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Castrolanda investe em bem-estar animal para gerar mais produtividade e desempenho
O compromisso com a transformação faz parte do DNA da Castrolanda

A suinocultura brasileira teve saldo positivo no ano de 2019. Para 2020 o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) prevê alta de 2,4% do crescimento do produto interno bruto (PIB) do setor agropecuário. No caso da pecuária, principalmente na produção de suínos, com projeção de alta de 3,9%. Estas mudanças já foram sentidas em comparação ao mesmo período do ano anterior, com registro de alta nos preços da tonelada e no volume.

O bem-estar animal é uma realidade na atividades desempenhadas no setor de suinocultura da Cooperativa Castrolanda.
Estes aumentos também são relacionados a boa sanidade, foco com o bem-estar animal e a industrialização dentro das granjas no Brasil. Para a Castrolanda estes procedimentos são uma realidade, a nova estrutura da Unidade de Produção de Leitões (UPL II), em Piraí do Sul/PR, foi construída para atender todas as demandas que o mercado exige.
Em pleno funcionamento desde setembro de 2019, a UPL II completou seu primeiro ciclo no final do mês de junho, período em que todos os leitões foram entregues aos produtores da Cooperativa. Segundo o Supervisor de Produção da Unidade, Jackson Pereira, a nova estrutura traz modernidade para todos os elos da cadeia. “Na UPL II são 6500 criadeiras e toda a unidade foi pensada a partir das normativas de bem-estar animal”, afirma.
No novo projeto o objetivo é atender todos os requisitos sem pecar na qualidade e produtividade. “Prezamos sempre pela qualidade do leitão entregue, que leva em conta a saúde, idade e peso. Precisamos de um controle bem grande em questões de higiene da instalação, vazio sanitário, vacinações dos leitões e criadeiras. É um elo entre manejo, sanidade e nutrição, os três devem estar equilibrados”, destaca o Supervisor de Produção da Unidade, Jackson Pereira.
A tecnologia é uma aliada ao bem-estar animal. O Coordenador de Produção, Euler Kiefer, explica sobre os investimentos na UPL II. “A Cooperativa prioriza o bem-estar animal em primeiro lugar, com isso alcançamos maior qualidade da carcaça. Os animais que não passam pelo processo de estresse conseguem demonstrar um maior potencial zootécnico e como consequência um destaque em desempenho e qualidade”. Euler enfatiza que as principais melhorias foram com relação aos alojamentos de fêmeas prenhas em baias coletivas, climatização da barracões com telhas isotérmicas e cortinas automatizadas, utilização de pisos 100% vazados nas creches, além de alta disponibilidade de comedouros e bebedouros por animal.
“Estamos sempre atentos ao mercado e inovações, todos os equipamentos se destacam por tecnologias inovadoras, que atendam todas as necessidades de manejo e possuam retorno sobre o investimento. Tudo foi construído e pensado em benefício aos animais e ao retorno que a produção tem”, afirma o Coordenador.
Custo x Produtividade
A UPL I, em Castro/PR, é uma das granjas de suínos mais otimizadas do país, sendo reconhecida diversas vezes pelo seu trabalho. Em 2017 recebeu o 3º lugar na categoria granjas com mais de 3000 matrizes no prêmio ‘Melhores da Suinocultura – 9ª edição Agriness’.
“Buscamos sempre estar atentos as evoluções da cadeia, pois hoje a suinocultura é trabalhada com muito custo, então o que você conseguir economizar é sempre lucro. Procuramos manter as nossas marcas sem pecar na qualidade da produção. O maior impacto no custo, com certeza é a ração, chega a quase 70%, depois medicamento, com relação a sanidade e por último a mão de obra”, comenta Jackson.
Para Euler, a tecnologia é uma questão diretamente relacionada a produtividade, desde os cochos, bebedouros e pisos, até a automação de cortinas. “Podemos exemplificar onde animais terminados oriundos de uma mesma origem possuem resultados divergentes na fase de terminação. Pode se observar uma variação de até 300 gramas na conversão alimentar, esses resultados estão atrelados a um bom manejo, assim como estrutura e equipamentos”, explica.
De dentro das granjas os produtores também investem nestas mudanças para entregar produtos com mais qualidade. O Suinocultor Armando Rabbers traz a perspectiva de investimentos e mudanças de processo.
“Prezamos sempre para o vazio sanitário o que nos ajuda no controle e evita muitos problemas com relação a sanidade. Procuramos sempre respeitar a lotação adequada para evitar o estresse desses animais, temos muito cuidado no carregamento e ao descarregar. Todos estes detalhes influenciam no produto, na qualidade da carne e na parte financeira da granja”, confirma o produtor.
Sobre a Castrolanda
O compromisso com a transformação faz parte do DNA da Castrolanda. Uma cooperativa que transforma vidas, negócios e a comunidade ao redor. Com 68 anos de história, a Cooperativa Castrolanda é formada por mais de 1100 cooperados no Estado do Paraná e interior de São Paulo.
Com 3,5 bilhões de reais de faturamento e aproximadamente 3500 colaboradores, possui unidades de negócios divididas em operações agrícola, carnes, leite, batata e administração e industrial – carnes, leite, batata e cerveja.
O objetivo das áreas de negócio é coordenar, desenvolver e fomentar as atividades dos cooperados, seguir presente em todos os elos da cadeia produtiva, agregar valor através das indústrias e crescer com sustentabilidade.

Notícias
Brasil lança plataforma sobre saúde dos solos e reforça liderança em agricultura sustentável
Ferramenta da Embrapa reúne mais de 56 mil análises e mostra que dois terços das áreas avaliadas no País apresentam solos saudáveis ou em recuperação.

Foi lançada na última segunda-feira (17), na Agrizone, a Casa da Agricultura Sustentável da Embrapa durante a COP 30, em Belém (PA), a Plataforma Saúde do Solo BR – Solos resilientes para sistemas agrícolas sustentáveis. A cerimônia ocorreu no Auditório 1 e marcou a apresentação oficial da tecnologia criada pela Embrapa, que reúne pela primeira vez informações sobre a saúde dos solos brasileiros em um ambiente digital e de acesso público.
Na abertura, a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá, destacou o simbolismo de apresentar a novidade dentro da Agrizone, espaço que abriga soluções de baixo carbono. “A Agrizone é o começo de uma nova jornada. Estamos mostrando para o mundo inteiro, de forma concreta, que temos tecnologia para desenvolver uma agricultura cada vez mais resiliente às mudanças climáticas”, afirmou.
Para ela, o lançamento reforça o protagonismo do Brasil como líder global em inovação sustentável para a agricultura e os sistemas alimentares.
A Plataforma disponibiliza dados de saúde do solo por estado e município e já reúne cerca de 56 mil amostras, provenientes de 1.502 municípios de todas as regiões do País. O sistema foi construído a partir da geoespacialização dos dados gerados pela BioAS – Bioanálise de Solos, explicou a pesquisadora da Embrapa Cerrados, Ieda Mendes. A ferramenta permite filtros por estado, município, ano, culturas e texturas de solo, além de comparações entre diferentes cultivos. Também gera mapas e gráficos baseados nas funções da bioanálise, como ciclagem, armazenamento e suprimento de nutrientes.
Solos mais saudáveis e produtivos
Os primeiros mapas revelam que predominam no Brasil solos saudáveis ou em processo de recuperação. “Somando solos saudáveis e solos em recuperação, vemos que 66% das áreas analisadas apresentam condições muito boas de saúde. Apenas 4% das amostras representam solos doentes”, afirmou Ieda.
Mato Grosso lidera o número de amostras (10.905), seguido por Minas Gerais (9.680), Paraná (7.607) e Goiás (6.519). O município com maior participação é Alto Taquari (MT), com 1.837 amostras.
A pesquisadora também destacou a forte relação entre saúde do solo e produtividade. No Mato Grosso, a integração dos dados da BioAS com índices do IBGE mostrou que o aumento na proporção de solos doentes está diretamente associado à queda na produção de soja. “Cada 1% de aumento em solos doentes representa uma perda média de 3,1 kg de soja por hectare”.
Em contraste, análises exclusivamente químicas não apresentaram correlação com a produtividade atual, o que indica que o limite produtivo da agricultura brasileira está cada vez mais ligado à qualidade biológica dos solos.
Ieda ressaltou ainda a participação dos produtores na construção da ferramenta. “Temos contribuições que vão do Acre ao extremo sul do Rio Grande do Sul. Ter um trabalho publicado em revistas técnicas é muito bom, mas ver uma tecnologia sendo adotada em todo o Brasil é maravilhoso”, afirmou.
A expectativa é transformar a plataforma, no futuro, em um observatório nacional da saúde dos solos, capaz de gerar relatórios detalhados por município e conectar pesquisadores, laboratórios e agricultores.
A Plataforma Saúde do Solo BR foi desenvolvida com base nos dados da BioAS, tecnologia lançada em 2020 e criada pela Embrapa Cerrados em parceria com a Embrapa Agrobiologia. O método integra indicadores biológicos (atividade enzimática), físicos (textura) e químicos (fertilidade e matéria orgânica).
O banco de dados atual resulta de uma colaboração com 33 laboratórios comerciais de análise de solo, integrantes da Rede Embrapa e usuários da tecnologia.
Notícias
Pressões ambientais externas reacendem disputa sobre limites da autorregulação no agronegócio
Advogada alerta que auditorias privadas e acordos setoriais, como a Moratória da Soja, podem impor obrigações além da lei, gerar assimetria concorrencial e tensionar princípios constitucionais.

A intensificação de exigências internacionais para que produtores brasileiros comprovem de forma contínua a inexistência de dano ambiental como condição para exportar commodities, especialmente a soja, reacendeu um debate jurídico sensível no país. Para a advogada especialista em Direito Agrário e do Agronegócio, Márcia de Alcântara, parte dessas exigências ultrapassa a pauta da sustentabilidade e pode entrar em choque com princípios constitucionais e da ordem econômica, sobretudo quando assumem caráter padronizado e coordenado por grandes agentes privados.
Segundo ela, quando tradings internacionais reunidas em associações que concentram parcela expressiva do mercado firmam pactos com auditorias e monitoramentos próprios, acabam impondo obrigações ambientais adicionais às previstas em lei. “Esses acordos privados transferem ao produtor o ônus de provar continuamente que não causa dano ambiental, invertendo a presunção de legalidade e de boa-fé de quem cumpre o Código Florestal e demais normas”, explica.
Márcia observa que esse tipo de exigência, quando se torna condição para o acesso ao mercado, tensiona princípios como a segurança jurídica e o devido processo. “Quando a obrigação é padronizada e coordenada por agentes dominantes, deixa de ser mera cláusula contratual e passa a se aproximar de uma restrição coletiva, com efeito de boicote”, afirma.
Moratória da Soja e coordenação setorial

Advogada Márcia de Alcântara: “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”
Entre os casos emblemáticos está a chamada Moratória da Soja, que proíbe a compra do grão oriundo de áreas desmatadas após 2008 na Amazônia. Para a advogada, o modelo de funcionamento da moratória se assemelha a uma forma de regulação privada, com possíveis implicações concorrenciais. “Há três pontos críticos nesse arranjo: a coordenação por associações que concentram parcela relevante do mercado; a troca de informações sensíveis e listas de exclusão que não são públicas; e a imposição de padrões mais severos do que a legislação brasileira. Esse conjunto pode configurar conduta anticoncorrencial, conforme o artigo 36 da Lei 12.529/2011”, avalia.
Ela acrescenta que cobranças financeiras ou bloqueios comerciais aplicados a produtores que não apresentem documentação adicional de regularidade ambiental podem representar penalidades privadas sem respaldo legal. O tema, segundo Márcia, já vem sendo acompanhado tanto pela autoridade antitruste quanto pelo Judiciário.
Marco jurídico recente
Nos últimos meses, a controvérsia ganhou contornos institucionais. Uma decisão liminar do ministro Flávio Dino, no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou a suspensão de processos judiciais e administrativos ligados à Moratória da Soja até o julgamento de mérito, para evitar decisões contraditórias e permitir uma análise concentrada do conflito. Paralelamente, o Cade decidiu aguardar o posicionamento do STF antes de seguir com as investigações, embora mantenha atenção sobre a troca de informações sensíveis entre empresas durante o período.
Entidades como a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Aprosoja-MT defendem que a atuação concorrencial do Estado não seja paralisada. Elas argumentam que há indícios de coordenação de compra e que a suspensão integral das apurações pode esvaziar a tutela concorrencial.
Entre os principais questionamentos estão a extrapolação normativa de acordos privados, a falta de transparência nos critérios de exclusão e a substituição da regulação pública por padrões privados de alcance global. “Esses arranjos acabam por substituir o papel do Estado, criando regras opacas e sem devido processo ao produtor”, pontua Márcia.
Possíveis desfechos

Foto: Gilson Abreu
A especialista mapeia dois possíveis desfechos para o impasse. Caso o STF decida a favor dos produtores, será reforçada a soberania regulatória do Estado brasileiro, com o reconhecimento de que critérios ambientais devem ser definidos por normas públicas claras e transparentes. A decisão poderia irradiar efeitos para outras cadeias produtivas, como carne, milho e café, estabelecendo parâmetros de ESG proporcionais e auditáveis. Em sentido contrário, validar a autorregulação privada abriria espaço para padrões globais com camadas adicionais de exigência, elevando custos de conformidade e reduzindo a concorrência.
Para Márcia, o Brasil já conta com um dos arcabouços ambientais mais robustos do mundo. O Código Florestal impõe a manutenção de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, exige o Cadastro Ambiental Rural georreferenciado e conta com sistemas de monitoramento por satélite e mecanismos de compensação ambiental.
Além disso, o país dispõe de políticas estruturantes como a Política Nacional do Meio Ambiente, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e a Política Nacional sobre Mudança do Clima. “Esse conjunto garante previsibilidade ao produtor regular e comprova que o país possui um marco ambiental sólido. Por isso, exigências externas precisam respeitar a proporcionalidade, a transparência e o devido processo. Caso contrário, correm o risco de ferir a legislação brasileira e distorcer a concorrência”, ressalta.
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Brasil e Reino Unido avançam em diálogo sobre agro de baixo carbono na COP30
Fávaro apresenta o Caminho Verde Brasil e discute novas parcerias para financiar recuperação ambiental e ampliar práticas sustentáveis no campo.

O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, se reuniu nesta quarta-feira (19) com a ministra da Natureza do Reino Unido, Mary Creagh, durante a COP30, em Belém. O encontro teve como foco a apresentação das práticas sustentáveis adotadas pelo setor agropecuário brasileiro, reconhecidas internacionalmente por aliarem produtividade e conservação ambiental.
Fávaro destacou as iniciativas do Caminho Verde Brasil, programa que visa impulsionar a recuperação ambiental e o aumento da produtividade por meio da restauração de áreas degradadas e da promoção de tecnologias sustentáveis no campo.
Segundo o ministro, a estratégia tem ampliado a competitividade do agro brasileiro, com acesso a mercados mais exigentes, ao mesmo tempo em que contribui para metas climáticas.
A agenda também incluiu discussões sobre mecanismos de financiamento voltados a ampliar projetos de sustentabilidade no setor. As autoridades avaliaram oportunidades de cooperação entre Brasil e Reino Unido para apoiar ações de recuperação ambiental, inovação e produção de baixo carbono na agricultura.



