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CBNA vai aproximar profissionais da área de nutrição animal das tendências e projeções do setor em 2024 

No próximo ano, todos os elos da indústria de alimentação para animais de produção e companhia da América Latina terão um encontro marcado no novo Centro de Convenções do Anhembi, na capital paulista.

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presidente do CBNA, Godofredo Miltenburg: "Temos a certeza de que todos os nossos encontros preparados para 2024 contribuirão sobremaneira para o crescimento e desenvolvimento sustentável da indústria de alimentação animal do Brasil" - Foto: Divulgação/CBNA

O Colégio Brasileiro de Nutrição Animal (CBNA), principal entidade de fomento à pesquisa científica no segmento de nutrição animal do Brasil, realizará diversas ações em 2024, incluindo o 6º Congresso CBNA sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais, o 7º Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos, o 23º Congresso CBNA Pet e o 10º Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal (10º Clana).

“Durante este ano, a comissão responsável pela coordenação da programação dos eventos técnicos do CBNA tem trabalhado em diferentes frentes para a realização de quatro grandes eventos agendados para o próximo ano”, informa o presidente do CBNA, Godofredo Miltenburg.

Segundo o porta-voz da entidade, eles representam o compromisso do CBNA com o fomento à pesquisa científica para o desenvolvimento da cadeia de produção de proteína animal e da indústria de pet food. “Consideramos nossos eventos como uma grande rede de conexão para o relacionamento entre profissionais, acadêmicos e industriais. Além disso, por meio da programação em fase de preparação, os participantes terão a oportunidade de acessar palestrantes nacionais e internacionais, especialistas que compartilharão atualizações, tendências e inovações em diferentes áreas da nutrição animal mundial”, enaltece Godofredo.

Para 2024, os dois primeiros encontros que abrirão a jornada de conhecimento proposta pelo Colégio Brasileiro de Nutrição Animal serão o 7° Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos e o 6º Congresso CBNA sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais, marcados para o dia 04 de junho de 2024.

O primeiro será destinado a profissionais que atuam diretamente na nutrição de cães e gatos, como médicos-veterinários, zootecnistas e profissionais que trabalham em clínicas ou no atendimento domiciliar e desejam aprofundar seus conhecimentos sobre nutrição e nutrologia de seus pacientes. “O tema do nosso evento para 2024 será ‘Alimentação Caseira para Cães e Gatos’. Contaremos com palestrantes nacionais e internacionais atuantes na área, que apresentarão atualizações e novidades embasadas em evidências científicas aplicadas à prática e apresentações de trabalhos científicos”, destaca o presidente do Comitê SBNUTRIPET do CBNA, Fábio Alves Teixeira, responsável pelo 7º Workshop sobre Nutrição e Nutrologia de Cães e Gatos.

Já o 6° Congresso CBNA sobre Tecnologia da Produção de Alimentos para Animais é um evento destinado a gerentes, diretores, líderes de produção e controle de qualidade de fábricas de ração. Seu objetivo é elevar a qualidade final da alimentação dos animais, além de apresentar soluções para os desafios diários das operações das plantas fabris. “Este encontro ganhou expressão porque apresentamos diversos assuntos relevantes e pertinentes para todos os profissionais que atuam em plantas de produção de alimentos para animais de estimação, mas também é muito procurado por aqueles que atuam em unidades de produção de alimentos para aves, suínos, aqua e bovinos. Isso porque o Congresso sobre Tecnologia passou a ser um grande aliado para suporte e atualização desses profissionais, alinhado aos desafios operacionais diários e futuros ministrados por palestrantes referências do setor”, explica Godofredo.

Outros dois grandes eventos do CBNA serão realizados nos dias 05 e 06 de junho de forma simultaneamente: o 23º Congresso CBNA Pet e o X Congresso Latino-Americano de Nutrição Animal (10º Clana), eventos muito esperados pelos profissionais da indústria de alimentação animal.

“O congresso pet faz parte do calendário oficial da indústria pet food por suas características ímpares e serve de base técnica-científica para um mercado que cresce ano a ano”, pontua o presidente do CBNA, referindo-se à produção total de 2022, que teve um aumento acima de 7,5% em comparação com o ano anterior, totalizando 3,9 milhões de toneladas de rações, segundo a Abinpet.

Segundo o professor doutor Aulus Cavalieri Carciofi, responsável técnico do 23º Congresso CBNA Pet 2024, o evento se destaca por ser o primeiro e único com amplo alcance, representando todos os elos da indústria pet food, com foco técnico direcionado a nutricionistas e todos os profissionais ligados as áreas de processamento de fábrica, segurança alimentar, fornecedores de ingredientes até marketing.

Dividido em quatro blocos principais – nutrição, processamento, segurança alimentar e mercado – o congresso ao longo das edições se tornou o mais importante fórum de discussões e de mesas redondas sobre soluções para os desafios e tendências do segmento, integrando no mesmo ambiente pesquisadores, indústrias e órgãos reguladores.

Sobre a proposta de programação do congresso pet 2024, Carciofi destaca: “Em 2024 o tema que conduzirá os trabalhos será ‘A nutrição ao longo da vida’ dentro de cada uma das fases da vida de cães e gatos. Contaremos com palestrantes nacionais e internacionais, autoridades dentro de seus campos de estudos, que abordarão situações específicas de cada uma das faixas etárias com exposições direcionadas desde microbiota, uso de nutracêuticos, formulação, nutrientes, valor energético do alimento, processamento, extrusão, secagem entre outros direcionados para as diferentes fases da vida dos animais de estimação, do nascimento até a senectude.”

Para finalizar o responsável pela coordenação do Congresso Pet do CBNA destaca que o encontro é único na América Latina e um dos maiores do mundo pela qualidade, isenção e atualidade das informações divulgadas.

Já o Clana, que acontece a cada dois anos, é um encontro organizado pelo CBNA e pela Associação Mexicana de Especialistas em Nutrição Animal (Amena), sendo um evento de destaque na área de Nutrição Animal internacional e que reunirá congressistas e as principais autoridades de toda a América Latina, onde o público acompanhará as mais recentes pesquisas científicas e tendências para a nutrição animal na avicultura, suinocultura e bovinocultura (corte e leite).

“Temos a certeza de que todos os nossos encontros preparados para 2024 contribuirão sobremaneira para o crescimento e desenvolvimento sustentável da indústria de alimentação animal do Brasil e demais países da América Latina que estarão conosco”, completa Godofredo Miltenburg.

Fonte: Assessoria CBNA

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Topgen promove a segunda edição da Semana da Carne Suína no Paraná

Campanha simbolizou uma celebração de sabor, aprendizado e valorização local.

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Foto: Shutterstock

De 3 a 10 de novembro, os municípios de Arapoti e Jaguariaíva, no Paraná, se tornaram o centro das atenções para os amantes da carne suína. A Topgen, uma empresa de genética suína, com o apoio do Sicredi, promoveu a segunda edição da Semana da Carne Suína, uma campanha que celebrou a versatilidade e o sabor da proteína suína, mobilizando comércios locais e estimulando o consumo na região que é conhecida por sua forte suinocultura.

Foto: Divulgação/Arquivo OPR

A programação contou com momentos inesquecíveis, como o workshop exclusivo com o Chef Daniel Furtado, realizado na Fazenda Araporanga, onde açougueiros e cozinheiros da região mergulharam nas técnicas e cortes especiais da carne suína, aprendendo a explorar sua versatilidade e criando inspirações para novos pratos. Outro destaque foi o concurso de melhor prato à base de carne suína, que movimentou 15 restaurantes locais. Os consumidores participaram ativamente, avaliando as delícias e votando no prato favorito. O grande vencedor foi a PJ Hamburgueria, com um sanduíche tão incrível que os clientes já pediram para incluí-lo no cardápio fixo!

A premiação incluiu uma cesta especial com embutidos artesanais do Sul do Brasil e a oportunidade de participar do curso com o Chef Daniel Furtado, além disso, todos participantes receberam um livro de receitas clássicas com carne suína editado pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), e impresso pela Topgen com o apoio do Sicredi e também um certificado de participação.

Foto: Hb audiovisual

Segundo Beate Von Staa, diretora da Topgen, a inspiração para esta mobilização veio da campanha realizada pela empresa Mig-Plus em 2022, no início da crise da suinocultura. “Naquele ano, fizemos algo simples, mas desta vez conseguimos envolver toda a comunidade. Foi gratificante ver a mobilização e os comentários positivos da população”, destacou”, finalizou.

Além de valorizar a carne suína, a iniciativa buscou incentivar o consumo local de uma proteína saudável e saborosa, mostrando aos consumidores que ela vai muito além do trivial. Assista ao vídeo da campanha e descubra mais sobre essa experiência que uniu gastronomia, aprendizado e valorização da cultura local. A ABCS parabeniza a todos os participantes e ao público que tornou a segunda Semana da Carne Suína um sucesso absoluto!

Fonte: Assessoria ABCS
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Avanços e desafios da agricultura regenerativa tropical

Evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor.

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Fotos: Divulgação/Arquivo Pessoal

O mundo desafia a agricultura a dar segurança alimentar para uma demografia ainda em crescimento, contribuir com emissões negativas para as mudanças climáticas e ainda contribuir com produção com densidade nutricional e qualidade. A agricultura brasileira pode contribuir com essa agenda de forma relevante. Atualmente, o Brasil está entre os 5 maiores produtores de alimentos e é o primeiro colocado na exportação de vários produtos agrícolas.

Fotos: Divulgação/Arquivo OPR

É considerado o mais importante produtor de grãos nos trópicos. Estima-se que a produção agropecuária no Brasil já alimenta mais de 1 bilhão de pessoas no mundo e que as projeções da OCDE-FAO indicam uma ampliação considerável da importância do Brasil no comércio agroalimentar global até 2032. Vários são os motivos que levam a essas importantes conquistas.

Podemos citar a contribuição da agricultura industrial através da “revolução verde”, por exemplo. No entanto, muitas vezes a produção de alimentos vegetais e animais, fibras e energia também estão ancoradas em custos ocultos ao meio ambiente: a biodiversidade do sistema, a qualidade do solo agrícola, a saúde das pessoas nas cidades, a saúde dos consumidores finais, o bem-estar animal e das pessoas que trabalham diretamente no campo.

Além disso, é conhecido que esse sistema de produção convencional necessita de condições ambientais estáveis para garantir boas produtividades. Ou seja, o sistema convencional é extremamente suscetível às adversidades climáticas, as quais estão se tornando cada vez mais frequentes em diferentes regiões do Brasil. As externalidades negativas do sistema convencional de produção, somadas às suas limitações adaptativas aos extremos climáticos, requerem uma transição regenerativa e novos fundamentos de produção.

Dentro deste contexto de conscientização da sociedade por alimentos com ausência de resíduo químico, com características organolépticas superiores e com maior densidade nutricional, das necessidades de mitigar os efeitos de mudança climática, de garantir a manutenção dos recursos para as gerações futuras, de atender as demandas presentes e de preservar a biodiversidade do sistema produtivo, alguns produtores têm implementado práticas agrícolas bem conhecidas pela Ciência.

A novidade é que essas soluções estão sendo adotadas em escala. Essas práticas e técnicas de manejo regenerativo (Fig. 1) são capazes de reduzir significativamente a dependência de insumos importados, a poluição do ambiente, enquanto são capazes de aumentar a eficiência e a resiliência dos sistemas produtivos, permitindo a manutenção de boas produtividades mesmo em períodos prolongados (superior a 60 dias, no caso de grãos) sem chuvas.

A evolução das práticas regenerativas permite a melhoria no ambiente de produção com uma melhoria da qualidade do solo como principal capital do agricultor. Estes também começam a prestar serviços ambientais para toda a sociedade, principalmente para as cidades, fornecendo água e alimento de qualidade, bem como mitigando os efeitos climáticos através do abatimento do carbono utilizando insumos de baixa emissão, com os manejos que privilegiam o aumento de carbono orgânico no solo, e ainda permitem o sequestro de carbono de forma permanente através do intemperismo aprimorado de minerais silicáticos, que são utilizados como condicionadores de solo, bioativação do sistema, melhoria da qualidade do solo e fontes de nutrientes.

Ao promover e valorizar a biodiversidade através da integração das áreas produtivas com as áreas naturais remanescentes, estes produtores garantem o refúgio de inimigos naturais das pragas e obtêm importantes serviços ecossistêmicos. Além de tudo, por utilizarem insumos e serviços dos seus contextos locais e regionais, compartilham a prosperidade com a sociedade, criando riqueza e oportunidades para a comunidade ao seu redor, atendendo assim aos requisitos ESG (Sustentabilidade Ambiental, Social e de Governança Corporativa – Environmental, Social and Governance, em inglês) em plenitude.

Fig. 1: A Agricultura Regenerativa Tropical é um novo modelo de produção agrícola e pecuária que busca a melhoria contínua da saúde do ecossistema produtivo e do uso eficiente de recursos finitos. Baseia-se em uma agricultura de processos, onde diferentes manejos, técnicas e práticas são integradas para obter uma gestão holística do ecossistema.

Desta forma, entende-se como Agricultura Regenerativa Tropical (ART) um conjunto de ações e boas práticas que atuam na recuperação do ecossistema produtivo de forma a deixar um saldo de impactos positivo nas características físicas e químicas do solo, na micro e na macrodiversidade do solo, na resiliência da produção, na redução de resíduos nos produtos, no sequestro de carbono e na melhoria da sociedade local e regional. Esses produtores de alimentos, fibras e energia atuam conscientemente na adoção de manejos e suas práticas que visam promover positivamente o ambiente de produção utilizando recursos e tecnologias acessíveis da forma mais eficiente possível dentro de uma agricultura de processos, em que desafios bióticos e abióticos são equacionados através de manejos realizados em caráter preventivo. Por todas essas características, a ART tem uma forte conexão com o consumidor final, o qual prioriza a regeneração e cura dos agroecossistemas, visando impactos positivos ao ambiente, à cadeia e à sociedade. Com essa missão, os produtores visam criar novas formas de relacionamento com as cadeias de fornecedores de insumos, serviços e equipamentos, bem como de fidelidade com as cadeias de valor e com os consumidores, diferenciando sua produção, seja pela forma de produzir como pela qualidade intrínseca do produto final.

Entre as práticas utilizadas na ATR podemos destacar:

  • Manejo integrado da fertilidade do solo através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais, corretivos e circularidade da matéria orgânica com o processamento adequado de insumos orgânicos, visando a eliminação de patógenos e germinação de plantas daninhas;
  • Rotação de culturas e sistema de plantio direto sobre a palha, visando aumentar a diversificação de plantas no sistema enquanto mantém, sempre que possível, o solo coberto e revolvido o mínimo possível;
  • Uso de comunidades microbianas funcionais e de microrganismos específicos que atendam às necessidades da cultura;
  • Redução e, quando possível, a eliminação de insumos que agridem a vida no solo, nas plantas e das pessoas;
  • Recuperação de pastagens degradadas;
  • Integração lavoura-pecuária-floresta;
  • Gestão integrada da paisagem.

A implementação destas práticas depende de o agricultor sair da zona de conforto e experimentar novos processos visando a redução de custos, com uso de soluções locais e regionais. Cabe ao agricultor, pecuarista, e/ou consultor identificar a lista de prioridades a serem equacionadas e determinar a melhor forma de atuar nos processos para implementar a transição. Por exemplo, muitas doenças e a presença de pragas podem ser equacionadas com uma nutrição adequada e balanceada. Como não existe uma tabela de determinação do requerimento e balanço nutricional da cultura para cada tipo de solo, o mais adequado é construir a fertilidade do solo de forma estruturante e deixar que a planta determine qual nutriente está sendo necessário em determinada fase fisiológica.

Essa fertilidade do solo pode ser construída ao longo dos anos com o manejo integrado da fertilidade do solo, o qual visa aumentar a eficiência do uso de fertilizantes solúveis através do uso de remineralizadores, fertilizantes minerais naturais e compostos orgânicos. No início da implementação deste manejo, correções pontuais através da adubação foliar podem ser necessárias ao longo do ciclo da cultura. O monitoramento semanal da lavoura se faz necessário para atender as demandas nutricionais e de correção para a supressão de pragas e doenças.

Com bom senso e políticas públicas, a adoção das práticas regenerativas devem continuar crescendo rumo à sustentabilidade da nossa agricultura. Na perspectiva de país, a ampliação da regeneração agrícola tem muitas justificativas para se transformar numa iniciativa estratégica, implementada de forma permanente e legitimada na Política Nacional Agrícola. Pois, podemos reduzir de forma significativa nossa dependência internacional de insumos fundamentais; podemos aumentar a renda dos agricultores e ativar as economias locais com a circulação de recursos da aquisição de insumos e serviços; podemos promover uma redução significativa nas contaminações e no oferecimento de produtos de melhor qualidade; podemos desempenhar uma agricultura de carbono negativo e, finalmente, podemos atender às demandas e compromissos das cadeias de valor por produtos regenerativos.

Fonte: Por Pablo Hardoim e Eduardo de Souza Martins, membros do Grupo Associado de Agricultura Sustentável
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Carrefour boicota carne do Mercosul: decisão é vista como protecionismo

Suspensão das compras de carne pelo Carrefour francês reforça críticas ao protecionismo europeu contra o agronegócio brasileiro.

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Presidente da ACCS, Losivanio Luiz de Lorenzi - Foto: Divulgação/ACCS

A decisão do Carrefour de parar de vender carne proveniente dos países do Mercosul, incluindo o Brasil, gerou fortes reações. O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) classificou a medida como “lamentável” e reafirmou que o Brasil segue os mais altos padrões de qualidade e sustentabilidade na produção agropecuária. O anúncio foi motivado por pressões do sindicato agrícola francês FNSEA e alegações relacionadas ao impacto ambiental.

“O Brasil tem uma das legislações ambientais mais rigorosas do mundo. Atendemos a padrões que garantem a rastreabilidade e qualidade das nossas exportações para 160 países, incluindo a União Europeia há mais de 40 anos”, destacou o Mapa, que acusou a medida de ser infundada e prejudicial à reputação do agronegócio nacional.

O presidente da Associação Catarinense de Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, também criticou duramente a decisão. “Essa atitude é claramente protecionista. Não há motivos razoáveis para essas restrições. O Brasil é o maior exportador de alimentos do mundo e seguimos rigorosos padrões ambientais e sanitários”, afirmou. Ele sugeriu que os brasileiros adotem uma resposta proporcional ao boicote. “Se eles boicotam nossos produtos, devemos reconsiderar a compra de produtos dessa rede.”

A Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimento (Apex-Brasil) reforçou que o Brasil desempenha um papel essencial na segurança alimentar global. A Apex classificou como “lamentável” a postura da rede francesa, que poderia prejudicar as relações comerciais e a imagem do Brasil no cenário internacional.

O impacto da decisão também acende debates sobre a relação entre medidas ambientais e práticas protecionistas, muitas vezes vistas como barreiras não tarifárias. Especialistas alertam que atitudes como esta podem prejudicar os esforços globais de segurança alimentar em um momento crítico de demanda crescente.

O que está em jogo?

Enquanto o Carrefour cede à pressão interna, o Brasil continua sua luta por reconhecimento no mercado global, reafirmando a qualidade e sustentabilidade de seus produtos. Para muitos, a decisão francesa representa mais uma batalha na complexa relação entre o Mercosul e a União Europeia.

Fonte: Assessoria ACCS
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