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Avicultura

Cascudinho provoca perdas zootécnicas e estresse que pode condenar carcaça

Cascudinho é encontrado em toda a estrutura do galpão, mas onde há maior incidência é na cama do aviário, pois o ambiente é o mais propício para o desenvolvimento do inseto

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Artigo escrito por Marcelo Ivair Giachini – Assistente Técnico Comercial Aves da Vetanco; Rodrigo Cesarin – Assistente Técnico Comercial Aves da Vetanco; e Fabio Luis Gazoni – Coordenador Técnico da Vetanco

O cascudinho é encontrado em toda a estrutura do galpão, mas onde há maior incidência é na cama do aviário, pois o ambiente é o mais propício para o desenvolvimento do inseto. Nesse caso, principalmente, embaixo dos comedouros onde há uma quantidade maior de ração que é desperdiçada, servindo de alimento para o mesmo. Tudo inicia que sua infestação ocorre já no primeiro alojamento das aves, possíveis insetos que tenham ficado de lotes anteriores e através da migração dos mesmos de outros aviários.

As fêmeas iniciam a postura em 6 a 10 dias após o acasalamento. Cada fêmea produz aproximadamente 3,5 ovos por dia. Após eclodirem, passam por um estágio larval, tornando-se pupas e finalmente o cascudinho adulto.

Os prejuízos provocados à avicultura são decorrentes da ingestão dos insetos principalmente na fase inicial das aves, pois são ingeridos pelas mesmas em grandes quantidades no lugar da ração balanceada.

Segundo a avaliação realizada por Gazoni et. al. (2014) no sétimo dia de idade dos frangos de corte, o ganho de peso (g) e a conversão alimentar (CA) de 60 frangos de corte misto de determinada linhagem.

A ingestão do cascudinho determinou uma diminuição do consumo de ração, ocorrendo menor ganho de peso de 15,16 g/ave e o aumento da conversão alimentar em 0,134 no sétimo dia de vida das aves em comparação com o grupo controle.

Além da perda zootécnica, inúmeros trabalhos demostram o potencial do cascudinho em transmitir bactérias, vírus, fungos e protozoários.

Segundo Arends (2003) o Alphitobius diaperinus pode transmitir os vermes chatos Raillietina cesticullus, R. magninumida, Choanotaenia infundibulum, Hymenolepis carioca, H. diminuta e H. cantaniana.

Segabinazi et al., (2004) coletou insetos em seis empresas avícolas nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina – 54 amostras em aviários de frangos de corte e dez em aviários de perus. Concluiu que o cascudinho (Alphitobius diaperinus) possui em sua superfície externa e interna diversas bactérias da família Enterobacteriaceae. Essas bactérias podem ser patogênicas para as aves que estão em contato direto com o inseto, podendo ser caracterizado como vetor mecânico destas bactérias nos aviários estudados.

Portanto, além das perdas diretas em produção, o Alphitobius diaperinus pode transmitir inúmeros patógenos.

Nos lotes com aves mais velhas o prejuízo causado pelo inseto é o estresse. No caso de infestações altas as aves são incomodadas pelos cascudinhos, podendo haver lesões no peito da ave e posteriormente uma possível condenação desta carcaça no abatedouro.

Controle

Hoje temos basicamente três métodos para o controle, que são o controle químico, controle biológico e controle físico-químico, neste caso a fermentação de cama.

A lona é uma grande aliada no controle do inseto, pois quando colocada sobre a cama e bem vedada, o cascudinho morre. Também é necessário associar o uso de um inseticida em pó em pontos estratégicos (possíveis pontos de fuga do inseto).

Tudo começa com um bom vazio sanitário, quando a cama deve estar o mais seca possível. A umidade é um ponto negativo quando se trata de cascudinho. Quanto mais umidade na cama, maior será a proliferação dos insetos.

A intervenção química é recomendada, mas quando bem utilizada. É muito importante a utilização correta do inseticida químico para que não haja resistência adaptativa futura dos insetos. Todo inseto precisa de uma dose letal de inseticida para morrer, quando essa dose não for utilizada ou administrada na forma correta, com o passar do tempo, a dose comumente usada não terá mais efeito sobre o mesmo. Dessa forma, é necessário o aumento a dose para que o efeito seja positivo. Contudo, relembrando que tudo passa por um bom manejo no momento da aplicação do inseticida.

Para seu controle, devem ser empregados inseticidas devidamente registrados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Os produtos inseticidas que são aplicados no ambiente dos animais devem ter a comprovação da sua segurança de uso, garantindo que o mesmo não causará intoxicação nos animais e no homem , que é o responsável pela aplicação do produto. E que o mesmo não deixará resíduos nos produtos de origem animal (carne, ovos). Para isso, esses produtos devem ter a aprovação e licenciamento pelo órgão responsável, que é o Mapa.

Dessa forma, realizaremos o controle dos cascudinhos de forma mais eficaz e teremos uma maior segurança no produto final. 

Mais informações você encontra na edição de Aves de abril/maio de 2017 ou online.

Fonte: O Presente Rural

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Avicultura

Indústria avícola amplia presença na diretoria da Associação Brasileira de Reciclagem

Nova composição da ABRA reforça a integração entre cadeias produtivas e destaca o papel estratégico da reciclagem animal na sustentabilidade do agronegócio brasileiro.

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A Associação Brasileira de Reciclagem (ABRA) definiu, na última sexta-feira (12), a nova composição de seu Conselho Diretivo e Fiscal, com mandato até 2028. A assembleia geral marcou a renovação parcial da liderança da entidade e sinalizou uma maior aproximação entre a indústria de reciclagem animal e setores estratégicos do agronegócio, como a avicultura.

Entre os nomes eleitos para as vice-presidências está Hugo Bongiorno, cuja chegada à diretoria amplia a participação do segmento avícola nas decisões da associação. O movimento ocorre em um momento em que a reciclagem animal ganha relevância dentro das discussões sobre economia circular, destinação adequada de subprodutos e redução de impactos ambientais ao longo das cadeias produtivas.

Dados do Anuário da ABRA de 2024 mostram a dimensão econômica do setor. O Brasil ocupa atualmente a terceira posição entre os maiores exportadores mundiais de gorduras de animais terrestres e a quarta colocação no ranking de exportações de farinhas de origem animal. Os números reforçam a importância da atividade não apenas do ponto de vista ambiental, mas também como geradora de valor, renda e divisas para o país.

A presença de representantes de diferentes cadeias produtivas na diretoria da entidade reflete a complexidade do setor e a necessidade de articulação entre indústrias de proteína animal, recicladores e órgãos reguladores. “Como único representante da avicultura brasileira e paranaense na diretoria, a proposta é levar para a ABRA a força do nosso setor. Por isso, fico feliz por contribuir para este trabalho”, afirmou Bongiorno, que atua como diretor da Unifrango e da Avenorte Guibon Foods.

A nova gestão será liderada por Pedro Daniel Bittar, reconduzido à presidência da ABRA. Também integram o Conselho Diretivo os vice-presidentes José Carlos Silva de Carvalho Júnior, Dimas Ribeiro Martins Júnior, Murilo Santana, Fabio Garcia Spironelli e Hugo Bongiorno. Já o Conselho Fiscal será composto por Rodrigo Hermes de Araújo, Wagner Fernandes Coura e Alisson Barros Navarro, com Vicenzo Fuga, Rodrigo Francisco e Roger Matias Pires como suplentes.

Com a nova configuração, a ABRA busca fortalecer o diálogo institucional, aprimorar práticas de reciclagem animal e ampliar a contribuição do setor para uma agropecuária mais eficiente e ambientalmente responsável.

Fonte: O Presente Rural com Unifrango
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Avicultura

Avicultura supera ano crítico e pode entrar em 2026 com bases sólidas para crescer

Após enfrentar pressões sanitárias, custos elevados e restrições comerciais em 2025, o setor mostra resiliência, retoma exportações e reforça a confiança do mercado global.

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O ano de 2025 entra para a história recente da avicultura brasileira como um dos anos mais desafiadores. O setor enfrentou pressão sanitária global, instabilidade geopolítica, custos de produção elevados e restrições comerciais temporárias em mercados-chave. Mesmo assim, a cadeia mostrou capacidade de adaptação, coordenação institucional e resiliência produtiva.

A ação conjunta do Governo Federal, por meio do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e de entidades estaduais foi decisiva para conter danos e recuperar a confiança externa. Missões técnicas, diplomacia sanitária ativa e transparência nos controles sustentaram a reabertura gradual de importantes destinos ao longo do segundo semestre, reposicionando o Brasil como fornecedor confiável de proteína animal.

Os sinais de retomada já aparecem nos números do comércio exterior. Dados preliminares indicam que as exportações de carne de frango em dezembro devem superar 500 mil toneladas, o que levará o acumulado do ano a mais de 5 milhões de toneladas. Esse avanço ocorre em paralelo a uma gestão mais cautelosa da oferta: o alojamento de 559 milhões de pintos em novembro ficou abaixo das projeções iniciais, próximas de 600 milhões. O ajuste ajudou a equilibrar oferta e demanda e a dar previsibilidade ao mercado.

Para 2026, o cenário é positivo. A agenda econômica global tende a impulsionar o consumo de proteínas, com a retomada de mercados emergentes e regiões em recuperação. Nesse contexto, o Brasil – e, em especial, o Paraná, líder nacional – está bem-posicionado para atender ao mercado interno e aos principais compradores internacionais.

Investimentos contínuos para promover o bem-estar animal, biosseguridade e sustentabilidade reforçam essa perspectiva. A modernização de sistemas produtivos, o fortalecimento de protocolos sanitários e a adoção de práticas alinhadas às exigências ESG elevam o padrão da produção e ampliam a competitividade. Mais do que reagir, a avicultura brasileira se prepara para liderar, oferecendo proteína de alta qualidade, segura e produzida de forma responsável.

Depois de um ano de provas e aprendizados, o setor está ainda mais robusto e inicia 2026 com fundamentos sólidos, confiança renovada e expectativa de crescimento sustentável, reafirmando seu papel estratégico na segurança alimentar global.

Fonte: Assessoria Sindiavipar
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Avicultura

Avicultura encerra 2025 em alta e mantém perspectiva positiva para 2026

Setor avança com produção e consumo em crescimento, margens favoráveis e preços firmes para proteínas, apesar da atenção voltada aos custos da ração e à segunda safra de milho.

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O setor avícola deve encerrar 2025 com desempenho positivo, sustentado pelo aumento da produção, pelo avanço do consumo interno e pela manutenção de margens favoráveis, mesmo diante de alguns desafios ao longo do ano. A avaliação é de que os resultados permanecem sólidos, apesar de pressões pontuais nos custos e de um ambiente externo mais cauteloso.

Para 2026, a perspectiva segue otimista. A expectativa é de continuidade da expansão do setor, apoiada em um cenário de preços firmes para as proteínas. Um dos principais pontos de atenção, no entanto, está relacionado à segunda safra de milho, cuja incerteza pode pressionar os custos de ração. Ainda assim, a existência de estoques adequados no curto prazo e a possibilidade de uma boa safra reforçam a visão positiva para o próximo ano.

No fechamento de 2025, o aumento da produção, aliado ao fato de que as exportações não devem avançar de forma significativa, tende a direcionar maior volume ao mercado interno. Esse movimento ocorre em um contexto marcado pelos impactos da gripe aviária ao longo do ano e por um desempenho mais fraco das exportações em novembro. Com isso, a projeção é de expansão consistente do consumo aparente.

Para os próximos meses, mesmo com a alta nos preços dos insumos para ração, especialmente do milho, o cenário para o cereal em 2026 é considerado favorável. A avaliação se baseia na disponibilidade atual de estoques e na expectativa de uma nova safra robusta, que continuará sendo acompanhada de perto pelo setor.

Nesse ambiente, a tendência é de que as margens da avicultura se mantenham em patamares positivos, dando suporte ao crescimento da produção e à retomada gradual das exportações no próximo ano.

Já em relação à formação de preços da carne de frango em 2026 e nos anos seguintes, o cenário da pecuária de corte deve atuar como fator de sustentação. A menor disponibilidade de gado e os preços mais firmes da carne bovina tendem a favorecer a proteína avícola. No curto prazo, porém, o setor deve considerar os efeitos da sazonalidade, com maior oferta de fêmeas e melhor disponibilidade de gado a pasto, o que pode influenciar o comportamento dos preços.

Fonte: O Presente Rural com Consultoria Agro Itaú BBA
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