Já na fase presencial, em Patos de Minas, os participantes terão acesso a oficinas práticas de biossegurança, desinfecção, estudos de casos, discussões sobre cenários epidemiológicos, coleta de amostras e visitas a campo, além de simulações de ações de emergência sanitária, onde aplicarão o conhecimento adquirido.
A iniciativa do IMA conta com o apoio de cooperativas, empresas do setor suinícola, instituições de ensino, sindicato rural e a Prefeitura Municipal de Patos de Minas, além do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). A defesa agropecuária em Minas Gerais depende de ações como essa, fundamentais para evitar a entrada de patógenos e manter a competitividade da produção local. Esse treinamento é parte das ações para manutenção do status de Minas Gerais como livre de febre aftosa sem vacinação.
Ameaças sanitárias e os impactos para a economia
No Brasil, a Peste Suína Clássica está sob controle nas zonas livres da doença. No entanto, nas áreas não reconhecidas como livres, a enfermidade ainda está presente, representando um risco significativo para a suinocultura brasileira. Esta enfermidade pode levar a alta mortalidade entre os animais, além de causar abortos em fêmeas gestantes. Por ser uma enfermidade sem tratamento, a prevenção constante e a vigilância da doença são fundamentais.
A situação é ainda mais crítica no caso da Peste Suína Africana, para a qual não há vacina eficiente e cuja propagação levaria a prejuízos imensos ao setor suinícola nacional, com risco de desabastecimento no mercado interno e aumento dos preços para o consumidor final. Os animais infectados apresentam sintomas como febre alta, perda de apetite, e manchas na pele.
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Faesp quer retratação do Carrefour sobre a decisão do grupo em não comprar carne de países do Mercosul
Uma das principais marcas de varejo, por meio do CEO do Carrefour França, anunciou que suspenderá vendas de carne do Mercosul: decisão gera críticas e debate sobre sustentabilidade.
O Carrefour França anunciou que suspenderá a venda de carne proveniente de países do Mercosul, incluindo o Brasil, alegando preocupações com sustentabilidade, desmatamento e respeito aos padrões ambientais europeus. A afirmação é do CEO do Carrefour na França, Alexandre Bompard, nas redes sociais do empresário, mas destinada ao presidente do sindicato nacional dos agricultores franceses, Arnaud Rousseau.
A decisão gerou repercussão negativa no Brasil, especialmente no setor agropecuário, que considera a medida protecionista e prejudicial à imagem da carne brasileira, amplamente exportada e reconhecida pela qualidade.
Essa decisão reflete tensões maiores entre a União Europeia e o Mercosul, com debates sobre padrões de produção e sustentabilidade como pontos centrais. Para a Federação de Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), essa decisão é prejudicial ao comércio entre França e Brasil, com impactos negativos também aos consumidores do Carrefour.
Os argumentos da pauta ambiental alegada pelo Carrefour e pelos produtores de carne na França não se sustentam, uma vez que a produção da pecuária brasileira está entre as mais sustentáveis do planeta. Esta posição, vinda de uma importante marca de varejo, é um indício de que os investimentos do grupo Carrefour no Brasil devem ser vistos com ressalva, segundo o presidente da Faesp, Tirso Meirelles.
“A declaração do CEO do Carrefour França, Alexandre Bompard, demonstra não apenas uma atitude protecionista dos produtores franceses, mas um total desconhecimento da sustentabilidade do setor pecuário brasileiro. A Faesp se solidariza com os produtores e espera que esse fato isolado seja rechaçado e não influencie as exportações do país. Vale lembrar que a carne bovina é um dos principais itens de comercialização do Brasil”, disse Tirso Meirelles.
O coordenador da Comissão Técnica de Bovinocultura de Corte da Faesp, Cyro Ferreira Penna Junior, reforça esta tese. “A carne brasileira é a mais sustentável e competitiva do planeta, que atende aos padrões mais elevados de qualidade e exigências do consumidor final. Tais retaliações contra o nosso produto aparentam ser uma ação comercial orquestrada de produtores e empresas da União Europeia que não conseguem competir conosco no ‘fair play’”, diz Cyro.
Para o presidente da Faesp, cabe ao Carrefour reavaliar sua posição e, eventualmente, se retratar publicamente, uma vez que esta decisão, tomada unilateralmente e sem critérios técnicos, revela uma falta de compromisso do grupo com o Brasil, um importante mercado consumidor.
Várias outras instituições se posicionaram contra a decisão do Carrefour, e o Ministério da Agricultura (Mapa). “No que diz respeito ao Brasil, o rigoroso sistema de Defesa Agropecuária do Mapa garante ao país o posto de maior exportador de carne bovina e de aves do mundo”, diz o Mapa em comunicado. “Vale reiterar que o Brasil possui uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo e atua com transparência no setor […] O Mapa não aceitará tentativas vãs de manchar ou desmerecer a reconhecida qualidade e segurança dos produtos brasileiros e dos compromissos ambientais brasileiros”, continua a nota.
Veja aqui o vídeo do presidente.