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Catarinenses relatam experiências vivenciadas na etapa nacional do Programa CNA Jovem 2023
A zootecnista e produtora rural catarinense, Rafaela de Oliveira Nunes, descreveu o encontro como incrível e maravilhoso. Além de trabalhar com pecuária de corte no Baixo Vale do Itajaí, atua com consultoria agropecuária para produtores da região e é instrutora dos cursos Técnicos em Agronegócio e em Zootecnia do Senar/SC, em Santa Catarina.

Onze catarinenses participaram do 1º Encontro presencial da etapa nacional do CNA Jovem 2023, programa de desenvolvimento de novas lideranças, que reuniu 82 participantes de 23 Estados, na última semana, em Brasília. A iniciativa foi do Sistema CNA/Senar e a programação contou com uma série de atividades.
A zootecnista e produtora rural catarinense, Rafaela de Oliveira Nunes, descreveu o encontro como incrível e maravilhoso. Além de trabalhar com pecuária de corte no Baixo Vale do Itajaí, atua com consultoria agropecuária para produtores da região e é instrutora dos cursos Técnicos em Agronegócio e em Zootecnia do Senar/SC, em Santa Catarina.
Para ela, a participação no CNA Jovem vem sendo essencial para o desenvolvimento profissional em todas as atividades em que desempenha. “Fomos muito bem-recebidos e, todo o evento, foi muito bem organizado pela equipe da CNA e pelos tutores lá presentes. Realmente foi muito bom”.
Rafaela ressaltou, ainda, que ingressar na trajetória do programa foi uma excelente oportunidade que fez questão de abraçar. “O encontro também foi importante para adquirirmos conhecimentos com a CNA, com os palestrantes, com os tutores e instrutores que se mostraram preocupados em transmitir motivação. Voltamos para as nossas regiões inspirados a levar soluções inovadoras aos nossos beneficiários e aos nossos produtores rurais locais. Também foi fundamental para que pudéssemos colocar em prática tudo o que estamos desenvolvendo para benefício dos produtores rurais e para o fortalecimento da atividade agropecuária em nossas regiões”, relatou.
Ícaro Bardini, de Araranguá, no Sul catarinense, é produtor rural e trabalha com bovinocultura de leite há um ano. Ele contou que ingressou na atividade graças à esposa, Irene Martins, que já era produtora e trabalhava no empreendimento sozinha. “Com o nascimento do nosso filho ela precisou se afastar e eu iniciei na produção de leite. Conheci o CNA Jovem pelo técnico da ATeG Ricardo Nunes Borges e pelo presidente do Sindicato Rural de Araranguá Rogério Pessi”.
Sobre o encontro, ele destacou que foi essencial para trabalhar com ferramentas que têm por objetivo gerar soluções inovadoras para problemas apontados pelos jovens de todo o Brasil. “Assim, foram criados grupos com temas próximos e um desafio para aplicar as ferramentas e apresentar os resultados. Contamos também com palestras sobre o sistema CNA, liderança, inovação e futuras perspectivas do setor agropecuário no Brasil. Conhecemos o papel e a força da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, suas Federações e Sindicatos”.
Além disso, Ícaro relatou que conversar com outros jovens que enfrentam problemas semelhantes em outras regiões foi muito valioso, tanto como pessoa, como para a vida profissional e para o agronegócio. “Tudo o que a gente vem desenvolvendo, acredito que o foco principal está em dar aporte para que possamos voltar para a base com instrumentos, com ideias e com a capacidade de conseguir apoiar os nossos produtores rurais e fortalecer as atividades agropecuárias nas nossas regiões”. concluiu.
De acordo com o presidente do Sistema Faesc/Senar-SC e vice-presidente de finanças da CNA, José Zeferino Pedrozo, o Programa CNA Jovem vem contribuindo significativamente para incentivar o desenvolvimento de habilidades de liderança e, com isso, promover inovações e fortalecer o empreendedorismo no campo.
Encontro nacional CNA Jovem
O diretor de Inovação e Conhecimento do Senar, André Sanches, representou o diretor-geral da instituição Daniel Carrara no evento. “O CNA Jovem é um programa de extrema importância para o Sistema CNA/Senar, para o agro e para o Brasil, pois o nosso setor precisa cada vez mais de pessoas qualificadas e novas lideranças para enfrentar os desafios, implementar inovações com criatividade e gerar resultados” assinalou.
A diretora de Educação Profissional e Promoção Social do Senar, Janete Almeida, reconheceu o empenho da equipe do programa e a dedicação dos jovens participantes ao longo dos noves meses, desde o início da edição, em novembro de 2022. Destacou que, a partir de agora, é o momento de focar nas soluções dos desafios encontrados ao longo da jornada. “Precisamos de muita inovação e criatividade para pensar em soluções que atendam aos produtores rurais brasileiros”.
Após a abertura institucional, os jovens assistiram à palestra “No topo do mundo” com o alpinista Cristiano Müller, 16º brasileiro a chegar ao topo da montanha Everest, conhecida como a mais alta do mundo. Cristiano compartilhou a experiência de escalar em condições extremas e como foi a jornada de preparação para a expedição.
“Chegar ao topo é algo muito importante. Quando chegamos lá, nós não conquistamos a montanha, nós conquistamos a nós mesmos”, disse Müller.
Visita ao congresso
Na parte da tarde, os jovens fizeram uma visita ao Congresso Nacional e participaram de uma oficina sobre o processo legislativo com simulação de apresentação de projeto de lei e votação no plenário da Câmara dos Deputados.
O evento encerrou domingo (13) com uma intensa programação que incluiu palestras e oficinas para que os finalistas se preparem para propor soluções aos desafios do agro.
CNA jovem
O CNA Jovem é um programa de desenvolvimento de novas lideranças do Sistema CNA/Senar em que os participantes desenvolvem competências de liderança empreendedora ao longo de uma jornada, cujo objetivo é identificar uma solução inovadora para um desafio real do setor.
Jovens catarineneses que participaram do evento em Brasília
Beatriz Bortolato
Daniela Bergamin
Geiza Natácia Sarturi
Guilherme Matos de Carvalho
Guilherme Romani de Mello
Ícaro Scarabelot Bardini
Italo Gabriel Torri
Maria Vitória Faé Proença
Rafaela de Oliveira
Thais Neres Krindges
Valesca Del-Soto Pereira

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Santa Catarina registra avanço simultâneo nas importações e exportações de milho em 2025
Volume importado sobe 31,5% e embarques aumentam 243%, refletindo demanda das cadeias produtivas e oportunidades geradas pela proximidade dos portos.

As importações de milho seguem em ritmo acelerado em Santa Catarina ao longo de 2025. De janeiro a outubro, o estado comprou mais de 349,1 mil toneladas, volume 31,5% superior ao do mesmo período do ano passado, segundo dados do Boletim Agropecuário de Santa Catarina, elaborado pela Epagri/Cepa com base no Comex Stat/MDIC. Em termos de valor, o milho importado movimentou US$ 59,74 milhões, alta de 23,5% frente ao acumulado de 2024. Toda a origem é atribuída ao Paraguai, principal fornecedor externo do cereal para o mercado catarinense.

Foto: Claudio Neves
A tendência de expansão no abastecimento externo se intensificou no segundo semestre. Em outubro, Santa Catarina importou mais de 63 mil toneladas, mantendo a curva ascendente registrada desde julho, quando os volumes mensais passaram consistentemente da casa das 50 mil toneladas. A Epagri/Cepa aponta que esse movimento deve avançar até novembro, período em que a demanda das agroindústrias de aves, suínos e bovinos segue aquecida.
Os dados mensais ilustram essa escalada. De outubro de 2024 a outubro de 2025, as importações variaram de mínimas próximas a 3,4 mil toneladas (março/25) a máximas superiores a 63 mil toneladas (setembro/25). Nesse intervalo, meses como junho, julho e agosto concentraram forte entrada do cereal, acompanhados de receitas que oscilaram entre US$ 7,4 milhões e US$ 11,2 milhões.
Exportações crescem apesar do déficit interno
Em um cenário aparentemente contraditório, o estado, que possui déficit anual estimado em 6 milhões de toneladas de milho para suprir seu grande parque agroindustrial, também ampliou as exportações do grão em 2025.
Até outubro, Santa Catarina embarcou 130,1 mil toneladas, um salto de 243,9% em relação ao mesmo período de 2024. O valor exportado também chamou atenção: US$ 30,71 milhões, alta de 282,33% na comparação anual.

Foto: Claudio Neves
Segundo a Epagri/Cepa, essa movimentação ocorre majoritariamente em regiões produtoras próximas aos portos catarinenses, onde os preços de exportação tornam-se mais competitivos que os do mercado interno, especialmente quando o câmbio favorece vendas externas ou quando há descompasso logístico entre oferta e demanda regional.
Essa dinâmica reforça um traço estrutural conhecido do agro catarinense: ao mesmo tempo em que é um dos maiores consumidores de milho do país, devido ao peso das cadeias de proteína animal, Santa Catarina não alcança autossuficiência e depende do cereal de outras regiões e países para abastecimento. A exportação pontual ocorre quando há excedentes regionais temporários, oportunidades comerciais ou vantagens logísticas.
Perspectivas
Com a entrada gradual da nova safra 2025/26 no estado e no Centro-Oeste brasileiro, a tendência é que os volumes importados se acomodem a partir do fim do ano. No entanto, o comportamento do câmbio, os preços internacionais e o resultado final da produção catarinense seguirão determinando a necessidade de compras externas — e, por outro lado, a competitividade das exportações.
Para a Epagri/Cepa, o quadro de 2025 reforça tanto a importância do milho como insumo estratégico para as cadeias de proteína animal quanto a vulnerabilidade decorrente da dependência externa e interestadual do cereal. Santa Catarina continua sendo um estado que importa para abastecer seu agro e exporta quando a lógica de mercado permite, um equilíbrio dinâmico que movimenta portos, indústrias e produtores ao longo de todo o ano.
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Brasil e Japão avançam em tratativas para ampliar comércio agro
Reunião entre Mapa e MAFF reforça pedido de auditoria japonesa para habilitar exportações de carne bovina e aprofunda cooperação técnica entre os países.

OMinistério da Agricultura e Pecuária (Mapa), representado pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais, Luis Rua, realizou uma reunião bilateral com o vice-ministro internacional do Ministério da Agricultura, Pecuária e Florestas (MAFF), Osamu Kubota, para fortalecer a agenda comercial entre os países e aprofundar o diálogo sobre temas da relação bilateral.
No encontro, a delegação brasileira apresentou as principais prioridades do Brasil, incluindo temas regulatórios e iniciativas de cooperação, e reiterou o pedido para o agendamento da auditoria japonesa necessária para a abertura do mercado para exportação de carne bovina brasileira. O Mapa também destacou avanços recentes no diálogo e reforçou os pontos considerados estratégicos para ampliar o fluxo comercial e aprimorar mecanismos de parceria.
Os representantes japoneses compartilharam seus interesses e expectativas, demonstrando disposição para intensificar o diálogo técnico e buscar convergência nas agendas de interesse mútuo.
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Bioinsumos colocam agro brasileiro na liderança da transição sustentável
Soluções biológicas reposicionam o agronegócio como força estratégica na agenda climática global.

A sustentabilidade como a conhecemos já não é suficiente. A nova fronteira da produção agrícola tem nome e propósito: agricultura sustentável, um modelo que revitaliza o solo, amplia a biodiversidade e aumenta a captura de carbono. Em destaque nas discussões da COP30, o tema reposiciona o agronegócio como parte da solução, consolidando-se como uma das estratégias mais promissoras para recuperação de agro-ecossistemas, captura de carbono e mitigação das mudanças climáticas.

Thiago Castro, Gerente de P&D da Koppert Brasil participa de painel na AgriZone, durante a COP30: “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida”
Atualmente, a agricultura e o uso da terra correspondem a 23% das emissões globais de gases do efeito, aproximadamente. Ao migrar para práticas sustentáveis, lavouras deixam de ser fontes de emissão e tornam-se sumidouros de carbono, “reservatórios” naturais que filtram o dióxido de carbono da atmosfera. “A agricultura sustentável é, em sua essência, sobre restaurar a vida. E não tem como falar em vida no solo sem falar em controle biológico”, afirma o PhD em Entomologia com ênfase em Controle Biológico, Thiago Castro.
Segudo ele, ao introduzir um inimigo natural para combater uma praga, devolvemos ao ecossistema uma peça que faltava. “Isso fortalece a teia biológica, melhora a estrutura do solo, aumenta a disponibilidade de nutrientes e reduz a necessidade de intervenções agressivas. É a própria natureza trabalhando a nosso favor”, ressalta.
As soluções biológicas para a agricultura incluem produtos à base de micro e macroorganismos e extratos vegetais, sendo biodefensivos (para controle de pragas e doenças), bioativadores (que auxiliam na nutrição e saúde das plantas) e bioestimulantes (que melhoram a disponibilidade de nutrientes no solo).
Maior mercado mundial de bioinsumos
O Brasil é protagonista nesse campo: cerca de 61% dos produtores fazem uso regular de insumos biológicos agrícolas, uma taxa quatro vezes maior que a média global. Para a safra de 2025/26, o setor projeta um crescimento de 13% na adoção dessas tecnologias.
A vespa Trichogramma galloi e o fungo Beauveria bassiana (Cepa Esalq PL 63) são exemplos de macro e microrganismos amplamente utilizados nas culturas de cana-de-açúcar, soja, milho e algodão, para o controle de lagartas e mosca-branca, respectivamente. Esses agentes atuam nas pragas sem afetar polinizadores e organismos benéficos para o ecossistema.
Os impactos do manejo biológico são mensuráveis: maior porosidade do solo, retenção de água e nutrientes, menor erosão; menor dependência de fertilizantes e inseticidas sintéticos, diminuição na resistência de pragas; equilíbrio ecológico e estabilidade produtiva.
Entre as práticas sustentáveis que já fazem parte da rotina do agro brasileiro estão o uso de inoculantes e fungos benéficos, a rotação de culturas, a integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e o manejo biológico de pragas e doenças. Práticas que estimulam a vida no solo e o equilíbrio natural no campo. “Os produtores que adotam manejo biológico investem em seu maior ativo que é a terra”, salienta Castro, acrescentando: “O manejo biológico não é uma tendência, é uma necessidade do planeta, e a agricultura pode e deve ser o caminho para a regeneração ambiental, para esse equilíbrio que buscamos e precisamos”.



